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Currículo de Educação Física: Desafio e

Possibilidades

RESUMO

Este trabalho se propõe a pesquisa sobre Currículo de Educação Física: Desafios e


possibilidades. O objetivo deste trabalho é mostrar o percurso de investigação da evolução do
ensino da Educação Física escolar, sobre as principais abordagens preditivas que colaboraram
para recriar o conceito de currículo, analisando novas possibilidades de construção de uma
proposta pedagógica de Educação Física para o Ensino Fundamental. Bem como abordar temas
de grande relevância a cultura corporal, ampliando a linguagem corporal no âmbito escolar. Para
isso, analisaremos, num primeiro momento, analisaremos a evolução da Educação Física no
cenário brasileiro, observando às necessidades da Educação Física de repensar a proposta
curricular escolar sua abrangência na sociedade atual. Debater a proposta curricular da Educação
Física, e o poder que o currículo exerce sobre o corpo docente de Educação Física apresentando
desafios e possibilidades. Analisaremos também os Parâmetros Curriculares Nacionais como
ferramenta de ensino na efetivação do processo de ensino aprendizagem, uma vez que neles se
encontram princípios norteadores para o ensino da Educação Física. No segundo momento
abordaremos os conteúdos propriamente ditos da cultura corporal, a organização dos conteúdos e
enfatizaremos a importância do papel do professor de Educação Física em problematizar,
interpretar, relacionar, compreender com seus alunos as amplas manifestações da cultura
corporal de tal forma que os alunos compreendam os sentidos e significados empregados nas
práticas corporais.É nesse contexto de preocupação teórica considerando que, o estudo será
desenvolvido, tendo como objeto de pesquisa elementos bibliográfico.
Palavra Chave: Currículo. Educação Física. PCNs.Cultura Corporal.

ABSTRACT

This study aims to research on Curriculum of Physical Education: Challenges and possibilities. The
objective of this study is to show the research course of the evolution of Physical Education
teaching, on the main predictive approaches that helped to recreate the concept of curriculum,
analyzing new possibilities of building a pedagogic proposal of Physical Education for Elementary
Education. As well as addressing issues of great importance to body culture, expanding the body
language in schools. For this, we will look at first, analyze aevolução of Physical Education in the
Brazilian context, observing the needs of physical education to rethink the school curriculum
proposed for coverage in today's society. Discuss the proposed curriculum of physical education
and the power that the curriculum has on the faculty of Physical Education presenting challenges
and possibilities. We will also consider the National Curriculum Guidelines as a teaching tool in the
effectiveness of the teaching-learning process, since in them are guiding principles for teaching
physical education. In the second phase we will cover the actual contents of corporal culture, the
organization of content and emphasize IMPORTANCE of the teacher's role of Physical Education
in discuss, interpret, relate, understand with their students the broad manifestations of body culture
so that students understand the senses and meanings used in corporais.É practices in this
theoretical concern considering that context, the study will be developed, with the research
literature object elements.
Keyword: Curriculum. PE. PCNs.CulturaBody.

