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I.

INTRODUÇÃO
O impulso intelectivo renascentista no século XIV até XVI foi o
transitado da época medieval para faze moderna e se concebe como uma
das causas que originam o pensamento jurídico moderno, nomeadamente, a
respeito de discindium entre a Teologia e ius naturale,1 através duma
compreensão acerca de autonomia científica do Direito Natural, topando-se
determinantes os meritórios como seguintes:2
O Primeiro é o Humanismo, isto é, o movimento teorético que visa a
procura da constituição de humanidade de alta qualidade, proviniente da
mudança do racocínio teocêntrico para o antropocêntrico que suaviza o papel
de Deus na história do Homem, valorizando o ser humano.
O Segundo é a Escolástica. A ideia de “Deus como fontes de Direito
Natural era tratada pelo São TOMÁS (um escolástico). A ideia do TOMÁS a
respeito de Direito Natural, está ligado com o seu pensamento teológico,
ultrapassando o corrente do raciocínio de causa-final: lex aeterna, lex divina,
lex naturalis e lex positivum. Na Summa Teológica, ele explicou que a Lex
Aeterna é entendido como intellecto, ou seja, o ratio de Deus que ordenam
todo universo. A Lex Naturalis é uma lei transformada da revelação da Lex
Aeterna através de natureza (o homem), enquanto, a Lex Divina provém da
Sagrada Escriptura. A última é Lex Positivum que se encarna através da
prática da Lex Naturalis.3
O Terceiro é a Reforma do século XVI que surgiu dentro de um
contexto humanista e renascentista, sendo um movimento de caríz religioso,
mas que acabou refletindo nas esferas social, política, econômica e cultural. 4
Enfatizando a dimensão transcendental de Leges Divinae, o Martinho

1
Con. VILLEY, Michel. A formação do pensamento jurídico moderno. Trad. Cláudia Berliner. São
Paulo: Martins Fontes, 2005. Pág. 436.
2
Con. ALMEIDA, Silvana. Pensamento Jurídico Moderno e as Críticas. Revista Eletrônica de
Graduação do UNIVEM. v. 2 - n. 2 - jul/dez – 2009. Pág. 109-119.
3
AQUINO, Thomas. Summa Theologica. IV sent., Dist XXXIII: q. 1, art. 1.
4
Con. Ibid.,
LUTERO, fundador da Reforma, fez uma tentativa de provar a validade
formal-teológica das leis divinas consagradas na Sagrada Escritura (solla
scriptura). O seu forte continuador, João CALVINO, mais tarde, construí o
status quo para os burguesias através dum tamanho predestinativo, que
destacou a busca da justiça social e distributiva.
O Quarto é Laicismo, ou seja, a disjunção exclussiva entre a Igreja
(Roma) e esfera jurídico-pública, considerando que as questões teológicas
devem enquadrar-se na esfera privada (privates sphare).5
O Quinto é a Guerra Religiosa. As guerras religiosas na Europa foram
uma série de guerras religiosas travadas na Europa a partir de ca. 1524 a
1648, após o início da Reforma Protestante na Europa Ocidental e do Norte. 6
Esta guerra provocou a procura dos valores fundamentais universalmente
atendíveis, para manter a paz e estabilidade entre diversas religiões.
O Sexto é o Racionalismo. Considerando que a razão possui as suas
operações próprias (intellectum operations) DESCARTES, um pensador
grande do Racionalismo, baseando nos quarto métodos racionalistas, em
outras palavras, as regras de evidência, de análise, de síntese e de
enumeração, utilizou o mesmo têkhne como modo do conhecimento sobre
todas as ciências, incluindo a ciência jurídica.

II. JUSNATURALISMO
Se falarmos do Pensamento Jurídico Moderno, devemos focá-lo como
um corrente raciocíno histórico em que o seu ponto de partida, foi comeco
pelos seguintes Jusnaturalistas:
O primeiro é PUFENDORF, foi um jurisconsulto, desenvolveu o seu
pensamento através do raciocíno voluntarista do contrato.7 Porém, a sua
ideia é mais consensualista do que contratualista porque no seu
entendimento, o poder político nasceu do encontro de vontades individuais
como modo de constituição duma entidade autoritária, através de um
acordo.8 Na sua obra De Jure Naturae et Gentium ele demonstra que através

