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07/04/22
Caso 03
Com base na referida decisão judicial, o BANCO quer instaurar acção executiva contra
ROBERTO, no referido Juízo central cível de Coimbra, sendo que o requerimento
executivo foi subscrito e enviado por via electrónica por um advogado estagiário.
Competência do tribunal:
- STJ
- Tribunais da Relação
Só os tribunais de 1ª instancia tem competência para tramitar a ação executiva – art. 86º
CPC. As ações são sempre propostas em 1ª instancia, mas as vezes podem ir direto para
os tribunais da relação, que funcionam como tribunais de 1ª instancia nessas situações
excecionais – ex. revisão de sentença estrangeira.
1ª situação: o título é uma decisão judicial. Assim, vou executar uma sentença. Quem
julga, executa, vou ao tribunal que proferiu a decisão – art. 85º/1. É melhor termos um
juízo especializado para executar, vamos remeter o processo para o juízo de execução.
2ª situação: o título é outro, não tenho sentença, pode ser requerimento de injunção, uma
escritura público, títulos extrajudiciais – art. 89º/2. Vai ser o foro da situação da coisa,
ou o foro do réu, por exemplo.
1ª situação: há juízo de execução. A lei diz então que este tem competência exclusiva –
art. 129º/1 LOSJ. Mas depois ainda há uma exceção a exceção, voltamos para a
premissa de que quem julga, executa. Ainda há um juízo de execução, mas vou defender
a regra de que quem julga, executa. Em que situação isso ocorre? Situações do 129º/2
LOSJ.
2ª situação: se não tiver juízo de execução. Vai ser tramitada nos juízos cíveis, local ou
central.
Competência internacional
Voltemos ao caso. Foi condenado no juízo central cível de Coimbra. Tanto em Lisboa
quanto em Coimbra existem juízos de execução. Quer intentar a ação no juízo central
cível de Coimbra.
Esse não é um dos casos da exceção da exceção, não se trata de uma decisão do juízo do
trabalho, de família e menores. Logo, conjugadas as normas do 85º/1, 85º/2 CPC e
126º/1 LOSJ, competente não era o juízo central cível, mas sim o juízo de execução de
Coimbra.
A lei diz, art. 53º CPC. Qual a diferença para ação executiva e ação declarativa? Vamos
olhar aqui para o título executiva, sentença, cheque, etc., e ver quem é o credor. Logo,
aqui está a legitimidade, é ser a parte certa naquele processo. A ação executiva é mais
simples que a declarativa. Mas há alguns desvios a regra geral, que estão no art. 54º
CPC.
Nº1: casos de desatualização do título, vou contar uma história correta para mostrar ao
juiz que agora eu sou o devedor, que mudou o credor, etc., que é o que ocorre no caso
prático. Bernardo morreu, Roberto é herdeiro, havia uma sentença, um título que
condenava Bernardo, título este que está desatualizado, pois o herdeiro agora é Roberto,
então vamos mover a ação executiva para o herdeiro. Segundo essa norma, o herdeiro
tem legitimidade. Vamos prescindir da ação judicial.
Nº2: “paitrocínio”. Se o banco quiser fazer valer a sua garantia, tem que faze-lo perante
o paitrocinador.
21/04/22
Começa com a petição inicial, depois contestação, réplica e o juiz ainda não teve
nenhum contato com o processo. Já houve distribuição do processo no tribunal, já há o
juiz titular do processo, mas ele ainda não teve contato com o processo. Isso é assim em
99% dos casos de ação declarativa. E na ação executiva? Não, a realidade aqui é outra.
Qual o contato e como o juiz faz na ação executiva com as peças do processo?
Formas de processo: guião de tramitação, de passos, conjunto de ritos que se segue para
chegar ao final do processos. Quais as formas na ação executiva? Qualquer dos tipos de
ação executiva pode seguir uma de duas formas:
1. Forma comum
2. Forma especial
Ex.: execução por alimentos, direito da família, é uma execução especial, segue a forma
especial. Atenção maior a forma comum – pagamento de quantia certa, entrega de coisa
certa, prestação de fato.
- Despacho liminar
- Citação prévia
Art. 550º CC
A forma ordinária será mais demorada, mas a grande diferença é que aqui há duas
coisas: despacho liminar e citação previa do executado.
O despacho liminar não existe na ação declarativa, liminar significa no início na lide, o
juiz no começo da ação não participa do processo. Na ação executiva na forma comum
ordinária, há despacho liminar, é a regra, no início da lide o juiz vai proferir um
despacho. A citação prévia é relativa a penhora, vamos avisar o executado relativamente
a penhora.
