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História da

Educação Física
Material Teórico
Educação Física no Brasil: Influência Médica, Militar,
do Pensamento Escolanovista e do Esporte

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Thelma Hoehne Peres Polato

Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Educação Física no Brasil: Influência Médica,
Militar, do Pensamento Escolanovista e
do Esporte

• Educação Física no Brasil: da República aos anos de 1980


• Influência Médica e Militar
• Influência do Pensamento Escolanovista
• Influência do Esporte

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Identificar as influências sofridas pela Educação Física brasileira e as
características assumidas pela área no seu desenvolvimento histórico.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Educação Física no Brasil: influência médica, militar,
do pensamento escolanovista e do esporte

Contextualização
Estudaremos nesta unidade a história da Educação Física no Brasil trazendo para
o debate as influências sofridas por esta área, principalmente a partir do fim do
Império e início da República até a década de 1980, período que Educação Física
foi se estruturando e se configurando como área acadêmica e profissional.

Será possível perceber que, apesar de determinadas influências serem


hegemônicas em determinados períodos da História, até hoje podemos presenciar
uma Educação Física fortemente marcada por conceitos de corpo e saúde, bem
como maneiras de ser organizada nas escolas, que nos remete a períodos e
contextos anteriores.

A reportagem publicada na Revista Educação, em 2001, intitulada Instrumento


do Estado, mostra como as práticas da Educação Física estiveram, pelo menos
até a década de 1980, atreladas às necessidades do Estado, ou seja, que ela
sempre esteve vinculada aos interesses da ideologia dominante, finalizando que,
no momento contemporâneo, ainda vemos presentes na prática pedagógica dos
professores dessa área, fortes resquícios dessas determinações. Ainda há grandes
desafios a serem vencidos quando pensamos em princípios teóricos que orientem
essas práticas profissionais e que contribua para a construção de uma identidade
para a Educação Física.

As reflexões exploradas nessa reportagem apontam exatamente o exercício que


devemos ter quando pensamos a nossa formação e, além disso, a nossa atuação
como profissionais.

O que estou querendo dizer com isso?

Que o conhecimento da história da Educação Física permite a formação de um


profissional que possui propriedade teórica e conhecimento da área que o torna
capaz de entender as demandas com base na contextualização que se faz dessas,
ou seja, entender como a Educação Física veio se caracterizando e respondendo
aos diferentes contextos. Significa entender o que a Educação Física está sendo no
presente e o porquê dessas características e determinações.

Pensar uma Educação Física crítica requer de você, professor, esse exercício.
Explor

Leia a reportagem na íntegra, acessando o link: https://goo.gl/WLJzIm

A Educação Física será melhor e organizará melhor seus objetivos pedagógicos


se seus profissionais desenvolverem cada vez mais a capacidade de questionar e
descobrir as relações sociais e as reais pretensões políticas por trás das características
que esta área possui. Só assim estará assegurada a real dimensão política dessa
prática pedagógica.

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Educação Física no Brasil: da República
aos anos de 1980
Trataremos nesta unidade da Educação Física brasileira partindo da reflexão
das influências sofridas por ela, principalmente no período que se estende
entre o início do período Republicano no Brasil até a década de 1980. Apesar
de a Educação Física chegar ao Brasil em 1810 com a Academia Real Militar,
iniciaremos a abordagem no final do século XIX com a abolição da escravatura e
início do período Republicano.

Utilizaremos como principais referências nesta trajetória de recontar a história


da Educação Física as obras: Educação Física: raízes europeias e Brasil, da
autora Carmem Lúcia Soares, Educação Física e Sociedade, do autor Mauro
Betti e Educação Física no Brasil: a história que não se conta, do autor Lino
Castellani Filho.

Essas obras são leituras fundamentais para entender a história da Educação


Física no Brasil. Tiveram suas primeiras edições publicadas no início da década de
1990 e apresentam uma leitura crítica sobre a Educação Física brasileira, umas das
primeiras com esse caráter.

Iniciaremos reforçando a ideia de que, apesar de períodos de hegemonia


da influência das Instituições médicas, militares, escolar (principalmente pelo
pensamento escolanovista), e do esporte, é possível perceber que ao longo de
todo o processo de desenvolvimento histórico da Educação Física brasileira, essas
influências foram sempre aparecendo de forma mais ou menos determinante, o
que significa que tanto Lino Castellani Filho, como Carmem Lúcia Soares e Mauro
Betti, concordam que a história da Educação física no Brasil se confunde, em
muitos momentos, com a história dessas Instituições.

