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e Esportivas: Esportes
Coletivos
Referências para os Estudos do Esporte
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Referências para os Estudos
do Esporte
• Introdução;
• Conceito de Esporte;
• As Manifestações Culturais Esportivas Coletivas: Um Resgaste Histórico;
• As Modalidades Esportivas Coletivas: Elementos e Classificações.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Compreender os aspectos históricos das modalidades esportivas;
• Identificar o esporte como um fenômeno cultural e social;
• Conhecer as diversas manifestações esportivas presentes em nossa Sociedade atual.
UNIDADE Referências para os Estudos do Esporte
Introdução
O Esporte é um assunto que vai além de uma simples conversa entre amigos.
Como apontado por Tubino (2010), o esporte representa um dos fenômenos sociocul-
turais de maior relevância dos últimos anos e isso faz com que ele ocupe cada vez mais
espaço nos veículos de mídia e movimente milhões de dólares ao redor de todo o mundo.
A resposta a essa pergunta não é tão fácil e simples, pois o esporte pode possuir di-
ferentes significados de acordo com cada cultura e cada país em que ele é desenvolvido.
Ao longo desta Unidade, veremos as possíveis definições para esse verbete e com-
preenderemos como o esporte foi sendo implementado ao longo dos anos em nossa
Sociedade e em nosso país.
Um jogo de futebol entre crianças, no campinho do bairro, descalças, com uma bola bastan-
te usada, pode ser considerado esporte? E se aquele mesmo jogo fosse comparado a uma
partida do Campeonato Brasileiro de Futebol, entre duas equipes com atletas profissionais,
estádio lotado, transmissão ao vivo pelos canais de TV... ainda assim, será que aquele jogo
entre os garotos poderia ser definido como Esporte?
Figura 1 Figura 2
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images
Conceito de Esporte
Nas últimas décadas, o esporte vem sendo objeto de estudo de diversos pesquisa-
dores. Encontrar um conceito que seja válido, compreender os aspectos históricos que
cercam suas origens, bem como identificar suas características, tem sido desafios cons-
tantes no meio acadêmico.
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Como apontado por Vamplew (2013, p. 6) “a história do esporte é um terreno con-
testado, que pode ser encarado de diferentes perspectivas, a partir de vários questiona-
mentos e interpretações”.
Com relação aos tipos de atividades, Barbanti (2006) sinaliza que, por muitas vezes,
a definição de esporte está limitada e vinculada à necessidade de envolver atividades
físicas ou motoras.
Segundo o autor, isso pode provocar entendimento equivocado sobre o conceito. Por
exemplo, em um jogo de xadrez, a habilidade motora exigida é mínima se comparada à
necessidade de concentração e raciocínio utilizados.
Nesse caso, existe uma interação entre piloto e máquina, que exige grande conheci-
mento, raciocínio e concentração por parte do piloto.
O autor complementa dizendo que tais atividades podem ser motivadas por fatores
intrínsecos – pelo espírito esportivo e a vontade do próprio participante – ou extrínseco
– quando influenciados pelo ambiente em que estão inseridos, tais como recompensas
financeiras, mídia, troféus, medalhas e fama.
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UNIDADE Referências para os Estudos do Esporte
Assim, podemos perceber que o conceito sobre esporte adquire significados diferen-
tes, de acordo com o autor e perspectiva em que é classificado.
Alguns registros da cultura oriental (tais como os chineses) e das Américas (tais como
astecas e maias), citam alguns jogos coletivos semelhantes ao Basquete e Futebol. Um
deles é o Tlachtli, esporte no qual havia um alvo fixado em muros.
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Figura 3
Fonte: Getty Images
A modalidade era praticada por duas equipes, com 27 jogadores cada e tinha como
objetivo arremessar uma bola em direção ao alvo, fixado nos extremos dos campos.
Figura 4
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Referências para os Estudos do Esporte
O cálcio florentino, ou calcio storico, como é chamado nos tempos atuais, já de-
monstrava estrutura tática e, por isso, para alguns pesquisadores, pode representar uma
das origens de modalidades coletivas, tais como o Futebol.
Naquela época, devido a todo o contexto social provocado pela Revolução Industrial,
as escolas inglesas passaram a estimular a prática de modalidades esportivas dentro de
suas instalações. Isso porque acreditavam que tais práticas poderiam auxiliar a discipli-
nar seus jovens e incentivar a adoção de alguns valores fundamentais para a Sociedade
da época, tais como respeito, cooperação e educação.
Assim, padronizavam algumas regras, para que tais atividades deixassem de lado a
característica da violência, fator prioritário da maior parte das manifestações presentes
na Antiguidade.
Thomas Arnold, diretor do Colégio de Rugby, uma das cidades inglesas, é conside-
rado um dos principais incentivadores do esporte naquela época. Ele utilizou os jogos e
os incorporou ao processo educativo, dentro de perspectiva pedagógica, favorecendo a
adoção de valores sociais, tais como respeito, disciplina, trabalho em equipe.