Na forma sumária não há nenhuma dessas duas coisas. Vamos penhorar o salário do
executado, por ex., sem que ele tenha sido chamado na ação executiva. Aqui não está
preocupado em avisar o juiz, vamos à procura de bens.
Saber quando sigo cada uma das formas = art. 550º CPC. Nas situações mais serias,
vamos aplicar a mais solene, a forma ordinária, nas menos graves a forma sumaria.
No art. 550/2/a, quando seja uma decisão judicial, como uma sentença, nos casos em
que a decisão não deva ser executada no próprio processo.
No nosso caso, não corre no próprio processo, logo, se aplica a forma sumaria. Quando
a execução sai do tribunal que emitiu a ação declarativa e vai para tribunal de execução,
a forma é sumaria!!!!
Mas e nos casos em que a execução ocorre nos próprio auto, já não se aplica o processo
sumario? Não faz sentido. Art. 626º/2 CPC vem dizer que quando a execução ocorra
nos próprio autos, também se aplica o processo sumario. Pra facilitar: quando o título
for uma sentença, vai ser sempre forma sumária, seja pelo 626/2 ou pelo 500/2/a.
Tramitação processo ordinário: começa com um requerimento executivo. Vai parar nas
mãos do agente de execução, é este quem vai receber o requerimento executivo – art.
725º CPC. A falta desses requisitos do art. pode levar a recusa do requerimento.
Advogado pode se conformar com a recusa ou então pode apresentar outro
requerimento ou documento em falta no prazo de 10 dias depois de ser notificado da
recusa. Depois, temos o recebimento da secretaria, que é um misto de tribunal e agente
de execução que não é tribunal, é profissional liberal. Por fim, passa para a tramitação
subsequente.
Depois temos o despacho liminar proferido pelo juiz. Pode ser 1 de 4: despacho de
indeferimento total ou parcial (título executivo é num guardanapo, por ex.); despacho de
aperfeiçoamento (a parte não trouxe o advogado e deveria ter trazido, pois é acima de
30 mil euros); despacho que ordena a citação previa do executado (é a situação normal,
está tudo bem com o processo); despacho que dispensa a citação prévia do executado
(isso é grave, esse despacho significa que vamos avançar direto a penhora sem o
executado ser ouvido).
Casos em que ocorre a dispensa de citação previa = art. 727º CPC. Tem as
características do procedimento cautelar, arresto, pois aqui há apreensão do patrimônio
quando há receio da garantia patrimonial. Pede-se a penhora, pois há receio de perda da
garantia patrimonial. No arresto não tem ação executiva.
Portanto, quando o título for uma sentença, os meios de defesa são limitados, apenas os
meios do art. 729º.
Por que a lei diz 729/g – discussão é a parte final do julgamento. Se o pagamento é
anterior a essa fase, não pode ser invocado na ação executiva, tem que ser levado a ação
declarativa, se não acaba o direito de invocar esse pagamento. Se eu não apresentei o
pagamento, eu levo a responsabilidade, tenho que pagar duas vezes.
Se eu nada disser na ação declarativa e pagar, vou ter que pagar de novo na ação
executiva. Se eu pagar após o fim da ação declarativa, extingue.
05/05/22
Na forma comum ordinária, esse despacho do juiz pode ser 1 de 4, vimos na aula
anterior.
Quando o juiz faz a citação, isso significa que o executado deve pagar a dívida ou então
opor-se a execução –726º/6.
No caso prático temos um título que é uma sentença, e isso quer dizer que já houve uma
ação declarativa onde foram apreciadas questões do direito material, já houve uma
história que levou a formação do título. Quando ele é uma sentença, será que a defesa, o
contraditório, deve ter a mesma amplitude que tem na ação declarativa? Ele vai repetir o
que fez na ação declarativa?
Se há uma sentença que já resolveu quem tem direito, na ação executiva vai se dizer
menos que o normal da declarativa. O art. 729º vai restringir, limitar os fundamentos da
oposição à execução quando o título for uma sentença. O fundamento da oposição a
execução, al. d, qualquer fato extintivo ou modificativo da obrigação, desde que seja
posterior ao encerramento da discussão no processo declarativo. Isso significa que não
vai deixar invocar qualquer pagamento posterior, tem que ser posterior ao encerramento
do processo declarativo. Essa norma quer dizer que se o devedor faz um pagamento
total ou parcial antes da sentença na ação declarativa, e não invoca esse pagamento
antes da sentença, é auto responsável por não ter trazido esse fato a ação declarativa;
concentração da defesa, o réu é responsável pela sua defesa. Se ele não utiliza esse
meio, é prejudicado. Se ele pagou antes do encerramento da ação e não invoca, ele vai
ter que pagar 2x.
