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SEEU - Processo: 0035083-96.2016.8.21.0021 - Assinado digitalmente por JONAS SZCZEPANOWSKI - ***.***.

850-15
[28.1] JUNTADA DE PETIÇÃO DE CONTRARRAZÕES - Petição em 28/02/2020

Razões de Agravo em Execução Penal

Agravante: Juçane Venâncio Kurtz

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJYNL J8FU8 BQTUB XVH2U


Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
Agravado: Ministério Público

Execução nº: 0035083-96.2016.8.21.0021 – PEC nº 146246-6

Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

Douta Procuradoria de Justiça.

Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juízo a quo,


impõe-se a reforma da respeitável decisão que indeferiu o pedido de prisão domiciliar,
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I – Dos Fatos:

A reeducanda cumpre pena privativa de liberdade desde 07 de julho de 2017, em


decorrência da suposta prática do crime de tráfico de drogas, incursa nas sanções do artigo 33,
caput, da Lei nº 11.343/06.

Conforme disposto nos autos, a Ré foi presa em flagrante, sendo o auto de prisão
homologado e a prisão em flagrante convertida em preventiva, e sendo ao final, condenada a
prisão definitiva de 07 anos de reclusão, em regime inicial fechado.

Todavia, a Agravante antes da prisão, encontrava-se na guarda e cuidados de sua


filha menor, atualmente com 10 anos de idade. Ainda, cumpre destacar que, a apenada é
portadora de HIV e Hepatite C, conforme documentação comprobatória juntada aos autos com
o referido pedido de Prisão Domiciliar.

Por tais motivos, já devidamente expostos e justificados no pedido de prisão


domiciliar, o qual restou indeferido pelo MM. Juízo a quo, é que a Agravante vem interpor o
presente recurso, no intuito de ver deferido seu pleito, qual seja, a prisão domiciliar em
substituição ao seu atual regime de cumprimento de pena.
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II – Do Direito:

A decisão do Meritíssimo Juízo merece ser reformada, visto que, data


venia, vai em desencontro à legislação vigente, bem como não reflete o melhor da
doutrina e jurisprudência pátria, merecendo tal decisão ser reformada por esta Colenda
Câmara.

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
Do Cabimento da Prisão Domiciliar:

Dispõe o Código de Processo Penal, nesse tocante, com as alterações advindas


da Lei 13.257/2016, que:
Art. 318: Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela
domiciliar quando o agente for:
(…)
V – mulher com filho de até 12(doze) anos de idade incompletos;
(Redação dada pela Lei nº 13.257/2016);

No entanto, apesar do referido artigo de lei, dispor sobre a prisão


domiciliar em substituição à prisão preventiva, a jurisprudência tem estendido sua
aplicação aos demais presos, sejam eles provisórios ou condenados, ainda que em
regime semi-aberto ou fechado, amparando-se no próprio Código de Processo Penal, o
qual disciplina a prisão domiciliar para presos, sejam eles provisórios ou condenados.
Nesse sentido, jurisprudências do Egrégio Tribunal de Justiça/RS:
AGRAVO EM EXECUÇÃO. IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL.
PRISÃO DOMICILIAR. APENADA QUE
CUMPRE PENA EM REGIME FECHADO.
VIABILIDADE, NO CASO CONCRETO, POR
QUESTÕES HUMANITÁRIAS. PRELIMINAR Alega o
Ministério Público, preliminarmente, a nulidade da decisão, em face da não
oitiva do Ministério Público por parte do juízo de execução penal, antes de
decidir a respeito da concessão da prisão domiciliar. Porém, entendo que não
prospera a nulidade aventada. Isso porque, embora a togada de origem tenha
decidido conceder a prisão domiciliar, de ofício, sem manifestação prévia do
Ministério Público, este foi intimado da decisão impugnada, tendo, assim,
oportunidade de exercer o contraditório mediante a interposição do presente
recurso de agravo. O contraditório, assim, ocorreu de forma diferida.
Outrossim, estando a causa pronta para o deslinde da controvérsia,
desnecessário o seu retorno para o primeiro grau, sobretudo para que o
Ministério Público apenas reitere os argumentos constantes do presente recurso.
MÉRITO Consta dos autos que a ora agravada foi
condenada a cumprir, em regime inicial fechado, a pena
privativa de liberdade de 04 (quatro) anos e 02 (dois)
meses de reclusão, pela prática do delito tipificado no
artigo 33, caput, e seu § 4º, da Lei nº 11.343/06. Na data de
28ABR2016, referida sentença condenatória transitou em julgado. Expedido
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mandado de prisão, J.A.C. foi presa na data de 09JUN2017. Na mesma data


foi concedida prisão domiciliar à apenada Sobre a prisão domiciliar
para cuidados de filho menor, certo é que o artigo 117, inciso
III, da LEP refere-se tão somente às detentas que cumprem
pena em regime aberto. Tem-se entendido, contudo, ser
a benesse também aplicável em situações
excepcionais, aos reeducandos em regime semiaberto

