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DOPING E ÉTICA NO

DESPORTO

“Quando ganhar é tudo, fazemos tudo para ganhar”, Nicholas

“Temos paz de espírito quando aquilo que queremos é ao mesmo tempo


o que podemos e o que devemos.“, Mário Sergio Cortella

Ana Carolina Bettencourt Nº2


Camila Custódio Nº6
Catarina Santos Nº8
Francisco Batalha Nº9
10ºCT3 - Educação física
Prof. Pedro Buco
Escola Secundária José Saramago
Ano Letivo 2022/2023
Escola Secundária José Saramago Ano Letivo 2022/2023

ÍNDICE

ÍNDICE 2
INTRODUÇÃO 3
O QUE É A ÉTICA? 4
CORRENTES ÉTICAS 4
Ética das virtudes. 4
Ética normativa ou do dever. 5
Ética utilitarista. 5
PORQUÊ A ÉTICA NO DESPORTO? 6
ESPÍRITO DESPORTIVO, OLIMPISMO E FAIR PLAY 7
ALGUMAS PROBLEMÁTICAS DA ÉTICA NO DESPORTO 8
VALORES DA ÉTICA DESPORTIVA 11
ÉTICA DESPORTIVA – PRINCÍPIOS 13
I - Respeito pelo Corpo 13
III - Respeito pelo Outro 17
IV - Desporto para Todos 19
PRINCÍPIOS da ÉTICA DESPORTIVA 21
1 - ÉTICA DESPORTIVA 21
2 - A EDUCAÇÃO PELO DESPORTO 21
3 - O JOGO LIMPO NO DESPORTO 21
CAMPANHAS 22
1 - Prémio Ética no Desporto 22
2 - Move-te por valores 22
3 - Bandeira da Ética no Desporto 22
4 - Cartão Branco 23
O QUE DIZEM AS LEIS? 24
O DOPING 25
OBJETIVOS DA LUTA CONTRA A DOPAGEM 29
CONTROVÉRSIA 32
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 37

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INTRODUÇÃO

O desporto é, de facto, um fenómeno cultural alvo de várias modificações. Este


conceito sofre alterações quase de modo instantâneo, na medida em que a
sociedade evolui no redimensionamento dos seus princípios e valores . Atualmente
o desporto corre o sério risco de acumular um conjunto de perdas morais que o
descredibiliza socialmente como factor educativo. O sistema desportivo não pode
continuar a abrir mão de um conjunto de princípios e valores que asseguram o
sentido cultural e formativo da prática desportiva.

A aquisição de valores e princípios não se faz por imposição! Esses princípios


e valores têm de estar presentes em todas as dimensões e expressões da prática
desportiva e devem ser independentes do rendimento ou sucesso desportivos. O
desporto faz parte da nossa sociedade, ambos são regidos pelos mesmos sistemas
de normas e valores. Deste modo, e analisando a evolução do desporto moderno e
dos valores sociais actuais, onde a ambição e os interesses pessoais subjacentes à
competitividade dos estilos de vida adoptados se sobrepõem aos interesses sociais
, é legítimo questionar a aplicação da ética da mesma forma como foi entendida no
passado. Nesta perspectiva, o desporto, pelas suas regras, objectivos e exigências
implica, na sua prática, o respeito por valores éticos e morais, tais como:
solidariedade, honestidade, superação, respeito pelo outro, igualdade, etc.

Assim, se por um lado, é importante a divulgação e a defesa dos valores,


princípios e mensagens éticas do Desporto, como contributo relevante para a
moralização do acto desportivo, por outro, importa denunciar todos aqueles que
contribuem para a criação de situações lesivas e contraditórias dos mesmos.

Acreditamos na dimensão valorativa no desporto!


Acreditamos que este compromisso deve ser assumido por todos sem
exceção.

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Mas, acreditamos também, que não é viável pensar em ética do desporto


desvinculada de ética na sociedade.

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O QUE É A ÉTICA?
O termo ética deriva do grego ethos que significa fundamento, carácter,
alicerce, costume, hábito. É uma área da filosofia que estuda o comportamento
humano, e analisa a aplicação dos valores que devem orientar o indivíduo e a
sociedade. Valores esses que vão determinar se a conduta ou o agir humano é
correto ou incorreto. A ética tem como finalidade ajudar a pessoa a ser feliz, a ter
uma “vida boa”, com sentido e orientada para a realização do eu e do bem comum.

Mas, afinal, o que é a ética?


É o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três
grandes questões da vida:

Quero? Devo? Posso?


→ Nem tudo que eu quero, eu posso.
→ Nem tudo que eu posso, eu devo.
→ E nem tudo que eu devo, eu quero.

CORRENTES ÉTICAS

Existem diferentes correntes éticas, ou seja, diversas formas de dar resposta a


um problema, questão ou dilema ético.

Ética das virtudes.


Defendida por Aristóteles (384-322 a.C.) na sua obra Ética a Nicómaco,
assenta mais na pessoa e menos na ação, sublinhando o carácter da pessoa, e as
virtudes que esta deve ter para agir de forma correta.

Exemplo: o treinador para ser ético terá de ser virtuoso, isto é, nas suas
decisões terão de constar virtudes, como a verdade, ponderação, respeito…

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Ética normativa ou do dever.


Defendida por Immanuel Kant (1724- 1804), refere que se deve agir “de tal
forma que a tua norma se torne universal”. Isto é, caso a ação seja aceite por todos
então está-se a agir de forma correta.

Exemplo: um atleta foi mal-educado durante o treino, sendo colocado de


castigo. Se a grande maioria dos treinadores, perante esta situação, tomar a mesma
decisão, então a mesma poderia ser considerada como correta.