A Escola Nova foi um movimento de renovação do ensino, ocorrido no Brasil no início


Explor

do século XX, que tinha como principal preocupação contrapor o modelo tradicional de
educação. Diversos pedagogos brasileiros como Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo
foram adeptos desse movimento.
Para saber mais leia MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete
Escola Nova. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São Paulo:
Midiamix, 2001. Disponível em: https://goo.gl/Mky6LS

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UNIDADE Educação Física no Brasil: influência médica, militar,
do pensamento escolanovista e do esporte

Influência Médica e Militar


Para Soares (2001) foram as instituições médica e militar que, em diferentes
momentos, determinaram as formas de intervenção e pensamento da Educação
Física brasileira, principalmente no início do século XX, mais especificamente até
1930, período em que, segundo a autora, a Educação Física foi sinônimo de saúde
física e mental, de promoção de saúde e de regeneramento da raça, das virtudes e
da moral da sociedade brasileira do período.

Castellani Filho (1991) evidencia como é possível perceber essa estreita relação
entre a história da Educação Física e a história das instituições militares. Como
podemos ver na citação abaixo:
A criação da Escola Militar pela Carta Régia de 04 de dezembro de
1810, com o nome de Academia Real Militar, dois anos após a chegada
da família militar no Brasil; a introdução da Ginástica Alemã, no ano
de 1860, através da nomeação do alferes do Estado Maior de segunda
classe, Pedro Guilhermino Meyer, alemão, para a função de contramestre
de Ginástica da Escola Militar; a fundação, pela missão militar francesa,
no ano de 1907, daquilo que foi o embrião da Escola de Educação Física
da Força Policial do Estado de São Paulo – o mais antigo estabelecimento
especializado em todo o país –; a portaria do Ministério da Guerra, de 10
de janeiro de 1922, criando o Centro Militar de Educação Física, cujo
objetivo enunciado em seu artigo primeiro era o de dirigir, coordenar e
difundir o novo método de Educação Física e suas aplicações desportivas
– Centro esse que só passou a existir, de fato, alguns anos mais tarde
quando do funcionamento do curso provisório de Educação Física –
somados a muitos outros fatos, como por exemplo a marcante presença
dos militares na formação dos primeiros professores civis de Educação
Física, em nosso meio, validam a referida afirmação. (CASTELLANI
FILHO, 1991, p. 34)

Todavia, Castellani Filho (1991) aponta para a necessidade de se buscar entender


não só a presença dos militares nos rumos traçados pela Educação Física brasileira,
mas principalmente buscar realizar uma leitura crítica sobre o real significado
dessas relações. Da mesma forma nos alerta Soares (2001), quando se refere às
Instituições médicas, principalmente no seu discurso médico higienista, e da relação
e influência desse discurso na caracterização da sociedade brasileira de início de
século XX e, como consequência, de caracterização da Educação Física no Brasil.

No final do Império e início da Primeira República, o Brasil vive o momento


do início da industrialização e urbanização, principalmente calcadas nas propostas
idealistas (pensamento liberal). Nessa época a principal estratégia político-
administrativa era a de organizar e disciplinar o espaço urbano e segregar as classes
sociais, por meio de uma gestão higiênica da miséria. Nesse contexto é possível
identificar a forte influência do pensamento médico higienista que contribuiu
com um discurso normativo que auxilia de maneira determinante a política de
transformação dos indivíduos a partir dos interesses do Estado.

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Expressão dessa influência pode ser apreendida através do pensamento
pedagógico brasileiro, veiculado por autores representativos deste
pensamento, tais como Rui Barbosa e Fernando de Azevedo, por meio
de publicações, discursos e conferências. Estes autores revelam estreita
e orgânica vinculação de seus discursos pedagógicos aos discursos
médico higienistas. Quanto à Educação Física, particularmente a
escolar, privilegiam em suas propostas pedagógicas aquela de base
anatomofisiológica retirada do interior do pensamento médico higienista.
Consideram-na um valioso componente curricular com acentuado caráter
higiênico, eugênico e moral [...]. (SOARES, 2001, p.71)

Da mesma forma nos coloca Castellani Filho (1991) apontando que a Educação
Física no Brasil de final de século XIX e início de século XX sempre foi tida
como a responsável por forjar o indivíduo forte e saudável tão necessário para o
processo de desenvolvimento do país, indicando a forte presença do pensamento
médio higienista.

Para Castellani Filho (1991, p. 39)


[...] esse entendimento, que levou por associar a Educação Física à
Educação do Físico, à Saúde Corporal, não se deve exclusivamente e
nem tampouco prioritariamente, aos militares. A eles, nessa compreensão,
juntavam-se os médicos que, mediante uma ação calcada nos princípios
da medicina social de índole higiênica, imbuíram-se da tarefa de ditar
à sociedade, através da instituição familiar, os fundamentos próprios ao
processo de reorganização daquela célula social. Ao assim procederem,
ao tempo em que denunciavam os malefícios da estrutura familiar do
período colonial, autoproclamavam-se a mais competente das categorias
profissionais para redefinir os padrões de conduta física, moral e intelectual
da “nova” família brasileira.