2. INTRODUÇÃO
Sem dúvida alguma, as diferentes e crescentes propostas que vêm sendo construídas nos últimos
vinte anos no Campo da Educação Física trouxeram importantes contribuições para o constante
repensar sobre a prática pedagógica, entendendo que esta deve ir acompanhada da teoria da
Educação, que lhe sustenta e que lhe dá sentido. Entretanto, não obstante os avanços contados
neste âmbito ainda sentiram a necessidade de discutir e aprofundar o estudo acerca dos seus
conteúdos específico, sobre os temas da cultura corporal.
Educação Física no currículo escolar seus desafios e possibilidades vêm sendo tema de
discussão, o que nos leva a buscar a compreensão deste processo.
Sabemos que a interpretação do significado do termo “Currículo”, sofreu modificações, por volta
da década de 20 marcado pelos movimentos do início da industrialização americana e, nos anos
de 1920, no Brasil, com o movimento da Escola Nova, surgiram às primeiras preocupações como
o currículo no Brasil, nesse período seguia-se os modelos adotados nos Estados Unidos, que era
possível através de acordos bilaterais entre os dois governos dentro do programa de ajuda à
América Latina.
A partir da década de 80 quando se inicia o processo de redemocratização do país, a hegemonia
do referencial funcionalista norte-americano é abalada dando lugar às vertentes marxista no
pensamento curricular brasileiro.
Anos e anos a Educação Física foi voltada somente para a prática e nem fazia parte do currículo,
pois as outras disciplinas eram teóricas ela era somente prática. Mas através de estudos
realizados por Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo, dentre outras professores a fim de
darem qualidade a essa disciplina a fazercom que ela pertença ao currículo e seja reconhecida
pela ciência, hoje temos vários nomes em pauta com livros fantásticos para respaldar e os PCNs
(1998) da Educação Física que dão diretrizes para o nosso trabalho.
Daí para cá muitas questões foram surgindo acerca do currículo, a construção curricular brasileira
se depara com várias ideologias e ganha espaço a abordagem crítica das obras do brasileiro
Paulo Freire com sua Pedagogia do Oprimido, que busca a conscientização do oprimido sobre
sua realidade social, tornando-o capaz de refletir sobre seu papel na sociedade.
Para isto acontecer, acreditamos ser uma motivação saber: Por que alguns aspectos da cultura
social são ensinados como se representassem o todo social? Para entender tais manifestações, é
necessário analisar as relações entre as características da formação profissional em Educação
Física, com os temas de grande relevância da cultura corporal de movimento, ampliando a
linguagem corporal no âmbito escolar.
Neste começo de século, a democratização dos contextos educacionais remete, por um lado, ao
questionamento dos currículos em vigor em grande parcela das escolas, dado seu tratamento
privilegiado aos elementos provenientes da cultura dominante e, por outro, à necessária inserção
e problematização daqueles conhecimentos advindos das culturas subordinadas (HALL, 2003).
Portanto, o objetivo geraldesse trabalho é: Repensar o conceito de currículo, analisando novas
possibilidades de construção de uma proposta pedagógica de Educação Física para o Ensino
Fundamental.
Para atender a este objetivo estruturamos a dissertação a partir das análises propostas em
relação ao conteúdo exposto durante todo trabalho através de elementos bibliográficos através
dos autores: BETTI, COLETIVO DE AUTORES, DARIDO, DAOLIO, FREIRE, HALL, KUNZ,
NEIRA, OLIVEIRA, SANTIM, TANI e ZABALA, dando suporte metodológico a este estudo.
Justifica-se a opção metodológica essa temática por ter argumentos de se falar em currículo de
educação física seus desafios e possibilidades, visando à amplitude do estudo.
Em seguida, discutimos a gênese da palavra “currículo”, para relacionar as principais linhas
teóricas existentes com os caminhos que a Educação Física seguiu na perspectiva de colocar em
evidência a linha teórica abordada na construção curricular em Educação Física, pois, é a partir
dela que os professores pautam sua atuação que será subdividido em dois capítulos para melhor
explanação da temática.

3. EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO CENÁRIO BRASILEIRO


A Educação Física é uma prática pedagógica que surge de necessidades sociais concretas que,
identificadas em diferentes momentos históricos, dão origem a diferentes entendimentos do que
dela conhecemos.
No Brasil, por exemplo, a Educação Física passou por várias fases, mas em especial três
momentos marcantes.
A primeira, chamamos de período da evidência e inquestionabilidade, onde o esporte era
considerado fator determinante das aulas de Educação Física e ensinada na forma de imitação
direta do esporte de rendimento e competição. A segunda fase foi o período da crítica, que se
iniciou nos anos 80 e se estende até a atualidade. Esse período de crítica atingiu especialmente o
esporte e seu poder de alienação. Na terceira fase, que vivemos mais intensamente atualmente,
verifica-se um período onde a crítica continua embora um pouco afastada da questão central que
se coloca: Educação Física para quê?.
No âmbito escolar, os exercícios físicos na forma cultural de jogos, ginásticas, danças, equitações
surgem na Europa no final do século XVIII e início do século XIX. Esse é o tempo e o espaço da
formação dos sistemas nacionais de ensino característico da sociedade burguesa. O objetivo
dessa sociedade capitalista era “construir” um novo homem: mais forte, mais ágil, mais
empreendedor.
Os exercícios físicos, então, passaram a ser entendidos como “receitas” e “remédios”, jugava-se,
através deles, e sem mudar as condições materiais de vida a que estava sujeito o trabalhador
daquela época, seria possível adquirir o corpo saudável, ágil e disciplinado exigido pela nova
sociedade capitalista. Essa ideia pendurou mais de um século e pouco se alterou em países como
Brasil.
E é nesses cuidados físicos com o corpo os quais incluíam a formação de hábitos como: tomar
banho, escovar os dentes, lavar as mãos que se faziam presentes, também os exercícios físicos,
visto exclusivamente como fator higiênico, no modelo higienista era necessidade concreta que
devia ser respondida pela sociedade em construção, uma vez que, como já afirmou a força de
trabalho produzida e posta em ação elo corpo e fonte de lucro.
No século XVIII os primeiros modelos de currículos escolares surgiram na Alemanha onde a
inclusão dos exercícios físicos com o surgimento das Escolas de Ginásticas, difundindo-se para
outros países, considerando como Educação Física, no ensino formal de todos os países que já
dispunham daquela forma de difusão do saber, ou seja, sistemas nacionais de ensino e escolas.
Somente em 1939 foi criada a primeira escola civil de formação de professores de educação
física. No Brasil, decreto lei nº 911212, de 17 de abril de 1939.
Após a Segunda Guerra Mundial, que coincide com o fim da ditadura do Estado Novo no Brasil,
surgem outras tendências disputando a supremacia.
No período de pós-guerra o método de Educação Física Desportiva generalizada divulgada no
Brasil por Augusto Listelo, onde predomina a influência do esporte como elemento predominante
da cultura corporal.
No Brasil, especificamente nas quatros primeiras décadas do século XX, foi marcante no sistema
educacional a influência dos Métodos Ginásticos e da Instituição Militar. Ressalta-se que o auge
da militarização da escola corresponde à execução do projeto da sociedade idealizado pela
ditadura do Estado Novo.
Atualmente, com o processo inclusivo nas escolas, determinado pela lei 9.394/96, estabeleceu-se
uma nova visão sobre o modo de agir e pensar em educação. È dentro desse universo escolar
que encontramos a educação física como aliada do desenvolvimento biopsicossocial do aluno,
onde o currículo dos anos iniciais está organizado a terceira Lei de Diretrizes e Bases da
Educação nacional, a LDB. Ela preconiza que as aulas de Educação Física, ao contrário das
legislações passadas, devem ser integradas à proposta pedagógica da escola. Então a Educação
Física é nomeada como um componente curricular da educação básica, ajustando-se às faixas
etárias e às condições da população escolar.
Após 1970, segundo Brasil (1998) surgiram novos movimentos na Educação Física escolar, em
oposição aos modelos tecnicistas, esportivistas e biologistas, inspirados no momento histórico
social pelo qual passou o país, nas novas tendências da educação de maneira geral, além de
questões específicas da própria Educação Física.
Assim a Educação Física escolar é vista como uma ação teórico-prático de crítica, no sentido de
desenvolver um corpo de conhecimento científico que pudesse imprimir uma identidade
pedagógica da Educação Física no Currículo Escolar.

Na década de 80 e 90 alguns estudiosos na área pedagógica começam a dar destaque a


Educação Física como área de conhecimento e surgem novas tendências progressistas da
Educação Física como: A abordagem da Concepção de Aulas abertas ( 1986, Logo Hildebrandt e
Laging), Humanista ( 1985, Vitor Marinho de Oliveira), Psicomotircista ( 1982, Airton Negrine e
Mauro Guiselini), Desenvolvimentista ( 1987, Go Tani), Construtivista (1989, João Batista Freire),
Crítico Superadora (1992, Coletivo de autores), Crítico- emancipatória (1991, Eleonor Kunz),
Sistêmica ( 1991, Betti) e Educação Física Plural ( 1995, JocimarDaiolio), onde os mesmos
enfatizam o corpo em todos os seus aspectos, tanto de forma afetiva, cognitiva e motora.

Essas abordagens resultam da articulação de diferentes teorias psicológicas, sociológicas e


concepções fisiológicas. Embora contenham enforques diferenciados entre si, com pontos por
vezes divergentes, muitas têm em comum a busca de uma Educação Física que articula as
múltiplas dimensões do ser humano. (BRASIL, 1998).

As abordagens se caracterizam em duas vertentes: as não - preditivas (abordam a educação


Física, sem estabelecer parâmetros, princípios norteadores e metodologia para seu ensino) as
preditivas ( concebem uma nova concepção de Educação Física, possuem princípios norteadores
de uma nova proposta), são as que têm mais consistência na área da Educação Física escolar, as
tendências que têm ampliado os campos de ação e reflexão para a área, o que a aproxima das
ciências.

