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Pitágoras e Platão
João Pedro loureiro
UMA BREVE HISTÓRIA DO PLATONISMO
A
filosofia nasce no oriente indo-chinês, creio que não seja
mais possível questionar esse surgimento. Contudo, é na
Grécia antiga que a metafísica emerge, parte integrante e
fundamental da filosofia de todos os tempos ao ponto de ser chamada por
Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) de filosofia primeira por ser a investigação
máxima dos princípios de todas as coisas. 1 É com Aristóteles também que a
filosofia ganha uma estrutura sistemática em vários motes, sendo o estagirita o
primeiro formador de sistemas filosóficos reconhecido por todos os eruditos no
campo de história da filosofia. Seu professor, porém, Platão (428/427 a.C –
348/347 a.C), que deixou uma obra dialógica muito complexa e aquém dos
requisitos para receber o adjetivo de sistematizada, ganhou, ao longo dos
séculos, uma gama de defensores que afirmam que sua obra está estruturada.
Desde a morte de Platão até os dias de hoje, tem se discutido o significado dessa
possível estrutura na obra do mestre, sobretudo na metafísica, partindo dos textos
e da tradição oral de Platão. Para ter-se um escopo geral, irei fazer um breve
resumo.
1
Por mais que tenha se discutido temas de ontologia na antiga filosofia oriental, não está muito preciso
chamá-los de metafísica por que não há uma investigação das causas propriamente, mas da estrutura divina
do universo e do fluxo da existência. Por isso mesmo, é bem mais coerente tratar como mística do que como
metafísica, ou usar o segundo termo, mas fora da semântica usada no ocidente e ainda por cima em sentido
figurado.
dizer que Pitágoras formou uma ontologia muito complexa que só foi bem
reconstituída, não por um historiador conhecido no mundo todo, mas por um
filósofo brasileiro chamado Mário Ferreira dos Santos (1907 – 1968) na obra
Pitágoras e o Tema do Número, livro que considero indispensável para qualquer
estudante de filosofia. É pela ontologia de Pitágoras que Platão conjura a sua.
Sendo a filosofia uma técnica e um projeto, ela deve ser retomada de tempos em
tempos por pessoas diferentes em quase tudo, exceto em princípio de lidar com
a vida, ou seja, de buscar a verdade na unidade do real e fazer disso sua
orientação na existência ou, como diria Platão: verdade conhecida é verdade
obedecida. Pitágoras foi o primeiro a buscar o sentido do “espetáculo do todo”
com um nível de erudição. Sem entrar em detalhes, o mestre de Samos percebeu
2
Embora Platão faça bom uso de metáforas, não aparece em seus trabalhos uma explicação de um ritmo
ontológico que plasma tudo, de ribossomos até um buraco negro.
que faz o rinoceronte ser isto e não aquilo independente das variáveis de cor,
tamanho etc.
...
Hoje temos quase certeza que tudo o que Platão escreveu está em
conhecimento do homem. Sua ontologia que parte dos fatores comuns de
designação até essa substância comum em vários entes (uma teoria dos
universais) está exposta em seus diálogos com uma ordem um pouco definida,
mas com pitadas de poética pitagórica (bem mais sutil do que as obras dos
pitagóricos). Durante a antiguidade foi visto assim, mas com o tempo, novas
versões da ordem da ontologia de Platão foram sendo construídas. Na
antiguidade tardia veio Plotino (205 d.C – 270 d.C) ao criar um sistema triádico
diferente do de Platão. Depois temos Proclo (412 d.C – 485 d.C) e Santo
Agostinho (354 d.C – 430) que fazem inúmeras modificações. Em seguido temos
a escola romântica de Schleiermacher (1768 – 1834) afirmando total unidade dos
escritos de Platão e defendendo a tese de que o ensino oral de Platão nada tinha
a oferecer de novo. No século XVIII nasce a escola francesa com defesas
atomistas da ontologia em Platão. No século XX aparece a escola neo-kantiana
defendendo as Formas Platônicas como sintéticos a priori e, por fim a famosa
escola de Tubigen-Milão afirmando uma nova estrutura metafísica de Platão
pelas doutrinas não escritas (tese essa que defendo ser a mais correta). Meu
objetivo será dar uma luz sobre as diversas disputas a respeito da Metafísica de
Platão e mostrar uma hipótese no final do texto de que os estudos de Mário
Ferreira dos Santos cooperam muito bem com a tese de Tubigen-Milão.