Nesse período, para viabilizar essa política sanitária, fez-se uso da ginástica
por acreditar que essa prática corporal era capaz de atender às necessidades de
construção dos corpos. Esta construção dos corpos teve também papel fundamental
no processo de segregação das raças.

Inicialmente essa política higienista atuou na família da elite e a construção dos


corpos deveria então garantir, pelo menos inicialmente, um modelo de corpo e
indivíduo que representasse a classe dominante, a elite brasileira. Esse processo
está diretamente relacionado ao projeto de eugenização da população brasileira
de forma a garantir a dominação da elite (senhor do engenho) sobre as classes
populares (escravos da senzala).

Nesse período o Brasil possuía cerca de cinquenta por cento da sua população
constituída de negros. Sendo assim, por meio do pensamento eugenista (já tratado
na unidade 1), era necessário acentuar a superioridade da raça branca em relação
à raça negra e também do homem em relação à mulher.

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UNIDADE Educação Física no Brasil: influência médica, militar,
do pensamento escolanovista e do esporte

Diante desse quadro, foi necessário pensar em uma política que garantisse a
procriação e melhoramento da atual geração da elite brasileira. Isso se deu por
meio de uma educação em que se associava a educação física à educação sexual,
pois a educação física, por meio da ginástica, seria capaz de tornar homens e
mulheres bons reprodutores, garantindo uma geração de homens saudáveis, filhos
da pátria, que garantiriam a continuidade e permanência dessa elite nos quadros
do Governo.

Com o desenrolar do processo de industrialização e urbanização esse discurso


médico higienista se estende a toda a população. Dessa forma é possível perceber
um forte envolvimento dos higienistas com a educação escolar e esse envolvimento
se deu, fundamentalmente, pela Educação Física.

Podemos entender que, nas diferentes concepções de Educação Física surgidas


ao longo de sua história, em boa parte delas a ideia de “mente sã e corpo são”
está fortemente presente. Percebemos dessa forma que o pensamento médico,
principalmente na sua versão higienista, acompanha a Educação Física e dá a essa
atividade uma característica de aquisição e manutenção da saúde.

No período de hegemonia da influência médica, a ênfase na saúde é evidente


e a Educação Física se torna sinônimo de formação de homens e mulheres fortes
e sadios.

Nesta perspectiva, a Educação Física se vê protagonista de um projeto político


social que vislumbra resolver o problema da saúde, ou da “falta de saúde” da
população brasileira, pela educação.

Neste ponto podemos citar a forte influência do pensamento liberal. Com base
nesta influência, acreditava-se que a educação era capaz de garantir a “salvação”
da humanidade. A educação era vista como a grande redentora, como àquela
que iria contribuir com uma sociedade democrática e livre dos problemas sociais.
Entendia-se que a culpa pelos males sociais encontrados nesse período – entre o
fim o Império até meados de 1930 – se devia à ignorância popular.

Para saber mais sobre o Liberalismo leia BOBBIO, N. MATTEUCCI, N. PASQUINO, G. Dicionário
Explor

de Política. Brasília: Editora Universidade de Brasília, v. 1, 1998, p. 687 – 705.

Nesta relação educação x educação física x desenvolvimento social, a educação


do corpo deveria garantir o conhecimento sobre esse corpo para uma melhor
forma de utilização do mesmo. Por esse motivo, a clara distinção entre a educação
corporal dos homens e das mulheres.

Neste período podemos citar Rui Barbosa e Fernando de Azevedo como dois
dos principais influenciadores e articuladores dos delineamentos assumidos pela
Educação Física brasileira no período. Soares (2001) e Castellani Filho (1991)
discorrem sobre as influências de Rui Barbosa e Fernando de Azevedo sobre as
proposições feitas à Educação Física.

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Devemos destacar que a Educação Física pensada por Fernando de Azevedo,
sob forte influência do pensamento de Rui Barbosa, trazia nitidamente a vinculação
da Educação Física com a construção dos estereótipos masculino e feminino.

Nas palavras de Castellani Filho (1991, p.58)


[...] Ao propor a extensão da Ginástica a ambos os sexos na formação
do professorado e nas escolas primárias de todos os níveis [...], externou
sua opinião a respeito da necessidade de oferecer às mulheres, atividades
ginásticas que atinassem para a harmonia de suas formas feminis e às
exigências da maternidade futura.

Para Fernando de Azevedo, assim como para Rui Barbosa, a educação física
feminina deveria estar atenta ao perfil da mulher como “mulher mãe”, definindo,
claramente o papel que a mulher assume na sociedade.