Ética utilitarista.
Defendida por John Stuart Mill (1806- 1873), afirma que se deve atuar de
forma a maximizar o bem e a minimizar o mal.

Exemplo: um atleta deve ser substituído de forma a maximizar o rendimento


da equipa, mesmo sabendo que se está a “sacrificar” um elemento.

A ética funciona assim como um sistema de valores que se manifesta através


do comportamento humano. Ora, se o desporto é uma área do agir humano, então
também aí a ética se manifesta. Desta forma, quando, através do desporto, se tem a
intenção de educar, ajudar a formar o carácter, entre outros objetivos análogos,
então o desporto é um meio para a manifestação e o desenvolvimento de um
conjunto de valores éticos como sejam, por exemplo, a amizade, respeito, fair play,
solidariedade, resiliência, entre muitos outros.
Na vida, como no desporto, os valores devem ser compreendidos e
vivenciados. Não basta saber o que significa o valor da amizade ou a disciplina. É
necessário vivenciar esses valores, vivência esta que se dá pela prática, isto é, pelo
“exercício” desses valores. Por esse motivo se diz que o desporto é um “bom
exercício” para a prática de valores.
São exemplos de valores do desporto, ou da aplicabilidade de valores ao
contexto desportivo, os seguintes:

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Amizade. No jogo estabelece-se uma relação, criando e fortalecendo laços


entre pares.

Respeito. Ao cumprir as regras do jogo e ao reconhecer as qualidades do


outro, o atleta aceita as decisões e respeita o outro tal como ele é.

Solidariedade. O atleta torna-se solidário perante a adversidade, ajudando o


outro.

Cooperação. No jogo valoriza-se a ação do grupo enquanto equipa, sendo


esta fundamental para que os objetivos definidos sejam atingidos.

Fair play. No jogo, o espírito desportivo manifesta-se em gestos e códigos


que estão para além das regras e que revelam a educação e o respeito pelo outro,
por si próprio e pelo jogo.

Disciplina. Ao jogar, é cumprido um conjunto de regras e exercitado, de


forma correta, um conjunto de determinados comportamentos.

PORQUÊ A ÉTICA NO DESPORTO?

A prática desportiva deve contribuir para a formação e desenvolvimento


integral do cidadão, incluindo a aprendizagem e desenvolvimento dos princípios da
ética, fundamentais ao exercício da cidadania, para a diversidade e inclusão social.
A institucionalização do desporto (principalmente ao nível formativo e
educativo) apenas se efetiva com respeito aos princípios e valores que este encerra,
principalmente no que respeita aos valores olímpicos.

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ESPÍRITO DESPORTIVO, OLIMPISMO E FAIR


PLAY

O espírito desportivo/fair play significa não só respeitar as regras do jogo mas,


essencialmente, honrar e valorizar o jogo com atitudes morais dignas e que vão
para além do cumprimento das regras, como sejam as atitudes de lealdade, de
justiça e de respeito. Por exemplo, não existe a tendência normativa de de regras
que obriguem a ajudar ou cumprimentar um adversário, mas se tal ocorrer – e deve
ocorrer! – considera-se ser uma demonstração de fair play. Por seu turno, mas de
forma complementar e até, em certa medida, fundadora do espírito desportivo/fair
play, o Olimpismo defende um conjunto de princípios e de valores que se
consubstanciam no chamado Espírito Olímpico que tem por base três grandes
valores: EXCELÊNCIA, AMIZADE e RESPEITO. Esta dimensão valorativa do
Olimpismo é reveladora da sua essência: o mais importante é participar, criar
relações e procurar ser cada vez melhor. Para Pierre Coubertin, pai dos Jogos
Olímpicos da era moderna, o Olimpismo é uma filosofia de vida, onde o corpo e o
espírito se devem completar, apoiados na cultura e educação. Os Jogos Olímpicos
representam, assim, um projeto educativo e civilizacional assente em valores
universais que procura unir as pessoas em redor dos seus valores
consubstanciados pelo Espírito Olímpico e na base do lema Citius, Altius, Fortius
(i.e., mais rápido, mais alto, mais forte).

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ALGUMAS PROBLEMÁTICAS DA ÉTICA NO


DESPORTO

Todos os dias qualquer interveniente no contexto desportivo (atleta, espetador,


árbitro, pais, dirigentes de um clube, etc) é confrontado com desafios/
problemas/dilemas morais e éticos, no treino, na competição ou mesmo no
quotidiano, e para os quais terá de dar resposta. A ética ajuda a responder a estas
questões através da aplicação de um sistema de valores. Com efeito, são os valores
(por exemplo, os já mencionados respeito, compreensão, exigência, prudência,...)
que se utilizam ou aplicam que irão determinar a qualidade da resposta. Numa ação
moral – ética de situação – é necessário ter em conta a norma da ação, o contexto,
a intenção do agente, e as consequências desta ação.
Para além do doping, que constitui um sério problema que teima em não ter
uma solução aparente, sendo uma realidade que por sinal já é bem antiga, e que
será tratado mais à frente neste trabalho, podemos identificar outros desafios que se
colocam à Ética no Desporto:

Racismo
No desporto, não raras vezes, a dimensão emotiva pode dificultar a percepção
desta problemática, pelo que frequentemente se desculpabiliza comportamentos e
expressões racistas como se fizessem parte do processo. O racismo acontece
quando, por preconceito, se discrimina outra etnia que não a nossa.

Especialização precoce
Do ponto de vista ético, o treinador deverá respeitar as capacidades do atleta,
e ao mesmo tempo ter em conta os seus limites, procurando agir sempre no
interesse da sua saúde. Por vezes, uma exigência competitiva desproporcionada
pode levar a um desequilíbrio emocional e físico dos atletas. Ao se “queimarem” as
etapas do desenvolvimento da criança ou jovem, está-se, de certa forma, a violentar
a dignidade da criança nas suas dimensões, físicas, psicológicas, afetivas,
emocionais e sociais, com consequências nefastas para a sua vida futura.