ARITHMÓS E MIMESIS
D
ois dos conceitos magnos da metafísica de Platão são o Eidos
(ειδος) – que se comumente traduz como ideia – e metexis
(μεθήχις) – que deve ser lido como participação –. Ambos os
termos são oriundos dos conceitos de arithmós (αριθμός) e mimesis (μιμεσις)
presentes na filosofia pitagórica. A passagem de um termo para outro no
vocabulário técnico-filosófico costuma dar problema se o nível de análise for
puramente homonímica, e portanto, falaciosa. Ideia na filosofia de Platão tem
semântica diferente de ideia na filosofia de John Locke; hyle – matéria – na
filosofia de Aristóteles tem valor semântico diferente de matéria na filosofia de
G. Berkeley. Mas quando a transição dos conceitos pode ser reconhecida por
meio de uma abordagem histórico-filológica, então o receio de realizar uma
transposição falaciosa se torna menor sobretudo porque se distancia já em
princípio teórico do puro anacronismo obscurantista dos autores que mesclam
tudo quanto for possível para mascarar suas imprecisões e imposturas
intelectuais.
...
3
Irei explicar as Leis Eternas na filosofia platônico-pitagórica na parte final do artigo com maiores
pormenores.
6) Arithmós Skesis: a função do ente, isto é, a coisa atua em função dê;
uma variável ambígua do arithmós anterior geralmente aplicada em
conceitos mentais.
7) Arithmós Nomós: ordem, lei, regra, padrão.
8) Arithmós Khyma: Fluxão. Dado um ente que tem consigo um
conjunto x de varáveis tal que ele é ele mesmo, qual seria o elemento
integral-totalizante que permite a mente ignorar as variáveis
acidentais e focar no essencial como um valor macro? É a fluxão.
9) Aríthmos Kéthados: processo de mutação que pode ser progressivo
(ephistrofe) ou retroativo (anadós).
10) Arithmós Plethos: os conjuntos de propriedades.
11) Arithmós Tonós: as tensões forjadas pelos elementos no seio do
conjunto.
12) Arithmós Analogikós: as formas analógicas – síntese entre
univocidade equivocidade –.
4
Ver Pitágoras e o Tema do Número p. 100-120.
DOS DISCÍPULOS ATÉ A ESCOLA FRANCESA
A
pós a morte de Platão, dois alunos da Academia ganharam
destaque dentro da escola platônica de filosofia. São
Xenócrates (396 a.C – 314 a.C) e Espeusipo (408 a.C – 339
a.C). Ambos os autores tiveram sua importância na história da filosofia como
organizadores do pensamento do mestre Platão, desconsiderando obras de lavra
autoral. Isso não os diminui, mas os põe numa categoria de comentadores de
grande erudição e não como filósofos propriamente dito. Tanto Xenócrates
quanto Espeusipo tiveram grande dificuldade em dar à metafísica platônica uma
estrutura sistêmica que estava implícita na ordem dos diálogos. De fato, os
diálogos não têm de modo algum um cunho estilístico de um tratado feito com
grande esmero tal como os tratados de Aristóteles (que mesmo sendo rascunhos
de aulas, ainda guardam consigo um método de prova e refutação antecedido
pela recapitulação das opiniões dos sábios e ambas as partes terminam com a
visão de Aristóteles sobre o problema). Os diálogos são ora dogmáticos –
baseando-se num a priori apodítico – ora (como ocorre quase sempre) num mote
dialético onde se apela à honestidade dos propósitos de investigação da
realidade, da honestidade da memória, da elencação de aporias e, sobretudo, na
análise dialética. Contudo, tudo isso está embebido numa forma dialógica
(aplicada na boca de Sócrates) e em certo sentido, é uma obra de literatura
profunda. Somente no núcleo da profundidade da literatura platônica é que se
encontra sua filosofia. Um leitor cuja assimilação assemelha-se à leitura de um
adolescente mentecapto semiletrado verá um Platão nominalista, comunista ou
outra coisa distante anacronicamente do real sentido do platonismo, julgando
que a crítica ao mesmo nada foge do usual modo relativístico da crítica literária
moderna onde se vê, tota simul, um Balzac reativo e reacionário; um Dostoievski
niilista ou cristão e por aí segue-se até não se saber mais nada sobre o autor.