Temos então que a Educação Física adotada passa a intervir, por meio da
educação, sobre o comportamento dos alunos de forma a disciplinar seus corpos
para, principalmente, atenderem às demandas de força de trabalho, que cresce
com o processo de industrialização, por meio do cuidado higienista e sanitarista
desse corpo. A Educação Física passa a ser a disciplina responsável pelo corpo na
escola, realizando essa educação por meio da ginástica, dos esportes e dos jogos,
quase sempre ministradas por médicos ou militares.

Vamos refletir um pouco sobre isso pensando na educação física atual, ou na


de pouco tempo atrás: Você já se perguntou por que uma educação física escolar
que separa (ou separava até pouco tempo atrás) turmas de meninos e meninas?
Já se perguntou por que da frequência de três aulas semanais para esta disciplina?
Já se perguntou por que durante tanto tempo o gosto pelos esportes na infância
predominava tanto entre os meninos?

Essas perguntas podem ser facilmente respondidas se trouxermos para a


reflexão a forte influência do pensamento médico na nossa área. Até hoje temos
uma educação física fortemente marcada pelo viés biológico e da saúde, que
pensa o corpo separado da mente e que pensa meninos e meninas pelo seu viés
estritamente biológico.

Com isso percebemos facilmente que a influência da instituição médica, apesar


de hegemônica no início do século XX mantem-se, de alguma forma, até hoje. O
próprio termo “educação física” nos remete a essa máxima, ou seja, levando ao pé
da letra o significado do termo, vemos uma área caracterizada pela educação do
físico, do corpo, do corpo biológico.

Não podemos esquecer a influência militar e da forte relação desta com o


pensamento médico.

Podemos considerar que as primeiras sistematizações dos conhecimentos


práticos sobre as atividades realizadas principalmente por meio da ginástica se
deu pelos militares da Academia Militar Real, no início do século XIX. O método

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UNIDADE Educação Física no Brasil: influência médica, militar,
do pensamento escolanovista e do esporte

ginástico alemão foi o método inicialmente adotado, por influência de um instrutor


alemão que havia sido contratado para treinar os militares brasileiros.

Em 1837 houve pela primeira vez a inclusão da ginástica no currículo de uma


Instituição de Ensino e, nessa época, os instrutores eram militares e aplicavam
o método ginástico alemão aprendido na Academia Real Militar. Em 1854, o
ministro Couto Ferraz define a ginástica como obrigatória no ensino primário e a
dança como obrigatória no ensino secundário.

Nota-se a forte presença dos militares na formação dos primeiros instrutores


de ginástica no Brasil. Essa formação teve sua prática sistematizada na Escola de
Esgrima em são Paulo que depois se tornou a Escola de Educação Física da Força
Policial do Estado de São Paulo. Nesse momento, início de século XX, o método
alemão é substituído pelo método francês, que se orientava pelos princípios da
fisiologia. Mais uma vez apontamos para a aproximação com o discurso médico
que, nesse momento, contribuiu com o conhecimento biomédico e com a explicação
dos benefícios fisiológicos da prática da ginástica.
A partir de 1919, os militares intensificaram sua preocupação com
a sistematização e disseminação nacional da prática de atividades
físicas. Por essa ocasião as discussões a respeito da Educação Física se
fortaleceram, também, entre as autoridades públicas. Fundou-se, em
1922, na Vila Militar, no Rio de Janeiro, o Centro Militar de Educação
Física do Exército, que se expandiria no ano de 1930, com a criação
de centros regionais em São Paulo e Minas Gerais, fundamentando-se
na ginástica, especialmente para atingir objetivos de saúde e ideais de
eugenia. (MAGALHÃES, 2005, p. 92).

A prática da educação física/ginástica é defendida na escola por Fernando


de Azevedo, como falado anteriormente, e isso ganha grandes dimensões. Por
volta de 1930, Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, transforma o Centro
Militar de Educação Física em Escola de Educação Física do Exército - ESEFEX.
Caracterizando o projeto de formação dos professores de Educação Física no Brasil.
Os instrutores formados na ESEFEX, compuseram o primeiro corpo docente da
Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD) da Universidade do
Brasil, criada em 1939.

Está claro nesse momento que o pensamento médico e militar esteve fortemente
presente na origem e constituição da Educação Física no Brasil, desde a definição dos
modelos/métodos de educação física adotados na escola, chegando à perspectiva
de formação dos profissionais que lá atuariam. Não vamos nos esquecer de que
esse pensamento médico e militar estava atrelado aos mesmos ideais da sociedade
brasileira do período, ou seja, traziam consigo os ideais higienistas, eugenistas, de
regeneração da raça, de formação da elite brasileira, de preparação para o trabalho
e, também, de cultivo de valores morais, em especial o civismo e o patriotismo.

