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Crescêncio Alberto Mataco

Delfina Maone Alberto


El Hagi Baptista Cílio João
Johane Lucas Pedro
Mauro Inocêncio Chimbango
Nelo Pita Marcos
Nelson David Augusto

História da vida moral e Desporto

Licenciatura em Educação Física e Desporto

Universidade Púnguè

Chimoio

2023
Crescêncio Alberto Mataco
Delfina Maone Alberto
El Hagi Baptista Cílio João
Johane Lucas Pedro
Mauro Inocêncio Chimbango
Nelo Pita Marcos
Nelson David Augusto

História da vida moral e Desporto

Licenciatura em Educação Física e Desporto

Trabalho de investigação
científica a ser apresentado no
departamento de Ciências do
Desporto e Educação Física, da
cadeira de Historia da Educação
Física.

Universidade Púnguè

Chimoio

2023
3

Índice
CAPITULO I..............................................................................................................................4

1. Introdução...........................................................................................................................4

1.1. Objectivos....................................................................................................................4

1.1.1. Geral.....................................................................................................................4

1.1.2. Especificos...........................................................................................................4

1.2. Metodologia.................................................................................................................4

CAPITULO II-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................5

2. Historial da vida moral e Desporto....................................................................................5

2.1. Génese do desporto moderno......................................................................................5

2.2. O Movimento do Desporto para Todos.......................................................................5

2.3. Novas Necessidades Sociais no Final do Século XX..................................................6

2.4. Desporto de aventura...................................................................................................7

2.5. Desenvolvimento Moral no Desporto.........................................................................9

2.5.1. Caracterização das diferentes fases de desenvolvimento moral..........................9

2.5.1.1. Comportamentos prossociais e antissociais....................................................10

2.5.1.2. Comportamentos prossociais e de fair-play para prevenção de atos


antissociais.......................................................................................................................11

2.5.2. Desporto para construção de carácter e promoção de valores...........................11

2.5.3. Alguns valores da ética desportiva.....................................................................12

CAPITULO III.........................................................................................................................13

3. Conclusão.........................................................................................................................13

4. Referências Bibliográfias.................................................................................................14
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CAPITULO I
1. Introdução

O desporto tem vindo a reflectir a forma como a sociedade se tem organizado, está
intimamente relacionado com os aspectos sociais e culturais, tendo-se constituído um dos
principais fenómenos contemporâneos.

A sociedade em que vivemos está em permanente mudança e consequentemente surgem


valores, interesses e estilos de vida diferentes. O que era importante há umas décadas atrás
alterou-se e reproduziram-se outras necessidades que se ajustam melhor à realidade actual.
As actividades de risco apresentam um elevado grau de incerteza por não serem
estandardizadas, provocam nos praticantes um grau de ansiedade em relação ao
desconhecido, desencadeiam uma grande satisfação física e espiritual, assim como, uma
emoção forte e intensa após os desafios conseguidos.

No entanto este presente trabalho tem como objectivo entender sobre o Historial da vida
moral e Desporto.

O trabalho está organizado em três capítulos onde capítulo I, encontramos a introdução, a


própria organização do trabalho, objetivo geral e objetivos específicos e metodologia, no
capítulo II, encontramos o desenvolvimento ou fundamentação teórica e no capítulo III,
conclusão e referências bibliográficas.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Compreender o Historial da vida moral e Desporto
1.1.2. Especificos
 Entender o Historial da vida moral e Desporto;
 Caracterizar os momentos historicos que mararam a actividade desportiva e;
 Entender a importancia da moral no desporto.
1.2. Metodologia
 Para materialização deste trabalho foi com base alguns documentos impressos e
artigos disponíveis na internet livros que dão referências bibliográficas no
concernente a esta pesquisa. Portanto, quanto ao procedimento é bibliografia, pois, o
trabalho contou com a revisão da literatura sobre as principais teorias contidas neste
trabalho científico.
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CAPITULO II-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2. Historial da vida moral e Desporto
2.1. Génese do desporto moderno

Segundo Marivoet (2002), a realidade que o desporto apresentou na Antiguidade Clássica, ou


nos jogos da Idade Média, nada tem a ver com a realidade social do desporto da Era
Moderna.

O desporto moderno surgiu no final do século XIX, e inseriu-se no desenvolvimento da


civilização ocidental segundo Elias e Dunning (1992), sendo mutável face às transformações
que se têm vindo a expressar nas sociedades. O desporto apresenta-se como um espaço da
história, inserido nas formações sociais que o expressam. De facto, desde o século XVIII que
na sociedade inglesa se foram introduzindo mudanças nas práticas físicas. Estas mudanças
contemplaram o que Elias e Dunning (1992) designou de desportivização de determinados
jogos, definindo regras e procedimentos normalizados que vieram a ser amplamente
difundidos ao nível mundial.