O caso platônico exige muito mais que muita retórica; é mister que se
faça o aprofundamento até a gênese dos problemas e das intuições e abstrações
realizadas por Platão que estão submergidas por diversos giros de linguagem,
motes dialógicos e uma gama, mutatis mutandis, de metáforas e comparações
hiperbólicas. Isso implica que, uma vez que o leitor aprendeu fazer este tipo de
leitura profunda e conseguiu captar as nuances da obra de Platão, poderá dizer,
sem medo algum, que é um bom estudante de filosofia. Em suma, quando você
entender Platão, então poderá ter certeza que está entendendo filosofia.
S2: Aristóteles
5
O artigo “Notas sobre Metafísica II” será inteiramente dedicado à Aristóteles e deve sair no ano que vem,
provavelmente no segundo semestre.
6
Tais como Rheins e Irwin.
7
Metafísica; ver 987ª1, 987b1 e 988ª1.
seu Eidos. Mas o x2 se relaciona e precisaria pela mesma lógica de
um x3, x4...xn.
A primeira objeção aristotélica será analisada na parte final do artigo.
Quanto ao argumento do terceiro homem que parece cair numa regressão
infinita, é preciso voltar para os conceitos pitagóricos.
“ Τί δ᾿, ἀνθρώπου εἶδος χωρὶς ἡμῶν καὶ τῶν οἷοι ἡμεῖς ἐσμὲν
πάντων, αὐτό τι εἶδος ἀνθρώπου ἢ πυρὸς ἢ καὶ ὕδατος; ”
“ Ἐν ἀπορίᾳ,” φάναι, “ πολλάκις δή, ὦ Παρμενίδη, περὶ αὐτῶν
γέγονα, πότερα χρὴ φάναι ὥσπερ περὶ ἐκείνων ἢ ἄλλως.”
“ Ἦ καὶ περὶ τῶνδε, ὦ Σώκρατες, ἃ καὶ γελοῖα δόξειεν ἂν εἶναι,
οἷον θρὶξ καὶ πηλὸς καὶ ῥύπος ἢ ἄλλο τι ἀτιμότατόν τε καὶ
φαυλότατον, ἀπορεῖς εἴτε χρὴ φάναι καὶ τούτων ἑκάστου εἶδος
εἶναι χωρίς, ὂν ἄλλο αὖ τῶν ὧν17 ἡμεῖς μεταχειριζόμεθα, εἴτε καὶ
μή; ”
“ Οὐδαμῶς,” φάναι τὸν Σωκράτη, “ ἀλλὰ ταῦτα μέν γε ἅπερ
ὁρῶμεν, ταῦτα καὶ εἶναι· εἶδος δέ τι αὐτῶν οἰηθῆναι εἶναι μὴ λίαν
ᾖ ἄτοπον. ἤδη μέντοι ποτέ με καὶ ἔθραξε μή τι ᾖ περὶ πάντων
ταὐτόν· ἔπειτα ὅταν ταύτῃ στῶ, φεύγων οἴχομαι, δείσας μή ποτε
εἴς τινα βυθὸν φλυαρίας18 ἐμπεσὼν διαφθαρῶ· ἐκεῖσε δ᾿ οὖν
ἀφικόμενος, εἰς ἃ νῦν δὴ ἐλέγομεν εἴδη ἔχειν, περὶ ἐκεῖνα
πραγματευόμενος διατρίβω.”
“ Νέος γὰρ εἶ ἔτι,” φάναι τὸν Παρμενίδην, “ ὦ Σώκρατες, καὶ
οὔπω σου ἀντείληπται φιλοσοφία ὡς ἔτι ἀντιλήψεται κατ᾿ ἐμὴν
δόξαν, ὅτε οὐδὲν αὐτῶν ἀτιμάσεις· νῦν δὲ ἔτι πρὸς ἀνθρώπων
ἀποβλέπεις δόξας διὰ τὴν ἡλικίαν.8
8
Parmênides; ver 130 c-e.