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A instituição militar tinha a prática — exercícios sistematizados que
foram ressignificados (no plano civil) pelo conhecimento médico.
Isso vai ser feito numa perspectiva terapêutica, mas principalmente
pedagógica. Educar o corpo para a produção significa promover saúde
e educação para a saúde (hábitos saudáveis, higiênicos). Essa saúde ou
virilidade (força) também pode ser (e foi) ressignificada numa perspectiva
nacionalista/patriótica. Há exemplos marcantes na história desse tipo
de instrumentalização de formas culturais do movimentar-se, como, por
exemplo, a ginástica: Jahn e Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália
e Getúlio Vargas e seu Estado Novo no Brasil. Esses movimentos são
signatários do entendimento de que a educação da vontade e do caráter
pode ser conseguida de forma mais eficiente com base em uma ação
sobre o corpóreo do que com base no intelecto; [...]. Normas e valores
são literalmente “incorporados” pela sua vivência corporal concreta. A
obediência aos superiores precisa ser vivenciada corporalmente para ser
conseguida [...] (BRACHT, 1999, p. 72).

Neste momento alerto para a importância de não confundirmos, como aponta


Guiraldelli Jr (1991), uma Educação Física de forte influência das instituições
militares, com uma Educação Física Militar que se resume à prática militar de
preparo físico. As instituições militares contribuem claramente com a imposição
de padrões de comportamento estereotipados e moralmente disciplinados e a
Educação Física se adequa, mais uma vez, aos ideais que predominam na sociedade
brasileira no período, como especificado acima.

Influência do Pensamento Escolanovista


Além das influências das instituições médica e militar, podemos destacar também
a forte influência sofrida pela Educação Física do movimento que ficou conhecido
no Brasil como “Escola Nova”.

Betti (1991) coloca que a partir de 1920 o Brasil, e mais especificamente,


a pedagogia brasileira, vive um momento de “entusiasmo pela educação”
determinantemente influenciada por ideias vindas de países da Europa e também
dos Estados Unidos. Esse momento de entusiasmo acreditava que a educação
escolar incorporaria a população no desenvolvimento social e econômico do Brasil.

Em meados da década de 1920, um grupo de educadores brasileiros funda a


Associação Brasileira de Educação – ABE e lidera o movimento de renovação da
educação nacional, movimento esse que ficou conhecido como “Escola Nova”.
Em 1932 os escolanovistas publicam o Manifesto dos Pioneiros da Educação
Nacional, que foi considerado um marco para a história da educação brasileira.

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UNIDADE Educação Física no Brasil: influência médica, militar,
do pensamento escolanovista e do esporte

Explor
Para ler o manifesto na íntegra, consulte: INEP. “Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova”.
Revista brasileira de estudos pedagógicos. – v. 1, n. 1 (jul. 1944). – Rio de Janeiro:
Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, 1944 – Publicação oficial do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais.

Nesse período, as reformas educacionais, em nível estadual, se deram sob forte


liderança desse movimento.

Embasaram esse movimento estudos na área da Biologia e Psicologia, que


passaram a influenciar a forma de se pensar e se compreender as necessidades
da infância.
Para os escolanovistas as bases biológicas da educação deveriam começar
pela descoberta da criança, compreendendo os aspectos de crescimento,
maturação, adaptação, hereditariedade e condicionamento endócrino e
nervoso. [...] Nas bases psicológicas a Escola Nova preocupava-se em
compreender o comportamento globalmente e organizar a experiência
infantil como um todo, evitando o erro de explicar os fatos e situações
da vida infantil “pelas conclusões da psicologia do adulto”[...] (BETTI,
1991, p. 78)

O objetivo da Escola Nova era o de proporcionar uma educação integral que


respeitasse e fosse adequada ao desenvolvimento do ser humano nas suas fases
de crescimento, e do respeito à personalidade da criança, para que ela pudesse se
desenvolver plenamente.

O pensamento escolanovista define a escola como:


[...] escola ativa, do trabalho; democrática e utilitária; escola do movimento,
da saúde, da moralidade; da consciência econômica e política; que
buscasse auxílio na ciência; com participação ativa da criança; tendo a
atividade como fonte principal de aquisições e meio de expressão, através
do desenho, trabalhos manuais, modelagem, etc.; escola popular, aberta
a todas as classes sociais e preocupada com a proteção higiênica e a
formação física dos escolares. (BETTI, 1991, p. 79)

Fernando de Azevedo é um dos defensores desse pensamento e em meados de


1930 elabora um documento pedindo a definição das finalidades da educação, o
uso do método científico na resolução dos problemas educacionais e a transferência
da questão escolar da esfera administrativa para a esfera social. Defende, ainda, o
direito de educação a todos.