Além do ethos dos participantes e da normalização das regras, também outras mudanças
contribuíram para o aparecimento do desporto moderno. Segundo Marivoet, (2002), a criação
de um Estado forte, unificador da nação, melhorando as vias de comunicação e circulação,
permitiu que regiões mais afastadas passassem a disputar práticas físicas e recreativas entre
si, codificando regras, espaços e tempos para que essa disputa fosse feita nas mesmas
condições. Esta maior necessidade de subordinação às regras e aceitação das mesmas levou a
um maior autocontrolo dos estados emocionais, viabilizando práticas desportivas sem risco
de violência física. As necessidades de afirmação e comparação foram então transferidas para
a confrontação mimética, controlada e não violenta no desporto, transformando-o numa
forma de satisfação das necessidades sociais (Elias & Dunning, 1992).

2.2. O Movimento do Desporto para Todos

A revolução científica e tecnológica permitiu à sociedade actual trabalhar menos e produzir


mais, o que levou a alterações significativas no modo de vida das sociedades, tendo sido
neste contexto que surgiu o tempo livre (Gomes, 2005). Para Constantino (1993) o tempo
livre é sobretudo um tempo social, havendo actualmente uma maior valorização da pessoa
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humana do que há décadas atrás. Actualmente são visíveis vontades e aspirações que outrora
eram reprimidas ou censuradas, há uma maior espontaneidade e valorização nas relações com
os outros, deixando de parte as relações demasiadas hierárquicas.

Segundo Marivoet (1998) houve alterações em alguns ideais do desporto, ou seja a


mentalidade de que o desporto tem como fim único a competição e altas performances deixou
de fazer sentido, fazendo com que a política do "desporto para todos" tomasse força. Ao
juntarmos a esta nova mentalidade o facto da sociedade contemporânea se ter tornado mais
sedentária e a necessidade de equilibrar a sua qualidade de vida, surgiu a democratização do
acesso à prática desportiva também como uma forma de prevenção da saúde face ao
sedentarismo, tendo todos a oportunidade de terem acesso à prática desportiva.

Assim, a competição desportiva não é a única escolha possível para os jovens, adultos e
idosos que querem praticar desporto, há outras formas de participação com um valor mais
lúdico, com níveis de organização e de performances menos exigentes. As práticas
desportivas de lazer despontaram novos valores na cultura físico-desportiva, como por
exemplo, o desporto contribuir para o bem-estar com melhoria das condições físicas e de
saúde, uma forma de relaxamento e anti-stress, e também um veículo de retorno do Homem à
natureza de um meio cada vez mais urbanizado (Marivoet, 2002).

2.3. Novas Necessidades Sociais no Final do Século XX

De acordo com Lipovetsky (1994), o desporto de massas é essencialmente uma actividade


dominada pela busca do prazer, do dinamismo energético, da experiência de si próprio.
Refere este autor, que depois do desporto disciplinar e moralista, surgiu o desporto lazer, o
desporto saúde, e o desporto desafio. Diz ainda que da prática desportiva se quer viver
sensações de equilíbrio íntimo, valorização individual e evasão e descontracção, não sendo a
virtude que legitima o desporto, mas sim a emoção corporal, o prazer, a forma física e
psicológica, e que deste modo o desporto converteu-se num dos emblemas mais significativos
da cultura individualista narcísica centrada no êxtase do corpo.

Também Marivoet (2002: 40) refere que "O desporto praticado como ocupação de lazer
permite a todas as idades vivenciar estados agradáveis e prazerosos, que vão ao encontro das
necessidades mais sentidas neste final de século".

Gomes (2005) afirma que o lazer é divertimento quando procura satisfazer importantes
necessidades sociais. Este autor acrescenta que para que o tempo livre seja satisfatório e
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significante, as próprias pessoas devem ter a dizer algo que lhes exprima as necessidades,
pois seja qual for a sociedade que queiramos construir, o seu principal fim deverá ser o de
tornar a vida mais feliz, mais satisfatória para todos e o de dar a cada um uma oportunidade
de apreciar as riquezas e os prazeres dessa sociedade. O mesmo autor refere ainda que a
actividade física de lazer é apresentada como valor de uso quando privilegia o bem-estar e a
recuperação para o essencial da vida, já que lhe é atribuída benefícios ao nível psicológico,
social, cultural e económico.