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Igualdade de género
A igualdade de género representa a existência de direitos iguais para mulheres
e homens, raparigas e rapazes. É importante ter conhecimento das desigualdades
que persistem e dos obstáculos e resistências à igualdade entre os sexos na prática
desportiva, procurando reduzir estereótipos de género e barreiras à participação,
criando experiências desportivas inclusivas e equitativas.

Violência
Existem diversos tipos de violência – física, emocional, verbal... – e sempre
que tal acontece viola-se o princípio básico da ética que é o respeito pela pessoa
humana.

Abuso sexual de crianças e jovens


Também acontece no desporto, de modo particular, quando existe tolerância à
discriminação, violência física, verbal ou comportamentos sexuais inadequados.
Prospera dentro de um ambiente em que o exercício de “poder” e da “autoridade”,
nomeadamente por parte do adulto, provoca medo e dependência.

Bullying
Sendo também uma forma de abuso, o bullying faz referência ao uso
sistemático de poder com o objetivo de humilhar e rebaixar o outro, ferindo a sua
dignidade e personalidade, podendo marcar de forma negativa a criança e, no caso
da sua ocorrência em contexto desportivo, contribuir para o abandono da prática. No
desporto, e segundo Nery, Neto, Rosado e Smith (2020), a incidência desta
problemática ronda os 10 a 12% (de vitimização).
Manipulação de resultados. Trata-se de, por motivo de apostas desportivas,
manipular um resultado de forma ilegal com objetivo de obter benefícios desportivos
(resultado) e financeiros (lucro). É um problema grave que afeta o desporto pois
coloca em causa o princípio da verdade desportiva e também a segurança daqueles
que se envolvem, uma vez que tal fenómeno é desenvolvido por organizações
criminosas que procuram atletas em situação de fragilidade financeira que, uma vez
implicados no processo, têm dificuldade em deixar de estar envolvidos.

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Sustentabilidade
O desporto é também um contexto de grandes eventos, cuja exploração pode
pôr em causa o equilíbrio dos recursos naturais do planeta. Atualmente, e em linha
com a concretização dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável 2030,
propostos pela Organização das Nações Unidas, são inúmeros os documentos que
providenciam orientações para a promoção e desenvolvimento de um desporto mais
sustentável e amigo do planeta.

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VALORES DA ÉTICA DESPORTIVA

Quando aplicado ao desporto, a ética será a forma como cada um vive a


atividade desportiva, de acordo com um carácter assente em determinados valores.
No desporto a vitória não pode ser conseguida a qualquer preço e deve trazer
consigo valores, como o respeito, a tolerância, a verdade, a retidão, etc

VERDADE
Existe quando os agentes desportivos se comportam de forma a não alterar
resultados ou desempenhos.
Por exemplo, a corrupção de árbitros ou juízes ou a utilização de doping,
alteram a verdade desportiva.

COOPERAÇÃO
Quando todos os agentes desportivos trabalham em conjunto para atingir
objetivos comuns.

IMPARCIALIDADE
Fundamental para quem tem a tarefa de julgar e avaliar o desempenho
desportivo. Significa que se deve olhar para cada praticante da mesma forma, sem
preconceitos ou favores.

TOLERÂNCIA
Aceitar quem é diferente de nós, sem tentar mudar aquilo que cada um é.

AJUDA
Estar disponível para ajudar quem precisa, mesmo que isso possa ir contra os
nossos interesses pessoais.

DETERMINAÇÃO
É muito importante para conseguirmos atingir os nossos objetivos, ajuda-nos a
não desistir dos nossos sonhos.

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RESPEITO
O respeito pelos outros, por nós próprios, pelas organizações, pelas regras e
pelos valores é fundamental para a ética desportiva.

CORAGEM
A coragem de perseguir objetivos, de ultrapassar barreiras e obstáculos, de
assumir os erros.

JUSTIÇA
Esperar e exigir justiça para si e para os outros, tratar todos de forma justa e
correta.

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ÉTICA DESPORTIVA – PRINCÍPIOS

A ética desportiva orienta-se segundo 4 grandes princípios:

I - Respeito pelo Corpo

PRATICANTES
● Respeitar o próprio corpo e o dos adversários, para que não sofra danos
físicos ou mentais.
● Não usar doping em nenhuma situação.

TREINADORES
● Respeitar sempre todos os praticantes e proteger a sua saúde física e
mental;
● Opor-se ao uso de quaisquer substâncias ou métodos que melhorem
artificialmente o desempenho desportivo dos praticantes;

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● Não usar métodos de treino, práticas ou regras que possam pôr em perigo a
saúde e o bem-estar dos praticantes;
● Respeitar as etapas de crescimento e o estádio de desenvolvimento dos
praticantes, adaptando as atividades às suas possibilidades.

PAIS E EDUCADORES
● Informar os seus educandos sobre a importância da luta contra o doping no
desporto;
● Informar os médicos dos seus filhos ou educandos para o facto destes
praticarem desporto.

DIRIGENTES E GESTORES DESPORTIVOS


● Envolver-se na luta contra o doping divulgando os direitos e deveres dos
praticantes e de todas as pessoas envolvidas no fenómeno desportivo;
● Trabalhar com os treinadores para não permitir treinos, práticas e regras que
possam prejudicar a saúde e o bem-estar dos praticantes.

ESPETADORES E ADEPTOS
● Respeitar todos os praticantes e os agentes desportivos, e rejeitar todas as
ações e práticas violentas.