Contudo, será necessário lembrar que a metafísica de Platão é construída
lentamente dos escritos de juventude até os maduros? Em primeiro lugar, a
posição de um Eidos como entificação só existe no Parmênides. Já no Teeteto e
no Timeu, os Eide ganham a definição tal como se sabe. Leiamos Ross (1877 –
1971):
Por último, no Teeteto que Platão mais plenamente declara a real base
de sua teoria das Ideias. Sua base está na crença de que existe uma
completa diferença entre a sensação e conhecimento, e que o
conhecimento exige suas entidades de objetos como não percebidas
pelo sentido, e é no Teeteto que ele dá a sua última e mais elaborada
prova da diferença entre sensação e conhecimento. Sua teoria se
baseia, novamente, como ele diz explicitamente no Timeu, na crença
de que existe uma completa diferença entre o conhecimento e a
verdadeira opinião, e também sua mais elaborada prova é dada no
Teeteto. Assim, enquanto o diálogo não está preocupado com a
metafísica, mas com epistemologia, e fornece o argumento mais forte
que Platão dá em qualquer lugar para a fundação de sua teoria
metafísica (ROSS, 2008, p.81)
A busca pela real doutrina das Ideias platônicas deve ser, em suma, vista
pela unidade total dos diálogos e não por diálogos isolados. Prior (1946), por
exemplo, realiza alguma consideração sobre o problema da forma no
Parmênides, mas também não deixa de notar a interação com diálogos maduros
onde a teoria é apresentada livre das aporias iniciais:
Most scholars who have written in the last three decades on the
question of the paradigmatic function of Forms have assumed that
Plato construed his Forms as the latter sort of standard, as exemplars.
According to this conception of the Forms, Forms are perfect
instances or examples of the concepts they represent: the Form of
Equality is an equal thing (or two equal things), the Form of Bed and a
bed, and so on. It is easy to see how such a conception of Forms
would lead to the problems of the Parmenides. For in order to be an
exemplar of a property, the Form would have to have that property;
and if the possession of a property by a phenomenal object is to be
analysed in terms of that object's participation in a Form, it would
seem that the possession of a property by a Form would have to be
analysed in terms of that Form's participation in another Form, and so
on
ὅ γα μὰν ἀριθμὸς ἔχει δύο μὲν ἴδια εἴδη, περισσὸν καὶ ἄρτιον, τρίτον
δὲ ἀπ’ ἀμφοτέρων μιχθέντων ἀρτιοπέριττον. ἑκατέρω δὲ τῶ εἴδεος
πολλαὶ μορφαί, ἃς ἕκαστον αὐτὸ σημαίνει.
9
Moravcsik op cit, cap II.
10
Citado por Horky na página 141, op.cit
S3: Antiguidade Tardia e Idade Média
11
Haverá um texto dedicado somente à Plotino.
contradição chamada de Διαρησις) tal que há unidade entre todo o mundo das
formas (Σιναγογε), mas não passa disto. Iremos ver ainda neste artigo que a
explicação das formas está nas doutrinas não escritas, ao menos como hipótese.
Contudo é certo que Plotino foi genial ao lançar as Ideias como aspectos na
mente de Deus, ainda que de forma obscura para seus leitores. O leitor verá até
o final do artigo o quanto isso foi importante para o neoplatonismo.
A Idade Média não teve um grande contato com obras de Platão devido
à carência quase que total de traduções do grego para o latim. Na verdade, do
século IV até o XV só três obras de Platão foram traduzidas de forma precária.
A primeira parte do Timeu (do 1 até o o 53) foi traduzida no século IV por
Calcídio (? d.C -? d.C); Proclo, Pseudo – Dionísio Aeropagita (? d.C -? d.C) e
Santo Agostinho de Hipona tiveram que aprender a ler as obras no idioma
original. 12 Mais de 800 anos depois, no século XII, Henrique de Gand (1240 d.C
– 1293 d.C) traduziu completamente o Ménon e o Fédon para o latim. Na
renascença, a partir do século XVI, os europeus tiveram mais interesse de ler
Platão e Aristóteles das fontes gregas (desprezando as fontes árabes) do que
traduzir tudo para o latim, toscano, gálico etc. edições totais em latim foram urgir
nas faculdades europeias somente no século XVIII em diante. Em suma, a
segunda onda do platonismo gira em torno de compreender as ideias, formas,
como esquemas na mente divina e o início da era moderna seguiu firmemente
esta tese. Além disso, o medievo foi muito firme em considerar o ensino oral de
Platão como parte integrante de constitutiva de sua filosofia. A partir do
romantismo, o sistema de Platão começa a mudar.