Contudo, não seria muito proveitoso trabalhar a Educação Física escolar com tendências
pedagógicas que não tem objetivos definidos não tão pouco sem planejamento. Na atualidade
precisamos acompanhar a evolução tecnológica, sem esquecer de preservar a cultura a qual
estamos inseridos, e para fazer parte do currículos de Educação Física vemos na abordagens
preditivas inúmeras possibilidades para se conhecer e trabalhar a cultura corporal, pois a
Educação Física necessita ser teoricamente ser fundamentada nos princípios norteadores que
solidifica uma nova proposta de vivenciar a Educação Física no âmbito escolar.

Fazendo parte do rol de Abordagens preditivas:


A abordagem Desenvolvimentista: Seu principal autor Go Tani, com o livro “Educação Física
escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista (1987)”. Sua tendência pedagógica
é uma proposta dirigida especificamente para crianças de quatro a quatorzeanos que busca nos
processos de aprendizagens e desenvolvimento uma fundamentação para a Educação Física
escolar. A abordagem desenvolvimentista tem como área de estudo a psicologia do
desenvolvimento e da aprendizagem como base teórica.

A abordagem Construtivista: Seu principal autor no Brasil é João Batista Freire, com as obras:
“Educação de corpo inteiro e Prática da educação física (1989)”. Essa abordagem tem influências
da área da psicologia, tendo Piaget como referencial teórico. No entanto é possível perceber que
Freire propõe como tarefa da Educação Física o desenvolvimento de habilidades motoras, porém
num contexto de brinquedo e de jogo, desenvolvidos a partir de um universo da cultura infantil que
a criança possui.

A abordagem de Ensino Aulas – Abertas. O ensino ficou conhecido no Brasil por influência do
alemão Hildebrandt, com o livro “Concepções abertas no ensino da Educação Física (1986)”. Com
base na sociologia essa abordagem tem como objeto de estudo o movimento e suas relações
sociais. No entanto, Hildebrandt, enfatiza a importância do movimento técnico. O ensino aberto
possibilita ao aluno co-participar das decisões sobre objetivos, conteúdos e métodos de ensino
das aulas e, portanto, do planejamento do ensino das aulas abertas e, portanto, do planejamento
do ensino, visando recordar a subjetividade do aluno no centro da reflexão didática.
A abordagem Sistêmica : Seu autor Mauro Betti, com a obra “Educação Física e sociedade
(1991)”. Com uma abordagem sociológicasistêmica. Essa abordagem, segundo Betti não se
constitui como uma metodologia de ensino, mas traz implicações para as multiplicas dimensões
sócio-políticas, sócia-psicológicos e didática da Educação Física escola. Sua teoria de sistemas
como instituição conceitual e um modo de pensar a questão do currículo de Educação Física.
Essa abordagem é entendida como sistemas hierárquico aberto, pois recebe influências da
sociedade ao mesmo tempo em que a influência. Por isso, os conteúdos devem ser tratados de
forma a oportunizar aos alunos a explorarem suas vivencias e experiências das manifestações e
da cultura corporal como: jogo, dança, esportes, lutas e ginásticas não deixando de lado as
questões cognitivas e afetivas de suas práticas. (DARIDO, 1999).

A abordagem crítica-emacipatória: tem como seu idealizador Eleonor Kunz, coma as obras
“Educação Física ensino e mudanças (1991)” e “Transformações didáticas pedagógicas do
esporte (1994)”. Essa abordagem tem como objetivo o resgate da linguagem do movimento
humano como forma de expressão do mundo social. Para tanto , busca articular uma prática do
esporte condicionada a sua transformação didática pedagógica, de tal modo que a educação
contribua para a reflexão crítica e emancipatória. Segundo Kunz(1991), é pelo questionamento
crítico que se chega a compreender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da
sociedade que formam as convicções, interesses e desejos.

A abordagem crítico-superadora é retratada na obra “Metodologia do ensino de Educação Física”,


publicada em 1992, por um grupo de pesquisadores tradicionalmente denominados de Coletivos
de autores: Carmem Lúcia Soares, Celi Nelza Zulke Taffarel, Elisabete Varjal, Lino Castellani
Filho, Michel Ortega Escobar e Valter Bracht. Essa tendência baseia-se nos pressupostos da
pedagogia histórico crítica de Dermival Saviani, contudo o mérito da abordagem crítico-
superadora está no estabelecimento da cultura corporal como objeto de estudo da Educação
Física. Com isso, às várias manifestações corporais humanas, em vez de serem tratadas como
conteúdos tradicionais devem ser vistos como construções históricas da humanidade.

