Você está na página 1de 9

GABRIEL LEME FERRARI

LETICIA SUZUKAWA COUTINHO OLAVO


WILLIAM FONTES FRISANCO ZIMMERMANN

INTRODUÇÃO A FORMAÇÃO PROFISSIONAL II

Trabalho da disciplina de Introdução à


Formação Profissional II do Curso de
Educação Física (Bacharelado) da
Universidade Estadual de Londrina –
UEL.

Docente: Morgana Claudia da Silva

Londrina
2023
Nos dias atuais há uma dificuldade ou uma limitação quando temos que
definir ou entender o que vem ser o esporte na contemporaneidade, são os
profissionais da área de educação física que atuam diariamente nessa área,
pelo fato do esporte ter sido em dias atuais um objeto de estudo em uma
grande parte da área de conhecimentos. A palavra esporte ela vem de origem
francesa “deport”, a qual traz seu significado de prazer, espairecimento,
descanso, recreio. Já para os ingleses a definição é sport, esse vocabulário do
inglês houve uma mistura com o português para sair a palavra esporte.
Ao falar da modernidade, foram os ingleses que trouxeram ao mundo
distintas perspectivas culturais e de distinção social. Mas se passaram anos e a
prática do esporte foi adquirindo novas expansões e foi se internacionalizando.
O número de praticantes é crescente proporcionalmente junto com as
modalidades esportivas. Diante disso houve a criação de competições
internacionais e nacionais, e perante a isso acaba exigindo de determinadas
áreas do conhecimento sejam novas e tenham metodologias de treinamento.
Para Umberto Eco ele define isto como “falação esportiva”, pois cita que
somos “bombardeados” pela indústria cultural, por termos que aceitar verdades
mesmo tendo pouco contato ou definitivamente nenhum contato, e só são
julgadas por pessoas que entendem do assunto. A “falação esportiva”,
passando pela comunicação de massa, televisão, aparelhos eletrônicos, e até
em “mesas redondas” ditas por ele, os dois são pouco consistentes nas
análises vantajosas.
O jornalista Armando Nogueira, já traz a “falação esportiva” em uma
versão romântica do esporte, a qual diz “O esporte é uma das mais ricas
manifestações de vida que eu conheço. Contém todas as virtudes e todos os
pecados da criatura humana, dos mais sublimes aos mais subalternos”. Para o
Georges Magnane, ele entende o esporte como uma atividade de lazer, tendo o
esforço físico, sendo praticada competitivamente, mas utilizando os
regulamentos específicos, e ser suscetível a transformações profissionais.
Para o sociólogo francês Pierre Bourdieu, ele definiu o esporte de uma
maneira como um espaço estrutural de práticas sociais, chamadas de campo,
onde as posições dos agentes sociais são estabelecidas a partir da
concorrência e da disputa por objetos e elementos de distinção. Ele cita que a
mercantilização interfere na definição dos capitais atribuídos a determinadas
práticas, a oferta e a demanda.

