O documento discute os princípios morais da sociedade democrática a partir da perspectiva do Papa emérito Bento XVI. Ele aborda três pontos principais: 1) A responsabilidade pública da consciência e o caso do cientista Sakharov; 2) A relação entre liberdade individual e valores coletivos; 3) A necessidade de respeito a um fundamento de humanidade para combater o niilismo e o cinismo.
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Título original
VERDADE VALORES PODER - CARDEAL RATZINGER (BENTO XVI)
O documento discute os princípios morais da sociedade democrática a partir da perspectiva do Papa emérito Bento XVI. Ele aborda três pontos principais: 1) A responsabilidade pública da consciência e o caso do cientista Sakharov; 2) A relação entre liberdade individual e valores coletivos; 3) A necessidade de respeito a um fundamento de humanidade para combater o niilismo e o cinismo.
O documento discute os princípios morais da sociedade democrática a partir da perspectiva do Papa emérito Bento XVI. Ele aborda três pontos principais: 1) A responsabilidade pública da consciência e o caso do cientista Sakharov; 2) A relação entre liberdade individual e valores coletivos; 3) A necessidade de respeito a um fundamento de humanidade para combater o niilismo e o cinismo.
INSTITUTO SUPERIOR DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS RELIGIOSAS SÃO
BOAVENTURA
ANGEL CARBO MATTOS
GABRIEL DA PAIXÃO SILVA LUÍS HENRIQUE GALLO LUÍZ HENRIQUE MARTINS MATEUS CAVALCANTE
VERDADE VALORES PODER
CARDEAL RATZINGER (BENTO XVI)
SÃO PAULO 2021 A Liberdade, o Direito e o Bem PRINCÍPIOS MORAIS DA SOCIEDADE DEMOCRÁTICA
Neste presente documento sobre: A liberdade, o Direito e o Bem. Joseph
Ratzinger, nosso Papa emérito, Bento XVI, nos apresenta a ambivalência dos efeitos da ciência em nossa sociedade. No qual, esta pode ser utilizada como um instrumento para o bem comum, como para o mal. E, que esses efeitos se alicerçam no que podemos denominar de responsabilidade moral, isto é, atingir o verdadeiro fim de sua missão. 1. Responsabilidade pública da consciência. Bento XVI, utiliza de estudo de caso o autor: Sakharov, que em novembro de 1955, contemplou a da morte de um “jovem soldado e uma menina de dois anos”, devido a testes de explosões nucleares. Tal fato, levou o cientista a discursar sobre o tema: “Nenhum ser humano pode fugir à responsabilidade por um assunto, do qual depende a existência da humanidade”. Isso provocou uma ambiguidade de opiniões, no qual, o mesmo foi rechaçado, como que, este tipo de especificidade não lhe caberia, mas, que cada um deveria discernir e separar os nichos de: política, ciência e militar. Que o cientista deveria apenas se preocupar em criar e o exército decidir como melhor utilizar. Todavia: Negar ao homem a capacidade de conhecer aquilo que a ele mesmo diz respeito, cria um novo sistema de classe que a todos degrada, uma vez que deixa de ser considerado o ser humano como tal. Isto é, negar o principio moral cujo chegamos à consciência, “é negar o próprio ser humano”. Sakharov, deixa seu cargo no Estado, em 1968, para defender a ‘responsabilidade pública da consciência”, pautando-se nos “direitos humano, na renovação moral da nação e humanidade, nos valores humanos em geral e na lei da consciência”. Feitos, que tiveram grandes passos na queda do regime comunista, porém, ainda é um trabalho que perdura independente do sistema político. Entretanto, Bento XVI, acredita que os efeitos dos partidos marxistas, “transformados em forças de destruição da humanidade, continua hoje por outras formas”. Robert Spaemann, relata que “depois da queda da utopia se começou a espalhar um niilismo banal”. E, Richard de Rorty, no qual a ponta o ideal como “uma sociedade em que os valores absolutos e os critérios morais deixam de existir; o bem-estar transforma-se na única coisa que vale a pena ambicionar”, isto é, um esvaziamento do humano. Sakharov previu dizendo sobre a “moda da esquerda liberal” e “denunciava a ingenuidade e o cinismo” que paralisa o ocidente, quando este, deve reconhecer sua “responsabilidade moral”. 2. Liberdade individual e valores coletivos No segundo ponto Ratzinger começa com uma questão levantada no passado pelo físico nuclear Sakharov, “como é que o mundo livre pode ser fiel à sua responsabilidade moral?”