Se a ação declarativa já terminou e ele pagou depois do fim dessa ação, ele pode invocar
na ação executiva que o que deve pagar já está extinto ou é uma quantia menor.
Injunção – art. 857º CPC. Há um alargamento que não existia, legislador alargou os
meios de defesa quando o título é um documento de injunção, acórdão TC 2015. Mas
ainda assim não é uma defesa irrestrita e ampla, o que pode colocar em causa questões
de inconstitucionalidade.
Como é tramitada a oposição a execução na forma comum ordinária nos termos do art.
732º e 733º? Há despacho liminar, citação previa, oposição a execução mediante
embargos, despacho liminar do juiz aceitando os embargos, notificação do exequente
para contestar os embargos, tramitação do processo comum declarativo.
Quando há dispensa de citação previa – art. 727º. O contraditório vai existir na mesma,
a única diferença é que ele ocorre depois da penhora. Ele vai defender-se relativamente
a penhora e a execução.
Felismina considera a penhora destes bens ilegal e pretende reagir. Para além disso,
quer aproveitar uma boa proposta para a venda do apartamento da Figueira da Foz. Quid
iuris?
Em PT pode penhorar bens de família, casa de morada, etc., no Brasil isso já não
acontece.
O único micro-ondas que existe na casa de morada, o sofá, a cama... isso tudo é
problemático. E o salário, pode penhorar metade? Há sempre um equilíbrio a fazer em
relação a penhora e a não penhora.
Art. 727º - dispensa de citação prévia do executado na forma comum ordinária, é uma
exceção.
Penhora
Regra que não admite exceção: só podem ser penhorados bem do executado. Só
podemos apreender o patrimônio de quem assuma o estatuto processual de executado. O
executado pode ser o devedor ou um terceiro, exemplo do “paitrocínio”, o bem do pai
pode vir responder às dividas do filho.
Outra regra: não podem ser penhorados todos os bens de quem seja executado. Há
limites, as famosas impenhorabilidades. Art. 736º e 739º.
O computador que ela tinha no caso é impenhorável, pois ela usava para trabalho, para
organizar eventos.
Temos ainda bens totalmente penhoráveis e bens parcialmente penhoráveis – art. 738º.
Vamos primeiro fazer a impenhorabilidade, aplicar a regra dos 2/3: 2/3 de 5 mil euros =
3333,33 euros. Se esse valor for maior aos 2115 então nosso caso está no limite do
738/3. Isso significa que podem penhorar mais que 1/3 do salário. Vamos penhorar mais
que 1/3 desde que deixem nas mãos do executado os 2115 euros.
Vamos olhar quanto foi penhorado e quanto foi deixado nas mãos do executado, se
deixaram mais de 2115 então a penhora é legal. No nosso caso penhorar metade é
valido, pois sobra 2500 nas mãos dela.
Imaginemos outro caso: o executado ganhar 710 euros, o agente de execução penhorou
1/3. Pode? Não. Há limite mínimo. Temos que deixar pelo menos 705 euros, logo, só
podemos penhorar 5 euros.
Aplicar ao salário 2/3, se der mais que 2115, então sei que posso penhorar mais que 1/3
desde que sobre 2115 nas mãos do executado.
Art. 740º, 741º e 742º. Responsabilidade subsidiaria no caso de dívidas dos cônjuges.
1695º/1 CC e 1696º CC.
Art. 740º - se a dívida for exclusivamente do cônjuge executado se permite que, para
proteger o outro cônjuge, haja separação patrimonial para que na falta dos bens próprios
responda e meação dos bens comuns. É para proteger o outro cônjuge. O outro cônjuge
vai requerer a separação de bens, se não fizer isso, a execução vai para os bens comuns
e ele pode sair prejudicado. A execução fica suspensa até a partilha.
Art. 741º e 742º - execução movida contra apenas um cônjuge, mas a dívida é comum,
mas o título executivo é apenas contra um, é o cheque do marido (ex. da aula). Se o
título não for uma sentença, se não for judicial, permite que se crie no próprio processo
um “titulo” contra o outro cônjuge. E agora temos título contra ambos e vamos fazer a
penhora contra ambos. É um título complementar do título que já temos. Isso só se o
título NÃO for uma sentença. Se há uma sentença, houve uma ação declarativa, era
nessa ação que se devia chamar o outro cônjuge, se não chamou, não tem o ônus de
novo. Conseguir a comunicabilidade da dívida.
