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INSTITUTO SUPERIOR DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS RELIGIOSAS SÃO

BOAVENTURA

ANGEL CARBO MATTOS


GABRIEL DA PAIXÃO SILVA
LUÍS HENRIQUE GALLO
LUÍZ HENRIQUE MARTINS
MATEUS CAVALCANTE

VERDADE VALORES PODER


CARDEAL RATZINGER (BENTO XVI)

SÃO PAULO
2021
A Liberdade, o Direito e o Bem
PRINCÍPIOS MORAIS DA SOCIEDADE DEMOCRÁTICA

Neste presente documento sobre: A liberdade, o Direito e o Bem. Joseph


Ratzinger, nosso Papa emérito, Bento XVI, nos apresenta a ambivalência dos efeitos da
ciência em nossa sociedade. No qual, esta pode ser utilizada como um instrumento para
o bem comum, como para o mal. E, que esses efeitos se alicerçam no que podemos
denominar de responsabilidade moral, isto é, atingir o verdadeiro fim de sua missão.
1. Responsabilidade pública da consciência.
Bento XVI, utiliza de estudo de caso o autor: Sakharov, que em novembro de
1955, contemplou a da morte de um “jovem soldado e uma menina de dois anos”,
devido a testes de explosões nucleares. Tal fato, levou o cientista a discursar sobre o
tema: “Nenhum ser humano pode fugir à responsabilidade por um assunto, do qual
depende a existência da humanidade”. Isso provocou uma ambiguidade de opiniões, no
qual, o mesmo foi rechaçado, como que, este tipo de especificidade não lhe caberia,
mas, que cada um deveria discernir e separar os nichos de: política, ciência e militar.
Que o cientista deveria apenas se preocupar em criar e o exército decidir como melhor
utilizar.
Todavia:
Negar ao homem a capacidade de conhecer aquilo que a ele
mesmo diz respeito, cria um novo sistema de classe que a todos
degrada, uma vez que deixa de ser considerado o ser humano
como tal.
Isto é, negar o principio moral cujo chegamos à consciência, “é negar o próprio
ser humano”.
Sakharov, deixa seu cargo no Estado, em 1968, para defender a
‘responsabilidade pública da consciência”, pautando-se nos “direitos humano, na
renovação moral da nação e humanidade, nos valores humanos em geral e na lei da
consciência”. Feitos, que tiveram grandes passos na queda do regime comunista, porém,
ainda é um trabalho que perdura independente do sistema político. Entretanto, Bento
XVI, acredita que os efeitos dos partidos marxistas, “transformados em forças de
destruição da humanidade, continua hoje por outras formas”.
Robert Spaemann, relata que “depois da queda da utopia se começou a espalhar
um niilismo banal”. E, Richard de Rorty, no qual a ponta o ideal como “uma sociedade
em que os valores absolutos e os critérios morais deixam de existir; o bem-estar
transforma-se na única coisa que vale a pena ambicionar”, isto é, um esvaziamento do
humano. Sakharov previu dizendo sobre a “moda da esquerda liberal” e “denunciava a
ingenuidade e o cinismo” que paralisa o ocidente, quando este, deve reconhecer sua
“responsabilidade moral”.
2. Liberdade individual e valores coletivos
No segundo ponto Ratzinger começa com uma questão levantada no passado
pelo físico nuclear Sakharov, “como é que o mundo livre pode ser fiel à sua
responsabilidade moral?”.
A liberdade conserva do ser humano a sua dignidade da qual está em relação
para com sua responsabilidade moral, a liberdade que tem como único conteúdo a
satisfação das necessidades, ele vai dizer que é uma falsidade pois nos coloca no mesmo
patamar dos animais, no sentido de “fuja da dor, busque o prazer”.
Sendo assim, a liberdade necessita de um conteúdo em comum, que ele define
como garantia dos direitos humanos, o que ele quer dizer com isso é que a liberdade
está relacionada a bondade, está ligada a capacidade de percepção da consciência pelos
valores fundamentais da humanidade que dizem respeito a cada um.
Sakharov é citado muitas vezes na obra, em especial ele diz que a liberdade
