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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

NÍVEL MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA
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SUMÁRIO
1 – ESPORTE ................................................................................................................................... 3
1.1 – Introdução: Um pouco sobre a História .............................................................................. 3
1.2 – Importância do esporte na sociedade ................................................................................... 4
1.3 – Ética no esporte – Fair Play ................................................................................................. 5
1.3.1 – a ética nas torcidas organizadas ................................................................................... 5
1.3.2 – O doping no esporte: questão de ética ....................................................................... 6
1.4 – Modalidades esportivas ...................................................................................................... 7
1.5 – Outros tipos de modalidades esportivas ............................................................................. 8
1.5.1 – Esportes radicais ou de aventura ................................................................................. 8
1.5.2 – Esportes adaptados ..................................................................................................... 8
1.5.3 – Esportes com motores ................................................................................................ 9
1.5.4 – Esportes intelectivos .................................................................................................... 9
2 – JOGOS OLÍMPICOS OU OLIMPÍADAS ................................................................................ 9
2.1 – Origem das olimpíadas – histórico ..................................................................................... 9
2.1.1 – As modalidades disputadas na era antiga .................................................................... 10
2.2 – Jogos olímpicos modernos .................................................................................................. 11
2.2.1 – Símbolos olímpicos ..................................................................................................... 11
2.3 – Cerimônias .......................................................................................................................... 13
2.3.1 – Abertura ...................................................................................................................... 13
2.3.2 – Entrega de medalhas.................................................................................................... 13
2.3.3 – Encerraento.................................................................................................................. 14
2.4 – Jogos olímpicos e política ................................................................................................... 14
2.5 – Uso de drogas de aumento do desempenho ........................................................................ 14
3 – JOGOS PARAOLÍMPICOS OU PARAOLIMPÍADAS ..........................................................15
3.1 – O surgimento do esporte no Brasil ..................................................................................... 15
Atividade 01 ........................................................................................................................ 16
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1 – ESPORTES
1.1 – INTRODUÇÃO: UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA
O homem está interligado e correlacionado ao esporte, desde os primatas, quando fugiam de animais
predadores, lutavam por áreas e regiões e disputavam domínios no início das coletividades. Acredita-se que
depois da alimentação, a mais antiga forma de atividade humana é a que hoje se conhece por Esporte.
Na antiguidade, o esporte, de forma geral, não tinha uma finalidade em si mesmo. Era sempre um
elemento interno de instituições militares, educacionais, ou ainda religiosas. Era uma prática essencialmente
masculina. Demorou muitos séculos para a emancipação das mulheres no esporte (deve-se ao fato da
sociedade machista da época não valorizar a mulher na sociedade de forma geral), sendo somente na era
moderna que iniciou sua participação nos Jogos Olímpicos.
O esporte passou por diversas transformações políticas e sócio-culturais, ao longo do tempo. A
difusão mundial não foi imediata, pois era praticado apenas pela classe burguesa. Mas, a dimensão social
alcançada pelo esporte, massificou sua prática na classe trabalhadora; isso se deu por motivos como: o
surgimento de novas escolas para a classe média (o esporte passou a ser praticado na escola da classe
média); redução da jornada de trabalho (permitindo que se tivesse um tempo livre); esporte como fator
de contenção da classe trabalhadora (os objetivos e significados da prática esportiva eram diferentes para
cada classe social: para a elite, o esporte era visto como distração, que ocupava o tempo somente como lazer;
para a classe trabalhadora, os chamados jogos populares estavam ligados às suas raízes culturais - para estes,
a prática esportiva veio com o interesse de alienação* da massa); formação de clubes esportivos
(surgimento de novos talentos); além dos Jogos Olímpicos como expressão máxima do fenômeno
esportivo.
Na segunda metade do século XX, surgiu o esporte moderno, na Inglaterra, concebido* por Thomas
Arnold, quando dirigia o Colégio Rugby, onde incorporou as atividades físicas praticadas pela burguesia e
pela aristocracia inglesa ao processo educativo, deixando que os alunos dirigissem os jogos e criassem regras
e códigos próprios, numa atmosfera de fair-play (termo que significa a atitude cavalheiresca na disputa
esportiva, respeitando as regras, os códigos, os adversários e os árbitros).
Com todas as transformações significativas trazidas pelo esporte moderno, onde começou a ser
praticado por todos sem distinção, o esporte toma outras dimensões antes não consideradas. Segundo Tubino
(1992, p. 7),
“o esporte situou-se como um dos mais relevantes* fenômenos sociais do mundo,
pela abrangência do seu envolvimento e de suas relações, quando deixou de
perspectivar-se apenas no rendimento, e conseguiu também incorporar os sentidos
educativos e o do bem-estar social”.
Assim, foram instituídas três formas de classificação do esporte: esporte educação, esporte
participação, esporte performance. Marcos Paulo Stigger (2005, p. 75), apud, Tubino (1992, p. 36), as
descreve da seguinte forma:
 O “esporte-educação”, que seria desvinculado do princípio do rendimento e voltado para um
compromisso educativo, seria aquele realizado no contexto escolar;
 O “esporte-participação”, referenciado com o princípio do prazer lúdico e relacionado intimamente
com o lazer e o tempo livre, que teria como finalidade o bem-estar dos seus praticantes;
 E o “esporte-performance” ou “de rendimento”, que praticado pelos talentos esportivos, traz consigo
os propósitos do êxito esportivo, da vitória sobre os adversários e “é exercido sob regras preestabelecidas
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pelos organismos internacionais de cada modalidade”.