A Educação Física sob essa influência, não abandona a concepção de promotora


da saúde e disciplinarização do corpo, mas é nesse período que a Educação Física é
colocada como uma prática eminentemente educativa, como disciplina pertencente
aos currículos escolares, ou seja, uma disciplina educativa por excelência.

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A Educação Física é fortemente valorizada pelos escolanovistas, pois ao cuidar
da educação do movimento, garante a educação integral que, como visto acima, é
uma das bandeiras defendidas pela Escola Nova.

Há uma grande crítica a esse movimento no que diz respeito à forma como
percebiam o papel social da educação. Para muitos, a Escola Nova partia de uma
posição ingênua ao não considerar os aspectos ideológicos e as limitações impostas
pelo sistema socioeconômico do país. Porém ela representa um avanço em relação
às propostas de educação que a antecedem.

Na Educação Física, podemos perceber o mesmo movimento. Mesmo defen-


dendo uma educação integral que considere os aspectos biológicos e psicológicos
do desenvolvimento, a Escola Nova ainda defendia uma educação física e higiê-
nica, de aquisição de hábitos saudáveis, desenvolvimento de consciência sanitária
e também de formação do cidadão que pudesse se defender das hostilidades e
surpresas do meio social. A preocupação com a saúde e a higiene dos escolares
fez com que a Educação Física permanecesse caracterizada a partir de uma con-
cepção biológica, porém agora com a preocupação de formar o cidadão para o
trabalho e para o civismo.

A adoção de uma Educação Física influenciada pelas teorias escolanovistas


não significa o abandono por completo de uma Educação Física com parâmetros
militares, já que o método ginástico francês continua como oficialmente obrigatório
na rede escolar brasileira até os anos de 1950.

Porém, destacamos aqui que havia significativa diferença no modelo pedagógico


defendido pelos escolanovistas e o modelo pedagógico caracterizado com a
influência militar. A Educação Física que se estrutura a partir da influência das
teorias escolanovistas partia de uma visão de totalidade do Homem, que considerava
suas particularidades culturais, biológicas e psicológicas, enquanto que a Educação
Física influenciada pelo pensamento militar restringe-se a uma visão de Homem
que considera apenas sua dimensão anatomofisiológica.

O período de maior hegemonia da influência do pensamento escolanovista na


Educação Física brasileira se estendeu entre as décadas de 1940 a 1960. Esta
Educação Física preocupa-se com a educação oferecida nas escolas e por meio
da ginástica, da dança e do desporto acreditava contribuir com a formação de um
indivíduo capaz de conviver com as regras democráticas e de prepara-los pra o
altruísmo e culto nacional.

É possível perceber nesse período, conforme Betti (1991), uma convergência


de interesses de diferentes esferas da sociedade brasileira - a Igreja, o Estado, as
Instituições Militares e a Escola Nova.
O apoio à Educação Física por parte do Estado, do sistema militar e dos
educadores no período de 1930-1945 fazia parte do esforço maior de
redenção do homem brasileiro, de afirmação da nacionalidade e da busca
do desenvolvimento socioeconômico e cultural do país, sob a condução
da tutela autoritária. (BETTI, 1991, p.89)

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Influência do Esporte
Nos anos finais da década de 1940 diminui consideravelmente as iniciativas
governamentais para a área. Começa a haver uma reorganização de conceitos e
a crescente influência do fenômeno esportivo que levaram a um novo modelo de
Educação Física.

Ainda sob forte influência do pensamento esclanovista, a Educação Física vista


como disciplina capaz de promover o homem como ser genérico e incapaz de
sustentar divergências, em um exemplo claro de humanismo idealista, que colabora
para que a juventude venha melhorar sua saúde, adquirir hábitos fundamentais,
preparo vocacional e racionalização do uso das horas de lazer, passa também a cultuar
o “desporto-espetáculo” e as tendências tecnicistas do “desporto de alto nível”.

Retomando um pouco a história do esporte moderno para que possamos


pensar a influência do esporte na Educação Física brasileira, lembramos que o
esporte moderno tem sua gênese por volta do séc. XVIII na cultura europeia. O seu
declínio inicia-se em torno de 1800 por causa dos processos de industrialização e
urbanização e a chegada dos modelos ginásticos. O esporte moderno desenvolve-
se nas camadas populares/trabalhadoras, principalmente na Inglaterra e depois se
expande pelo mundo. Porém, não se desenvolveu sem despertar reações.

Uma das análises que podemos destacar é a do interesse dos governos pelo
Esporte.

O principal interesse apresentado pela intervenção governamental, independente


do país, baseia-se na instrumentalização do esporte como forma de garantir a
reprodução do capital. O esporte garante a reprodução da força de trabalho ao
trabalhar com a aptidão física. Pela sua dimensão lúdica garante a preservação da
saúde da população. Por meio das políticas sociais o esporte garante a melhoria da
qualidade de vida e oferecimento de oportunidades de lazer.

