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Mistério de Deus
Lecionado pelo Padre Jacinto Farias
Moderação pelo Padre Ricardo Figueiredo
Tema 1 | 31/10/2023
A questão de Deus na atualidade
Noção de mistério
Numa aceção muito geral, a teologia é um discurso sobre Deus, é um logos,
ou seja, a busca de compreensão de um dado, da realidade, neste caso,
surpreendentemente, é um logos sobre Deus, um discurso ou um saber
acerca de Deus.
S. Tomás distinguia dois tipos de teologia: a teologia como o saber que Deus
tem de si mesmo, e a teologia como saber humano a respeito de Deus.
A Teologia como saber que Deus tem de si mesmo é absolutamente
inacessível ao Homem, ressalvando o acesso através do coração. Este é o
grande dado do cristianismo, apresenta-nos o Mistério de Deus, não como
uma mónada fechada em si mesma, mas como um excesso de Vida, de
verdade e amor que se abre ao mundo e ao homem, de tal modo que Deus
comunica, no Seu Verbo, o conhecimento que tem de si mesmo. Apesar de
Deus ser um mistério incompreensível, por exceder os limites da nossa
razão finita, é, no entanto, um mistério, o mistério por excelência, que tem
como nota característica comunicar-se a si mesmo, e nesta medida o
homem tem acesso ao conhecimento de Deus, na medida em que O acolhe.
A segunda aceção de teologia, em S. Tomás, diz respeito ao conhecimento
que os homens têm de Deus, quer de um saber que tem como fonte a
revelação de Deus, quer o saber que resulta do esforço humano de
entender aquilo em que acredita. Na teologia, assim entendida, dá-se a
conjugação harmónica entre a fé e a razão, naquele movimento da fé que
procura compreender (teologia) e da razão que procura crer (ciência, na sua
aceção transcendental).
Noção de teologia
Paradigmas da verdade
Filósofo
Antropológico –
Humanista
Histórico –
Historiador
Científico –
Cientista
Estético -
Compaixão
Deus e a questão
Em teologia trinitária, Karl Rahner caracteriza-se da verdade
sobretudo pelo seu método, que parte da história da
salvação, ao contrário de Santo Agostinho, para o
qual o homem é verdadeiramente o caminho para o
conhecimento de Deus, com o lugar particular da
experiência transcendental.
Segundo Rahner, o tratado De Trinitate não tinha,
nos estudos teológicos da sua época, a centralidade
devida no mistério da Trindade, mantendo-se
isolado das outras matérias teológicas, ao ponto de
estas subsistirem independentemente da questão
trinitária. É o que ele designa o isolamento do
tratado da Trindade tanto no interior da teologia,
como na liturgia, na espiritualidade e na vida
concreta dos crentes.
Deus e a questão
Rahner identificava duas causas para a situação: da verdade
- a estrutura do tratado sobre Deus: a perspetiva real não
era histórico-salvífica, mas especulativa e as referências à
Sagrada Escritura eram mais do tipo documental do que
referência inspiradora ou necessário ponto de partida da
teologia
- no axioma trinitário do Concílio de Florença segundo o
qual: «Em Deus tudo é um, exceto nas relações de
oposição» (DS 1330). Assim, toda a ação de Deus para
fora de Si seria comum às Três Pessoas da Trindade.
Criação, Redenção e Santificação eram uma ação comum
de toda a Trindade, mas apropriadas a uma Pessoa da
Trindade. Como consequência, verificava-se um
relacionamento indistinto do crente com Deus. Contudo,
para Rahner, não é a relação com o Outro que,
simplesmente, caracteriza a relação cristã do crente com
Deus, mas a relação pessoal com o Pai, o Filho e o
Espírito Santo
Questões e dúvidas
Muito obrigado pela vossa atenção