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II - Respeito pelas Regras

PRATICANTES
● Respeitar as regras do jogo ou da competição;
● Não aceitar qualquer tipo de fraude ou manipulação de resultados;
● Denunciar sempre que saiba duma situação de fraude;
● Defender a verdade desportiva;
● Conhecer e cumprir o Código de Ética Desportiva.

TREINADORES
● Promover sempre o desportivismo, também durante os treinos;
● Respeitar as regras técnicas do desporto;
● Denunciar sempre que saiba duma situação de fraude;
● Defender a verdade desportiva.

PAIS E EDUCADORES

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Respeitar as decisões desportivas dos árbitros, juízes e outros aplicadores das


leis do jogo.

DIRIGENTES E GESTORES DESPORTIVOS


● Cumprir a lei e os códigos de ética desportiva que regem a sua modalidade
ou organização;
● Agir sempre de forma leal, solidária e colaborante;
● Ser íntegro e honesto;
● Respeitar as regras técnicas do jogo e contribuir para a sua divulgação e
melhoria;
● Respeitar as decisões desportivas dos árbitros, juízes, cronometristas e todos
os que trabalham para que as leis do jogo sejam respeitadas;
● Recusar e denunciar a fraude ou manipulação de resultados, defendendo a
verdade desportiva;
● Fazer cumprir os princípios éticos por todos os agentes desportivos.

ESPETADORES E ADEPTOS
● Respeitar e tratar corretamente todos os agentes desportivos e praticantes;
● Cumprir os princípios do Código de Ética Desportiva.

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III - Respeito pelo Outro

PRATICANTES
● Aceitar as diferenças e respeitar as capacidades de todos os praticantes;
● Dar mais valor ao ultrapassar de dificuldades do que à conquista de vitórias;
● Entender a prática do desporto como uma oportunidade de igualdade.

TREINADORES
● Promover os valores éticos do desporto nos praticantes de todas as idades;
● Promover atividades desportivas que incluam todas as pessoas, mesmo aquelas
que tenham mais dificuldades.
● Entender a prática do desporto como uma oportunidade de desenvolver
competências físicas, psicológicas e sociais em todos os praticantes.

PAIS E EDUCADORES
● Transmitir aos seus educandos os valores do desporto e a sua importância para a
maneira como nos relacionamos uns com os outros;

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● Ensinar aos filhos e educandos que a prática desportiva melhora a saúde e a


formação cívica de todos os praticantes.

DIRIGENTES E GESTORES DESPORTIVOS


● Cumprir a lei e os códigos de ética desportiva que regem a sua modalidade
ou organização;
● Agir sempre de forma leal, solidária e colaborante;
● Ser íntegro e honesto;
● Respeitar as regras técnicas do jogo e contribuir para a sua divulgação e
melhoria;
● Respeitar as decisões desportivas dos árbitros, juízes, cronometristas e todos
os que trabalham para que as leis do jogo sejam respeitadas;
● Recusar e denunciar a fraude ou manipulação de resultados, defendendo a
verdade desportiva;
● Fazer cumprir os princípios éticos por todos os agentes desportivos.

ESPECTADORES E ADEPTOS
● Não ofender a orientação sexual, estatuto social, etnia, religião e raça dos
agentes desportivos.
● Aceitar as diferenças e respeitar as capacidades de todos os praticantes.

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IV - Desporto para Todos

PRATICANTES
● Aceitar as diferenças e respeitar as capacidades de todos os praticantes;
● Dar mais valor ao ultrapassar de dificuldades do que à conquista de vitórias;
● Entender a prática do desporto como uma oportunidade de igualdade.

TREINADORES
● Promover os valores éticos do desporto nos praticantes de todas as idades;
● Promover atividades desportivas que incluam todas as pessoas, mesmo
aquelas que tenham mais dificuldades.
● Entender a prática do desporto como uma oportunidade de desenvolver
competências físicas, psicológicas e sociais em todos os praticantes.

PAIS E EDUCADORES
● Transmitir aos seus educandos os valores do desporto e a sua importância para a
maneira como nos relacionamos uns com os outros;

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● Ensinar aos filhos e educandos que a prática desportiva melhora a saúde e a


formação cívica de todos os praticantes.

DIRIGENTES E GESTORES DESPORTIVOS


● Não discriminar nenhum praticante por causa da sua raça, religião, sexo,
orientação sexual, língua, condição social ou económica.

ESPETADORES E ADEPTOS
· Não ofender a orientação sexual, estatuto social, etnia, religião e raça dos agentes
desportivos.
· Aceitar as diferenças e respeitar as capacidades de todos os praticantes.

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PRINCÍPIOS da ÉTICA DESPORTIVA

1 - ÉTICA DESPORTIVA
A ética desportiva em todas as suas vertentes, mas particularmente como
meio de prevenção dos fenómenos sociais que, por qualquer forma ou grau,
atentem contra a essência do desporto, tais como: a violência; a dopagem; o
racismo; a xenofobia; discriminação social; e todos os atos e/ou omissões que
desvirtuem a verdade desportiva.

2 - A EDUCAÇÃO PELO DESPORTO


A educação pelo desporto, como forma de fomento da prática de múltiplos
valores humanos, mas também como forma de defesa dos hábitos de vida
saudável, do meio-ambiente, dos espaços lúdicos, de lazer e de desporto. Nesta
dimensão educativa, os agentes desportivos assumem um elevado grau de
responsabilidade através do seu exemplo, em particular para com os mais jovens.

3 - O JOGO LIMPO NO DESPORTO


O fairplay/jogo limpo no desporto, com o inerente fomento do respeito e do
cumprimento estrito das regras, bem como da amizade, do respeito mútuo e da
correção no relacionamento com todos os que se entrecruzam no desporto,
nomeadamente com os adversários. O papel do Fair Play em volta do desporto é
então de alta importância podendo ser interpretado como o princípio moral do
desporto.