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ou fechado, quando, por questões humanitárias,
mostrar-se recomendável o cumprimento da
reprimenda em circunstâncias especiais. Precedentes. Ademais, o
próprio Código de Processo Penal disciplina a prisão
domiciliar para presos, sejam provisórios ou condenados.
No caso concreto, o juízo de primeiro grau logrou demonstrar ser o caso de
concessão da prisão domiciliar à ora agravada, notadamente em razão de ser
mãe de 12 (doze) filhos, sendo que nove ainda moram com ela. A Magistrada
acrescentou que duas crianças (gêmeas) são nascidas há pouco mais de um mês,
estando a apenada, atualmente, amamentando-as. Por certo, em
obediência ao disposto no artigo 227 da CRFB, que consagra
o princípio da proteção integral da criança, complementado
pelo Estatuto da Primeira Infância (Lei n.º 13.257/16), que
entrou em vigor na data de 09MAR2016 e que prega a
prioridade absoluta em se assegurar os direitos da criança, do
adolescente e do jovem, resta, com clareza meridiana, que a
solução adotada pela Dra. Juíza de origem é a que melhor se
amolda ao caso concreto. PRELIMINAR REJEITADA. AGRAVO
DESPROVIDO. (Agravo Nº 70074634494, Segunda Câmara Criminal,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Antônio Cidade Pitrez, Julgado em
14/09/2017) (grifei)

AGRAVO EXECUÇÃO PENAL. FILHO MENOR DE 12 ANOS. PRISÃO


DOMICILIAR. POSSIBILIDADE. Prisão domiciliar.
Possibilidade de imposição fora dos casos
estritamente previstos pelo art. 117 da Lei de
Execução Penal. Rol não taxativo. Jurisprudência da
Câmara e do Supremo Tribunal Federal. Presentes nos
autos comprovação de que a apenada possui um filho de 12 anos de idade, a
qual depende de seus cuidados, sendo que não possui nenhum outro familiar,
pois o genitor encontra-se recolhido no Presídio Estadual de Bento Gonçalves,
atualmente em regime fechado. Impõe-se aplicar ao caso concreto o novo
entendimento do STF, no julgamento do HC - 143641, em 20 de fevereiro de
2018, o qual concedeu habeas corpus coletivo para determinar a substituição
da prisão preventiva pela domiciliar sem prejuízo da aplicação das medidas
alternativas previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal de todas as
mulheres presas, gestantes, puérperas, ou mães de crianças e deficientes sob
Aplicação analógica e no contexto do caso e
sua guarda.
dos autos da Lei nº 13.257/2016, que alterou o art.
318 do Código de Processo Penal, ainda que se trate
de prisão definitiva. Precedente desta Câmara. Entendimento do STF.
AGRAVO PROVIDO. DECISÃO MODFICADA. (Agravo Nº
70077195964, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Rinez da Trindade, Julgado em 25/04/2018) (grifei)
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Ainda, com relação ao acórdão referente ao Agravo em Execução Penal nº


70077195964, acima ementado, trecho do voto do eminente Desembargador Relator, Rinez
da Trindade:
(…)
“Ainda, a apenada possui três filhos, Eduardo Henrique Goin, 15 anos de
idade, Carlos Eduardo Goin, 13 anos de idade e Nicolas Goin, de 04 anos de idade

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(certidões de nascimento fls. 07, 09 e 11), os quais dependem de seus cuidados.
Portando, é sabido que enquanto estiver sob custódia do estado, sendo ela provisória
ou definitiva, são garantidos ao apenado diversos direitos e garantias que devem ser
respeitados, consagradas no artigo 5º da Constituição Federal.
Ademais, a Lei n° 13.257/20161, alterou a redação do CPP, permitindo
que o regime de prisão domiciliar seja concedido às mulheres presas preventivamente,
as quais possuam filho menor de 12 anos de idade, ainda que não seja o caso da
apenada (condenação definitiva), é possível estender ao caso dos autos, visto que
sua filha depende da genitora.
Outrossim, o parecer social (fl. 16), refere a importância da apenada na
vida dos filhos, “… Compreendemos que a presença da genitora é importante para o
desenvolvimento psicossocial dos adolescentes e da criança, considerando os vínculos
afetivos existentes nesta relação mãe/filhos bem como se percebe a fragilidade da rede
de apoio familiar, neste momento.”