12
Proclo tem estudos notáveis na teologia platônica e Santo Agostinho foi o maior plantonista da Idade
Média e um grande entusiasta de Plotino cuja interpretação julgava ser a maior de todas. É do platonismo
de Plotino que Santo Agostinho monta sua metafísica, contudo por partir de uma consciência cristã, a
filosofia agostiniana tem enormes diferenças com o plotinismo.
humana tem dessas proezas). Não há muito o que se dizer sobre o pensamento
deste cidadão além de sua tese principal: as doutrinas não escritas de Platão são
bobagens. O sistema quase que positivista de Schleiermacher consiste todo
nisso. Um leitor gentil e bondoso poderia indagar-me: Schleiermacher não teria
dito isso apenas pelo fato de que os registros das doutrinas não escritas não terem
sido provadas autênticas e, portanto, era melhor deixa-las de lado? De fato, se
fosse só isso, estaria tudo bem, afinal, não seria desonesto descartar uma fonte
por ser suspeita. É justamente por ser suspeita que se deve deixa-la de lado até
que algum(a) estudioso(a) dê uma prova cabal da verecidade ou falsidade da
fonte. Isso é comum em história e qualquer estudante da matéria sabe disso. A
questão problemática é que Schleiermacher anulava categoricamente os textos
sobre a oralidade e consequentemente seu conteúdo como um Papa assinando
um documento egrégio in moto próprio. Tudo isso para defender a total autarquia
dos diálogos, isto é, segundo o professor alemão, qualquer dúvida sobre a
filosofia de Platão pode e deve ser tirada consultando algum livro escrito por ele.
O sistema está todo lá.
“Si elle n’y passe pas tout entière, mais plane au-dessus de chaque
être, comme le jour qui nous éclaire, ou un voile qui couvre plusieurs
têtes, il est certain qu’il n’y aura dans chaque être qu’une partie de
l’Idée: et alors d’une parties êtres ne participeront pas à toute l’Idée de
leur genre; de l’autre l’Idée sera divisée. Donc les choses ne reçoivent
pas l’Idée en partie. A moins peut-être quon ne dise que l’Idée, tout en
se divisant dans les êtres, conserve après cette division son unité:
mais, si on divise la grandeur, chacun des objets grands, qui ne sont
grands que parce qu’ils participent à la grandeur, serait grand par une
partie de la grandeur; or une partie de la grandeur est plus petite que la
grandeur; les choses grandes seraient donc grandes par une chose
petite: ce qui est absurde. Il en sera de même de la petitesse en soi si
on la divise; car sa partie sera nécessairement plus petite qu’elle, et
elle-même sera plus grande. La petitesse sera donc grande; chose
absurde, moins absurde encore que l’autre conséquence, à savoir: si on
ajoute à la petitesse en soi une des parties qu’on en a retranchées, on
aura une chose qui, en recevant de la petitesse, devient non pas petite”
(CHAIGNET, 1874, p. 275).
13
Mesmo tipo de tese aparece em Piat op.cit p. 81, mas nem é mencionada por Huit e Tissandier.
PLATONISMO NEOKANTIANO
O
utra função interpretação peculiar que ocorre na história do
platonismo – agora já século XX – é a aplicação da filosofia
criticista de Immanuel Kant (1724 – 1804) à metafísica de
Platão defendida por intelectuais do movimento neokatiano na primeira metade
do século citado. A defesa foi realizada por Paul Natorp (1854 – 1924), filósofo
alemão neokantista da escola de Maburgo (aquela ultra importante para a história
do direito). O argumento fundamental de Natorp consiste em afirmar que os Eide
não são substâncias transcendentais, na verdade não são substâncias de forma
alguma (no sentido clássico de subs-estado, abaixo do visível como lacuna de
sustentação). Irei agora explicar as provas e sentenças da interpretação de Natorp
e de seu Platão idealista metafísico.
“O que é, o bom, o belo, etc. O estin, o que ele é mesmo (auto o estin).