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CAMPANHAS

Várias são as campanhas implementadas por diferentes organizações como o


PNED (Plano Nacional da Ética no Desporto), IPDJ (Instituto Português do Desporto
e Juventude), Federações, etc…com vista a enaltecer e sensibilizar as condutas
eticamente corretas praticadas por diferentes agentes desportivos.

1 - Prémio Ética no Desporto


Instituído pelo Plano Nacional de Ética no Desporto, Instituto Português do
Desporto e Juventude, I.P. e Secretaria de Estado do Desporto e Juventude visa
distinguir, anualmente, personalidades ou instituições que reconhecidamente,
constituam exemplos intransigentes da prática e defesa dos valores éticos na vida e
no desporto.

2 - Move-te por valores


A melhor forma de transmitir os valores na vida, como no desporto, é através
do exemplo. “Move-te por valores – Testemunhos e Exemplos do Desporto” é um
projeto que recolhe um conjunto de histórias verdadeiras, vividas por atletas, de
louvor ao que de melhor existe no desporto.

3 - Bandeira da Ética no Desporto


A Bandeira da Ética consiste na certificação e promoção dos valores éticos no
desporto. A Bandeira da Ética é dirigida a todas as entidades que pretendam que
seja reconhecido e certificado o seu trabalho no âmbito da promoção dos valores
éticos através do desporto.

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4 - Cartão Branco

O Cartão Branco é um recurso pedagógico que visa enaltecer condutas eticamente


corretas, praticadas por atletas, treinadores, dirigentes, público e outros agentes
desportivos.
Ao Cartão Branco aderem entidades interessadas em promover valores e ética no
âmbito da prática desportiva

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O QUE DIZEM AS LEIS?

Em Portugal, temos leis sobre como praticar desporto com correção. Estas
leis também dizem o que pode acontecer aos agentes desportivos que não as
cumprirem. Constituição da República Portuguesa O direito ao desporto é tão
importante que a Constituição fala sobre isso. O artigo 79º da Constituição diz que
todas as pessoas têm o direito à cultura física e ao desporto, e que o Estado tem de
promover esta prática e prevenir a violência no desporto. Lei 5/2007 Esta lei fala
sobre a ética desportiva. O artigo 3º diz que o Estado é responsável por prevenir e
castigar os comportamentos antidesportivos e apoiar os projetos e iniciativas a favor
da tolerância e do espírito desportivo. Em Portugal existem muitas outras leis que
falam sobre a prática do desporto e das suas regras. Mas também existem leis e
regras na Europa e no resto do mundo sobre a ética e a prática desportiva. Existe a
Convenção Europeia sobre a Violência, a Convenção Europeia contra o Doping; o
Código da Ética Desportiva do Conselho da Europa; a Carta Europeia do Desporto;
a Carta internacional da Educação Física e do desporto da UNESCO; e outras.

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O DOPING

Trata-se da aplicação de substâncias ou métodos ilegais que possibilitam


modificações físicas e psíquicas que se traduzem em vantagens no
desempenho desportivo do atleta. Além de provocar uma vantagem irregular na
performance desportiva, pode provocar deformações ósseas, distúrbios hormonais,
miopia, hipertensão, coágulos sanguíneos, diabetes, doenças reumáticas, insónias,
depressão… Do ponto de vista ético, o doping é considerado nefasto
fundamentalmente por violar três princípios: o princípio da “equidade”, já que
confere uma vantagem de forma incorreta (no desporto, é essencial que os atletas
partam para uma prova em igualdade de circunstâncias) e, desta forma, atenta
contra a verdade desportiva, o princípio do “respeito pela saúde” do atleta, uma vez
que o doping provoca distúrbios e desequilíbrios nocivos para o atleta e com
consequências nefastas também para o seu bem-estar, e o princípio do “espírito
desportivo”, na medida em que o doping viola os valores da verdade, do respeito e
da ética.
Quando abordamos a ética no âmbito do consumo de substâncias dopantes,
não está em causa só a ética do próprio atleta, mas também a ética de todos
aqueles que o rodeiam no contexto desportivo, elementos estes que se encontram
numa posição que lhes permite tomar decisões específicas e ajudar o atleta a
alcançar o que mais deseja: o sucesso, sendo mais uma vez reforçada a ideia da
necessidade da obtenção do mesmo, de uma forma generalizada para toda a
sociedade.
Todos os agentes desportivos têm o dever de respeitar os princípios de ética
no desporto, devendo ser respeitados principalmente pelos que se encontram no
cume da pirâmide que representa o sistema desportivo. A verdade é que se as leis e
os regulamentos existem, estes são para ser cumpridos, sendo mais importante que
a sua existência e adequabilidade, o rigor da sua aplicação. Por isso, treinadores,
médicos, directores, treinadores, veterinários (como é o exemplo do caso dos
desportos equestres), farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas,
químicos e bioquímicos, entre outros, têm a obrigação de zelar pelo estrito
cumprimento dos códigos de ética das suas associações profissionais de forma a
prevenir o recurso de substâncias ou métodos proibidos pelos atletas.