No HC 375774, com ementa trazida abaixo, onde o juízo de primeiro grau já


havia concedido prisão domiciliar à apenada, em sede de HC, o STJ, de mesmo modo, entendeu
por admitir e assim, manter a concessão da prisão domiciliar no caso em questão,
restabelecendo a ordem do juízo a quo. Vejamos, após a ementa abaixo, trechos dessa
decisão, da eminente Desembargadora Relatora, Ministra Maria Thereza de Assis
Moura, em relação ao caso.

Assim:

PROCESSO PENAL HABEAS CORPUS. PRISÃO DOMICILIAR.


EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. ORDEM CONCEDIDA.
1. A hipótese vertente diz respeito a execução provisória da pena, razão pela
qual o juiz, ao conceder a prisão domiciliar, valeu-se tanto do art. 318, V,
do CPP (que se aplica à prisão preventiva, como in casu, já que não se trata
A
de condenação transitada em julgado) quanto do art. 117, III, da LEP. 2.
jurisprudência desta Corte Superior firmou-se no
sentido de que "a melhor exegese do art. 117 da Lei
n.º 7.210/1984, extraída dos recentes precedentes da
Suprema Corte, é na direção da possibilidade da
prisão domiciliar em qualquer momento do

1
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: V - mulher com filho de até 12
(doze) anos de idade incompletos;
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cumprimento da pena, ainda que em regime


fechado, desde que a realidade concreta assim
o imponha" (HC 366.517/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI
CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 11/10/2016, DJe 27/10/2016).
3. Muito embora haja posicionamento doutrinário no sentido de não serem
automáticas as hipóteses de prisão domiciliar (Eugênio Pacelli de Oliveira e

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Douglas Fischer: Comentários ao Código de Processo Penal e sua

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jurisprudência. 4ª ed., São Paulo: Atlas, 2012, p. 645-646), sendo necessário
analisar as circunstâncias do caso concreto para saber se a medida será
suficiente, o juízo de primeiro grau logrou demonstrar ser o caso de
concessão da prisão domiciliar à ora paciente, notadamente em razão da
necessidade de cuidar de 4 (quatro) filhos, todos menores de 12 (doze) anos
de idade - 1 (um) deles com apenas alguns meses de vida. O magistrado
acrescentou, ainda, que o parecer técnico do estudo social
recomendou a medida. 4. Ordem concedida, confirmando a liminar,
para restabelecer a decisão de primeiro grau que havia concedido à paciente
a prisão domiciliar, mediante o cumprimento das seguintes condições: 1)
recolhimento domiciliar em período integral, autorizando-se apenas eventuais
saídas para acompanhamento e tratamento de sua saúde e dos filhos; 2)
comparecimento em Juízo sempre que requisitada; e 3) comunicação prévia
de mudança de endereço. (grifei)

Abaixo, trechos da decisão da eminente Desembargadora, Ministra


Maria Thereza de Assis Moura, no HC 375774, acima ementado, corroborando o
entendimento acerca da necessidade da concessão da prisão domiciliar à apenada:

(…)
“Porém, o próprio Código de Processo Penal disciplina a prisão
domiciliar para presos, sejam provisórios ou condenados. Dispõe o CPP: […]”
(…)
“Destarte, respeitadas opiniões diversas, andou bem a lei. Nada obstante,
o que imporia é que, se antes a previsão de prisão domiciliar era apenas para
reeducandos cm cumprimento de pena cm regime aberto (art. l17, da LEP), agora é
possível para os presos provisórios e, por óbvio, também a todos os demais presos,
independentemente do regime, com requisitos, como se vê, mais flexíveis.
Além disso, a Constituição Federal consagra o princípio da proteção integral da
criança com absoluta prioridade, conforme art. 227, in verbis: [...]”
(…)
“Assim, entendo que não se trata de salvo-conduto, conforme deduzido
pelo parquet, mas sim de efetivação de direitos e garantias fundamentais
constitucionalmente previstos. No caso concreto, consta do parecer técnico do estudo
social de fls. 54-7:
'[...] Conforme os relatos apresentados, a reeducanda sempre teria exercido
satisfatoriamente o papel de cuidadora em relação aos filhos. Apesar das limitações,
os avós se dispõe a permanecer com os netos. Eles sabem, no entanto, que não teriam
condições de suprir a falta que as crianças sentem em relação à mãe. Diante do
exposto, entendemos que a permanência de Bruna em prisão domiciliar, com os filhos,
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permitiria a satisfação das suas necessidades materiais e afetivas, favorecendo o