2.4. Desporto de aventura

Tal como a sociedade, também o desporto sofreu alterações ao longo das décadas como
temos vindo a referir, acompanhando assim a sua mudança. Segundo a perspectiva de
Lipovetsky (1994), no séc. XIX e na primeira parte do séc. XX o desporto era visto como um
meio de pedagogia moral, onde se podia assimilar algumas virtudes, como a coragem, a
lealdade e a suplantação de si próprio. Hoje, o desporto abandonou um pouco este idealismo
moralista e tornou-se entre outros num desporto-desafio para produzir outras sensações como
o prazer, as emoções fortes e a valorização individual (Lipovetsky, 1994). Este autor designa
esta mentalidade por egobuilding, onde o indivíduo pratica desporto para se divertir, pelo
bem-estar, para superar obstáculos e riscos, ou para atingir determinadas performance, tendo
sempre como base a valorização do corpo e rentabilizado ao máximo esse capital. A escalada
é sem dúvida uma modalidade desportiva que parece responder a estas novas necessidades
sociais.

O desporto, que nasce e se desenvolve na era da modernidade, sendo uma das grandes marcas
deste período, com as mudanças dos paradigmas, conceitos e mentalidade da sociedade, dá
origem a um novo conjunto de práticas corporais que parecem mais adequadas às
necessidades e gostos da pós-modernidade (Bertrán, 1995). O desporto, vem disputar a
ocupação do tempo de lazer, que se tornou numa necessidade, sobretudo para as camadas
jovens (Marivoet, 1998). As práticas desportivas que envolvem o risco e o desconhecido são
cada vez mais apetecidas e procuradas por essas camadas (Pires, 1994).

As actividades de aventura e culturais são múltiplas, tais como, a escalada, a canoagem, o


pedestrianismo, a corrida de orientação, o cicloturismo. De uma maneira geral o gosto pele
aventura encontra-se ligado ao gosto pela Natureza.

O Desporto realizado em meio natural é uma recusa mental de utilizar espaços desportivos
artificiais e fechados que subjugam o praticante aos processos e mecanismos da sociedade
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industrial. O praticante tira proveito da natureza com fins desportivos, considera o espaço e o
ambiente global que o envolve, chegando a estabelecer estreitas relações com ela. A aventura,
a natureza e o risco são os componentes da aventura desportiva (Pires, 1994).

Na perspectiva de Jonhn C. Miles (1978, Ap. Pires, 1994), os objectivos procurados pelos
praticantes destas actividades resumem-se em dez:

 Para se testarem a si próprios;


 Pela admiração que provocam nos outros;
 Para impressionar os amigos e inimigos; 4-Pelo amor pelo risco;
 Pela exploração pelo desconhecido;
 Para se conhecerem a si próprios;
 Para verem as flores, nos horizontes, outros cenários;
 Para encontrarem outras pessoas fazendo a mesma actividade,
 Para compartilharem as mesmas experiências;
 Para ultrapassarem barreiras humanas.

Pires (1994) refere ainda que o desporto realizado em meio ambiente dá-nos a liberdade de
escolher, de decidir e de arriscar num meio instável, com muitos elementos desconhecidos e
que não se controlam.

Para Michel Bouet (1968, Ap. Pires 1994), os elementos que levam à atracção pelo risco em
desporto são:

 Fuga ás condições de conforto da vida actual, para se sentir o prazer proporcionado


por apreendimentos em que se tem de lutar para «salvar a pele»;
 Procura de satisfações em que não existe retorno, o que obriga aqueles que nelas se
lançam a terem de agir para resolver os problemas que vão surgindo;
 Conquista da natureza com a certeza que a natureza nos pode hipoteticamente vencer;
 Vitória sobre o medo;
 Sentimento de que se está a fazer qualquer coisa que poucos são capazes de fazer;
 Necessidade machista de se provar que não se tem medo, muitas vezes com recurso a
meios técnicos sofisticados. Descarga de ansiedade.
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2.5. Desenvolvimento Moral no Desporto

Os estudos sobre a moralidade no desporto,têm adotado uma perspetiva dicotómica,


dividindo os comportamentos em:

 Prossociais, caracterizados pela procura em ajudar ou beneficiar os outros (ex.: ajudar


um adversário a levantar-se)
 Antissociais, que incluem tentativas de causar uma desvantagem ou magoar os outros
(ex.: magoar outro jogador ou fingir uma lesão)

Partindo desta distinção e tendo em consideração a perspetiva de Kohlberg e as fases de


desenvolvimento moral, apresentamos a seguinte reflexão.