Segundo Luís Fernando (2008, p. 25), considera-se o esporte como sendo um instrumento de
inclusão social, justificando considerando dois motivos:
“Primeiro, porque estimula e motiva o indivíduo, por representar um
desafio e proporcionar a sensação gratificante da superação, de se
conseguir aprender uma modalidade e superar limites nos meios do
próprio corpo... No sentido pedagógico, o esporte estimula a convivência
com outras pessoas e transmite valores como respeito, cooperação,
amizade, comprometimento e ética, entre outros. Além disso, também é
uma alternativa de lazer, preenchendo o espaço livre de crianças e
adolescentes com uma atividade produtiva e saudável”.
Podemos também definir esporte como um fenômeno sociocultural, que envolve a prática voluntária
de atividade predominantemente física competitiva (com finalidade recreativa ou profissional), ou
predominantemente física não competitiva (com finalidade de lazer), contribuindo para a formação,
desenvolvimento e/ou aprimoramento físico, intelectual, social e psíquico de seus praticantes e espectadores.
1.2 – IMPORTÂNCIA DO ESPORTE NA SOCIEDADE
O papel do Esporte na sociedade moderna é de tal ordem que ele tem servido como:
 Veículo de propaganda política, de protestos raciais e religiosos e de afirmação pessoal ou coletiva;
 Permite a aproximação e confraternização dos povos - o maior exemplo são os Jogos Olímpicos;
 Possibilita uma divulgação de uma melhor imagem externa dos países, já que os eventos mais importantes
são vistos por milhões de pessoas em todo o mundo.
 Possibilita maior interação das pessoas com o meio ambiente.
 No âmbito social, são exemplos de sua relevância:
 É capaz de reunir diferentes raças, credos, religiões e culturas;
 Aumenta as interações sociais;
 Pode ser usado como ferramenta para uma maior justiça social;
 Tem função pedagógica no processo de formação do indivíduo ressaltando a disciplina, o
respeito à hierarquia e às regras do jogo, a noção de limite, a solidariedade, o espírito de equipe e outros
fatores do desenvolvimento humano;
 Estimula os bons costumes;
 Torna o esportista menos vulnerável a vícios;
 Pode ser utilizado como instrumento de resgate social (a Itália, por exemplo, organizou um
programa para recuperar drogados através do esporte);
 No âmbito econômico, é representativo por:
 Movimentar uma grande indústria diversificada e especializada na produção de equipamentos
esportivos, uniformes, equipamentos protetores e calçados, entre outros;
 Constitui meio de vida para milhares de pessoas em todo o mundo, pois é uma atividade de grande
geração de empregos que envolvem desde médicos, professores, técnicos, dirigentes, fisiologistas,
nutricionistas, até pessoal de apoio que trabalham em rouparia, lavanderia, além dos que trabalham no
comércio de artigos esportivos, na mídia, etc;
 Aumenta o fluxo turístico.
1.3 – ÉTICA NO ESPORTE – FAIR PLAY
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Desde as primeiras manifestações desportivas, por altura dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, que
se espera dos atletas um comportamento digno, revelador de espírito esportivo, entre outros aspectos,
reconhecendo a superioridade de um adversário perante a derrota. Durante a Idade Média, os Torneios de
Cavaleiros eram regidos por um código baseado na lealdade e na honestidade dos participantes. No século
XIX, a Inglaterra defendia uma prática esportiva de raiz aristocrática, mas firme no cavalheirismo e fair play,
isto é, nas regras escritas e não escritas. O francês, barão Pierre de Coubertin, pai dos Jogos Olímpicos
Modernos preocupou-se sempre em associar ao ideal olímpico, a honra e a lealdade, o respeito pelos outros
e por si próprio. Enfim, uma série de comportamentos, habitualmente associados ao espírito esportivo.
Criou-se a expressão “Fair Play” - que vem da língua inglesa - para designar o “jogo limpo”, ou
seja, honesto e justo, que respeita as regras e o adversário acima de tudo.

Portanto, o fair-play está claramente vinculado à ética no meio esportivo. Suas inter-relações com o
comportamento considerado exemplar por um ser humano dentro e fora da prática competitiva se tornam
cada vez mais incisivas. Ou seja, a filosofia da ética esportiva é tanto para atletas quanto para torcida e
amantes do esporte. O fair-play exige que nenhum adversário deva ser humilhado ou abusado por razões
raciais, étnicas ou religiosas Os esportistas em geral devem ter em mente que sempre haverá outro dia
a jogar e competir.
O Código de Ética Esportiva, elaborado pelo Conselho da Europa (1996), ressalta que o fair play está
além de um simples comportamento:
“O fair play significa muito mais do que simplesmente respeito às regras; cobre as
noções de amizade, de respeito pelo outro e de espírito esportivo, representa um
modo de pensar, e não simplesmente um comportamento. O conceito abrange a
problemática da luta contra batota, a arte de usar a astúcia dentro do respeito às
regras, o doping, a violência (tanto física quanto verbal), a desigualdade de
oportunidades, a comercialização excessiva e a corrupção.”

1.3.1 – A ÉTICA NAS TORCIDAS ORGANIZADAS


Sabe-se hoje que o problema da violência entre as torcidas organizadas aumentam a cada dia no mundo
todo, não apenas durante as partidas de futebol como também em outras modalidades esportivas, sendo pior
no momento da saída destas dos estádios e ginásios, alastrando-se pelas ruas como verdadeiras guerras.
Podemos citar as torcidas organizadas da Inglaterra (os Hooligans, como uma das mais temidas do mundo,
sendo sua entrada proibida nos países sedes de grandes competições como a Copa do Mundo e as Olimpíadas)
e algumas do Brasil como a Gaviões da Fiel, a Mancha Verde, Terror Bicolor e a Remoçadas (sendo as duas
últimas locais do Pará), destacadas nacionalmente como baderneiras e violentas, devido às grandes confusões
formadas por seus membros, sendo que algumas delas chegaram até a serem proibidas de entrar em jogos.
Portanto, percebeu-se a necessidade de dar maior atenção ao tema, visto que a violência gerada por
essas torcidas estão atingindo cada vez mais famílias, patrimônios públicos e inocentes que por ventura
estejam às proximidades destes. A quantidade de pessoas que são lesionadas e que vem a óbito por uma causa
considerada sem sentido é muito grande, principalmente nos jogos de grande repercussão, dando um prejuízo
de milhões ao governo, pois o mesmo precisa disponibilizar mais policiamento e vagas em hospitais públicos.
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Além disso, onde está a ética destas pessoas? Fica o questionamento: se o fair play é um condigo de
ética para todos os participantes diretos e indiretos do esporte, por que as torcidas organizadas não são
“treinadas” a conhecer e fazer uso destes princípios?

