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O QUE É "EXECUÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA"

Esta espécie de execução visa reparar o incumprimento de obrigações pecuniárias, ou seja, aquelas cujo objeto é uma prestação ou soma em dinheiro. Esta espécie de execução visa reparar o
incumprimento de obrigações pecuniárias, ou seja, aquelas cujo objeto é uma prestação ou soma em dinheiro. A ideia geral do processo executivo é a de ir buscar bens do património do executado, por
intermédio da penhora; estes bens penhorados podem ser entregues ao exequente (depende da finalidade da execução), ou podem ser vendidos, sendo o dinheiro entregue ao exequente.Então podem
ser identificadas fases distintas na execução, designadamente na execução para pagamento de quantia certa, a saber, a fase introdutória, a fase da penhora, a fase da venda e a fase do pagamento. A
ação executiva corre termos no tribunal judicial, então começamos por analisar os critérios legais que definem o tribunal competente.
EXEMPLO: falta de pagamento da renda nos termos do artigo 1003.º CCT

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA. São competentes para a ação executiva os tribunais comuns, pertencendo ao tribunal de comarca a plenitude da jurisdição civil, em 1ª
instância – art, 50º.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA HIERÁRQUIA:


1) Os tribunais superiores nunca têm competência para a ação executiva, ainda que funcionem, em ação declarativa como tribunais de 1ª instância – arts. 680° e 681º, n° 2, do
CPC. 2) O art. 679º, nº 1, dispõe que para a execução que se funde em sentença proferida por tribunais timorenses, é competente o tribunal de 1ª instância em que a causa foi
julgada. O art. 680º dispõe que se a ação tiver sido proposta no Supremo Tribunal de Justiça, a execução será promovida no tribunal da comarca do domícilio do executado. 3) O
anteriormente dito aplica-se às execuções provenientes de condenações em custas em tribunal superior (art. 681°, n° 2).

TÍTULO DE SENTENÇA
1) Para a execução fundada em decisão proferida por tribunal timorense, é competente, nos termos do nº
O TRIBUNAL 1 do art. 679°, o tribunal de 1ª instância em que a causa foi julgada. 2) Se a execução se baseia em decisão
COMPETENTE arbitral de tribunal timorense, é competente para a execução o tribunal distrital do lugar onde funcionou a
PARA A AÇÃO arbitragem (art. 679°, nº 2). Em ambos os casos, a execução corre por apenso ao processo onde a decisão
EXECUTIVA foi proferida, ou no traslado se tiver havido recurso (art. 679°, nº 3). 3) Se a decisão a executar resultar de
ação proposta no Supremo, a execução será promovida no tribunal distrital do domicílio do executado (art.
COMPETÊNCIA TERRITORIAL: 1) Há que distinguir os casos 680°). Veja-se também o caso especial do art. 681°, nº 2. 4) A execução se basear em sentença estrangeira
da execução se basear em sentença ou noutro título. 2)E ou decisão arbitral proferida no estrangeiro corre por apenso ao processo de revisão ou no respectivo
EXECUÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA

também, se a sentença foi proferida por tribunal timorense traslado que, para esse efeito, a requerimento do exequente, baixarão ao tribunal de 1ª instância, sendo
ou por árbitro em Timor- Leste, ou por tribunal estrangeiro competente o Tribunal Distrital de Díli, art. 683º
ou árbitro estrangeiro.

EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO DIFERENTE DE SENTENÇA


CONSEQUÊNCIA DA INCOMPETÊNCIA 1) Quando a execução se basear em título diferente de sentença, se se trata de execução para entrega de
Aplica-se o regime da acção declarativa para o efeito, isto é, coisa certa ou para pagamento de quantia certa com garantia real, o tribunal competente é o do lugar
o incumprimento das regras da competência em razão da onde a coisa se encontra ou o da situação dos bens onerados, respectivamente; art. 682º, n. 2. 2) Nos
matéria e da hierarquia gera INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA, a outros casos, execução para prestação de facto ou pagamento de quantia certa onde não existe garantia
violação das regras competência territorial gera real, o tribunal competente é o do lugar do cumprimento da obrigação, art. 682º, n. 1.
incompetência relativa - arts. 69º a 79º.

REQUERIMENTO (INICIAL) EXECUTIVO não possui grandes formalidades


(comportamento formal exigida no processo legal), basicamente, é dirigido ao
tribunal de execução, sendo obrigatoriamente assinado pelo Ministério Público,
pelo defensor público ou por mandatário judicial constituído, conforme os
casos, art. 687º, n. 1. No requerimento indica-se a finalidade indicar o fim da
execução, e junta-se o título executivo que lhe serve de fundamento, art. 687º, n.
2. No entanto, nada impede, e entendemos que a técnica assim aconselha, a que
se faça sob a forma de artigos a exposição de matéria de facto e de direito
relacionada com a obrigação e o título executivo.

O REQUERIMENTO SERVE TAMBÉM PARA SE REQUERER A CITAÇÃO DO


EXECUTADO PARA PAGAR OU NOMEAR BENS À PENHORA embora, nos casos
em que a obrigação exequenda goze de garantia real, se deva requerer apenas a
citação do executado para pagar, sob pena de penhora nos bens onerados.