A abordagem da Educação Física plural: tendo como idealizador Jocimar Daiolio, com a obra “Da
cultura do corpo” (1995). A abordagem plural discute a Educação Física escolar numa perspectiva
cultural, na qual considera a Educação Física como parte da cultura humana. Com base na
antropologia atua na área do conhecimento sobre um conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao
movimento criadas pelo homem ao longo de sua história.

Assim entendemos que as Abordagens da Educação Física podem ser definidas como
movimentos engajados na renovação teórico-prático com o objetivo de estruturação do campo de
conhecimentos que são específicos da Educação Física.

Considerando-se todos esses enfoques a respeito das diversas abordagens, questiona-se os


PCNs, que no caso da Educação Física, apresenta toda a sua argumentação a partir de uma
abordagem eclética.

Hoje o papel da Educação Física está voltado ao desenvolvimento do indivíduo em todos os


aspectos, buscando a formação de um sujeito que conheça e reconheça seu próprio corpo em
movimento, valorizando aspectos da cultura corporal e o conhecimento científico, voltados a uma
diversidade cultural e social da disciplina, manifestada nos gêneros, etnias, religiões, deficiência e
faixa etária.
Não podemos desvincular a Educação Física do processo educacional, onde ela deve ser
trabalhada na sua totalidade e a mesma deve ser vista também como área que produz
conhecimento.
3.1. A EDUCAÇÃO FÍSICA E O CURRÍCULO

A Educação Física é considerada componente curricular obrigatório da Educação Básica e sua