Efeitos da penhora
Indisponibilidade material dos bens penhorados. A pessoa perde a
disponibilidade dos bens, não pode gozar dos bens, passa para o tribunal os
poderes de gozo que integram o direito do executado.
Indisponibilidade jurídica dos bens penhorados: ineficácia relativa dos atos
dispositivos ou de oneração do direito subsequente (e também ao arrendamento)
– art. 819º CPC.
Ex.: posso vender um apartamento que foi penhorado? Pode, mas a venda de um bem
penhorado é ineficaz. É eficaz relativamente a execução, ou seja, a pessoa que compra a
casa só vai ter efetivamente a casa se o executado pagar a dívida e a penhora acabar. É
um negócio arriscado. Se tudo correr bem não há problema em vender o bem
penhorado.
LAST CLASS
Efeitos reais se transferem por mero efeito do contrato – sistema de título e não de
modo.
Mas há uma exceção (não há hipoteca sem registro, mas não é esse). Mas há casos em
que o registro dá direitos – casos de terceiros para efeitos de registro, casos de dupla
alienação. A vendeu a B que não registrou, A é um trapaceiro, tem a coisa registrada a
seu favor e vende uma 2ª vez. A venda registrada em 2017, porque foi primeiramente
registrada, é a venda que prevalece, mas é uma venda a non domino, nula – art. 280º
CC, mas quem é titular do direito é quem registrou primeiro.
A pergunta que nos interessa na ação executiva é se a penhora também é abrangida pelo
conceito de terceiros para efeitos de registro, quem adquire na sequência da penhora, na
venda executiva, também vai ser protegido a uma venda anterior não registrada? Ex.: A
vendeu a B, B não registrou em 2008, A agora contraiu dívidas e alguém penhorou bens
que lhe pertenciam, esse agente de execução vê um terreno a favor de A e penhora.
Então não houve dupla alienação, mas existiu contração de dívidas, etc. A pergunta é
essa: a penhora é abrangida pelo conceito de terceiros para efeitos de registros? A
consequência pratica é, se vamos proteger a penhora e quem adquire na venda
executiva, o B que a luz do direito substantivo é o dono, não ganha os embargos de
terceiros. Se protegermos a penhora e o exequente, então B pode tentar embargar, mas
perde os embargos de terceiros. Se a penhora não for abrangida pelo conceito de
terceiros para efeitos de registro, então B ganha os embargos.
*não abranger a penhora = não protege o exequente e B que comprou e não registrou é o
dono.
1. Concepção restrita: não abrange a penhora, logo, B era dominus, dono, ganha os
embargos, é proprietário pelo direito substantivo. Terceiros para efeitos de
registro são as pessoas que do mesmo autor ou transmitente adquiram direitos
total ou parcialmente incompatíveis sobre o mesmo prédio. Apenas os casos de
dupla alienação aqui e não os casos da penhora, apenas os casos em que há uma
dupla intervenção é que vamos proteger o terceiro. Casos de dupla alienação,
casos de trapaceiro. Atores como Manuel de Andrade, Orlando de Carvalho,
Mota Pinto defenderam essa concepção. Essa concepção ficou plasmada no
acordão de uniformização de jurisprudência do STJ, 18 de maio 99. Está ainda
consagrada no art. 5º/4 no código registro predial.
2. Concepção ampla: essa concepção abrange a penhora, então B não ganha os
embargos, quem fica com o bem é que o adquiriu na venda executiva, como na
dupla alienação, quem registra primeiro ganha. Os terceiros para efeitos de
registro são todos os que a restrita defende e mais alguns, ou seja, também
aqueles cujos direitos adquiridos ao abrigo da lei tenham o mesmo alienante
como sujeito passivo, ainda que ele, o alienante, não haja intervindo nos atos
jurídicos – casos de penhora, arresto, hipotecas judiciais. Essa concepção diz que
não é só nos casos da dupla alienação, é ainda aqueles casos em que alguém que
adquire tem um direito legal, por via da penhora, e veria seu direito afastado,
tem origem no mesmo autor. Defendem essa posição Monica Jardim, Antunes
Varela, Henrique Mesquita, etc. Ficou também plasmada no acordão 15/97 de 20
de maio. O acordão posterior afastou. Dois acórdãos com posições divergentes.
Existem as duas posições, saber quem protege a penhora, os efeitos práticos de uma e de
outra.
Caso 06
A sociedade Crédito Fácil, S.A, moveu ação executiva contra Joao, com fundamento no
incumprimento por parte desde de um contrato de mútuo.