Isso não diz quais objetos são belos, bons etc, i.e., a que sujeitos o predicado em
questão deve ser aplicado; diz o que ele mesmo é, o “ser” belo ou o “ser” bom
etc., i.e., o que em geral é o sentido dessa predicação. Esse, então, é o conteúdo
preciso de que abreviadamente se chama Eidos. Podemos simplesmente traduzi-
lo como conceito” (NATORP, 2004, p. 97).
D
urante a era Moderna, a tradição indireta das doutrinas não
escritas de Platão sofreu enormes ataques. Como vimos, os
franceses só tiveram o interesse em passar Platão para a
escola de atomistas malucos.14 Os alemães também em jogar Platão na tese
Kantiana. E por aí vai. Mas o que marca em igualdade diversas escolas do
platonismo moderno? A afirmação que as doutrinas não escritas são falsas e nada
ajudam no estudo da metafísica de Platão. O que acontece, caro leitor que está
aguentando este artigo até o final, é que as ciências humanas possuem muitos
enganadores safados pseudocientistas. Então é bem comum ler um livro de
“provas” sobre um assunto de ciências humanas e o autor do livro não apresentar
prova alguma. Qual o argumento usado para criticar as doutrinas não escritas?
Nenhum. Pelo menos nenhum até o século XX onde pelo menos tentaram fazer
um Ad Hominem. Julia Annas, como toda mulher na ciência, decidiu atacar a
índole dos leitores profundos de Platão:
14
Em alguns casos como um dogmático antiquado como no caso de Goldschmidt (1914 – 1981). Muito
aclamado pela USP por transformar Platão num jovem revolucionário.
Apesar dessa falácia ridícula, típica de um estelionatário intelectual, o
valor de autenticidade das doutrinas está provado cientificamente e
objetivamente (coisa que um cientista de humanas safado não tem capacidade de
entender). A primeira prova importante veio na primeira metade do século XX
com o grande filólogo alemão Ulrich von Wilamowitz Mollendorff (1848 –
1931).15 A análise textual de suas Sentenças foi por meio de uma filologia
reconstitutiva comparada, analisando o estilo literário da principal fonte das
doutrinas não escritas (VII carta) com os diálogos de Platão. O resultado da
análise confirmou centenas de termos comuns entre ambos os blocos de
documentos (e quando isso acontece é porque a prova é forte).
Na segunda metade, foi feita o teste do carbono 14.16 Sua meia vida
(decaimento exponencial tal que é a metade do valor de um decaimento x
integral). Isso é medido, em natureza de probabilidade, pela ordem de reação
(que é a potência que eleva o termo de concentração na equação da taxa) e, pela
ordem, pode ser medida matematicamente em três motes:
𝑙𝑛2
𝑡1 =
𝑘
1
𝑡1 =
𝐾 [ 𝐴] 0
[ 𝐴] 0
𝑡1 =
2𝑘
15
Vou só citar alguns alunos dele: Werner Jaeger, Hermann Frankel, Paul Friedlander, Felix Jacoby, Karl
Reinhardt e Max Pohlenz.
16
O carbono 14 é um isótopo (dois ou mais átomos que diferem em núcleos, mas tem um número atômico
idêntico) radioativo tendo seis prótons e oito nêutrons.
Para se encontrar a datação de uma amostra, podemos usar o logaritmo
neperiano, a porcentagem de carbono 14 e o tempo de meia vida do mesmo.
Gerard Ledger traz também uma prova lógica poderosa pelo método de
filologia entrópica (fazendo uso da Entropia de Shannon) em um sistema
quântico computacional. Fazendo uso do conceito de caoticidade da informação
e da fórmula 𝐻 (𝑋) = − ∑𝑛𝜀=1 𝑝(𝑥𝑖) log 𝑏 𝑃(𝑥𝑖) Ledger constatou enorme
probabilidade da sétima carta ser de fato de Platão, confirmando a análise
histórico-filológica de Mollendorff e o teste de C14. A revisão de Paul Keyser
sobre o estudo de Legder diz o seguinte:18
17
Evidentemente, há limitações epistemológicas, Jean Bocquetin afirma que “A falta de calibração para
as datas superiores há 20 mil anos, as baixíssimas concentrações de C14 ainda existentes e os riscos de
poluição nas amostras levam as datas determinadas pelas análises nos períodos mais antigos
apresentarem margens de erro importantes”. Mas não só isso, o sistema de C14 parte de comparações
com amostrar de objetos equivalentes de data recente. Então, parte-se de uma premissa de homologia.