O esporte serve também como atenuador das tensões sociais, garantindo a


integração nacional, a educação cívica, e serve como instrumento de afirmação
política, pois um país campeão no esporte é visto mundialmente como um
país vitorioso.

Há também o interesse pela dimensão econômica do fenômeno esportivo. Há


uma grande movimentação financeira e dos meios de comunicação de massa em
torno do esporte e do espetáculo que este proporciona.

Especificamente sobre o esporte como instrumento de afirmação política


podemos destacar, em vários momentos da história mundial, exemplos desse uso
político do esporte. No período Nazista, quando nas olimpíadas de 1936, em que
Hitler procurou mostrar através do esporte a superioridade da raça ariana.

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Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons

Quem não se lembra da marcante cena em que Hitler, após um alemão ter
perdido a prova dos 100m para um negro Norte Americano, se recusa a entregar-
lhe a medalha, assim como vinha fazendo com todos os competidores, pelo simples
fato do atleta ser negro.

Você Sabia? Importante!

Jesse Owens foi esse atleta norte americano, medalhista de ouro nos 100 e 200 m rasos,
no salto em distância e no revezamento 4x100 m. Esse atleta representou a vitória de
um homem negro sobre a hegemonia ariana de Hitler]

Figura 2
Fonte: National Geographic

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UNIDADE Educação Física no Brasil: influência médica, militar,
do pensamento escolanovista e do esporte

Continuando no cenário olímpico, agora no período da Guerra Fria, em que


Estados Unidos e União Soviética disputavam, modalidade por modalidade, a
conquista das principais medalhas, demonstrando, com o quadro de medalhas,
a supremacia de uma nação sobre a outra. Ou não seria melhor dizer da disputa
entre Comunismo e Capitalismo.

Você Sabia? Importante!

Você sabia que por causa do uso político do esporte na Guerra Fria a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO publica uma Carta
Internacional da Educação Física, renovando os conceitos do esporte e vinculando a este
um conceito de esporte-educação.
Para ler a carta na íntegra acesse: https://goo.gl/Oza7cD

Aqui no Brasil o esporte sempre atendeu, desde a Primeira República, às


necessidades de manutenção de determinadas situações políticas. No início do
século passado, o esporte auxiliava no processo de controle das massas, tanto no
que diz respeito aos interesses higiênicos e de reprodução da força de trabalho,
como no que diz respeito aos interesses de desmobilização da população.

Vou centrar meus exemplos ao último ponto citado, especificamente no período


da Ditadura Militar, entre as décadas de 60 e 80 do século passado.

Neste período, várias foram as apostas no esporte.

Assista ao documentário: Memórias de Chumbo – O Futebol nos Tempos do Condor


Explor

Acesse o link: https://youtu.be/JYPGMktWMnc

Primeiro, o esporte servia como um analgésico na população, ou seja, o esporte


– e principalmente o futebol – tinha a finalidade de distrair a atenção das pessoas
das diversas ações que o governo militar vinha tomando, como a cassação dos
direitos, o fim da liberdade de expressão, as torturas e mortes. Nos filmes “Pra
frente Brasil e O que é isso companheiro?” podemos perceber isso.

Figura 3
Fonte: acervo.oglobo.com.br

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Figura 4
Fonte: memorialdademocracia.com.br

Em reportagem do canal FUTURA da série Jogo Duro, exibida em junho de 2014, historiadores,
Explor

jornalistas e ex-jogadores relatam como o governo militar fez uso do esporte como ópio do
povo. Acesse o link e assista: https://youtu.be/cxfvHNsjicA

Em segundo lugar, o esporte foi utilizado como meio de desmobilização estudantil.


Na década de 60 a Educação Física, através do esporte, foi colocada como disciplina
do ensino superior. Acreditava-se que por seu caráter lúdico, o esporte seria capaz
de atrair os jovens para sua prática. Assim sendo, esses mesmos jovens deixariam
de participar de manifestações contra a ditadura.

É também desse período, já na década de 70, que temos no Brasil a criação


de um programa do governo chamado Programa Esporte para Todos, que ficou
conhecido como EPT. Este programa visava ampliar as possibilidades de acesso
de toda a população às práticas esportivas. Acredito não precisar dizer que essa
preocupação não estava centrada exatamente no entendimento da prática esportiva
e de lazer como um direito social, mas sim nos resultados positivos que a prática do
esporte trazia para o governo.

Outro fato que pode ser colocado diz respeito à necessidade de se buscar os
Heróis Nacionais. Através do esporte era mostrado para o mundo um Brasil
diferente, um Brasil vencedor, um Brasil de João do Pulo, Pelé, Garrincha, Airton
Senna. Com exceção do Senna, todos os outros tiveram uma trajetória de vida
muito difícil, e isso sempre foi explorado para dar mais valor às suas conquistas,
numa forma de dizer para todo o mundo que basta ter determinação e força de
vontade para conseguir o que se quer.