adequado desenvolvimento dos mesmos.[…]' (fl. 57).”
(…)
Por estarem presentes os requisitos para o deferimento do pretendido,
com base no art. 117. inciso III. art. 114, parágrafo único e art. 115, todos da LEP, c/c
art. 317 e art. 318, V, ambos do CPP, por analogia. DEFIRO A PRISÃO DOMICILIAR
favor da reeducanda

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(…)

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“Daí o presente mandamus, no qual a impetrante alega que é caso de
concessão da prisão domiciliar, com base no artigo 318 do Código de Processo Penal,
já que a paciente é genitora de 4 (quatro) filhos, todos menores de 12 (doze) anos de
idade. Sustenta que "a prisão domiciliar, no caso em questão, traduz a efetivação de
direitos e garantias fundamentais constitucionalmente previstos e direito subjetivo dos
infantes".
(…)
“Decido.
Da análise dos autos, verifica-se que o pedido formulado reveste-se de
plausibilidade jurídica. Com efeito, o juízo de primeiro grau, ao menos primo oculi,
logrou demonstrar ser o caso de concessão da prisão domiciliar à ora paciente,
notadamente em razão da necessidade de cuidar de 4 (quatro) filhos, todos menores de
12 (doze) anos de idade - 1 (um) deles com apenas alguns meses de vida. O magistrado
acrescentou, ainda, que o parecer técnico do estudo social recomendou a medida, nestes
termos (fl. 48):
(…)
"(...) Conforme os relatos apresentados, a reeducanda sempre teria
exercido satisfatoriamente o papel de cuidadora em relação aos filhos. Apesar das
limitações, os avós se dispõe a permanecer com os netos. Eles sabem, no entanto, que
não teriam condições de suprir a falta que as crianças sentem em relação à mãe. Diante
do exposto, entendemos que a permanência de Bruna em prisão domiciliar, com os filhos,
permitiria a satisfação das suas necessidades materiais e afetivas, favorecendo o
adequado desenvolvimento dos mesmos. (...)".
O Tribunal a quo, por sua vez, ao menos em um juízo de cognição sumária,
não trouxe argumentos capazes de afastar os fundamentos do juiz.
Diante do exposto, defiro a liminar para restabelecer, até o julgamento do mérito deste
habeas corpus, a decisão de primeiro grau que havia concedido à paciente a prisão
domiciliar, mediante o cumprimento das seguintes condições: 1) recolhimento
domiciliar em período integral, autorizando-se apenas eventuais saídas para
acompanhamento e tratamento de sua saúde e dos filhos; 2) comparecimento em Juízo
sempre que requisitada; e 3) comunicação prévia de mudança de endereço.”
(…)

Desta forma, pelo já exposto, podemos verificar que, diante do atual


entendimento jurisprudencial, como nos casos já exemplificados, vêm sendo concedida
a prisão domiciliar às apenadas em situação análoga a do caso em tela, ou seja, tem-
se entendido aplicável a concessão do cumprimento da pena em regime domiciliar,
ainda que, em casos de condenação definitiva e de cumprimento de pena em regime
fechado, condição atual da Agravante.
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Anexo ao pedido de prisão domiciliar, a requerente, ora Agravante, juntou


Parecer Psicológico, emitido pelo psicólogo Tiago da Muza Rosa (CRP07/16137), o
qual avaliou, psicologicamente, a menor Isabelle, filha da ora Agravante Juçane, do qual
conclui-se que, atualmente a menor vem passando por sérios constrangimentos, visto
que atualmente reside, juntamente, com seu irmão Braian, na casa dos avós paternos
desse, os quais não tem nenhum vínculo biológico com a menor Izabelle, tendo sido
criado, tal vínculo, devido à necessidade de amparo à menor na ausência de sua genitora

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e a pedido e por intermédio de seu irmão Braian, ou seja, vínculo este surgido devido a
prisão e consequente ausência de Juçane, genitora da menor.