Joao está casado com Maria, no regime da comunhão de adquiridos, desde 2010.
Nessa ação executiva, foi penhorado um prédio urbano que havia sido adquirido por
Maria, por via sucessória, em 2009.
Mesmo adquirido por sucessão, é um bem próprio de Maria, antes do casamento, ela já
leva o bem para o casamento, não poderia ser penhorado. Não há comunicabilidade da
dívida, é uma dívida de Joao e ponto final, responsabilidade exclusiva de João. Pelas
dívidas exclusivas de um cônjuge, responde os bens próprios e a meação dos bens
comuns. Aquele bem não responde por aquele dívida de acordo com o direito
substantivo.
Maria poderia reagir sim, oposição a penhora. Já não é embargos do executado, mas
oposição a penhora, como se reage a uma penhora ilegal ou que considera ilegal?
Temos quatro meios:
Os dois primeiros tem lugar na própria ação executiva, ainda que o 2º por apenso.
Apenso, vamos ligar ao processo principal. Os embargos também correm por apenso,
podemos ter dois apenso, o n2 e n3. Os dois últimos são ações declarativas. Ação
reivindicação é completamente autônoma.
Previstos nas normas dos incidentes e não da ação executiva, são um meio geral de
reação contra diligencias que agridem meu patrimônio, pode ser um arresto, penhora
etc., agressão ao meu patrimônio, desde que eu seja terceiro e não parte naquela ação
principal, quem não foi citado na ação. (1) Saber quem é terceiro. (2) Quem tem um
direito incompatível com a penhora. É disso que se trata.
O possuidor pode embargar de terceiro, o possuidor não é proprietário, mas tem a posse
da coisa. Meio de tutela possessória, enquanto não perder a posse tem uma presunção de
titularidade de direito, então o possuidor pode embargar. Locatário, depositário, parceiro
pensador também – pecuária – A tem 10 porcos, entrega a B para cuidar, esse outro é o
penso, alimento pecuário, tem tutela possessória, e pode defender a posse, direito de
gozo na verdade, mas tem a tutela, pode embargar de terceiro.
Vamos aos embargos do cônjuge do executado, Maria quer proteger um bem seu que
foi penhorado erroneamente – art. 343º CPC – modalidade especial de embargos de
terceiro. Para a defesa dos seus bens próprios e bens relativos aos bens comuns que
indevidamente tenham sido atingidos pela penhora.
Caso 07
Em ação executiva movida contra Joao, foram penhorados vários bens pertencentes ao
executado. Rodrigo, credor de João, mas não exequente naquela ação, quer reclamar
créditos.
Pode Rodrigo fazê-lo, ainda que só disponha de título executivo contra Joao?
Ação executiva está preparada para aparecerem figuras estranhas a ação executiva,
outras pessoas que não estava na ação, mas passam a estar. Por que? Quem é que vem a
ação executiva? Os bens penhorados são vendidos sem direitos reais de garantia, se
eles existem vão caducar. Se é assim, temos que permitir que quem tenha direitos reais
de garantia sobre o bem possa vir exercer seu direito de credito, se não perde a garantia
no fim da ação, isso era gravoso. A ação executiva está preparada para que outros, que
não o exequente, venham a ação executiva exercer seus direitos de crédito, reclamar
seus direitos. Os credores com garantias reais, que constituíram os direitos primeiros,
tem que ser os primeiros a serem pagos, tem que ser assim. Mas não é chamada toda a
gente na ação executiva, então quem? Quem tem um direito real de garantia sobre os
bens penhorados e um título executivo. Tem que ter os dois.
(2) o que pode fazer um credor com garantia real, mas que não tem título executivo?
Pode requerer que a graduação de créditos, a lista de pagamentos, aguarde a obtenção de
um título – art. 792º/1. Ele vai conseguir esse título numa ação declarativa já pendente
ou a propor, é para conseguir o título, no prazo de 20 dias – art. 792/7/a. Pode ainda
obter um título judicial improprio, evita a necessidade da propor ação, fazendo um
requerimento e o executado é notificado para no prazo de 10 dias se pronunciar sobre a
existência do credito invocado – art. 792/2. Se o crédito for reconhecido ou este nada
disser, forma-se o título executivo, passando a ter os dois – 792/3.
Exequente tem que ser diligente, tomar as diligencias necessárias, realizar procedimento
pré-executivo extrajudicial para verificar se existem outros credores, principalmente
para verificar bens penhorados. Há uma sentença de graduação dos créditos e é a partir
desta que os credores serão pagos, os credores e o exequente.