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UNIDADE Educação Física no Brasil: influência médica, militar,
do pensamento escolanovista e do esporte

Trocando ideias...Importante!
Estamos muito distantes do que ainda acontece com o esporte hoje? Em períodos de
Olimpíadas, Panamericanos e Copa do Mundo, como a mídia veicula a ideia do esporte e
como vincula esse esporte com a Educação Física? Pense nisso...

A Educação Física não fica distante desse movimento e, mais do que isso, é vista
como um espaço de propagação do esporte e dos “valores” que o esporte pode
ensinar, se vinculando, mais uma vez, aos interesses políticos que giraram em torno
do esporte, e da Educação Física como consequência.
Podemos entender da seguinte forma o movimento de esportivização da
Educação Física brasileira:
Na década de 1940 é criado o Método Desportivo Generalizado, sob forte
influência método criado pelo Instituto Nacional de Esportes da França:
·· Incorporava o conteúdo esportivo aos métodos de EF com ênfase no
aspecto lúdico (jogo) – pensa o indivíduo como um todo, por meio de
uma ação psico-morfo-fisio-sociológica.
·· É visto como uma possibilidade de formação integral dos alunos e, por
isso, como um meio de formação e preparação para a vida.
·· Papéis atribuídos ao esporte: solidariedade, lealdade, associação em
torno de um interesse comum.

Nas décadas de 1960 e 1970, ganha espaço o esporte de alto rendimento e a


inclusão do binômio Educação Física/Esporte:
·· Período de massificação das atividades esportivas: culto ao atleta-herói,
ao individualismo; competitividade - “conquistar um lugar ao sol pelo
esforço próprio”; controle das tensões sociais.
·· Com mudanças na política educacional brasileira, a educação física
escolar subordina-se ao modelo esportivo. Em 1971 é publicada uma
resolução que prevê a possibilidade de criação das turmas de treinamento
nas escolas.

Na década de 1980 ainda vivemos uma forte influência e predominância do


esporte na Educação Física:
·· 1985 – José Sarney – comissão de Reformulação do Esporte Brasileiro:
1. deporto-performance; 2. desporto-participação; 3. desporto-educação.
·· Pedagogia tecnicista: rendimento, competitividade, esforço individual,
ascensão pelo mérito próprio.

Porém, nesse período começa-se a se perceber um movimento de questionamento


da Educação Física estabelecida até então. Esse questionamento se deu muito em
função e como reflexo do próprio movimento político pelo qual o Brasil passava
neste período.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Educação Física e Esporte: perspectivas para o século XXI
MOREIRA, W. W. Educação Física e Esporte: perspectivas para o século XXI.
Campinas, SP: Papirus, 2014. E-book

Filmes
O dia em que o Brasil esteve aqui
O dia em que o Brasil esteve aqui. Dirigido por João Dornelas, filme lançado
em 2005, retrata o jogo amistoso, conhecido como o Jogo da Paz, ocorrido em
2004, entre a Seleção Brasileira de Futebol e a Seleção Haitiana de Futebol.
Documentário interessante para refletir sobre o impacto do esporte, nesse caso o
Futebol, na sociedade.

Leitura
In corpore sano - os militares e a introdução da educação física no Brasil
CASTRO, Celso. In corpore sano - os militares e a introdução da educação física no
Brasil. Antropolítica, Niterói, RJ, nº 2, p.61-78, 1º sem. 1997.
https://goo.gl/WMXXsJ
O que é Educação Física?
OLIVEIRA, V. M. O que é Educação Física? 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984.

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UNIDADE Educação Física no Brasil: influência médica, militar,
do pensamento escolanovista e do esporte

Referências
MAGALHÃES, C. H. F. Breve histórico da educação física e suas tendências atuais a
partir da identificação de algumas tendências de ideais e ideias de tendências. Revista
da Educação Física, Maringá, v. 16, n. 1, p. 91-102, 1. sem. 2005. Disponível
em <<http://ojs.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3410/2439>>
Acesso em 11 de julho de 2016.

CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se


conta.3.ed. Campinas, SP: Papirus,1991.

SOARES, C. L. Educação Física: raízes européias e Brasil. Campinas, SP: Autores


Assossiados, 2001.

BETTI, M. Educação Física e Sociedade. São Paulo, SP: Editora Movimento, 1991.

GUIRALDELLI JR. Educação Física – a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos


e a Educação Física brasileira. Coleção Espaço, vol. 10. 3.ed. São Paulo, SP:
Edições Loyola, 1991.

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