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O recorde é uma das consequências da evolução do desporto e da sua


integração numa sociedade que aclama a eficácia, o rendimento e o progresso, ao
contrário do desporto antigo que proclamava o culto do corpo. De facto, o recorde
marca a diferença entre o desporto antigo e o desporto moderno, chegando-se
mesmo a considerar este fenômeno como a essência e noção central do desporto
actual. É através do funcionamento do recorde, que nos é mostrado o homem no
desporto moderno, lançado num processo sem fim e provavelmente correndo o
risco de pensar que o progresso é infinito e que o ser humano pode recuar
indefinidamente a barreira dos seus limites, sendo aludida mais uma vez a ideia do
super-homem. Os grandes interesses a nível desportivo e monetário levaram a que
o recurso a drogas se tornasse numa solução, tanto pela conquista do
reconhecimento desportivo como também pelo aspecto financeiro, sem que para
isso se olhasse a meios para se atingir o que se pretende, colocando
consequentemente em risco, a existência de Fair Play.

O recurso a substâncias dopantes põe em causa:

1. Preservação da verdade desportiva


O desporto, e sobretudo o desporto de competição, pressupõe a igualdade de
oportunidades. Todos devem competir nas mesmas condições e os resultados não
podem estar dependentes da utilização de substâncias e/ou métodos proibidos. O
recurso a essas substâncias e métodos proibidos corrompe a verdade desportiva e
é uma forma desleal e desonesta de atingir o êxito. Em menos palavras: recorrer à
dopagem é fazer batota! Por outro lado, ao desporto de competição está muitas
vezes associada uma forte componente económica: dos resultados de praticantes
desportivos e das equipas ou clubes estão frequentemente dependentes elevados
retornos financeiros. Os processos de treino exigem muito trabalho e grande
investimento: esse esforço tem de ser salvaguardado, garantindo a todos um
desporto livre de práticas de dopagem – um desporto limpo

1.2 Preservação da saúde do praticante desportivo


Da utilização de substâncias e métodos proibidos no desporto podem resultar
sérios malefícios para a saúde, que podem inclusivamente pôr em risco a vida dos

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praticantes desportivos que recorrem a essas práticas. Embora muitas das


substâncias e métodos proibidos sejam utilizados por indicação médica para o
tratamento de diferentes problemas de saúde, essas substâncias e métodos não
devem ser utilizadas por pessoas saudáveis, pois todos os medicamentos têm
efeitos secundários indesejáveis. Por outro lado, as doses utilizadas em práticas de
dopagem são geralmente muito mais elevadas do que as utilizadas
terapeuticamente. As doses de agentes anabolisantes utilizadas nas estratégias de
dopagem podem ser cinquenta vezes superiores às doses utilizadas para
tratamento de doenças. Se as substâncias proibidas utilizadas em doses
terapêuticas já têm efeitos secundários, imagine-se o que pode resultar das doses
utilizadas em estratégias de dopagem. Sucede também que os procedimentos
usados na utilização dos métodos proibidos no desporto não seguem geralmente as
boas práticas médicas, o que se traduz num sério risco para a saúde. Todos
percebemos que o local adequado para realizar uma transfusão sanguínea é um
hospital e não um domicílio ou um quarto de hotel. Por outro lado, algumas das
substâncias utilizadas para dopagem foram concebidas única e exclusivamente com
essa finalidade, não estando disponíveis para uma utilização terapêutica. Desse
modo, não está garantida a segurança e a vigilância farmacológica dessas
substâncias por entidades oficiais

1.3 Preservação do espírito desportivo


A sociedade investe uma parte significativa dos seus recursos financeiros no
apoio à prática desportiva. Isto justifica-se não só pelo que o desporto tem de
positivo em termos de saúde e de ocupação dos tempos livres, mas também porque
se considera que o desporto é uma verdadeira escola de virtudes. Valores éticos
como, por exemplo, a lealdade, a honestidade e o trabalho são indissociáveis da
boa prática desportiva. Espera-se que o praticante desportivo seja um espelho
destas caraterísticas e do verdadeiro espírito desportivo. Espera-se que seja um
exemplo para todos e em especial para os mais jovens. O recurso à batota e a
práticas que colocam em risco a saúde são comportamentos que corrompem o
espírito desportivo.
O Espírito Desportivo, consiste num conjunto de normas estabelecidas e
integrantes do desporto mas também de normas não prescritas nos códigos

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desportivos que compreendem comportamentos de acordo com um código de ética


humano, prescrevendo respeito, tolerância, igualdade entre outras formas de
comportamento. Estas características são traços de carácter do ser humano que se
expressam nos diversos contextos da sociedade, e que quase obriga ao
estabelecimento de uma ponte entre a ética desportiva e as questões da formação
da personalidade da cultura social e também do civismo, mostrando-se que o
desporto apenas representa uma parte de um todo mais alargado
No sentido de se proteger a saúde, bem como a integridade psicológica e
física dos atletas, lutando por uma ética desportiva e permitir a igualdade de
oportunidades para todos, é importante que o doping seja combatido, recorrendo-se
a todas formas e meios possíveis para que tal aconteça, sendo estas as principais
ideias em que se baseia e consiste a luta antidoping, de acordo com o Conselho da
Europa. Constitui-se ainda com uma grande importância, a necessidade de
sensibilizar os atletas para os malefícios do doping e que esse meio para alcançar a
vitória é artificial, não sendo esta alcançada por mérito próprio. Assim sendo, para
além de se recorrer a uma via que sanciona os desportistas, poder-se-á apelar para
uma visão pedagógica, no sentido dos implicados refletirem sobre o assunto.

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OBJETIVOS DA LUTA CONTRA A DOPAGEM

A luta contra a dopagem é uma forma de preservação da saúde dos


praticantes desportivos e, para além disso, uma forma de preservação da verdade
desportiva e, desse modo, de um desporto limpo onde os princípios de ética
desportiva. Em Portugal, a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) é a
organização nacional antidopagem com funções no controlo nesta área e luta contra
a dopagem no desporto, nomeadamente enquanto entidade responsável pela
adoção de regras com vista a desencadear, implementar ou aplicar qualquer fase do
procedimento de controlo de dopagem sejam rigorosamente respeitados.