1.3.2 – O DOPING NO ESPORTE: QUESTÃO DE ÉTICA


Algumas substâncias têm o uso proibido e são controladas nos exames antidopings, contudo cada vez
mais surgem estudos que desenvolvem mecanismos para mascarar e dificultar à possibilidade de identificar
o uso de substâncias proibidas, que favoreçam os jogadores durante a competição e que posteriormente pode
produzir tremendos prejuízos a saúde dos atletas.
Os anabolizantes, ou esteróides androgênicos anabólicos, são hormônios sintéticos que estimulam
o desenvolvimento de vários tecidos do corpo a partir do crescimento da célula e sua posterior divisão. Apesar
de serem utilizados no tratamento de algumas doenças, os anabolizantes são utilizados em grande quantidade
por pessoas que desejam aumentar o volume dos músculos e a força física.
De forma perigosa e exagerada, algumas pessoas utilizam os anabolizantes em grande quantidade
e ainda em associação a outros hormônios para obter o resultado desejado mais rápido, o que pode provocar
inúmeros efeitos colaterais indesejados. Dentre eles podemos citar: acne, impotência sexual, calvície,
hipertensão arterial, esterilidade, insônia, dor de cabeça, aumento do colesterol maléfico à saúde, problemas
cardíacos, crescimento de pêlos, engrossamento da voz, distúrbios testiculares e menstruais, entre outros.
Existem alguns efeitos provocados por tal droga que não são revertidos, pois as chances de reversão
dependem do comprometimento de cada organismo.
Devemos considerar que na mulher, o uso é muito perigoso, principalmente antes e durante
a puberdade, pois produz parada de crescimento, aspecto masculino, engrossamento da voz, aumento da
distribuição dos pêlos e aumento do clitóris. Um exemplo bem divulgado na mídia foi o da nadadora Rebeca
Gusmão, que foi julgada e banida de todas as competições oficiais de natação por uso de doping e hormônio
masculino.
No homem, os efeitos secundários são: aumento das lesões traumatológicas dos tendões e dos
ligamentos (porque o desenvolvimento dos músculos não acompanha o desenvolvimento dessas estruturas);
diminuição da estatura; lesões do fígado, como hepatite e câncer; redução do tamanho dos testículos, redução
na produção dos espermatozóides e lesões graves da próstata. A reversibilidade de qualquer desses efeitos
negativos depende da quantidade usada, do tempo de uso, de características metabólicas individuais e da
extensão das lesões. As modalidades que mais têm utilizado desse método são: o halterofilismo, lutas, remo,
atletismo e ciclismo.
Os grandes ídolos flagrados, os casos de mortes precoces bem como os inesperados relatos e
publicações de ex-esportistas, fazem com que muitos treinadores, pedagogos e professores de Educação
Física preocupem-se com a abrangência do fato. Já em 1990 a publicação “Desporto, Ética, Sociedade”
(BENTO & MARQUES, 1990), relata em vários de seus artigos os diversos problemas e conseqüências do
uso de substâncias químicas utilizadas por competidores.
Nesta perspectiva, poderíamos discutir a questão das medalhas conquistadas sob suspeita de doping.
A Revista Veja publicou em janeiro de 1998 um artigo intitulado “Medalhas sujas”, onde questiona muitos
resultados alcançados em olimpíadas e campeonatos mundiais, pela extinta Alemanha Oriental: são 103
casos no atletismo e 86 na natação (masculino e feminino).
A pergunta é: como ficam os recordes obtidos nestas competições? Diga-se de passagem, que
alguns destes recordes ainda estão em vigor. E os atletas que competiram estritamente dentro do regulamento,
e poderiam ter vencido (ou legalmente venceram) estas provas, como ficam? A questão é absolutamente
ÉTICA!
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1.4 – MODALIDADES ESPORTIVAS


As modalidades esportivas podem ser classificadas de diversas formas, de acordo com o referencial
a ser adotado. No nosso módulo, vamos apresentar uma classificação com base nos critérios de cooperação,
relação de oposição com o adversário e tipo de ambiente onde se realiza a prática esportiva. Este sistema
possibilita montar um quadro para classificar grande parte dos esportes, permitindo identificar, com base
nessa taxionomia, as demandas diferenciadas impostas pelas distintas modalidades aos praticantes.
Combinando estas duas classificações teremos as seguintes categorias:
 Esportes individuais em que não há interação com o oponente: são atividades motoras em que a
atuação do sujeito não é condicionada diretamente pela necessidade de colaboração do colega nem
pela ação direta do oponente.
 Esportes coletivos em que não há interação com o oponente: são atividades que requerem a
colaboração de dois ou mais atletas, mas que não implicam a interferência do adversário na atuação
motora.

 Esportes individuais em que há interação com o oponente: são aqueles em que os sujeitos se
enfrentam diretamente, tentando em cada ato alcançar os objetivos do jogo evitando
concomitantemente que o adversário o faça, porém sem a colaboração de um companheiro.

 Esportes coletivos em que há interação com o oponente: são atividades nas quais os sujeitos,
colaborando com seus companheiros de equipe de forma combinada, se enfrentam diretamente com
a equipe adversária, tentando em cada ato atingir os objetivos do jogo, evitando ao mesmo tempo em
que os adversários o façam.

O Quadro 1 mostra alguns exemplos:


Quadro 1 - Classificação em função da relação de cooperação e oposição
COM INTERAÇÃO COM O SEM INTERAÇÃO COM O
ESPORTE
ADVERSÁRIO ADVERSÁRIO
Basquete Futebol Ginástica rítmica desportiva (grupo)
Coletivo
Futsal Voleibol Nado sincronizado Remo
Badminton Judô Atletismo (prova de campo)
Individual
Peteca Tênis Ginástica Olímpica Natação

Quando se observa o ambiente físico no qual se realiza a prática esportiva, pode-se perceber que a
atuação dos praticantes é afetada de forma diferente por ele. Estas formas diferenciadas de o ambiente físico
afetar as práticas motoras permite classificar os esportes no mínimo em duas categorias. São elas:
 Esportes sem estabilidade ambiental ou praticados em espaços não-padronizados: São aqueles
que se realizam em espaços mutáveis* e que, conseqüentemente, apresentam incertezas para o praticante,
exigindo dele a permanente adaptação de sua ação motora às variações do ambiente.
 Esportes com estabilidade ambiental ou praticados em espaços padronizados: São os que se
realizam em espaços estandardizados e que não oferecem incertezas para o praticante.

O Quadro 2 mostra alguns exemplos.