2.5.1. Caracterização das diferentes fases de desenvolvimento moral

A teoria do desenvolvimento moral é a mais conhecida de Kohlberg. Sua teoria, assim como
a de Piaget, é universalista. Kohlberg acredita que através de um processo interativo, todos os
seres humanos têm a capacidade de chegar à plena competência moral, medida pelo
paradigma da moralidade autônoma, ou, como prefere Kohlberg, pela moralidade pós-
convencional. O psicólogo americano Lawrence Kohlberg divide em três fases o
desenvolvimento moral, sendo que cada nível apresenta dois estágios.

O primeiro nível designa-se de “Pré-Convencional” constituído por dois estágios, moralidade


heterónoma, que responde á pergunta (Como posso evitar uma punição?). Já o segundo
estágio está inteiramente relacionado com o autointeresse/hedonismo que tem como objetivo
principal satisfazer as suas próprias necessidades, (O que eu ganho com isso?).

O segundo nível, “Convencional”, traduz-se na moral da conformidade convencional, as boas


relações e a imagem publicam como valores permitindo a manutenção da ordem social.

O estágio 3 é o das expectativas interpessoais mútuas, e do conformismo, em que o ser entra


na sociedade preenchendo papéis sociais (identidade dos papéis), vivendo segundo o que é
esperado pelas pessoas mais íntimas. A argumentação deste estágio pode julgar a moralidade
de uma ação tendo em conta as suas consequências em termos dos relacionamentos de uma
pessoa, a qual agora começa a incluir coisas como respeito, gratidão, etc.
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Relativamente ao estágio 4, “Sistema Social e Consciência”, tem em vista cumprir os atuais


deveres morais com os quais se concordou, preservando a ordem social, e mantendo o bem-
estar da sociedade ou do grupo.

O terceiro nível é conhecido como “Pós Convencional”. O estágio 5 é o do contrato social,


onde se deve estar consciente de que no mundo existem pessoas de diferentes opiniões,
direitos, e valores e todos devemos respeitar estas diferenças.

O último estágio é denominado como “Princípios éticos universais” onde o sujeito segue e
respeita sempre os seus princípios independentemente se os mesmo violam as leis e regras
sociais estabelecidas.

Estes níveis estabelecidos por Kohlberg estão inteiramente relacionados com o contexto
desportivo, como por exemplo numa situação de fingir um penalty de modo a satisfazer os
seus próprios interesses, marcar golo. Por outro lado, “ser bom rapaz” apenas para agradar os
adeptos, assim como respeitar os seus adversários face às diferenças de opiniões garantindo
os direitos do contrato social.

2.5.1.1. Comportamentos prossociais e antissociais

Os comportamentos prossociais devem ser garantidos e exercidos por todos como por
exemplo incentivar/ apoiar um colega de equipa que se encontra numa fase menos positiva.
Esta situação reflete o estágio 3 de Kohlberg, “Expectativas e relações interpessoais mutuas e
conformidade interpessoal”, uma vez que “ser bom” significa ter bons motivos e mostrar
preocupação com os outros.

Relativamente aos comportamentos antissociais, o racismo e a linguagem ofensiva


transmitida por parte dos adeptos para com os jogadores são os mais frequentes no que
concerne ao contexto desportivo. Esta situação pode ser explicada pelo último estágio do
psicólogo americano, “Princípios éticos universais”, onde o sujeito segue e respeita sempre os
seus princípios independentemente se os mesmo violam as leis e regras sociais estabelecidas.
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2.5.1.2. Comportamentos prossociais e de fair-play para prevenção de atos


antissociais

Para que os comportamentos prossociais prevaleçam relativamente aos anti sociais deve-se
glorificar e premiar todos aqueles que tenham um comportamento exemplar nomeadamente
garantir um premio salarial a todos os atletas bem “comportados” , punindo de forma severa
todos aqueles que não respeitem estes ideais.

Por outro lado, e visto que estes comportamentos prossociais não devem ser mantidos apenas
por jogadores, mas também por adeptos avpublicidade televisiva pode funcionar como
auxílio de modo a promovervo respeito seja entre géneros, raças, religiões e habilidades.

 Estratégias para promover o fair-play no desporto com base nas fases do


desenvolvimento moral

Nível I – Moralidade pré-convencional – Devem ser criadas regras que promovam o fair-
play, a partir do momento de entrada do atleta na vida desportiva de modo a garantir esse
bom comportamento no futuro.

Nível II – Moralidade convencional – O fair-play deve ser promovido neste patamar através
da comparação por exemplo do comportamento do capitão de equipa que se deve preocupar
com os outros, ter bons motivos e garantir o respeito, a confiança e a lealdade do grupo, de
modo a que todos os outros sigam este exemplo e se comportem da mesma maneira para um
dia conseguir chegar a esse posto.