muitas vezes anda de mãos dadas com o egoísmo e superficialidade, a liberdade não
pode ser um atributo só para si, mas ela é indivisível e deve ser vista como direito de
todo homem, e a liberdade não existe se não houver renuncia e sacrifício. Esta liberdade
deve ser vista como responsabilidade pública e coletiva pois deve considerar moral, e
estar sempre a serviço do homem.
Ratzinger vai falar um pouco mais adiante sobre o perigo da democracia
moderna, onde sendo a democracia entendida pelo regimento segundo a vontade e
princípios da maioria, seja ela livre de qualquer dogmatismo alheio, ficando assim
impossível defender os valores morais que são defendidos pela convicção da maioria.
Entretanto tudo isso, existe uma única moral, universal e necessária, a verdadeira
luz que ilumina todos os seres humanos, basta só que os olhos se abram, diz isso o
Padre Bayle.
Bayle mostra que as ideias de seu período histórico no século XVII estava em
crise, a espiritualidade a fé estavam caindo, e as verdades no campo da metafísica já não
se valiam de nada, pelo fato de que os filósofos não conseguiam dar um estatuto
cientifico para a metafísica, viam-na como sinônimo de religião, esoterismo, bruxaria,
fanatismo, podemos ver isso em Descartes na filosofia moderna e em Kant na filosofia
contemporânea.
Já no século XX a razão pode muito bem perder a perspectiva dos valores
essenciais, quanto a liberdade se esvazia, pode excluir-se e fartar-se de si mesma.
Sakharov se inquietava com a ingenuidade Ocidental pelo fato da liberdade ser vazia de
sentido, o positivismo rigoroso, leva inevitavelmente ao niilismo, e devemos enfrentar
isso, quando trata-se de defender a liberdade e os direitos humanos.
Ratzinger vai também condenar e fazer uma crítica ao Nacional Socialismo
(Nazismo) que servia de instrumento o niilismo, esse niilismo faz com que a alma fique
vazia, fazendo com que os atos maus fossem vistos como algo normal ou um bem
necessário, tudo o que o movimento fizesse era visto com grande prestígio, e seguiu-se
então para um completo niilismo em que já não existia nenhum dos objetivos anteriores,
e a liberdade fica reduzida a possibilidade de tudo fazer, para que uma vida que se
tornou vazia, consiga momentos descontraídos e interessantes.
3. Respeito por um fundamento de humanidade
Para combater a ingenuidade e o cinismo, Bento XVI, baseia-se na análise de
Tocquevilles sobre a “Democracia na América”, no qual, o cristianismo protestante
apresenta uma moral originária, propiciando base para uma para uma frágil “construção
duma liberdade vivida no ordenamento das liberdades coletivas”. Para o autor, as
instituições devem atuar com convicções gerais aceites por todos, os fundamentos
maioritários somente podem ser aceitos quando as convicções sejam verdadeiramente
humanas e razoáveis, na medida que for um fundamento de humanidade, visando um
autêntico bem comum.
Essas convicções necessitam de uma atitude humana correspondente, cuja
atitudes que corroboram não podem provir duma cultura, onde, os aspectos morais e
religiosos não são respeitados. Desvincular-se da forçar morais e religiosas fada uma
cultura e uma nação ao suicídio. Ou seja, a conservação destes requisitos gera uma
condição para existência da liberdade perante o niilismo e requisitos totalitários.
A Igreja Cristã, ao manter sua essência distinta do estado, baseia-se em
convicções adquiridas em liberdade. A Igreja, em seu múnus, não deve ser estado, nem
parte dele, mas sim, uma comunidade de convicções. Todavia, não deve se fechar em si
mesma, mas, falar da sua liberdade à liberdade de todos sempre evidenciando os
valores, “sem os quais a liberdade social não é possível”.

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