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Oficie-se ao juízo da Vara Única da Comarca de São Lourenço do Oeste/SC, para, no prazo
máximo de quarenta e oito horas, prestar informações pormenorizadas sobre o alegado na
presente reclamação, esclarecendo especialmente a situação prisional do reclamante, se
seria de grupo de risco da Covid-19, se teria sido realizada audiência de custódia, de forma
presencial ou virtual, e as medidas adotadas para preservar o estado de saúde do
reclamante e evitar a disseminação do vírus da Covid-19 no local onde está recluso.
O juízo de São Lourenço do Oeste, por sua vez, no bojo dos Inquérito Policial n.
50023802920218240066 prestou as informações Supremo Tribunal Federal, da qual se
extrai a conclusão:
Sendo assim, esse Juízo não tem informações sobre a situação prisional do Reclamante,
uma vez que está recluso em outro Estado, nem se seria de grupo de risco da Covid-19, ou
se teria sido realizada audiência de custódia, de forma presencial ou virtual, e as medidas
adotadas para preservar o estado de saúde do reclamante e evitar a disseminação do vírus
da Covid-19 no local onde está recluso, haja vista que, reitero, a prisão não foi realizada
nessa Comarca, sequer nesse Estado, apenas os mandados teriam sido expedidos por este
Juízo.
Na sequência sobreveio a decisão da Ministra Relatora (doc. 5866592) em que é
determinada a imediata realização da audiência de custódia pelo juízo de São Lourenço do
Oeste, bem como a cientificação do ocorrido ao Excelentíssimo Senhor Presidente e à
Corregedora-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, para
adoção das providências cabíveis, conforme comando que ora se transcreve:
Oficie-se, com urgência, ao juízo da Vara Única da Comarca de São Lourenço do Oeste/SC
para ciência e cumprimento desta decisão, enviando, com urgência e por meio eletrônico,
cópia desta decisão.
Nessa perspectiva, verifica-se que a providência mais urgente foi adotada pelo Juízo de
São Lourenço do Oeste, que realizou a audiência de custódia, por videoconferência, em
sede do Inquérito Policial n. 5002380-29.2021.8.24.006, na data de 15/10/2021 (vide
documento 5872435), informação que, salvo melhor juízo, deve ser encaminhada com
urgência aos autos da Reclamação n. 49643/SC.
Não obstante a determinação para apuração em seara nacional, parece inescusável que
Corregedoria-Geral da Justiça também promova análise dos fatos na esfera estadual,
sobretudo visando evitar que situações como as registradas neste processo tornem a
ocorrer.
Art. 13. A apresentação à autoridade judicial no prazo de 24 horas também será assegurada
às pessoas presas em decorrência de cumprimento de mandados de prisão cautelar ou
definitiva, aplicando-se, no que couber, os procedimentos previstos nesta Resolução.
Art. 2º A audiência de custódia por videoconferência de que trata esta resolução será
realizada, em caso de prisão em flagrante, pelo juízo competente para o processamento da
respectiva ação penal e, em caso de cumprimento de mandado de prisão, pelo juízo que
emitiu a ordem de custódia.
Contudo, na Comarca de São Lourenço do Oeste, os órgãos do Poder Executivo local ainda
não foram providos com recursos tecnológicos para realização de audiências por
videoconferência, situação que será sanada em breve (autos 0044629-25.2020.8.24.0710)
e para qual por ora se aplica a disciplina da Resolução GP/CGJ n. 17/2020, que
estabelece apenas a competência do juízo do local da prisão em flagrante.
Com efeito, caso o juízo da comarca na qual se efetivou a prisão esteja realizando as
audiências de custódia de forma presencial, há até mesmo a possibilidade de aplicação do
entendimento anterior do Superior Tribunal de Justiça, que ao julgar o Conflito de
Competência 168.522, assentou:
2. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da Vara da Seção Judiciária
do Paraná, o Suscitante.
Sem embargo do acima aventado, é oportuno acrescer que o art. 2º, § 2º: da própria
Resolução CM n. 10/2021 contém regramento para a situação inversa, de cumprimento do
mandado de prisão originário de outro Estado,
É verdade que, muito embora não seja expresso, o normativo dispõe de regra análoga,
indicando que, na situação inversa, o juízo expedidor poderá contatar a administração do
local da custódia para verificar os trâmites para realização da audiência.
Todavia, é igualmente irrefutável que o mero indicativo do procedimento a ser tomado seja
suficiente, notadamente face aos expressivos desdobramentos experimentados no caso
concreto, de modo que a emissão de um comunicado aos Magistrados se desvela medida
de maior efetividade. Indica-se, ainda, que o comunicado não faça menção a quaisquer
outras peças deste processo ou eventos discutidos nos autos.
3) Ante a natureza das informações constantes dos autos, pela alteração do nível de acesso
do feito, de "público" para "restrito"; e