5
Con. Ibid.,
6
Conf. https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_de_religião_na_Europa,
7
Samuel PUFENDORF era um jurista, professor, historiador e pensador da lei natural.
8
SILVA, Luiz Felipe Netto de Andrade. Teorias da Lei Natural: Pufendorf e Rousseau.
Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(2): 219-234, 2007.
do seu intellecto, partindo das evidiências e necessidades naturais, o Homem
é capaz de perceber os seus limites e status naturalis. Segundo
PUFENDORF, o Homem vivia numa situação pacífica e racional e a sua
capacidade intellectual-pessoal-humana o empodera para deduzir todas as
normas práticas, designadamente, o respeito à pessoa do outro, à
propriedade de outrem, aos pactos e aos interesses alheios. 9 O
estabelecimento destas só é possível se for constituído por uma autoridade
proviniente da deliberação consensual, de outro modo, o Estado. Assim a
mudança de jus naturalis para ius positivum é derrivada, transversalmente,
do consensus.
O segundo é HOBBES que elaborou a sua ideia através do seu estado
de bellum, ele apresenta uma ideia antropológica substancialmente diversa à
ideia oferecida pelo PUFENDORF. Segundo HOBBES, o Homem vivia numa
situação caótica, sobrevivia-se confiando em habilidades naturais-físicas, e
portanto, o parcialmente egoístico. Partindo da situação caótica, os indíviduos
tentaram de construir, através do contrato social, uma autoridade (Estado)
que lhe deveriam obidencia. Portanto, o Estado é uma criação artificial visa à
ordem social-controlada, positivizando as leis necessárias para o bonum
communae.
O terceiro é THOMASIUS. A sua ideia sobre ius naturale alicercou-se
no seu pensamento sobre a alma humana que é composto por racionalidade
(intellectu) e vontade (voluntae).10 O intellectu humano possui uma função
para controlar a dimensão voluntária do Homem, enquanto, a vontade
humana pretende motivar a racionalidade humana no seu agir. A conjugação
entre as duas ideias resulta os princípium que os indivíduos devem obedecer
(honestum, decorum e justum). O incumprimento e cumprimento destes
implica duas consequências: a primeira é a pena (poena) e a segunda é
prêmio (premium). Assim a natureza racional-volutiva do Homem, em si
mesmo, impõe certos comportamentos no seu agir. Embora, o Homem
também tem uma tendência de incumprimento. Baseando nesta ideia, ele

9
PUFENDORF, De Jure Naturae et Gentium, 1998a, II, II, §9.
10
Conf. THOMASIUS, Christian. Fundamenta Iuris, Naturae et Gentium. 1718, p. 33, I, 1, §17
“Intellectus est facultas animae humanae cogitandi in cerebro, & voluntas facultas ejusdem
concupiscendi in corde.”
pensou que a natureza do Homem precisa de ser regulada por uma entidade
controladora para evitar conflitos, a que visa a felicidade mais ampla a todo.
O quarto é ROUSSEAU que iniciou o seu contrato social consoante
uma ideia antropológico-pacífica. Segundo o contratualista, O estatus
naturalis, era marcado pela liberdade e paz, e portanto, o Homem é um ente
honesto, incorruptível e moralmente recto.11 O problema nasceu, quando
alguns homens começaram privatizar as propriedades, e os outros, ficaram
em escassez. Este desequilíbrio social, por seguinte, resultando de um chaos
social, provocou o pactum social. Os indivíduos, depois, por vontade comum
(volunto generale), atribuiram a um poder cuidador para a subsistência justa
e pacífica. No seu pensamento o Estado nasceu para manter a justiça e paz,
positivizando as leis de forma justa (justiça social).
Todos os pensadores jusnaturalistas, utilizando o corrente do
raciocínio causa-final, partiram das sumulações que substancialmente
diversas, embora, contingentemente idêntico.

III. JUSPOSITIVISMO
O ponto de chegada do pensamento jurídico moderno é a
positivização do Direito, isto é, Positivismo Jurídico. A o argumento deste
pensamento é a seguinte:
Primeiro, a lei é um comando dos humanos (comando do ser humano).
Segundo, não existe uma relação absoluta entre "Lei" e "Moral", conforme
aplicável / existente, e a lei que deveria ser. Terceiro, entendendo que a
análise das concepções legais, primeiro; tem um significado importante, em
segundo lugar; deve ser diferenciado de investigações como 1) Histórico
sobre as causas e causas da lei; 2) Sociológico quanto às relações jurídicas
com outros fenômenos sociais; 3) Investigação crítica da lei ou julgamento,
seja com base na moral, objetivos sociais e funções legais. Quarto, o sistema
jurídico é um sistema lógico, permanente e fechado no qual as decisões
legais corretas geralmente podem ser obtidas por meio da lógica a partir de
regulamentos legais pré-determinados, sem levar em consideração objetivos,

11
Conf. RIBEIRO, Josuel. Os Contratualistas em questão: Hobbes, Locke e Rousseau (The
contractualists concerned: Hobbes, Locke and Rousseau). Prisma Jurídico, vol. 16, núm. 1,
Universidade Nove de Julho, São Paulo, Brasil, 2017, pp. 3-24.
medidas e objetivos sociais. medida moral. O entendimento de que
considerações morais não podem ser feitas ou mantidas como afirmações da
realidade que devem ser comprovadas por argumentos racionais, provas ou
experimentos.

BIBLIOGRAFIA
Livros e Artigos

ALMEIDA, Silvana. Pensamento Jurídico Moderno e as Críticas. Revista


Eletrônica de Graduação do UNIVEM. v. 2 - n. 2 - jul/dez – 2009.
Pág. 109-119.

AQUINO, Thomas. Summa Theologica. IV sent., Dist XXXIII: q. 1, art. 1.

Prisma Jurídico, vol. 16, núm. 1, Universidade Nove de Julho, São Paulo,
Brasil, 2017, pp. 3-24.

PUFENDORF, De Jure Naturae et Gentium, 1998a, II, II, §9.

SILVA, Luiz Felipe Netto de Andrade. Teorias da Lei Natural: Pufendorf e


Rousseau. Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(2): 219-234, 2007.

THOMASIUS, Christian. Fundamenta Iuris, Naturae et Gentium. 1718, p. 33,


I, 1, §17

VILLEY, Michel. A formação do pensamento jurídico moderno. Trad. Cláudia


Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2005. Pág. 436.

Website
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_de_religião_na_Europa,

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