Quadro 2- Classificação em função das características do ambiente físico onde se realiza a prática esportiva.
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ESPORTE SEM ESTABILIDADE ESPORTE COM ESTABILIDADE


AMBIENTAL AMBIENTAL
Canoagem Basquetebol
Corrida de orientação Ginástica ritma desportiva
Iatismo Judô
Mountain-bike Nado sincronizado
Natação em piscina

1.5 – OUTROS TIPOS DE MODALIDADES ESPORTIVAS


1.5.1 – ESPORTES RADICAIS OU DE AVENTURA
O homem, de modo geral, está sempre num processo de busca da superação. O esporte também
tornou-se um palco extraordinário de superação.
A relação de praticamente todos os campos de atuação humana coma as questões ambientais, levou
ao surgimento de diversos esportes de relação direta com a natureza. O vôo livre, o windsurfe, o skate, e
muitas outras modalidades são constatações do aparecimento de esportes ligados à natureza. Desde a década
de 60, uma nova tendência esportiva vem crescendo vertiginosamente: são os esportes não-formais, aqueles
cuja principal característica é fugir do trivial, ou seja, escapar dos convencionais esportes coletivos praticados
com bolas em quadras ou campos. Mais do que simples práticas esportivas, essas modalidades constituem
um estilo de vida, já que, embutido nelas, encontra-se um modo de se vestir, falar, comportar-se, enfim, um
cotidiano próprio.
Além disso, uma condição quase essencial é o contato com ambientes naturais — como praias (surfe,
windsurfe), bosques (paintball), florestas e montanhas (montanhismo e escalada técnica), cachoeiras
(rapel), rios (canoagem), até mesmo o ar (pára-quedismo) ou ambientes arquitetônicos adaptados à
prática — a urbanidade das ruas, praças, escadarias, corrimões, etc. (skat, patinação on line, ciclismo),
pontes e viadutos (bungee jumping) e estradas secundárias, na sua maioria, de terra (rally).

Quando as maratonas deixaram de ser obstáculos poderosos para a performance humana, surgiram o
triatlos, as provas combinadas no ar, água e terra, além das competições espetaculares de base jump,
parapente e outras, amplamente difundidas no mundo todo.

A luta contra a possibilidade da morte tem sido o grande desafio dessas disputas esportivas. A cada
dia surgem provas de maior dificuldade, que muitas vezes não apresentam natureza esportiva, mas exigem
técnicas e qualidades físicas num alto grau de aperfeiçoamento. As grandes travessias marítimas individuais
são outro exemplo dessas provas de desafio humano. Não é difícil, então, supor o motivo da nomenclatura
desse tipo de modalidade: esportes radicais.

1.5.2 – ESPORTES ADAPTADOS


São esportes praticados por deficientes em que são efetuadas as necessárias adaptações. O
basquetebol de cadeira de rodas, o futebol para cegos, o voleibol sentado são exemplos dessa corrente.
O surgimento do esporte e desenvolvimento deste entre pessoas portadoras de deficiência se deu de
forma extremamente lenta. Registros apontam a Alemanha como o primeiro local de prática desportiva
organizada - em 1918, um grupo de deficientes, lesionados na Primeira Grande Guerra, reúne-se para praticar
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esporte. Mais tarde, em 1932, na Inglaterra, fundou-se a Associação de Jogadores de Golfe de um só Braço.
Nenhuma dessas iniciativas teve continuidade.
O esporte é um veículo para a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. Nos aspectos físicos
e motores, o esporte melhora a condição cardiovascular dos praticantes, aprimora a força, agilidade, a
coordenação motora e o equilíbrio. No aspecto social, o esporte proporciona a oportunidade de socialização
com pessoas portadoras e não portadoras de deficiências, torna o individuo mais independente para a
realização de suas atividades e faz com que a sociedade conheça melhor as potencialidades dessas pessoas
especiais. No aspecto psicológico, o esporte melhora a autoconfiança e a auto-estima das pessoas portadoras
de deficiência, tornando-as mais otimistas e seguras para alcançarem seus objetivos.

CURIOSIDADE
Em 1944, o neurologista e neurocirurgião alemão Ludwing Guttman dá início ao que se tornaria o
desencadeador* da prática desportiva entre os portadores de deficiência. Ele cria na Inglaterra, em
Aylesbury, o Hospital de Stoke Mandeville, com um Centro de Tratamento de Lesionados Medulares. Ali,
Dr. Gutmann passaria a utilizar técnicas revolucionárias e científicas, adaptando o esporte aos conceitos
de reabilitação física e emocional.
O neurologista acreditava que o esporte ajudava o deficiente a sair da depressão e a eleger novo
objetivo de vida. A prática desportiva seria fundamental para a integração social. Gutmann dizia: "A causa
mais nobre do desporto para portadores de deficiência é a de ajudar-lhes a restaurar a conexão com o
mundo que os rodeia".

1.5.3 – ESPORTES COM MOTORES


Os esportes com motores ou motorizados são aquelas modalidades esportivas em que há um aparelho
movido a motor e depende da habilidade humana na condução. As categorias do automobilismo e do
motociclismo; aquelas disputadas na água (Jet ski, motonáutica etc) e aéreas (corrida aérea, girocóptero
etc) são exemplos alguns exemplos.

1.5.4 – ESPORTES INTELECTIVOS


Há alguns anos só eram considerados esportes as modalidades que envolviam jogo, competição,
movimento e institucionalização. Essa percepção cartesiana do esporte impediu por muito tempo que vários
“jogos de salão” fossem considerados modalidades esportivas, por não apresentarem movimentos
compatíveis com a exigência anterior do conceito de esporte.
Todavia, com a Carta Internacional de Educação Física e Esporte, de 1978, quando a prática esportiva
tornou-se direito de todos, fazendo com que o conceito de esporte adquirisse um alcance social bem mais
relevante, os critérios para aceitação de uma modalidade qualquer como esporte foram revistos, e atualmente
o xadrez, o bilhar, o aeromodelismo e outras práticas de salão passaram a ser entendidas como esporte.