. A liberdade conserva do ser humano a sua dignidade da qual está em relação para com sua responsabilidade moral, a liberdade que tem como único conteúdo a satisfação das necessidades, ele vai dizer que é uma falsidade pois nos coloca no mesmo patamar dos animais, no sentido de “fuja da dor, busque o prazer”. Sendo assim, a liberdade necessita de um conteúdo em comum, que ele define como garantia dos direitos humanos, o que ele quer dizer com isso é que a liberdade está relacionada a bondade, está ligada a capacidade de percepção da consciência pelos valores fundamentais da humanidade que dizem respeito a cada um. Sakharov é citado muitas vezes na obra, em especial ele diz que a liberdade muitas vezes anda de mãos dadas com o egoísmo e superficialidade, a liberdade não pode ser um atributo só para si, mas ela é indivisível e deve ser vista como direito de todo homem, e a liberdade não existe se não houver renuncia e sacrifício. Esta liberdade deve ser vista como responsabilidade pública e coletiva pois deve considerar moral, e estar sempre a serviço do homem. Ratzinger vai falar um pouco mais adiante sobre o perigo da democracia moderna, onde sendo a democracia entendida pelo regimento segundo a vontade e princípios da maioria, seja ela livre de qualquer dogmatismo alheio, ficando assim impossível defender os valores morais que são defendidos pela convicção da maioria. Entretanto tudo isso, existe uma única moral, universal e necessária, a verdadeira luz que ilumina todos os seres humanos, basta só que os olhos se abram, diz isso o Padre Bayle. Bayle mostra que as ideias de seu período histórico no século XVII estava em crise, a espiritualidade a fé estavam caindo, e as verdades no campo da metafísica já não se valiam de nada, pelo fato de que os filósofos não conseguiam dar um estatuto cientifico para a metafísica, viam-na como sinônimo de religião, esoterismo, bruxaria, fanatismo, podemos ver isso em Descartes na filosofia moderna e em Kant na filosofia contemporânea. Já no século XX a razão pode muito bem perder a perspectiva dos valores essenciais, quanto a liberdade se esvazia, pode excluir-se e fartar-se de si mesma. Sakharov se inquietava com a ingenuidade Ocidental pelo fato da liberdade ser vazia de sentido, o positivismo rigoroso, leva inevitavelmente ao niilismo, e devemos enfrentar isso, quando trata-se de defender a liberdade e os direitos humanos. Ratzinger vai também condenar e fazer uma crítica ao Nacional Socialismo (Nazismo) que servia de instrumento o niilismo, esse niilismo faz com que a alma fique vazia, fazendo com que os atos maus fossem vistos como algo normal ou um bem necessário, tudo o que o movimento fizesse era visto com grande prestígio, e seguiu-se então para um completo niilismo em que já não existia nenhum dos objetivos anteriores, e a liberdade fica reduzida a possibilidade de tudo fazer, para que uma vida que se tornou vazia, consiga momentos descontraídos e interessantes. 3. Respeito por um fundamento de humanidade Para combater a ingenuidade e o cinismo, Bento XVI, baseia-se na análise de Tocquevilles sobre a “Democracia na América”, no qual, o cristianismo protestante apresenta uma moral originária, propiciando base para uma para uma frágil “construção duma liberdade vivida no ordenamento das liberdades coletivas”. Para o autor, as instituições devem atuar com convicções gerais aceites por todos, os fundamentos maioritários somente podem ser aceitos quando as convicções sejam verdadeiramente humanas e razoáveis, na medida que for um fundamento de humanidade, visando um autêntico bem comum. Essas convicções necessitam de uma atitude humana correspondente, cuja atitudes que corroboram não podem provir duma cultura, onde, os aspectos morais e religiosos não são respeitados. Desvincular-se da forçar morais e religiosas fada uma cultura e uma nação ao suicídio. Ou seja, a conservação destes requisitos gera uma condição para existência da liberdade perante o niilismo e requisitos totalitários. A Igreja Cristã, ao manter sua essência distinta do estado, baseia-se em convicções adquiridas em liberdade. A Igreja, em seu múnus, não deve ser estado, nem parte dele, mas sim, uma comunidade de convicções. Todavia, não deve se fechar em si mesma, mas, falar da sua liberdade à liberdade de todos sempre evidenciando os valores, “sem os quais a liberdade social não é possível”.