Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Durante a Idade Média, a visão teocêntrica do mundo fez com que os valores
religiosos impregnassem as concepções éticas, de modo que os critérios do bem e do
mal se achavam vinculados à fé e dependiam da esperança de vida após a morte.
Na perspectiva religiosa os valores são considerados transcendentes, porque
resultam de doação divina, o que determina a identificação do homem moral com o
homem temente a Deus. No entanto, a partir da Idade Moderna, culminando no
movimento da Ilustração no século XVIII, a moral se torna laica, secularizada. Ou seja,
ser moralmente correto e ser religioso não são polos inseparáveis, sendo perfeitamente
possível que um homem ateu seja moral, e mais ainda, que o fundamento dos valores
não se encontre em Deus, mas no próprio homem.
O movimento intelectual do século XVIII conhecido como Iluminismo ou
Ilustração e que caracteriza o chamado Século das Luzes exalta a capacidade humana de
conhecer e agir pela "luz da razão". Critica a religião que submete o homem à
heteronomia, que o subjuga a preconceitos e o conduz ao fanatismo. Rejeita toda tutela
que resulta do princípio de autoridade. Em contraposição, defende o ideal de tolerância
e autonomia.
No lugar das explicações religiosas, a Ilustração fornece três tipos de justificação
para a norma moral: ela se funda na lei natural (teses jusnaturalistas), no interesse (teses
empiristas, que explicam a ação humana como busca do prazer e fuga da dor) e na
própria razão (tese kantiana).
1.2 KANT