Já Norbert Elias, o esporte é uma forma para que a sociedade se aproprie


para compensar todas as tensões pressupostas vindas pela sociedade. O
esporte é uma forma de colocar para fora as tensões, assim controlando a
emoção e os riscos da vida cotidiana. Norbert Elias juntamente com o
sociólogo inglês Eric Dunning diz, pois Eric fala que seja qual for a atividade de
grupo, um confronto em duas partes, com regras, mas tendo um padrão que é
flexível, para mais ou para menos, mas tendo uma variação, não sendo
inteiramente previsível.
Já Jean-Marie Brohm desporto é um termo polissêmico ao se referir a
realidades sociais variadas e complexas, tem a análise que a atividade física
de uma sociedade é a organização científica do trabalho.
Para a constituição Federal do Brasil, de 1938, na qual o esporte é
classificado em esporte educacional e esporte de rendimento, observou-se em
última instância, certas limitações e equívocos interpretativos nessas
manifestações. Mauro Betti, trás que podemos perceber avanços e acréscimos
nos permitindo a interpretação do esporte, percepções teóricas e categorias
sociológicas que substanciam possíveis análises dimensionais do esporte.
O desempenho, a comparação dos resultados e os recordes, isso se
trata de uma observação das características, os elementos estruturantes.
Podemos entender então que o esporte é entender as teorias apresentadas,
estudadas, mas entendíamos que o esporte como uma “atividade física” como
uma construção e determinação tendo em vista a partir de contextos
socioculturais, mas sempre em constante desenvolvimento.
O sociólogo norte-americano Jay Coakley traz algumas contribuições
que podem ter olhares críticos para compreender o esporte. Para ele, diz que
as atividades competitivas institucionalizadas elas envolvem uma grande
dedicação física e são motivadas por recompensas externas e internas. A
cultura física é ela que se torna mais aceitável na presença de questões e
caracterizações apresentadas para o esporte na diversidade cultural, incluindo
os chamados “esportes organizados” que é usada nos Estados Unidos e na
Europa, dizendo que os esportes, eles são atividades físicas que envolvem
competições e desafios,
Para Coakley, ele apresenta de maneira crítica o que chama de “Grande
Mito do Esporte”, a qual diz que o esporte é puro e bom, e as característica das
pessoas que praticam elas simplesmente transferem aos praticantes. Não há
necessidade de estudar o esporte visto do que já é e a qual deveria ser.
A partir disso, o esporte passa a ser tratado como algo muito além de
um conjunto de fatores com regras, jogadores, campeonatos, mas sim é
mostrado como um membro de um contexto social. Ele acompanha diferentes
culturas, tempos, pessoas, sempre se inserindo na vivência das pessoas que
os praticam.
Mesmo assim, é difícil definir o que seria o esporte em si, uma verdade
absoluta. Por isso, fatores são determinados para conseguirmos separar e
classificar, e é a partir daí que os ideais do filósofo Jim Parry se enquadram.
Para ele, para se enquadrar como esporte, precisa atender critérios, entre eles:
Humano, físico, habilidades, competição, regido por regras, institucionalizado e
“valores compartilhados e grupos comprometidos”. Mesmo através de tantas
pesquisas para se chegar nessa demarcação, o texto trata a visão dele como
determinista, e passa a analisar outros pesquisadores.
Tendo uma perspectiva diferente, encontra-se Torrealba (2009), que traz
o esporte como algo amplo, no aspecto social, e restrito quanto à visão da
competitividade. Ele analisa muito além da perspectiva das regras,
campeonatos e jogadores, o papel dele na sociedade, o desenvolvimento que
ele traz para os seres humanos e como é sua inserção.
Já o belga Roland Renson, traz o aspecto global do esporte, ele trata
esse conceito como algo advindo da modernidade e exportado pelo ocidente. É
uma opinião mais politizada, entrando em aspectos do mundo atual e do século
XX e XXI, onde ele leva em consideração uma “cultura do movimento”, onde as
atividades são históricas, culturais e universais.
Tendo em vista essas três esferas trazidas por estes filósofos, a que
consideramos mais plausível é a de Torrealba. Acreditamos que todas trazem
uma contribuição e aprofundamento para o assunto, mas o campo lúdico do
esporte e o resultado no desenvolvimento do homem devem ser sempre
levantados como algo principal do esporte. Regras, competitividade, são
assuntos pertinentes a serem levantados, mas acreditamos que existe algo
muito além disso.