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Fundada na Inglaterra, em 1844, por George Williams, a Young Men´s Christian Association ou
YMCA, proporcionava atividades saudáveis e motivadoras para muitos jovens que se aventu-
ravam nas cidades em busca de empregos. Apesar de origem inglesa, foi nos Estados Unidos
que a Associação ganhou força e destaque no cenário esportivo. Alguns de seus mentores fo-
ram responsáveis diretos pelo desenvolvimento e criação de algumas modalidades esportivas,
entre elas, o Voleibol e o Basquetebol. No Brasil, a Associação Cristã de Moços – ACM, como é
conhecida, instalou-se em 1893 e se mantém presente até os dias atuais, com sedes em alguns
estados e municípios.
Para saber mais, veja: HIDAKA, M. K.; SEGUI, A. C. Associação Cristã de Moços no Brasil – ACM.
In: DaCOSTA, L. P. (org.). Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006. p. 3.3-3.13.
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Durante uma partida, o elemento principal que define se uma equipe está em con-
dição de ataque é a posse de bola. Consequentemente, cabe à equipe adversária se
defender e tentar a recuperação da posse.
Com isso, podemos dizer que, na maior parte das modalidades, vale os princípios:
ataque e defesa, apresentados a seguir.
Quadro 1
• Manter a posse de bola: Geralmente, feita por meio de funda-
mentos técnicos como passe, recepção, domínio, condução, ou seja,
ações do jogo que façam com que a equipe mantenha a posse de
bola. Durante esse princípio, vale a estratégia tática da equipe, que
poderá manter a posse por mais tempo (para cansar o adversário ou
para se manter à frente do placar por exemplo);
Ataque • Avançar território: A maior parte das modalidades coletivas têm
alvo bem definido e, para alcançá-lo, é necessário que a equipe
avance o território adversário. Assim, poderá criar melhores condi-
ções e chegar mais próximo do alvo adversário;
• Finalizar no alvo adversário: O objetivo principal de toda partida
é a busca pela vitória. E isso só será possível caso a equipe consiga
acertar o alvo adversário, realizando pontos, gols, “trys”.
As estratégias táticas adotadas pela equipe e seus atletas, também estão diretamente
relacionadas ao ato de atacar ou defender. Por exemplo, os jogadores de uma equipe
que está de posse de bola ocupam determinados espaços na área de jogo, realizam
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determinadas ações em conjunto, tentam se movimentar a fim de enganar o adversário,
usando, para isso, alguns fundamentos técnicos daquela modalidade.
Isso faz com que as modalidades coletivas sejam muita imprevisíveis, ou seja, a maior
parte das ações acontece de forma aleatória e variada, dificultando um planejamento
prévio e um comportamento permanente de uma equipe.
Assim, cabe aos jogadores e aos treinadores tentar resolver, durante a partida, uma
série de situações e problemas não previstos, utilizando ações táticas e de estratégias.
São exemplos de ações táticas: passar a bola a um companheiro mais bem posicio-
nado, não permitir o avanço de um determinado jogador e sair da marcação, buscando
receber o passe.
Tais capacidades fazem com que o jogador possa decidir qual ação vai executar du-
rante a partida, mas, nem sempre, apenas tomar a decisão correta faz com que o atleta
alcance com êxito seu objetivo.
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Ele precisa conseguir transferir essa decisão em uma ação motora, isto é, é necessá-
rio que o jogador consiga realizar a técnica correta.
Em síntese
As modalidades esportivas coletivas exigem, de seus participantes, muita complexidade
em suas ações, vez que oferece diferentes cenários e situações. Isso pode gerar diversos
aprendizados para o praticante, seja no aspecto motor, seja no cognitivo e no social.
Caberá, portanto, ao professor, possuir o conhecimento necessário e criar um ambiente favorá-
vel para que tais aprendizados possam ser potencializados e, para isso, o profissional precisará
compreender alguns conceitos e métodos de ensino, os quais discutiremos posteriormente.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Educação física, esportes e corpo: uma viagem pela história
CAPRARO, A. M. Educação física, esportes e corpo: uma viagem pela história.
Curitiba: InterSaberes, 2017.
Modalidades esportivas coletivas
DE ROSE JUNIOR, D.; SILVA, T. A. F. As modalidades esportivas coletivas
(MEC): história e caracterização. Modalidades esportivas coletivas. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006. p. 1-14.
Leituras
O que é esporte?
BARBANTI, V. O que é esporte? Revista brasileira de atividade física & saúde,
Florianópolis, v. 11, n. 1, p. 54-58, 2006.
https://bit.ly/35W7Y6B
História do esporte no cenário internacional: visão geral
VAMPLEW, W. História do esporte no cenário internacional: visão geral. Revista
Tempo, Rio de Janeiro, v. 19, n. 34, p. 5-17, 2013.
https://bit.ly/3nS1lbk
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Referências
BARBANTI, V. O que é esporte? Revista brasileira de atividade física & saúde,
v. 11, n. 1, p. 54-58, 2006.
HIDAKA, M. K.; SEGUI, A. C. Associação Cristã de Moços no Brasil – ACM. In: Da-
COSTA, L. P. (Org.). Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006. p.
3.3-3.13.
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