Portanto, por mais forte que seja a prova (e de fato o é) a premissa é hipotética.
18
Gerard R. Ledger, Recontagem de Platão: uma análise computacional do estilo de Platão. Oxford:
Clarendon Press, 1989. xiii, 254 páginas. ISBN. 9780198146810 Revisão por Paul Keyser, Phillips Lab.
In: https://bmcr.brynmawr.edu/1991/1991.07.03/
cronologia de Platão (ele toca na autenticidade). Ele procura variáveis
para contar que sejam fáceis de contar por computador, sejam
frequentes e provavelmente se relacionem com (ou seja, seja sensível
a) estilo (p. 4); as palavras são rejeitadas como insensíveis se
frequentes e raras se sensíveis (p. 5); enquanto a ortografia deve
escolher bem o estilo em um idioma altamente flexionado (p. 6). Ele
conta palavras contendo uma letra especificada α a ω, agrupando as
letras raras β, ζ, ψ, φ, χ e θ para obter uma contagem maior (por que
não contar φ e χ e até ζ, com σ, ou conte-os como letras duplas? Por
que não φ e χ com π e κ, respectivamente?); ele conta palavras que
terminam com uma letra especificada (αεηιουω, ν e σ) e conta
palavras cuja penúltima letra é uma letra especificada (αεηιουω, δ e τ).
(Por que não as letras iniciais das palavras, proeminentes e
flexionadas?) Esses conjuntos compõem 37 variáveis (pp. 6-9). No
entanto, ele ignora todos os sotaques e respirações devido a
dificuldade computacional (p. 11) - mas o spiritus asper e o iota
adscript (ou subscrito) pelo menos deveriam ter sido contados (e ele
exagera a dificuldade computacional). Ele amostrou os textos, sejam
de Platão ou de outros, em unidades de 1000 palavras (p. 5), a fim de
permitir a determinação da variação dentro de um trabalho (p. 16),
mas essas amostras foram tão colhidas que de fato cobriram a maioria
dos textos (p. 18). Embora ele tenha considerado verificar o efeito do
gênero, ele nunca o fez (p. 15).
Com isso, outros autores foram trabalhando com as doutrinas não escritas
buscando aquilo que foi chamado de Protologia Platônica (a ciência dos
primeiros princípios). O maior defensor da causa, Giovanni Reale (1931 – 2014)
aplica em seu estudo (op.cit cap I) a epistemologia de Thomas Kuhn (1922 –
1996) quanto à ciência. Kuhn entende o movimento científico como mudanças
de paradigmas. Reale, mutatis mutandis, afirma três paradigmas (o antigo-
medieval, o moderno e iniciado pela escola de Tubigen e continuado por ele).
Inicialmente o silêncio acadêmico sobre o sistema Kramer-Geiser-Reale foi
bizarro. Aos poucos, porém, os intelectuais egocêntricos, tendo que dizer alguma
coisa depois da obra de Reale ser traduzida em 30 países, começaram a disferir
ataques por espantalho ao argumento. Vittorio Hosle (1960) afirma em erro
crasso o seguinte:
19
“O último critério de interpretação parece, assim, ser a mens auctoris. No entanto, Schleiermacher fala
explicitamente de atos inconscientes do autor de um escrito, os quais o intérprete tem de buscar
compreender (108), e ele reconhece que um autor pode se enganar sobre a idéia de sua própria obra (175)”
(HOSLE,2008, p.58).
20
Op.cit Introduction.
21
Op.cit
22
Kramer cita momentos de má interpretação de léxico do autor alemão como no caso do Eidola. De fato,
a obra schleirmacheriana é entupida de casos assim.
como também aplica o Sola Scriptura de maneira velada à filosofia de Platão. Se
o Sola é usado como referência dos protestantes para afirmar a bíblia como ponto
arquimédico da doutrina cristã, Schleiermacher achou que o mesmo deveria ser
aplicado na obra de Platão. Isso, evidentemente, é erro de mote básico.23 Kramer
então descarta a tese de Schleiermacher como válida logicamente e passa a
demonstrar toda a hierarquia da ontologia de Platão.