Deste modo, a menor Isabelle, desde a prisão de sua mãe vem sendo
cuidada por seu irmão, e também pelos avós desse, sendo que o mesmo assumiu tal
papel, devido à ausência de algum outro familiar que pudesse cuidar da menor. Porém,
atualmente Braian se divide entre os cuidados de sua irmã, e de seu filho, o que tem sido
extramente dificultoso para ele, visto que não consegue exercer tal papel com a devida
dedicação, atenção e cuidados, necessários, ao desenvolvimento de sua irmã.

Diante do relatado, e conforme parecer psicológico, em anexo ao referido


pedido, comprova-se a urgente necessidade do acompanhamento e retorno do convívio
da menor Izabelle com sua mãe, a apenada, ora Agravante, Juçane, visto que a menor
tem vivenciado situações, consideradas traumáticas, como bullying sofrido no ambiente
escolar, conforme relatado no referido parecer psicológico. Além de que, trata-se de uma
menina, entrando na adolescência, com 10 anos de idade, em fase de desenvolvimento,
cuja presença materna é essencial, considerada de extrema importância para se garantir
o mínimo essencial para o seu desenvolvimento, pois além da ausência de sua genitora,
nesta fase tão importante da sua vida, a mesma ainda sofre com a falta de convivência
paterna, visto que, conforme também relatado no mesmo parecer, o pai de Izabelle,
apesar de contribuir financeiramente com a pensão alimentícia, não é uma figura
presente em sua vida, fato que gera significativo abalo emocional à menor, pois convive
com a constante ausência de ambos os genitores, dependendo apenas da boa vontade de
terceiros, além de seu irmão, para acompanhar seu desenvolvimento.

Ainda, importante destacar que, a apenada, ora Agravante, Juçane, é


portadora do HIV, assim como da Hepatite C, conforme atestado médico, juntado aos
autos, o que acaba por desencadear maior abalo psicológico, tanto na apenada/Agravante,
como em seus filhos, diante da atual situação vivenciada, como também que, antes de
ser presa, Juçane residia apenas com sua filha, a menor Izabelle, exercendo de forma
extremamente satisfatória seu papel de mãe, demandando todos os cuidados necessários
a sua filha, o que torna ainda mais complexa a situação vivenciada pela menor Izabelle,
que vem buscando se adaptar a toda esta nova situação, o que tem sido extremamente
prejudicial ao seu desenvolvimento, considerando que a referida situação certamente lhe
causará prejuízos irreparáveis à sua formação, tendo sido, inclusive, recomendado pelo
profissional de psicologia, Tiago da Muza Rosa (CRP07/16137), que a menor venha a
receber, o quanto antes, acompanhamento psicológico, de forma continuada, pelo menos
até enquanto durar tal situação de vulnerabilidade familiar, relativamente à menor
Isabelle.
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Fato de extrema relevância, é destacarmos que, na data de


31/08/2018, o avô paterno de Braian, irmão de Izabelle, o sr. Lindolfo Marcondes
Gonçalves, veio a falecer, conforme certidão de óbito, juntado aos autos, fato este
que corrobora ainda mais a necessidade do retorno de Juçane ao convívio e
cuidados de sua filha, a menor Izabelle, visto que era o sr. Lindoldo quem ajudava
e auxiliava Braian nos cuidados de sua irmã Izabelle, sendo que, após seu

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falecimento, tornou-se muito mais difícil para Braian cumprir com a tarefa de

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cuidar de sua irmã, pois sua avó, que também auxiliava Braian nesta tarefa, diante
do falecimento de seu esposo, não possui mais condições de cuidá-la como antes,
devido a situação de vulnerabilidade que a mesma agora também se encontra, pois
o falecimento do sr. Lindolfo trouxe significativas mudanças em toda a estrutura
familiar.

Deste modo, diante do falecimento do sr. Lindolfo, o qual prestava


importante auxílio à Braian para com os cuidados relativos à sua irmã Izabelle, tornou-
se extremamente dificultoso para Braian continuar cumprindo com a tarefa de cuidar de
sua irmã, pois como já relatado, este além de ter que atender as necessidades de sua
própria vida, ainda tem que dividir-se entre atender a seu filho e sua irmã.