QUANTO ÀS HIPÓTESES DE OBRIGAÇÃO ILÍQUIDA, DEDUZIR-SE-Á O INCIDENTE


DE LIQUIDAÇÃO, ART. 690º. O exequente deve especificar os valores que
considera compreendidos na prestação devida e concluir o requerimento
executivo com um pedido líquido, n. 1.

FASE INTRODUTÓRIA: É a fase na qual o autor/exequente apresenta QUANDO O TÍTULO EXECUTIVO NÃO É UMA SENTENÇA E, A LIQUIDAÇÃO NÃO
a ação executiva em tribunal, caso seja válida, o réu/executado tem ao DEPENDA DE SIMPLES CÁLCULO ARITMÉTICO, TEMOS OUTRAS FORMALIDADES:
seu dispor os meios legais de reacção processual. 1) executado é logo citado para a contestar, em oposição à execução, com a
advertência de que, na falta de contestação, a obrigação se considera fixada nos
termos do requerimento executivo, salvo disposto no artigo 365º; 2) Caso exista
DESPACHO DE INDEFERIMENTO LIMINAR: O juiz profere despacho de contestação ou, haja revelia inoperante, aplica-se o disposto no artigo 385º, n. 4.
indeferimento liminar quando aconteça alguma das situações previstas no
art. 688º, n. 1, designadamente: Seja manifesta a falta ou insuficiência do
título, al. a) Ocorram excepções dilatórias, não supríveis, de conhecimento Perante seja uma situação de dificuldade na liquidação: Porque a iliquidez da
oficioso, al. b) Permite-se o indeferimento parcial do requerimento obrigação resulte de esta ter por objecto mediato uma universalidade. E perante
executivo quanto à parte do pedido que exceder os limites constantes do essa universalidade, o autor/exequente não consegue indicar em concreto os
mesmo, n. 2. elementos que a compõe. Então, em primeiro lugar efectua-se a apreensão da
universalidade e só depois é que se concretiza e efectua a entrega a entrega ao
exequente, n. 5 Se existir uma situação mista, onde parte da obrigação está
DESPACHO DE APERFEIÇOAMENTO Perante motivos de não liquidada, e outra parte, encontra-se por liquidar, a parte líquida pode esta
indeferimento do requerimento inicial, mas que afectam possibilidade executar-se imediatamente, n. 6. A liquidação da parte ilíquida da obrigação,
integral de actuação do Tribunal, deve o mesmo dar oportunidade de o pode ser feita na pendência da mesma execução, nos mesmos termos em que é
exequente corrigir a deficiência processual em causa, art. 358º, n. 1, art. possível a liquidação inicial, n. 7.
667º.

PROCESSOS DESPACHO DE CITAÇÃO. Quando o juiz entenda que não deve indeferir O TRIBUNAL AO ANALISAR O REQUERIMENTO EXECUTIVO PODE OPTAR POR
total ou parcialmente o requerimento, ordena a citação do executado
EXECUTIVOS informando-se que tem vinte dias se opor à execução ou nomear bens à
UMA DE TRÊS HIPÓTESES: 1) considerar que não está em condições e indeferir
liminarmente; 2) entender que tem algumas carências processuais, mas que não
penhora. Se não nomear bens à penhora, esse direito será devolvido ao justifica o indeferimento, e proferir despacho de aperfeiçoamento; 3) ou assumir
exequente, n. 1. que estão reunidas todas as condições processuais e ordenar a citação.

SUBSTITUIÇÃO DA CITAÇÃO POR NOTIFICAÇÃO. No lugar da citação do executado deve ser efectuada a sua notificação quando: O requerimento inicial possua o
incidente de liquidação da obrigação. Depois de ter sido citado da execução, no mesmo processo, venha a ser feita a cumulação de outro título executivo, isto é,
existe a execução de determinado título, e foi feita a citação para essa execução. Mas, posteriormente, junta-se no processo, outro título executivo, então temos
título executivo posterior (ao título executivo inicial junto com requerimento executivo inicial), pelo que se irá efectuar a notificação do executado, n. 2. Permite-se
que no requerimento de oposição o executado, possa também, por cautela, nomear bens à penhora (evitando possível penhora sobre bens que ele não queira que
sejam penhorados), n. 3.

REAÇÃO AO DESPACHO DE CITAÇÃO: 1) Quanto à matéria da liquidação pode não fazer nada ou responder ao incidente de liquidação, Sendo certo que, na falta de
contestação do incidente de liquidação o processo prossegue (a obrigação considera confessada/fixada nos termos do requerimento executivo, salvo disposto no
artigo 365.º). Havendo contestação ou sendo a revelia inoperante, aplica-se o disposto no artigo 385º e sgs., saneamento, instrução e julgamento. 2) Quanto à
matéria da execução, o executado pode não reagir, reagir deduzindo embargos de executado com nomeação de bens à penhora, ou ainda, deduzir embargos de
executado sem nomear bens à penhora. 3) A não oposição de embargos, a inércia processual, ou seja, se o executado não reage deduzindo oposição à execução,
ordena-se o prosseguir dos termos do processo, art. 691º. Se, o executado deduz embargos, mas, em simultâneo, não indica bens à penhora, devolve-se o direito ao
exequente, o exequente notificado para, em dez dias proceder à nomeação, art. 691º.

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