A partir dessas visões, o texto passa a trazer o modelo analítico do


esporte. Nela, está presente a ideia de “mimetismo social”, onde traz a
percepção do esporte e do contexto que ele está inserido. Vivemos em uma
sociedade capitalista e moderna, e é possível observar traços dela presentes
no nosso dia a dia e tudo que praticamos. Heranças são deixadas por esses
tempos pelas diferentes gerações.
Exemplo dessa visão é o papel da mídia nisso tudo. Desde cedo somos
acostumados a seguir os passos de quem admiramos, e nesses tempos em
que a tecnologia está muito presente, conseguimos ter um fácil e rápido acesso
a isso tudo. A alienação faz parte disso, seguimos sempre o que nos é
mostrado. Podemos observar isso no Brasil, onde o tempo que o futebol está
presente na programação televisiva, é reflexo da cultura do país e do número
de praticantes da modalidade em nosso território. Essa é a sociedade
capitalista, onde tudo é produto.
As modalidades atualmente vão mudando de acordo com a necessidade
que o mercado compreende. O que vende é o que está na “moda”, o produto
do momento. Podemos exemplificar isto no exemplo dos esportes de areia,
“futevôlei” e “beach tênis”. O primeiro é um esporte muito recente, e o segundo
houve uma popularização muito grande. Se compararmos o número de
praticantes e de locais próprios para essas práticas há 20 anos com os dias
atuais, é absurdo a crescente. Virou um mercado e se enquadrou nos
requisitos da sociedade capitalista. Isso apresenta pontos positivos e
negativos, onde ao mesmo tempo que diferentes modalidades se criam, vemos
uma cultura totalmente dependente de um modelo financeiro social.
Nisto, o texto levanta a ideia do “Modelo Analítico dos 5 E´s”. Nele, 5
dimensões são apresentadas para entender o conceito do esporte a partir da
perspectiva de múltiplos sentidos, são eles: Emoção, Educacional, Espetáculo,
Ética e Estética. Nela, são apontadas as diferentes faces do esporte, seus
resultados e o que podemos observar na sociedade.
O “primeiro E” vem tratando sobre a Emoção, e fala que um dos pilares
do esporte é a excitação com situações que parecem descontroladas porém
são ações que são construídas pelo ambiente tecnologicamente ou de forma
natural. Esses momentos de excitação são gerados por momentos de risco ou
de extrema dificuldade, pois nesses momentos ocorrem uma maior imersão do
participante na atividade, causando um descontrole controlado das emoções
nessas situações.

O “segundo E” vem tratando sobre Estética que vem sendo um


assunto bem polêmico, pois se tratarmos o esporte em nível profissional,
vemos que não podemos dizer que ele é saudável nem estético, pois ele
prioriza o desempenho e não a estética. Essa idéia do esporte ser referência
para estética, vem trazendo severos problemas para a sociedade, pois as
pessoas têm buscado esse padrão corporal de atletas profissionais que tem o
contato extremo com o esporte buscando não o lazer ou a atividade física com
a visão de saúde, mas sim buscando o melhor desempenho possível, mesmo
isso n sendo o mais saúdavel ou estético a se fazer.

A terceira dimensão vem abordando a Ética, onde podemos ver e


alguns até podem ter vivenciado a experiência de realizar os juramentos em
alguns jogos (escolares, estaduais e etc…). Mas quando falamos em ética no
esporte, falam muito sobre o jogo limpo, porém quando começa o jogo em si,
vemos como esses valores ficam de lado e com isso tornamos esse princípio
do esporte meio banalizado. então quando tratamos de ética no esporte temos
que levar em consideração a corrupção e a maldade do ser humano em certas
situações competitivas.

A quarta dimensão, ou quarto “E“ vem falando do Espetáculo ou outra


possível nomenclatura Econômico, pois o esporte de rendimento se tornou uma
grande fonte midiática no mundo, onde as grandes emissoras vem buscando
cada vez mais o que vem chamado a atenção do público, podendo variar muito
os esportes, como dito anteriormente, os esportes na areia (futevôlei, beach
tenis, vôlei de praia) vem se popularizando rapidamente e fortemente e em
vários lugares podemos ver campeonatos novos e transmitidos destes
respectivos esportes, pois vemos que o que tem controlado a mídia do esporte
é o que de acordo com os padrões da mídia tem dado mais retorno financeiro
para as grandes transmissoras.

O quinto “E“ vem abordando o meio Educacional do esporte, onde


vemos que é a parte que liga todos os outros “Es“ pois ela os trazem com uma
intencionalidade formativa, porém ao abordar esses aspectos devem ser
discutidos antes as diversas dimensões sociais que os outros “Es“ abordam,
como padronização do corpo e a hipocrisia do jogo limpo. Após falar sobre
essas dimensões vemos como o educacional pode trazer todo um sentido aos
pontos levantados sobre o esporte.

Com esses pensamentos, conseguimos concluir que o artigo vem


retratando muitos pontos interessantes, como os 5 “Es“ que trouxe alguns
pontos muito interessantes como a visão estética do esporte. Podemos ver
também que infelizmente o esporte tem sido muito controlado pela a mídia e
pela economia, pois esses dois fatores vem influenciando muito em todos os
aspectos do esporte ultimamente, como na promoção de jogadores e até
influência em atitudes de torcidas e de jogadores em jogos. além disso o artigo
nos trás ótimos pontos para debatermos e aprendermos mais sobre o esporte
em vários meios sociais.

Você também pode gostar