No Fedro (278B), Platão afirma que os diálogos não contêm todo o valor
de sua filosofia, existindo uma τιμιώτερα, uma filosofia de maior valor. 24 Mas
porque Platão não colocou o máximo de si nos diálogos? Ele mesmo afirma que
a escritura não aumenta a sapiência:
O escrito não só não revela o máximo, mas também não é maior que o
autor. O escrito não é o autor, não pode discutir sozinho, não tem vida e precisa
ser defendido por alguém.
“ΣΩ. Δεινον γαρ που ω φαιδρε τουτ εχει γραφη και αληθως ομοιον
ζωγραφια και γαρ τα εκεινης εκγονα εστηκε μεν ως ζωντα εαν δ ενερη
τι σεμνως πανυ σιγα ταυτον δε και οι λογοι δοξαις μεν αν ως τι
φρονουντας αυτους λεγειν εαν δε τι ερη των λεγομενον βουλομνος
23
Kramer op.cit p. 5-16.
24
Kramer op.cit p.7
25
Fedro 274B – 275D.
μαθειν εν τι σημαινει μονον ταυτον αει. Οταν δε απαξ γραφη
κυλινδειται μεν πανταχου πας λογος ομοιως παρα τοις επαιουσιν ως δ
αυτως παρ οις ουδεν προσηκει και ουκ επισταται λεγειν οις δει γε και
μη. Πλημμελουμενος δε και ουκ εν δικη λοιδορηθεις του πατρος αει
δειται βονθου αυτος γαρ ουτ αμυνασθαι ουτε βοηθησαι δυνατος αυτω.
ΦΑΙ. Και ταυτα σοι αρθοτατα ειρηται.”26
Mais adiante, Platão defende que seus diálogos são jogos metafóricos,
mas que buscam a verdade. Porém, é no ensino oral que de fato está a verdadeira
dialética.
26
Fedro 275D4 – E6.
27
Fedro 276 A1 – B1.
Como vimos no começo, a Teoria das Ideias começa num problema de
linguagem. Se as palavras têm designações em comum na matéria diferente,
então o fundamento não está na matéria, mas em outra coisa. Significa que a
A matéria amorfa não é vista por ninguém. E, por seu turno, é apenas um
conceito vazio. Mas pode muito bem ser entendida como um horizonte de
possibilidades de atualização, entre opostos dialéticos que urgem na realidade de
modo imediato (sempre vemos algo já formatado); as investigações que a ciência
moderna emprega em analisar a antimatéria e a matéria escura, talvez levem
conclusões parecidas com as de Platão. O eidola é a forma in re, um tipo de
forma presente na unidade do ser físico. É, de fato, uma “ousia”, sub-está no
fundo nuclear de cada ente. Contudo, Platão entende que qualquer coisa na
unidade cronotópica é imperfeita. Se tudo é imperfeito, essa eidola também deve
ser imperfeita necessariamente. Para além da unidade física, há o “mundo das
formas”. A forma recebe o nome de Eidos e diferente do eidola, o Eidos é
perfeito. Sendo substância, ela eterna e perdurável e sempre a mesma, por isso é
o princípio de identificação do ente. Platão, infelizmente, não explicitou com
detalhes qual o entendimento que podemos ter de cada Eidos, nem muito menos
“onde” estão estas substâncias, mas, na República, o autor defende a semelhança
do Eidos com a identidade de cada ser, o princípio de proporcionalidade
intrínseca de cada ente (o que faz x ser x e não outra coisa). Portanto, Platão
assemelha seu Eidos com o Arithmós pitagórico. Na República 500B, o autor
afirma que as coisas são ordenadas (tetagmena) e sempre do mesmo modo
enquanto substância (kata tauta aei exonta) segundo uma proporção interna (kata
logon exonta) de um tipo numérico (logos arithmós). A razão das coisas serem
o que são na filosofia de Platão é, portanto, a mesma razão da filosofia de
Pitágoras. Nada de semelhante com Hegel, Kant, Spinoza, Marx ou outro
cidadão desse tipo. A fonte da filosofia platônica é o projeto pitagórico.
O sistema apresentado por ele (p. 62) é o de: 1) Leis Eternas (Arithmós
Arkhai); 2) estruturas ontológicas (Eidos); 3) os Eidola; 4) os entes matemáticos
quantitativos; 5) as estruturas geométricas; 6) as coisas sensíveis.
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