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Ana Luísa Amaral foi uma escritora e professora portuguesa, nasceu a 5 de

abril de 1956 na cidade de Lisboa e morreu a 5 de Agosto de 2022. Foi uma das
vozes mais importantes da poesia portuguesa contemporânea, tendo
publicado mais de vinte livros de poesia, além de ensaios, ficção e literatura
infantil.
Formada em Línguas e Literaturas Modernas, Ana Luísa Amaral lecionou por
muitos anos na Universidade do Porto, onde foi professora associada. As suas
obras são marcadas por uma linguagem simples e precisa, que retrata temas
como amor, identidade, memória, família e feminismo.
Entre suas obras mais conhecidas estão "Minha Senhora de Quê", "Imagias",
"A Génese do Amor" e " A arte de ser tigre ". Os seus livros foram traduzidos
para diversos idiomas, como inglês, espanhol, francês e alemão, e ela já
recebeu vários prêmios literários, como o Grande Prêmio de Poesia da
Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio PEN de Narrativa da
Associação Portuguesa de Escritores, com o romance “Ara”
Além das suas obras literárias, Ana Luísa Amaral é reconhecida por seu
ativismo em prol da igualdade de gênero e da diversidade cultural, tendo
participado de diversos movimentos e projetos em Portugal e no mundo.

"Câmara Escura" é constituído por 4 estrofes, duas quintilhas e duas quadras e


apresenta uma rima solta e métrica irregular. É um poema que aborda a
temática da Nostalgia que as memorias do passado traz. Geralmente na
poesia de Ana Luísa Amaral o passado está associado a um tempo de felicidade
onde tudo estava intacto e ao qual assistimos apenas através da memoria.
O título do poema faz referência a uma técnica fotográfica antiga que consistia
em projetar a imagem de um objeto ou paisagem numa sala escura. A imagem
é refletida numa parede, invertida e com as cores invertidas. Essa técnica
fotográfica é usada como uma metáfora para a memória, que pode distorcer e
inverter as imagens do passado.

Na primeira Estrofe é feita uma descrição metafórica das memórias, associadas


a sensações olfativas e auditivas, estando por isso presente uma sinestesia. A
utilização dos 2 Pontos serve para estabelecer uma paragem para uma
explicação que neste caso é uma definição de memórias segundo o sujeito
poético.

Na Segunda Estrofe há a continuação da descrição das memorias recorrendo a


adjetivos associados ao desgaste, produto da passagem do tempo conferindo
às memorias o seu caráter de persistência temporal, de longa duração, um
momento vivido no passado

Na terceira estrofe temos a centralização das memorias no olfato e a utilização


dos dois pontos serve como preparação para uma enumeração genérica de
sensações olfativas retidas na memoria do sujeito poético

Na Quarta estrofe está presente o destaque e a valorização da memoria dos


cheiros, mais eficaz na retenção do “teor do Universo” do que a própria
fotografia que apenas retém “Em cor”

Concluindo, Ana Luísa Amaral poetisa contemporânea deu voz a vários e


importantes temas que se mantêm polémicos na atualidade e como ativista
deixam seu legado bem marcado. Os seus poemas expressam a sua
personalidade e o seu tempo, tornando-se uma figura feminina peculiar na
forma de pensar e de servir o mundo.

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