A luta contra a dopagem traduz-se num esforço concertado entre todos os


países do mundo e vários intervenientes do movimento desportivo, como os
Comités Olímpico e Paralímpico Internacionais e as Federações Desportivas
internacionais e nacionais. Deste esforço concertado nasceu em 1999 a Agência
Mundial Antidopagem (AMA), com o objetivo de promover, coordenar e monitorizar a
luta contra a dopagem em todas as suas formas, a nível global. Essa atividade
complexa e multidisciplinar denomina-se Programa Mundial Antidopagem.

De acordo com a Secretaria do Estado do Desporto (1999) e o CNAD (2004), a


luta contra a dopagem no desporto é desenvolvida segundo três vertentes
fundamentais:

Controlo antidopagem - o CNAD juntamente com as Federações,


determina um programa de controlo antidoping que pode ser realizado tanto em
competição como fora dela.

Educacional - refere-se à importância de se esclarecer e informar os mais


jovens quanto aos riscos do uso de substâncias dopantes e ainda de demonstrar
que a dopagem representa um caminho desonesto e batoteiro de obtenção de bons
resultados.

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Investigacional - a Comissão Médica do COI condecora trabalhos de


investigação que de alguma forma possam contribuir para o combate da dopagem
no desporto. São também fornecidos subsídios anuais pela AMA, no sentido de
potenciar a realização de estudos científicos na área, essencialmente no que
respeita à descoberta de novas tecnologias quanto à detecção de substâncias
ilícitas.

O controlo antidoping na atualidade é realizado, tendo por referência, as listas


de substâncias consideradas proibidas e ainda de métodos considerados ilícitos,
isto é, que são consideradas como doping. Estas listas, não são fixas mas sim
alteráveis uma vez que estas vão sendo actualizadas pelo aparecimento de novas
substâncias e métodos de doping, podendo variar de modalidade para modalidade,
e ainda dentro de uma mesma modalidade, evoluir temporalmente.

Posto isto, e de acordo com a lista de substâncias e métodos proibidos que


entrou em vigor a partir do dia 1 de Janeiro de 2008 e ratificada pelo grupo de
monitorização da Convenção contra a dopagem do Conselho da Europa em
12/11/2007 e ainda ratificada pelo CNAD em 28/11/2007, as substâncias e métodos
proibídos em competição e fora de competição são:

Substâncias proibidas:
S1. Agentes anabolizantes;
S.2. Hormonas e substâncias relacionadas;
S.3. Beta 2 – agonistas;
S.4. Antagonistas hormonais e modeladores;
S.5. Diuréticos e outros agentes mascarantes.

Métodos proibidos:
M1. Incremento do transporte de oxigénio;
M2. Manipulação química e física;
M3. Dopagem genética.

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As substâncias proibidas em competição em associação com as


categorias S1 a S5 e M1 a M3 descritas anteriormente são:
S6. Estimulantes;
S.7. Narcóticos;
S.8. Canabinóides;
S.9. Glucocorticosteróides;

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CONTROVÉRSIA

Da pesquisa desenvolvida encontramos autores, que sendo contra ao recurso


da dopagem, consideram que as políticas desenvolvidas pelos órgãos competentes,
no combate deste flagelo carecem de reflexão. (Constantino, 200)
Começando pelo princípio de igualdade entre os competidores, este autor
menciona que é uma ilusão que o desporto possa ser uma competição entre iguais,
uma vez que não existe igualdade entre atletas de países diferentes, isto é, por
exemplo, que igualdade poderá haver entre um atleta norte americano e outro
albanês? Para além disso, considera que tanto as condições materiais em que se
realiza o treino, como a preparação desportiva e ainda o acompanhamento técnico
especializado que um atleta possui, varia de país para país, daí que não seria a
recorrência a substâncias dopantes que colocaria a existência de uma desigualdade
entre os atletas. Poderia acentuar essa desigualdade, mas na realidade, a mesma já
existia previamente. Esteves (1999) demonstra também a sua posição quanto a este
ponto ao colocar as seguintes questões: as diferenças a nível económico e social
afetam realmente a veracidade da classificação do atleta? A questão hereditária não
é relevante? E as doenças que são adquiridas? Será moralmente aceitável e justo
colocar-se um filho de um homem rico a competir com um filho de um homem pobre
e doente? Será igualmente aceitável, colocar-se lado a lado um indivíduo preparado
desportivamente de forma adequada e outro que tenha tido uma preparação
deficitária? Será também justo, duas seleções se confrontarem, sendo uma delas de
um país de 5 a 10 milhões de habitantes e outra com 100 ou 200 milhões?
Não podemos negar que a luta contra o doping é desigual entre os países,
pois enquanto que atletas de determinados países “jogam limpos” outros, devido
aos seus meios tecnológicos avançados, se encontram sempre à frente da
tecnologia da luta antidoping. Este avanço tecnológico é, aliás, um dos aspectos
que se pode questionar. Com efeito, parece não haver dúvida, que a ciência nem
sempre promove avanços que se possam considerar éticos .
Voltando a Constantino (2000) e segundo este, outra razão que a ideologia
desportiva apresenta para recriminar e penalizar a recorrência ao doping é o
argumento de que o seu uso se traduz num rendimento desportivo artificial. É
importante, antes de tudo, tentar perceber e clarificar o que significa “não-natural”.

