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INTRODUÇÃO
1 O ARISTOTELISMO DE AVICENA
1
Trabalho para obtenção de nota parcial da disciplina de História da Filosofia Antiga e Medieval
2
Bacharelando em Filosofia pela Faculdade Vicentina - FAVI
3
BITTAR, 2009, p. 62
4
BITTAR, 2000, p. 63
5
ANTISERI; REALE, 2003, p.192
6
ANTISERI; REALE; 2003, p. 192
Dentre suas contribuições filosóficas podemos citar a distinção entre ente e
essência. Segundo Avicena, o ente existe de fato, é algo concreto, já a essência é
algo abstrato, que não precisa necessariamente existir. O ente se refere ao ser da
coisa, como por exemplo, o homem, já a essência se refere à sua abstração que lhe
diz o que é, sua definição, no exemplo do homem, sua essência é a humanidade.
Para ele, no que se refere ao ente, é possível distinguir entre o ser necessário
e ser possível. O ser necessário seria aquele onde a existência e a essência seriam
a mesma coisa, de modo que não possa deixar de ser, sendo a própria razão de sua
existência. Já o ser possível, se refere a todo ser que não possui em si mesmo a
razão de sua existência, de modo que poderia não existir. Deus é o único ser
necessário, que existe por si mesmo, já o mundo e o cosmos são seres possíveis,
pois recebem a existência de Deus.
No que se refere ao mundo e sua relação com Deus, Avicena vai dizer que o
mundo é ao mesmo tempo contingente e necessário. Contingente segundo sua atual
existência que não lhe cabe na essência, de modo que sua existência não se
mantém por si mesma. Necessário, porém, enquanto Deus, de quem recebe a
existência, pois tendo Deus criado o mundo segundo sua vontade, não poderia ter
deixado de agir deste modo, pois não pode deixar de agir segundo sua natureza.7
Avicena vai dizer que Deus produz necessariamente a primeira Inteligência e
esta a segunda, de modo consecutivo até a décima Inteligência, criando cada uma
seus respectivos céus com exceção da décima, que não gera uma nova realidade,
mas atua no mundo tanto no plano ontológico como no gnosiológico8.
No plano ontológico, a décima inteligência serve como doadora das formas da
matéria no mundo sublunar, estruturando o mundo com matéria e forma, sendo a
matéria corruptível o princípio de individualidade pela mutação e multiplicidade,
diferente da matéria dos céus que é incorruptível. Encontra-se aqui a concepção
hilemórfica9 de Aristóteles unida as categorias neoplatônicas10.
No plano gnosiológico, ela opera a passagem da potência para o ato do
intelecto possível, ou seja, o intelecto humano individual. Tal passagem ocorre por
meio da irradiação tanto dos princípios primeiros pelo intelecto habitual, como por
meio dos conceitos universais e abstrações pelo intelecto em ato, podendo também
7
ANTISERI; REALE; 2003, p. 193
8
ANTISERI; REALE; 2003, p. 193
9
Hilemorfismo aristotélico é a teoria elaborada por Aristóteles, segundo o qual todos os seres
corpóreos são compostos de matéria e forma.
10
ANTISERI; REALE; 2003, p. 193
elevar o intelecto individual ao supremo intelecto agente pelo intelecto santo. Vale
ressaltar que em todos estes contatos com o intelecto agente a individualidade e
personalidade homem permanecem intactas11
Avicena buscou conciliar a filosofia aristotélica com a doutrina islâmica, o que
fez com que conciliasse com algumas doutrinas cristãs, o levando a influenciar
fortemente o pensamento escolástico com sua filosofia, como por exemplo, Santo
Tomas, São Boaventura, Duns Escoto, que encontraram em Avicena um grande
aliado em conciliar a fé e razão.
2 O ARISTOTELISMO DE AVERRÓIS
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
22
BITTAR, 2009, p 100