2 – JOGOS OLÍMPICOS OU OLIMPÍADAS


2.1 – ORIGENS DAS OLIMPÍADAS -
HISTÓRICO
Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 aC, os gregos faziam
homenagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados gregas se reuniam na cidade de
Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo
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(luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis
em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros.
Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos Jogos Olímpicos a paz e a harmonia entre as
cidades que compunham a civilização grega. Mostra também a importância que os gregos davam aos esportes
e a manutenção de um corpo saudável. Os vencedores recebiam uma coroa de louros.
Os Jogos eram dedicados a Zeus, a divindade suprema, e aconteciam em seu santuário em Olímpia,
na região de Élis. O santuário contava com o ginásio, a palestra, o estádio, o hipódromo, além de um hotel e
dois templos, um de Hera e um de Zeus. Este era o maior templo da Grécia continental e possuía, em seu
interior, a célebre estátua de Zeus, considerada pelos antigos uma das sete maravilhas do mundo.
Foram celebrados regularmente a partir de 776 a.C., data do primeiro registro dos vencedores. A partir
dessa data, os gregos adotaram os Jogos Olímpicos como referência cronológica, chamando "olimpíada" o
período de quatro anos entre um festival e outro.
Os preparativos da festa começavam dez meses antes da abertura, quando se nomeava uma comissão
organizadora, cujos membros, chamados helanódices (“juízes dos helenos”), além de assumirem todas as
responsabilidades pela organização dos jogos, desempenhavam também a função de juízes. Algum tempo
antes da abertura dos jogos, os arautos spondophóroi (“portadores da trégua) divulgavam por toda a Grécia
a trégua sagrada, que suspendia as guerras por três meses, a fim de proporcionar uma viagem de ida-
e-volta segura às pessoas que pretendiam deslocar-se para Olímpia. A partir do século IV a.C., a região
de Élis foi proclamada inviolável. Entrar naquele território portando armas era sacrilégio.
O atleta inscrevia-se, nos prazos fixados, para as modalidades em que pretendia competir. Uma vez
aceita a inscrição, ele devia comparecer a Olímpia dois meses antes do início dos jogos, para submeter-se a
treinamento especial, sob o controle dos helanódices e do ginasiarca*, a fim de que fosse confirmada ou
alterada sua inscrição numa dada categoria, de acordo com sua idade e força física. Além disso, nesse período
o atleta tomava ciência dos regulamentos das provas. Qualquer infração às regras acarretava pesadas multas
e sanções não só ao atleta, mas também à sua família. Os infratores perdiam a credibilidade, eram
desmoralizados socialmente e não podiam participar de outros concursos.
Os jogos duravam sete dias. O primeiro e o último eram dedicados a cerimônias religiosas. No
primeiro dia, a cerimônia inicial era o juramento solene, no altar de Zeus; os helanódices juravam julgar as
provas com justiça e os atletas juravam respeitar todos os regulamentos e agir com lealdade. A seguir,
acontecia o sacrifício no altar de Zeus. Depois, todos seguiam para o estádio e os arautos* declaravam a
abertura oficial dos jogos. No dia do encerramento, organizava-se outra procissão e um banquete.
Mais tarde, os atletas se profissionalizam e passam a receber prêmios em dinheiro. As Olimpíadas
perdem prestígio com o domínio romano na Grécia, no século II a.C. A era das Olimpíadas se estendeu por
aproximadamente 12 séculos, até 393 d.C., quando foi abolida pelo imperador romano Teodósio, que,
convertido ao cristianismo, proibiu os cultos pagãos.

2.1.1 – AS MODALIDADES DISPUTADAS NA ERA ANTIGA


Nos Jogos Olímpicos de 776 a.C, a única prova disputada foi uma corrida de 192,27 m, vencida pelo
cozinheiro Coroebus de Elis, considerado o primeiro “campeão olímpico”. Aos poucos, o número de provas
disputadas foi aumentando:

Corrida - esporte mais nobre das Olimpíadas da Era Antiga. Até os 13ºs Jogos, em 728 a.C., foi a única
competição disputada. Os atletas corriam nus uma distância de192,27 m.
Pentatlo - era a combinação de cinco esportes (salto em distância, corrida, arremesso de disco, lançamento
de dardo e luta livre).
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Salto em distância - os atletas competiam utilizando halteres em suas mãos e as provas eram disputadas ao
som de flautas.
Arremesso de disco – esporte muito apreciado pelos gregos e que foi até mesmo citado em um poema de
Homero.
Lançamento de dardo – era dividido em "ekebolon", em que era avaliada a distância alcançada pelo
arremesso, e "stochastikon", onde se observava se o dardo havia atingido um determinado alvo.
Luta livre - esporte popular na época e também citado em um poema de Homero.
Boxe - um dos esportes mais antigos.
Pancrácio - mistura de boxe e luta livre, considerado um dos mais dignos esportes da Antiguidade.
Entretanto, na primeira vez em que foi disputado, o vencedor acabou morrendo estrangulado por seu
oponente durante a luta.
Corrida de cavalos - disputado em hipódromos com várias modalidades.
Corrida de bigas - variação da corrida de cavalos, em que os animais puxavam uma pequena charrete.

2.2 – JOGOS OLÍMPICOS MODERNOS


A volta dos Jogos Olímpicos aconteceu em 1896. Desde então, passaram a acontecer a cada quatro
anos, exceto durante as duas grandes guerras mundiais.
Os jogos olímpicos antigos saudavam os deuses gregos, mas os jogos modernos saúdam o talento dos
atletas de todas as nações.
O lema dos Jogos Olímpicos da Era Moderna passou a ser: “O importante é competir”. A primeira
edição das Olimpíadas modernas foi marcada para a primavera de 1896, em Atenas, após o rei Jorge I ceder
a cidade para a realização dos Jogos. A Grécia, porém, passava por uma grave crise financeira e os Jogos
Olímpicos daquele ano só aconteceram graças a uma generosa contribuição do bilionário arquiteto egípcio
Georgios Averoff, que resolveu apoiar e embarcar nas idéias sonhadoras do Barão Pierre de Coubertin de
resgatar os Jogos Olímpicos com o propósito de se reestrurar a paz no mundo.
No dia 6 de janeiro de 1896, finalmente a chama olímpica brilhou novamente. Recomeçavam os
Jogos Olímpicos, com a presença de 13 países e 311 atletas.
É o maior e mais prestigioso evento esportivo mundial, em disputa há mais de 100 anos.