Nível III – Moralidade pós-convencional

2.5.2. Desporto para construção de carácter e promoção de valores

A prática desportiva produz uma série de valores no seu contexto. Liderança, trabalho em
equipa, respeito às regras, são alguns exemplos de valores que são vivenciados, muitas vezes
indiretamente na prática desportiva e funcionam como ensinamentos para a vida.

A cooperação, o respeito e a justiça são alguns dos valores que estão presentes nos desportos.
A importância da prática desportiva na nossa sociedade vai além dos benefícios na saúde
física do homem uma vez que esta prática influencia os nossos comportamentos fora dela.
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O respeito garantido no desporto tanto face aos adversários como aos treinadores e colegas de
equipa vão garantir de forma automática o respeito ao próximo na vida. Assim como a
cooperação, bastante importante nos jogos coletivos uma vez que um único jogador não
consegue dar a vitoria á equipa, no entanto todos juntos ajudando-se mutuamente conseguem
vencer.

Por fim, a justiça é outro dos fatores com que o atleta tem de saber lidar no desporto e que irá
influenciar toda a sua vida.

2.5.3. Alguns valores da ética desportiva


O que é importante para nos comportarmos de forma correta enquanto agentes desportivos, é:
Verdade – A verdade desportiva existe quando os agentes desportivos se comportam de
forma a não alterar resultados ou desempenhos. Por exemplo, a corrupção de árbitros ou
juízes ou a utilização de doping, alteram a verdade desportiva;

Cooperação – Quando todos os agentes desportivos trabalham em conjunto para atingir


objetivos comuns;

Imparcialidade – Este valor é muito importante para quem que tem a tarefa de julgar e
avaliar o desempenho desportivo. Significa que se deve olhar para cada praticante da mesma
forma, sem preconceitos ou favores;

Tolerância – Aceitar quem é diferente de nós, sem tentar mudar aquilo que cada um é;

Ajuda – Estar disponível para ajudar quem precisa, mesmo que isso possa ir contra os nossos
interesses pessoais;

Determinação – É muito importante para conseguirmos atingir os nossos objetivos, ajuda-


nos a não desistir dos nossos sonhos;

Respeito – O respeito pelos outros, por nós próprios, pelas organizações, pelas regras e pelos
valores é fundamental para a ética desportiva;

Coragem – Ter a coragem de perseguir objetivos, de ultrapassar barreiras e obstáculos, de


assumir os erros;

Justiça – Esperar e exigir justiça para si e para os outros, tratar todos de forma justa e correta.
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CAPITULO III
3. Conclusão

Em suma concluimos que, a ética desportiva pode ser vista como um obstáculo à procura da
vitória, especialmente para aqueles atletas que procuram ganhar a qualquer custo. Vencer é
uma componente essencial do espectáculo. Contudo, isto não significa que seja necessário
recorrer a agressões, violência, subornos, doping, etc. Assim, as regras da ética desportiva
exigem que, além de respeitar o adversário, se saiba reconhecer o mérito do vencedor,
guardando para si os sentimentos de tristeza e desapontamento.

Numa sociedade em que os valores estão em constantes alterações no comportamento de cada


indivíduo, a identificação desses mesmos valores nos jovens atletas é de vital importância
para melhor se entender o processo pelo qual eles tomam determinadas decisões.

A Ética desportiva então surge como uma estrutura moral que define alguns limites para o
comportamento dos atletas, de forma a preservar um sistema desportivo civilizado. É possível
competir respeitando o adversário, reconhecendo o seu valor e competência, vendo-o como
um oponente indispensável, sem o qual não existe competição.

Vários treinadores defendem que a participação, das crianças e jovens, em atividades


esportivas contribui para um desenvolvimento global e harmonioso das mesmas, e que pode
ajudar muito no processo de desenvolvimento da nossa adolescência.
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4. Referências Bibliográfias
Lopes, V. (1989). "O Desporto na sociedade actual". Revista horizonte. Vol. VI, n°34
(pp. 137-142).
Marivoet, S. (1998). "Tempos e espaços de realização humana no contexto das novas
necessidades sociais". Revista Horizonte. Vol. XTV, n°81 (pp. 8 -11).
DOMINGOS, Nuno. As políticas desportivas do estado colonial em Moçambique.
Lusotopie, v. 16, n. 2, p. 83-104, 2010.
MINISTÉRIO DA JUVENTUDE E DESPORTOS. Estratégia de revitalização do
desporto. Maputo, 2005.

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