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Professor Juliano Batista – Filosofia juliano.filosofia.ifmt@gmail.

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Quadro Comparativo de Epistemologias


Santo Agostinho vs. São Tomás

Santo Agostinho de Hipona 354 – 430 d.C. São Tomás de Aquino 1226 – 1274 d.C.

Filosofia Cristã Filosofia Cristã

Período Histórico: Idade Antiga Período Histórico: Idade Média


(do séc. XII a.C. [Período Homérico] – V d.C.) (do séc. V – XV d.C.)

Pertence ao quarto e último período histórico da Pertence a baixa idade média


filosofia antiga, conhecido como ético, (do final do séc. X [?] – XV)
helenístico ou cosmopolita (III a.C. – VI d.C.)

Pertence à Filosofia Medieval Pertence à Filosofia Medieval


(trada da relação entre fé x razão) (trada da relação entre fé x razão)

Pertence a Filosofia Greco-Romano-Cristã, Pertence à segunda ou alta escolástica


conhecida como Patrística Romana ou Latina (fim do séc. XII ao início do XIV).
(surge no séc. II d.C.[?]).

Baseia-se, principalmente, em Platão. Baseia-se, principalmente, em Aristóteles.

Sua filosofia é teocêntrica. Sua filosofia é teo e antropocêntrica.

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Coloca a fé cristã acima da razão humana. Concilia fé cristã e razão humana.

Prova a existência de Deus por meio da fé. Prova a existência de Deus por meio da razão,
mas com veredicto de fé.

A prova da existência de Deus é direta, perfeita e A prova da existência de Deus é indireta,


positiva – revelação, fé, crença. imperfeita e negativa – lógica, argumentação,
demonstração.

As ideias (verdadeiras) são inatas As ideias são adquiridas


(derivam da razão e iluminação) (derivam dos sentidos).

Valoriza mais a dedução do que a indução. Valoriza mais a indução do que a dedução.

Tem como objetivo central: 1) justificar a fé 9º. Tem como objetivo central organizar um
cristã; 2) converter os pagãos; e, 3) combater as conjunto de argumentos para demonstrar e
heresias; defender as revelações do cristianismo (Bíblia),
de modo a não contrariar a fé.

Propõe, involuntariamente, o conceito de Propõe, voluntariamente, o conceito de livre-


predestinação. arbítrio.

Teoria da Iluminação Divina Teoria da Abstração

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Santo Agostinho & São Tomás

Lista de Exercícios

Questão 01
UFU – Universidade Federal de Uberlândia
“No que diz respeito a todas as coisas que compreendemos, não consultamos a voz de
quem fala, a qual soa por fora, mas a verdade que dentro de nós preside à própria mente,
incitados talvez pelas palavras a consultá-la. Quem é consultado ensina
verdadeiramente, e este é o Cristo, que habita, como foi dito, no homem interior, isto é:
a virtude incomutável de Deus, a sempiterna sabedoria, que toda alma racional consulta,
mas que se revela a cada um quanto é permitido pela sua própria boa ou má vontade.”
Agostinho, Do Mestre, XIV. Citado em: INÁCIO, Inês C. e LUCA, Tânia Regina de. O pensamento
medieval. São Paulo: Ática, 1988, p. 74.

O trecho acima, de Santo Agostinho (354-430), mostra como esse pensador concebia o
processo de aquisição do conhecimento verdadeiro. Após ler este texto, marque para as
afirmativas abaixo (V) verdadeira, (F) falsa ou (SO) sem opção.

1( ). Para conhecer verdadeiramente, o homem precisa somente conhecer a Bíblia.


2( ). Para elaborar a doutrina da iluminação divina, Agostinho combinou elementos
da fé cristã com elementos da filosofia de Platão.
3( ). Segundo a doutrina da iluminação, o ser humano é incapaz de conhecer a
verdade usando tão-somente a força da razão natural.
4( ). Santo Agostinho rejeitou, em suas obras, qualquer possibilidade de compreensão
racional dos mistérios da fé cristã.

Questão 02
UFU
Leia os textos seguintes.

“Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós”.
SANTO AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Nova cultural, 1987. p. 154. Col. Os Pensadores.

“Assim, pois, se a verdade não é nem inferior, nem igual a nossa mente, segue-se que
ela só pode ser superior e mais excelente do que ela”. SANTO AGOSTINHO. O livre-
arbítrio. São Paulo: Paulus, l995. p. 119.

Marque para as alternativas abaixo (V) Verdadeira, (F) Falsa ou (SO) Sem Opção.

1( ). O conhecimento intelectual das verdades eternas não deriva das realidades


sensíveis.
2( ). O conhecimento intelectual das verdades eternas não deriva de nós mesmos.
3( ). O conhecimento intelectual das verdades eternas procede de uma vida passada
que a alma recorda.
4( ). O conhecimento intelectual das verdades eternas é adquirido pelo ensinamento
humano, através das palavras ou de outros sinais.

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Questão 03
UFU – Universidade Federal de Uberlândia
A respeito das assim chamadas “provas da existência de Deus”, formuladas por Tomás
de Aquino, considere o seguinte trecho.

A primeira de suas cinco vias fundamenta-se na experiência do movimento: o ser que se


move não pode ser motor e movido, existe, portanto, uma causa motriz primeira, que é
Deus [...]. INÁCIO, Inês C. & de LUCA, Tânia R. O pensamento medieval. São Paulo, Ática, 1988.
p. 73.

Sobre essas provas, marque para as alternativas abaixo (V) verdadeira, (F) falsa ou (SO)
sem opção.

1 ( ). Todas as cinco vias têm como ponto de partida a observação da realidade


sensível.
2 ( ). A primeira via, descrita no trecho citado, aproveita-se do conceito aristotélico de
Primeiro Motor Imóvel.
3 ( ). Assim como o Primeiro Motor de Aristóteles, Deus, segundo Tomás de Aquino,
também não se importa com as criaturas.
4 ( ). O conhecimento sobre a existência de Deus é um exemplo de verdade de fé, na
qual só se pode crer, pois não há como provar essa existência pela razão
humana.

Questão 04
UFU
Na Suma Teológica, Santo Tomás de Aquino (1226-1274) apresenta as cinco vias de
provas da existência de Deus. Essas vias são fundamentadas nas evidências da
sensibilidade e do raciocínio. Por exemplo, a primeira via é a do movimento, e nós o
percebemos pela sensibilidade; por meio do raciocínio concluímos a necessidade da
existência de um primeiro motor, o qual move sem ser movido. A segunda via, a da
série das causas, nos faz supor a necessidade de uma causa primeira.

A respeito desse assunto, marque para as alternativas abaixo (V) verdadeira, (F) falsa ou
(SO) sem opção.

1 ( ) Para refletirmos sobre a primeira via, precisamos da sensibilidade e da razão.


2 ( ) As cinco provas da existência não dependem do raciocínio, mas somente da
sensibilidade e da fé.
3 ( ) Se o movimento pode ser explicado por uma série de relações de causa e efeito,
então é preciso supor uma causa primeira para que a série de causas possa ser
compreensível.
4 ( ) Conforme o texto, o raciocínio não é necessário para a compreensão da primeira
causa, bastando apenas a sensibilidade.

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Gabarito
1. FVVF
2. VVFF
3. VVFF
4. VFVF

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