CURIOSIDADE: Tudo por um sonho


O Barão de Coubertin foi o idealizador e reorganizador dos Jogos Olímpicos Modernos.
Gastou praticamente toda sua fortuna para colocar em prática novamente o sonho dos Jogos
Olímpicos. Morreu pobre e isolado, em 2 de setembro de 1937, em Genebra, na Suíça. Como forma
de reconhecimento, seu coração foi transportado para Olímpia, onde repousa até hoje em um
mausoléu.

2.2.1 – SÍMBOLOS OLÍMPICOS


Existem alguns símbolos que são “a cara” dos Jogos Olímpicos. Dentre eles podemos destacar os
aros, ou como alguns preferem definir, a bandeira, o lema, a tocha, o hino, a mascote, o juramento e a tão
almejada medalha.
Com a idéia de criar um símbolo que resumisse o espírito olímpico de união e interação entre os
povos, o organizador das Olimpíadas Modernas, Barão de Coubertin idealizou a figura dos anéis olímpicos.
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Significado dos Anéis Olímpicos


Este talvez seja o mais forte símbolo olímpico. Os cinco aros interligados, nas cores azul, amarelo,
preto, verde e vermelho representam a união dos cinco continentes, e pelo menos uma de suas seis cores
(aqui vale também o branco, cor de fundo da bandeira), está presente na bandeira de cada um dos países
filiados ao COI. Quem foi o idealizador dos aros? Ele – Barão Pierre de Coubertin. Os aros existem desde
1913 e posteriormente, também passaram a ser a marca do próprio Comitê Olímpico Internacional. Os cinco
círculos representam os continentes:
 Azul - Europa
 Amarelo - Ásia
 Preto - África
 Verde - Oceania
 Vermelho - América
O entrelaçamento dos anéis representa a união
amistosa e pacífica das nações.

A Tocha
Este é um dos momentos mais emocionantes da abertura dos Jogos. Não dá para não se arrepiar. A
tocha, que até então já percorreu diversos países sendo conduzida pelos melhores esportistas de seus
respectivos países, chega finalmente à pira olímpica.
Inspirada no fogo sagrado e purificador dos gregos antigos, a tocha apareceu pela primeira vez na Era
Moderna dos Jogos Olímpicos, em Berlim, 1936, idealizada pelo alemão Carls Diem.

A Chama Olímpica
A Chama Olímpica é outro dos símbolos dos jogos e tem origem na Grécia Antiga - a chama sagrada
era acesa e assim ficava até ao final dos jogos, para marcar a paz, no período chamado de trégua sagrada. Só
em 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlim, é que se voltou a usar a chama. A tocha é acesa na Grécia, em
Olímpia, e transportada até a cidade do país organizador. A idéia foi um sucesso e a partir daqui foi adotada
para todas as Olimpíadas.
A chama é acesa através de raios solares e com a ajuda de um espelho próprio. Depois, é transportada, em
sistema de estafeta*, por vários atletas, até a cidade organizadora. É uma honra ser escolhido para transportá-
la!

O Lema
O lema olímpico é: Citius, Altius, Fortius (o mais rápido, o mais alto, o mais forte – em latim). Esta
definição foi criada pelo Padre Didon, amigo do Barão Pierre de Coubertin, e serve de lema do ideal olímpico.
O lema traz em si a idéia de superação do atleta em busca da conquista da medalha olímpica.

A Mascote
As mascotes fazem parte do “merchandising” das Olimpíadas. A primeira delas apareceu nos Jogos
Olímpicos de Inverno de 1968, na França. Desde então, as mascotes caíram no gosto das crianças e adultos,
tornando-se símbolos bastante populares das Olimpíadas.
A idéia principal da mascote é criar um vínculo afetivo com o público. Além disso, elas normalmente
apresentam um tema relacionado à cultura ou à fauna do local onde estão sendo realizados os Jogos.
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O Hino
O hino foi composto pelo compositor grego, Spirou Samara, com letra do músico grego, Cositis
Palamas, em 1896. O COI adotou-o como “olímpico” em 1958. Desde então, o hino é executado quando a
bandeira olímpica é hasteada em todas as cerimônias de abertura.

O Juramento
"Em nome de todos os competidores, eu prometo participar nestes Jogos Olímpicos, respeitando e
cumprindo com as normas que o regem, no verdadeiro espírito esportivo,
pela glória do esporte e em honra às nossas equipes".
O juramento olímpico foi escrito pelo Barão de Coubertin e proclamado em uma cerimônia de
abertura pela primeira vez, em 1920, nos Jogos de Antuérpia, pelo esgrimista belga Victor Boin. Desde então,
o juramento dos atletas é sempre feito por um atleta anfitrião na cerimônia de abertura.

A Medalha
Toda medalha olímpica de premiação (ouro, prata ou bronze) deve ter, no mínimo, 60 mm de diâmetro
e 3 mm de espessura. A medalha de 1º lugar deve conter, obrigatoriamente, 6 g de ouro puro, no mínimo.
Além disso, todos os atletas e oficiais recebem também uma medalha de participação, oferecida pelo comitê
organizador local. São premiados os três primeiros lugares.

2.3 – CERIMÔNIAS
2.3.1 – ABERTURA
Conforme estipulado pela Carta Olímpica, vários elementos enquadram a cerimônia de abertura dos
Jogos Olímpicos. A maioria destes rituais foi criado em 1920 nos Jogos Olímpicos de Antuérpia. A cerimônia
tipicamente começa com o hastear da bandeira do país anfitrião e uma performance de seu hino nacional. O
país anfitrião, em seguida, apresenta manifestações artísticas de música, canto, dança e representação teatral
de sua cultura. As apresentações artísticas têm crescido em dimensão e complexidade na tentativa das
cidades-sedes de fornecer uma cerimônia que supere sua antecessora em termos de memorização.
Após a parte artística da cerimônia, o desfile de atletas para o estádio agrupados por país. A Grécia é
tradicionalmente a primeira nação a entrar com o intuito de honrar as origens dos Jogos Olímpicos. Das
nações, em seguida, entram no estádio em ordem alfabética de acordo com o idioma escolhido do país-sede,
com os atletas deste sendo os últimos a entrarem. Durante as Olimpíadas de 2004, que teve lugar em Atenas,
na Grécia, as metades dos atletas gregos entraram em primeiro lugar, e metade entrou por último. Discursos
são dados, formalmente abrindo os Jogos. Finalmente, a tocha olímpica é levada para o estádio e é passada
de mão em mão até chegar ao portador final da tocha, muitas vezes um bem conhecido e bem sucedido atleta
olímpico da nação anfitriã, que acende a chama olímpica na pira do estádio.