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Será “não-natural” tudo o que é estranho ao organismo, ou somente os produtos


“quimicamente exógenos”? Um exemplo disso é o facto de na obtenção de força
muscular, a estimulação elétrica não ser considerada doping, mas a ingestão de
produtos farmacológicos já o ser. Aqui, questiona-se o que estará em causa, se a
natureza do procedimento que tem efeitos no rendimento desportivo dos atletas, ou
se o efeito que tem sobre a saúde dos mesmos. Perante esta questão, o mesmo
autor considera que neste aspecto, faltam fundamentos acerca da ideologia
proibicionista da dopagem. A violação da ética desportiva é outra das razões,
considerando o autor que este argumento consiste num refúgio, quando todas as
outras razões falham. É natural que ao não se cumprir os regulamentos de uma
competição, estejamos perante uma infracção que se sintetiza no uso de uma
prática desonesta e batoteira, sendo por isso indiscutíveis e inaceitáveis quaisquer
argumentos no sentido de se aceitar comportamentos proibidos pelas leis
desportivas por parte dos atletas.
Pode-se, contudo, apesar de terem de ser cumpridas, refutar se as leis terão
fundamento suficiente. Por último, chegamos à necessidade de defender e proteger
a saúde dos atletas que, segundo este autor, é de todos os argumentos, aquele
onde encontra razões preponderantes para a recriminação de práticas dopantes.
Considera também que se o que se pretende é defender a saúde dos praticantes,
então os mesmos teriam de deixar de continuar a praticar um desporto que por si só
já se encontra doente. Encontra-se doente quando a atenção fulcral se dirige para o
resultado e o praticante passou apenas a ser um apêndice de um objectivo:
alcançar o prestígio e recompensa monetária. A prática intensa de exercício, o
rendimento competitivo precoce, as modalidades que simplesmente se constituem
como um atentado e um risco para a integridade física dos atletas, são questões
ignoradas pelas autoridades desportivas que se preocupam apenas com as
questões de dopagem. É necessário que se tome consciência de que o desporto,
especialmente o de alta competição, resulta de uma prática extremamente intensa
de exercitação corporal, sendo todo ele, um factor de risco para a saúde das
pessoas, uma vez que desafia os limites da condição humana. A dopagem
naturalmente prolongará esse risco, no entanto, a preocupação das autoridades
desportivas e políticas deverá ser orientada no sentido de se ter em conta as

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condições de trabalho dos praticantes desportivos, verificar os seus riscos (não


apenas relativamente à dopagem) e a forma de os proteger contra os mesmos.

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CONCLUSÃO

O desporto é possuidor de virtudes, contudo, essas virtudes para serem


aprendidas têm de ser vividas. Para isso, é fundamental que todos os intervenientes
no desporto se sintam responsáveis pelo cumprimento desta missão educativa, em
benefício dos jovens, apelando-se que tenham um comportamento exemplar. Com
isto, é essencial que se vá contra a ideia vincada da sociedade que se resume à
obtenção do sucesso a todo a custo, ideia que no decorrer do nosso trabalho, tem
vindo a ser frisada. Apesar de não termos intenções moralistas, não podemos deixar
de ter uma opinião sobre o que pode e deve ser a atitude dos atletas. Com efeito, é
fundamental que os atletas sejam capazes de ignorar essa exigência, vivendo a sua
vida de uma forma justa sem que se preocupem em obter tal sucesso à força e por
isso correrem riscos, fruto dessa suprema vontade da sociedade. É fundamental
que os atletas sejam educados no sentido de compreender como o desporto
funciona, e de se tornarem cultos para assim cumprirem o que se encontra descrito
na legislação desportiva, transparecendo que estes são possuidores de valores que
para além de terem sido aceites por estes, se encontram também interiorizados nos
mesmos.

O caso do doping leva a que os jovens duvidem e não tenham certezas quanto
à verdade e à justiça do futuro desportivo, daí que seja necessário essa
interiorização de valores para caminharmos no sentido do alcance da justiça,
honestidade e da verdade do seio do desporto. No fundo, para que os princípios da
ética no desporto sejam respeitados, é necessário que as diversas instituições e
sectores da nossa sociedade em geral, intervenham de uma forma activa na luta
contra a dopagem no desporto, desencadeando, por exemplo, iniciativas,
descobrindo novos horizontes visando a prevenção do uso de substâncias e
métodos ilícitos por parte dos atletas.

A finalizar diremos que foi diversificada a pesquisa bibliográfica a que


recorremos para a elaboração deste trabalho. Importa ressalvar a íntima relação

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entre os conceitos da Ética e do Doping, que acreditamos ter ficado explanado no


decorrer do mesmo.
Por outro lado, temos consciência que outros tópicos poderiam ter sido
abordados, dada a vastidão do tema, no entanto, privilegiamos as áreas, que em
nosso entender, consideramos mais pertinentes e que transmitem uma perspetiva
mais globalizante.

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BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, André Xavier de ; LIMA, José Carlos; ROSA, Bruno Avelar.
ÉTICA NO DESPORTO (2021).

CELESTINO, Tadeu Ferreira de Sousa. Orienta-te por Valores: a Ética e o Fair


Play para Todos (2017).

IPDJ, CÓDIGO DE ÉTICA DESPORTIVA.

MARQUES, Sandra. ÉTICA DESPORTIVA PARA TODOS!

MONTEIRO, Ivânia Sofia da Costa. Doping no desporto: um problema de


carácter social Uma revisão crítica no âmbito do Culturismo (2008).

MOREIRA, Carla Marisa; PESTANA, Gui Duarte. ALGUMAS REFLEXÕES


SOBRE A ÉTICA DESPORTIVA.

SILVA, Vânia Sofia de Sousa. OS ATLETAS DE ELITE E A DOPAGEM, O caso


dos lançadores (2005).

TAVARES, Otávio. Doping: argumentos em discussão (2002).

Ana Carolina Bettencourt Nº2 Camila Custódio Nº6 Catarina Santos Nº8 Francisco Batalha Nº9 10ºCT3 38

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