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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO
TJMS - COMARCA DE CAMPO GRANDE
1ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE - SEEU
Processo: 0367440-49.2008.8.12.0001
Classe Processual: Execução da Pena
Assunto Principal: Pena Privativa de Liberdade
Data da Infração: Data da infração não informada
Polo Ativo(s): Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul
Polo Passivo(s): Jefferson Ferreira Miranda
Vistos, etc...
Certificou-se nos autos que o sentenciado alcançou lapso temporal necessário para o
livramento condicional (evento 186.1).
DECIDO.
I- Da progressão de regime:
Em análise ao cálculo de liquidação de pena juntado aos autos, verifica-se que já houve o
cumprimento do lapso temporal necessário para a concessão do benefício (requisito objetivo). Ademais,
verifica-se do parecer disciplinar acostado ao feito, que também se encontra presente o requisito subjetivo
. Dessa forma, preenchidos os requisitos legais, não há óbice a concessão da progressão de regime
pleiteada.
Nestes termos, com fulcro no artigo 112 da LEP, defiro a progressão de regime pleiteada
pelo sentenciado, devendo passar a cumprir a pena em regime semiaberto, mediante as seguintes
condições:
2 - Não havendo vagas para trabalho interno, exercer trabalho externo nos
locais designados pela Direção do Presídio, em órgãos e/ou empresas
SEEU - Processo: 0367440-49.2008.8.12.0001 - Assinado digitalmente por ALEXANDRE ANTUNES DA SILVA
[191.1] CONCEDIDA PROGRESSÃO DE REGIME - Decisão - Progressão de Regime Prisional em 12/05/2022
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
conveniadas com a Agência Penitenciária Estadual (AGEPEN) e/ou Conselho
da Comunidade, desde que tenha sido atestado seu bom comportamento
carcerário; e
Encaminhem os autos com vista à AGEPENpara adequação do regime de pena, bem como
para que a Unidade Penal realize audiência admonitória, remetendo, oportunamente, cópia do termo para
juntada aos autos.
Em detida análise aos autos, tenho que o pedido de liberdade condicional não deve ser
deferido, ante a ausência do requisito subjetivo.
Com efeito, para a concessão do livramento condicional, não basta uma superficial análise
acerca do comportamento carcerário do apenado por meio de mero atestado de conduta emitido pela
direção da unidade prisional, que apenas revela o atual comportamento do reeducando, sem avaliação
durante todo o cumprimento da pena .
Aliás, é exatamente nesse sentido o disposto do artigo 83, inc. III do Código Penal,
vejamos:
(...)
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Nesse diapasão, o ilustre jurista CEZAR ROBERTO BITENCOURT, em análise
sistemática do disposto no artigo acima referido, reforça:
"(...) Enfim, preocupa-se não apenas com a "conduta carcerária", mas com toda a
execução da pena, que hoje implica maior contato com o mundo exterior,
Não fosse isso o bastante, o disposto legal acima transcrito adiciona que o sentenciado
deve demonstrar "bom desempenho no trabalho que foi atribuído", o que deixa claro que, durante o
cumprimento da pena, deve estar comprovado que o sentenciado desempenhou exaustiva jornada de
trabalho a revelar tal pressuposto legal à concessão da liberdade condicional.
3. Esta Corte pacificou o entendimento segundo o qual, apesar de a falta grave não
interromper o prazo para obtenção de livramento condicional (Súmula 441 do
Superior Tribunal de Justiça - STJ), as infrações disciplinares praticadas no
decorrer da execução penal justificam o indeferimento do benefício, pelo
inadimplemento do requisito objetivo.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
(TJ-MS - EP: 001152228201181200002 MS 0011522-28.2011.8.12.0002, Relator:
Des. Jonas Hass Silva Júnior, Data do Julgamento: 01/02/2021, 2ª Câmara
Criminal, Data de Publicação: 04/02/2021)
Nesse contexto, seguindo os recentes julgados, aliados ao expresso texto de Lei (art. 83,
inciso III do CP), diante da demonstrada inaptidão para o cumprimento da pena em regime de
semiliberdade, inarredável em concluir que o sentenciado ainda não está apto ao cumprimento da pena em
Digno de nota, ainda, que se afigura o livramento condicional como verdadeira "liberdade
antecipada", por este motivo, o benefício deve ser concedido aos presos que demonstraram estarem aptos
ao cumprimento da pena em benefício de tamanha amplitude.
Ante todo o exposto, ainda que atendido o requisito objetivo (lapso temporal), por força do
histórico prisional do sentenciado, encontra-se ausente o requisito subjetivo, motivo pelo qual, com base
no artigo 83, inciso III do Código Penal, INDEFIRO o livramento condicional ao sentenciado.
Por fim, se necessário, autorizo a elaboração do cálculo manual para constar a data do
preenchimento do requisito objetivo para o livramento condicional a mesma data constante na progressão
do regime prisional para o semiaberto.