2.3.2 – ENTREGA DE MEDALHAS


A cerimônia de entrega de medalha é realizada após a realização de cada evento olímpico. O vencedor,
segundo e terceiro lugar concorrentes ou equipes estão no alto de uma tribuna em três níveis e são atribuídas
suas respectivas medalhas. Após as medalhas serem distribuídas por um membro do COI, as bandeiras
nacionais dos três medalhistas são levantadas enquanto o hino nacional do país do medalhista de ouro é
executado.
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2.3.3 – ENCERRAMENTO
A cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos ocorre após todos os eventos desportivos terem
sido concluídos. Porta-bandeiras de cada país participante entram no estádio, seguidos pelos atletas que
entram juntos, sem qualquer distinção nacional. Três bandeiras nacionais são hasteadas enquanto os hinos
nacionais correspondentes são tocados: a bandeira da Grécia, para homenagear o berço dos Jogos
Olímpicos, a bandeira do país anfitrião, e a bandeira do país dos próximos Jogos Olímpicos. O presidente
do comitê organizador e presidente do COI fazem seus discursos de encerramento, os Jogos são oficialmente
encerrados, e a chama olímpica é apagada. Na Cerimônia de Antuérpia, o prefeito da cidade, que organizou
os Jogos Olímpicos transferiu uma bandeira especial do presidente do COI, que depois passou para o prefeito
da cidade anfitriã dos próximos Jogos Olímpicos. Após estes elementos obrigatórios, o país anfitrião seguinte
apresenta-se brevemente com exposições artísticas de dança e teatro representante de sua cultura.

2.4 – JOGOS OLÍMPICOS E POLÍTICA


As Olimpíadas, em função de sua visibilidade na mídia, serviram de palco de manifestações
políticas, desvirtuando seu principal objetivo de promover a paz e a amizade entre os povos. Nas
Olimpíadas de Berlim (1936), o chanceler alemão Adolf Hitler, movido pela idéia de superioridade
da raça ariana, não ficou para a premiação do atleta norte-americano negro Jesse Owens, que ganhou
quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas da Alemanha em Munique (1972), um atentado do grupo
terrorista palestino Setembro Negro, matou 11 atletas da delegação de Israel. A partir deste fato, todos
os Jogos Olímpicos ganharam uma preocupação com a segurança dos atletas e dos envolvidos nos
jogos.
Na foto ao lado, Jesse Owens: quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de Berlim (1936)
Em plena Guerra Fria, os EUA boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou (1980) em protesto contra
a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas. Em 1984, foi à vez da URSS não participar das
Olimpíadas de Los Angeles, alegando falta de segurança para a delegação de atletas soviéticos.

2.5 – USO DE DROGAS DE AUMENTO DO DESEMPENHO


No início do século XX, muitos atletas olímpicos começaram a usar drogas para melhorar suas
habilidades atléticas. Por exemplo, o vencedor da maratona nos Jogos de 1904, Thomas J. Hicks, recebeu
estricnina e conhaque do seu técnico. A morte olímpica apenas ligada ao doping ocorreu nos Jogos de Roma
de 1960. Durante a corrida de ciclismo de estrada, o ciclista dinamarquês Knud Enemark Jensen caiu de
bicicleta e morreu mais tarde. Um legista do inquérito concluiu que ele estava sob o efeito de anfetaminas.
Em meados da década de 1960, federações desportivas estavam começando a proibição do uso de drogas de
elevação do desempenho, em 1967 o COI seguiu o exemplo.
O primeiro atleta olímpico a teste positivo para o uso de drogas de aumento do desempenho foi Hans-
Gunnar Liljenwall, um pentatleta sueco nos Jogos Olímpicos de 1968, que perdeu sua medalha de bronze
por uso do álcool. A desqualificação mais divulgada de doping relacionada era do velocista canadense Ben
Johnson que ganhou os 100 metros em 1988 na Olimpíada de Seul, mas seu teste acusou positivo para
estanozolol. Sua medalha de ouro foi cassada e posteriormente atribuída ao vice-campeão Carl Lewis, que
teve seu teste acusado positivo para substâncias proibidas antes das Olimpíadas.
No final de 1990, o COI tomou a iniciativa de forma mais organizada na batalha contra o doping,
formando a Agência Mundial Antidoping (WADA) em 1999. Houve um aumento acentuado nos testes
positivos de drogas nas Olimpíadas de 2000 e nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Vários medalhistas
no levantamento de peso e esqui cross-country foram desqualificados por doping. Durante os Jogos
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Olímpicos de Inverno de 2006, apenas um atleta foi pego em um teste de drogas e teve sua medalha revogada.
O regime de testes de drogas do COI (agora conhecido como o padrão olímpico) tem se firmado como
referência mundial que outras federações em torno do mundo tentam imitar. Durante os jogos de Pequim,
3.667 atletas foram testados pelo COI sob os auspícios da Agência Mundial Anti-Doping. Ambos os testes
de urina e de sangue foram usadas para detectar substâncias proibidas. Muitos atletas foram impedidos de
concorrer pelos Comitês Olímpicos Nacionais antes dos Jogos, apenas três atletas foram flagrados nos testes
de drogas enquanto competiam em Pequim.

3 – JOGOS PARAOLÍMPICOS OU PARAOLIMPÍADAS


O neurologista alemão, Sir Ludwig "Poppa" Guttmann é considerado o pai dos Jogos Paraolímpicos.
Em 1944, Guttmann foi morar na Inglaterra, fugindo da perseguição aos judeus. Quatro anos depois ele
começou a organizar competições para veteranos da II Guerra Mundial com lesões na medula.
O sucesso das competições foi tão grande que o evento passou a ser realizado nos mesmos moldes
dos Jogos Olímpicos, reunindo atletas de todos os países. Em 1960 foi realizada a primeira versão dos Jogos
Paraolímpicos de Verão, em Roma, e em 1976 aconteceram os Jogos Paraolímpicos de Inverno, em
Örnsköldsvik, na Suécia.
No início, apenas atletas cadeirantes podiam competir. Hoje, praticamente todas as pessoas com
algum tipo de necessidade especial podem participar da Paraolimpíada. A tecnologia, a sofisticação e o
glamour passaram a ser ingredientes indispensáveis neste que já é o segundo maior evento esportivo do
mundo, perdendo apenas para os Jogos Olímpicos.
Em junho de 2001, o Comitê Olímpico Internacional determinou que os Jogos Paraolímpicos
passassem a ser realizados paralelamente aos Jogos Olímpicos.