Sendo assim, não há dúvidas da urgente necessidade do retorno de Juçane


ao seu lar o quanto antes, para que possa atender aos cuidados e necessidades de sua
filha, a menor Izabelle, que se encontra em visível situação de vulnerabilidade.

O ilustre Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,


Guilherme de Souza Nucci, em seu livro “Prisão e Liberdade” (Editora Revista dos
Tribunais, 3. ed., p. 114), refere que:

“A mens legis diz com a necessidade de resguardar,


em tal situação, não o agente criminoso, mas sim a pessoa
que se encontra em situação de vulnerabilidade
legitimadora de maiores cuidados, quais as crianças e
deficientes, de modo coerente, inclusive, com a maior
proteção a eles deferida pelo ordenamento jurídico
nacional, constitucional e infraconstitucional, e
internacional.”

Devemos considerar que, o que se busca com o pleiteado, é o


estabelecimento do que venha a ser o melhor para a menor Isabelle, e não para sua
genitora. Sendo, com esse fim, de proteção à criança, como no caso em tela, é que tanto
o ordenamento jurídico pátrio, como mecanismos internacionalmente respeitados,
buscam garantir direitos e resguardar o mínimo essencial ao desenvolvimento das
crianças.
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Nesse contexto, a Constituição Federal/88, dispõe em seu artigo


1º, III, artigo 6º e artigo 227 que:
Art. 1º: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e

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tem como fundamentos:
(...)
III - a dignidade da pessoa humana;
Art. 6º: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,
o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
Art. 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.” (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010).

Ainda, a Convenção sobre os Direitos da Criança, internalizada ao


direito pátrio, através do Decreto nº 99.710/90, estabelece, dentre outros preceitos
que:

Artigo 2º, item 2: Os Estados Partes tomarão todas as medidas apropriadas para
assegurar a proteção da criança contra toda forma de discriminação ou castigo por
causa da condição, das atividades, das opiniões manifestadas ou das crenças de seus
pais, representantes legais ou familiares.
Art. 3º, item 1: Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por instituições
públicas ou privadas de bem-estar social, tribunais, autoridades administrativas ou
órgãos legislativos, devem considerar, primordialmente, o interesse maior da
criança.

Também, a Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente


determina que:
Artigo 6º: Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se
dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a
condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
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Artigo 19: É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua
família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar
e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.

E, ainda, devemos considerar as Normas Internacionais para o

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Tratamento de Mulheres Encarceradas extraídas da 65ª Assembléia da

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.


Organização das Nações Unidas, estabelecidas nas conhecidas Regras de
Bangkok, as quais preconizam, dentre outras regras que:
Regra 2, item 2: Antes ou no momento de seu ingresso, deverá ser permitido às
mulheres responsáveis pela guarda de crianças tomar as providências necessárias em
relação a elas, incluindo a possibilidade de suspender por um período
razoável a medida privativa de liberdade, levando em consideração o melhor
interesse das crianças.

Além de que, a Lei 13.257/2016, que entrou em vigor em março de 2016,


sendo considerada o Marco Legal da Primeira Infância, alterou, como já demonstrado, a
redação do artigo 318 do Código de Processo Penal, objetivando tornar ainda mais
amplas as hipóteses de concessão de prisão domiciliar. Além, do recente entendimento
do STF sobre a matéria e julgamento do HC 143641, que determinou a substituição da
prisão preventiva por domiciliar de mulheres presas, em todo o território nacional, que
sejam gestantes, ou mãe de crianças de até doze anos ou deficiente, sendo de extrema
importância frisar que, tem-se aplicado analogicamente tal entendimento,
estendendo-se a concessão, ainda que se trate de prisão definitiva, conforme já
demonstrado nas jurisprudências já colacionadas.

Ainda, nesse sentido, as demais jurisprudências, demonstrando o


deferimento da prisão domiciliar, em casos análogos ao caso em tela,
corroborando ainda mais com a alegada necessidade de deferimento do
presente pedido:

TRÁFICO DE DROGAS. PACIENTE


HABEAS CORPUS.
COM FILHO MENOR DE 12 ANOS. A paciente preenche
os requisitos para a substituição da prisão preventiva pela
domiciliar, porquanto possui uma filha que
atualmente conta com 10 anos. Em razão da tenra
idade, indubitavelmente, ela depende dos cuidados
da mãe, sendo isso imprescindível. Assim, nos termos do art.
318, inciso v, do código de processo penal, bem como do que foi decidido pelo
pretório excelso no habeas corpus coletivo nº 143.641, é cabível a
concessão de prisão domiciliar à paciente. ORDEM
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PARCIALMENTE CONCEDIDA, POR MAIORIA. (Habeas Corpus Nº


70077943108, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Manuel José Martinez Lucas, Julgado em 11/07/2018)

Abaixo, trecho do relatório e do voto do eminente Desembargador


Manuel José Martinez Lucas, no julgamento do HC 70077943108, acima ementado:

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
(…)
“Aduz as condições pessoais da paciente, bem como requer a prisão
domiciliar da mesma, uma vez que se trata de mãe com filha pequena, sendo
também portadora de HIV além de outras doenças.”
(…)
“Entretanto, a paciente preenche os requisitos para a substituição da
prisão preventiva carcerária pela domiciliar, porquanto possui uma filha que
atualmente conta com 10 anos. Em razão da tenra idade, indubitavelmente,
ela depende dos cuidados da mãe, sendo isso imprescindível . Assim, nos
termos do art. 318, inciso V, do Código de Processo Penal, bem como do que foi decidido
pelo Pretório Excelso no Habeas Corpus coletivo nº 143.641, é cabível a concessão de
prisão domiciliar à paciente.”

Ainda, nesse sentido:


AGRAVO EXECUÇÃO PENAL. FILHO MENOR DE 12 ANOS.
REGIME FECHADO. PRISÃO DOMICILIAR.
POSSIBILIDADE. Prisão domiciliar. Possibilidade de
imposição fora dos casos estritamente previstos pelo art. 117 da
Lei de Execução Penal. Rol não taxativo. Jurisprudência da
Câmara e do Supremo Tribunal Federal. Presentes nos autos
comprovação de que a apenada possui três filhos de 03,
04 e 06 anos de idade, os quais dependem de seus
cuidados, sendo que não possuem nenhum outro familiar
disponível para cuidar-lhes em tempo integral. É sabido
que enquanto estiver sob custódia do estado, sendo ela
provisória ou definitiva, são garantidos ao apenado diversos
direitos e garantias que devem ser respeitados, consagradas no
artigo 5º da Constituição Federal. Aplicação analógica e no
contexto do caso e dos autos da Lei nº 13.257/2016, que alterou o art.
318 do Código de Processo Penal, ainda que se trate de prisão
definitiva.
Precedente desta Câmara. Decisão Mantida na integra.
AGRAVO MINISTERIAL DESPROVIDO. (Agravo Nº 70077274983,
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Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rinez da


Trindade, Julgado em 30/05/2018)

Em suma, frente a esta realidade extremamente preocupante, da prisão de


mulheres com filhos sob seus cuidados, é que vêm sendo, consideradas, alternativas

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institucionais à prisão, com o intuito de preservar e garantir direitos essenciais ao

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desenvolvimento das crianças, sendo que, o raciocínio que se deve fazer, neste caso,
deve partir da consideração do que é melhor para o vulnerável que, no caso em tela,
é a filha da Agravante Juçane, a menor Isabelle, e não do que venha a ser mais
aprazível para a apenada.
Sendo assim, de todo exposto, o referido pedido encontra amparo legal na
proteção aos direitos e garantias da criança, como também na dignidade da pessoa,
humana, visto que preconiza essencialmente o bem-estar da criança.

Diante do apresentado, e em conformidade com a legislação


vigente e atual entendimento jurisprudencial, acerca de casos análogos ao caso
em tela, a atual situação da Agravante restringe o direito da criança, no caso,
sua filha, a menor Isabelle, ao adequado e necessário cuidado e convívio
familiar, dentre outros, sendo deste modo, possível, visando atender as
necessidades e ao bem-estar da menor, assim como em consonância ao atual
entendimento dos tribunais superiores, que o cumprimento da pena de prisão
da Agravante, venha a ser na modalidade de prisão domiciliar.

III – Do Pedido:

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para


que seja determinada a Prisão Domiciliar da Agravante, como medida de direito.

Nestes termos, pede deferimento.


Passo fundo, 28 de fevereiro de 2020.

Valmor Tronco Jonas Szczepanowski Fábio Ferreira de Aguiar


OAB/RS 32.118 OAB/RS 74.216 OAB/RS 83.130

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