3.1 – O SURGIMENTO DO ESPORTE NO BRASIL


Desde que a prática desportiva entre portadores de deficiência chegou ao nosso país,
pelas mãos do paraplégico Robson Sampaio de Almeida e do atleta Sérgio Del Grande,
no final dos anos 50, o Brasil fez-se representar nas grandes competições internacionais.
Participamos dos Jogos Pan-Americanos de 1971(Jamaica), 1973(Peru), 1975
(México), 1978 (Brasil), 1982 (Canadá), 1986 (Porto Rico) e 1990 (Venezuela).
Nos Jogos Paraolímpicos, estivemos pela primeira vez em 1972, na Alemanha. No
Canadá (1976), o Brasil consegue suas primeiras medalhas paraolímpicas: os atletas
Robson Sampaio de Almeida e Luis Carlos "Curtinho" conquistam duas medalhas de
prata no bocha. Na Holanda (1980), a delegação brasileira foi representada apenas pelo
time de basquete masculino em cadeira de rodas e um nadador, sem medalha.
Mesmo sem o apoio necessário, nas Paraolimpíadas de Sydney, em 2000, o Brasil conquistou um
número recorde de 22 medalhas, sendo 6 de ouro, 10 de prata e 6 de bronze, quebrando três recordes mundiais
no atletismo. E no futebol para amputados, o Brasil sagrou-se tetracampeão. Atualmente, o Esporte Adaptado
no Brasil é administrado por 6 grandes instituições: A ABDC (Associação Brasileira de Desporto para Cegos)
que cuida dos deficientes visuais, a ANDE (Associação Nacional de Desporto para Excepcionais) que cuida
dos paralisados cerebrais, a ABRADECAR (Associação Brasileira de Desportos em Cadeira de Rodas) que
administra as modalidades em cadeira de rodas, a ABDA (Associação Brasileira de Desportos para
Amputados) que cuida dos amputados, a ABDEM (Associação Brasileira de Desportos para Deficientes
Mentais) que administra os esportes para deficientes mentais e a CBDS (Confederação Brasileira de
Desportos para Surdos) que cuida dos deficientes auditivos e não está vinculada ao Comitê Paraolímpico
Brasileiro.
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ATIVIDADE

1.I. Responda as questões abaixo:


1. De acordo com descrito no módulo, cite dois motivos que ajudaram o esporte a se difundir em sua
dimensão social com a massificação na classe trabalhadora.
2. Explique, de acordo com seu conhecimento histórico, porque o esporte da burguesia era diferente do
esporte da classe trabalhadora.
3. De acordo com as dimensões sociais do esporte, este foi classificado em três formas. Quais são elas e
quais suas características?
4. Onde e quando surgiu o esporte moderno. Quem o concebeu?
5. Qual o significado da expressão Fair Play?
6. Quando o esporte situou-se como um dos mais relevantes fenômenos sociais do mundo? Em poucas linhas,
escreva sua opinião sobre o assunto.
7. Dentre os motivos escritos por Luís Fernando citado no módulo, considerando o esporte como
instrumento de inclusão social, qual deles você considera ser o mais relevante? Justifique sua resposta.
8. Cite a importância do esporte no âmbito econômico que você pensa ser a de maior relevância para a
economia do país.
9. Quais os efeitos do uso do doping no homem e na mulher?
1.II. Relacione as colunas:
(1) Esportes Adaptados ( ) Jump
(2) Esportes Intelectivos ( ) Natação
(3) Esportes Radicais ( ) Motociclismo
(4) Esportes com Motores ( ) Futebol para cegos
(5) Com Interação com o Adversário ( ) Canoagem
(6) Sem Interação com o Adversário ( ) Xadrez
III- Marque as alternativas corretas:
1) Os Jogos Olímpicos foram idealizados pelos:
(a) Romanos (b) Brasileiros (c) Gregos
2) O idealizador dos Jogos Olímpicos Modernos foi:
(a) Rui Barbosa (b) Barão de Coubertin (c) Barão de Berlin
3) As Olimpíadas e as Paraolimpíadas são realizadas de:
(a) 5 em 5 anos (b) 4 em 4 anos (c) 2 em 2 anos
4) Guttmann foi considerado o pai das:
(a) Paraolimpíadas (b) Olimpíadas (c) Olimpíadas de Inverno
5) As Paraolimpíadas começaram a ser realizadas lodo após as Olimpíadas a partir de:
(a) 2001 (b) 1900 (c) 2010
6) São símbolos olímpicos, exceto:
(a) Bandeira Olímpica (b) Tocha Olímpica (c) Camisa Olímpica
7) Hormônios sintéticos que estimulam o desenvolvimento de vários tecidos do corpo. Estamos falando
dos:
(a) Esteróides (b) Estereótipos (c) Testosterona

8) Eram modalidades da Era Antiga:


(a) Pentatlo (b) Luta Livre (c) Ginástica Olímpica
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9) Período em que as guerras eram suspensas para proporcionar a viagem de ida e vinda dos participantes
das Olimpíadas. Esse período era chamado de:
(a) Calmaria Sagrada (b) Trégua sagrada (c) Olimpíada sagrada
IV. Analise as afirmativas abaixo:
1) O melhor resultado do Brasil nas Paraolimpíadas foi no ano de 2002, em Pequim.
2) As Olimpíadas e as Paraolimpíadas de 2016 serão realizadas na Argentina.
3) O juramento olímpico foi escrito pelo Barão de Coubertin e proclamado em uma cerimônia de abertura
pela primeira vez, em 1920.
4) O chanceler alemão Adolf Hitler, movido pela idéia de superioridade da raça ariana, premiou o atleta
norte-americano negro Jesse Owens.
Marque a alternativa correta:
1.II.a) As alternativas 1 e 2 estão corretas.
1.II.b) As alternativas 3 e 4 estão incorretas.
1.II.c) As alternativas 2 e 4 estão corretas.
1.II.d) As alternativas 1 e 3 estão corretas.

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