proposta pedagógica deve encontrar-se integrada à proposta da instituição escolar, de acordo
com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), que também apresenta a
necessidade da educação escolar vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. Diante
desse quadro, apresentamos a necessidade de repensar a proposta curricular escolar na sua
abrangência na sociedade atual e multicultural e democrática.
A promulgação da LDB 9394/1996 ocasionou vários efeitos no sistema de ensino brasileiro.
Dentre eles, encontra-se em curso diversas reformas curriculares, tanto no âmbito do ensino
superior, quanto no da educação básica, nas diversas redes públicas e particulares de ensino,
visando adequar o ensino às pressões sociais e às demandas históricas. A questão fundamental é
definir o que se ensina? para quê se ensina? quem se forma e quem não se deseja formar?.
Debater a proposta curricular da Educação Física, esta vem sendo permeada pela relação de
poder que o currículo exerce sobre ao corpo docente de Educação Física apresentando desafios e
possibilidades para que se possa repensar a pedagogia da cultura corporal no âmbito escolar, a
fim de retomar algumas importantes discussões da área e emitir suporte e orientações curriculares
para a elaboração dos planos de trabalho, que zelem pela aprendizagem dos alunos ampliando
sua linguagem corporal.
A análise do currículo em Educação Física pressupõe uma definição de currículo. O eixo curricular
delimita o que a escola pretende explicar aos alunos e até onde a reflexão pedagógica se realiza.
A partir dele pode se delinear o quadro curricular, ou seja, a listar conteúdos ou atividades
curriculares. A formulação de um currículo apropriado determina um avanço teórico-metodológico
da área de Educação Física. O currículo seria um rol de disciplinas, matérias estudadas na escola
ou seriação dos estudos; vida e todo o programa da escola. Assim o currículo escolar
representaria todo o percurso do homem no seu processo de apreensão do conhecimento
científico selecionado pela escola: seu projeto de escolarização.
Para Soares e colaboradores (1992), currículo significa corrida, caminhada, percurso. Por esta
semelhança, currículo escolar representaria a caminhada do homem em busca do conhecimento,
que é selecionado na escola, "seu projeto de escolarização", neste a função social do currículo é
ordenar a reflexão pedagógica do aluno de forma a pensar a realidade social desenvolvendo
determinada lógica.
Para os mesmos autores o currículo possui uma reflexão pedagógica ampliada e comprometida
com os interesses das camadas populares, exigindo uma organização curricular diferente, voltada
para a reflexão sobre a realidade. Questionamos que cada conteúdo destaque a sua função social
no currículo. Buscando assim, sua contribuição para explicação da realidade social e natural a
altura do pensamento/reflexão do aluno. Estes conhecimentos disciplinares expressam uma
dimensão da "realidade" e não a sua "totalidade". Esta se constrói à medida que o aluno faz uma
síntese, no seu pensamento, da contribuição das diferentes ciências para a explicação da
realidade. Por isso nenhum conteúdo curricular é construído por si só, permitindo assim a
possibilidade de interpretação do aluno, que auxilia na compreensão e explicação da realidade
social.
Oliveira (1985), fala que a Educação Física confunde-se com vários conceitos como: a ginástica, a
medicina, a cultura, o jogo, o esporte, a política e à ciência. Mas na verdade a Educação Física é
um pouco de cada, pois há uma interdisciplinaridade entre estes conteúdos. Neste sentido Soares
e colaboradores (1992) ressaltam que é fundamental para a perspectiva da prática pedagógica da
Educação Física o desenvolvimento da noção de historicidade da cultura corporal, pois ao nascer
certas habilidades como correr, saltar, pular, trepar, etc, ainda não são desenvolvidas pelo corpo.
Através das necessidades é que atividades como estas são construídas e desenvolvidas. Logo, é
de fundamental importância relacionar a prática com a realidade em que o aluno vive, levando em
consideração seus interesses, necessidades e capacidades, para que a aprendizagem da
Educação Física tenha significado e possibilite ao educando a reflexão.
A função primordial da educação já não pode ser adaptar o aluno a uma ordem já existente
fazendo com que assimile os conhecimentos e o saber destinados a inseri-lo em tal ordem, como
procederam a gerações anteriores, mas, ao contrário, ajudá-lo a viver num mundo que se
transforma em ritmo sem precedente histórico tornando-o capaz de criar o futuro e de inventar
possibilidades inéditas. (LUCKESI, 2005).
Desta forma uma proposta curricular deverá abranger não somente conteúdos, mas objetivos que
se pretendem alcançar com estes conteúdos, e também levar em consideração que os alunos
estão inseridos em uma sociedade que influência em sua forma de viver, de agir e pensar,
refletindo muitas vezes os problemas sociais nas ações das pessoas.
Segundo os PCNS os objetivos de analisar o saber que o aluno tráz para a escola, sua opinião
deve se levando em conta de forma global, devem está orientados por três aspectos
fundamentais, a saber: a) princípio da inclusão, realizado por meio da participação e reflexão e no
qual se busca a superação do quadro histórico de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para
as práticas corporais; b) princípio da diversidade, aplicado na construção do processo de ensino
aprendizagem e no qual se busca a legitimação de variadas possibilidades de aprendizagem nas
dimensões afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos; c) categorias de conteúdos,
apresentados sob as formas conceituais (fatos, conceitos e princípios), procedimentos (ligados ao
fazer) e atitudinal (normas, valores e atitudes) (BRASIL, 1998).
Segundo Coletivo de autores (1992):
Tratamento articulado do conhecimento sistematizado nas diferentes áreas que permite[a] ao
aluno constatar, interpretar, compreender e explicar a realidade social complexa, formulando uma
síntese no seu pensamento à medida que vai se apropriando do conhecimento científico universal
sistematizado pelas diferentes ciências ou áreas do conhecimento. (...) A relação entre as
matérias enquanto partes e o currículo enquanto todo é uma das referências do conceito de
currículo ampliado que propomos. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 28-29)
Observando-se os currículos escolares, verificamos que a Educação Física tornou-se uma simples
disciplina ou matéria de ensino como qualquer outra, onde num primeiro momento da pedagogia
escolar é vista como recreação e posteriormente, torna-se iniciação esportiva, o que segundo
Santin (1995), é sinônimo de atividades esportivas ou, em seguida, simples práticas de
treinamento. Para o mesmo autor atualmente a Educação Física assumiu um discurso que
ressalta seu compromisso social, mesmo sendo sua ação educativa para as diferentes formas de
atividades físicas ou práticas esportivas, não pode deixar de se envolver com as questões sociais.
A corporeidade desta forma deve ser entendida como o modo de ser do próprio homem, com
todas as suas dimensões sem pré-seleções ou pré-conceito nas seleções de temáticas e
conteúdos.
Segundo BETTI, (1998), O objetivo da Educação Física na escola é, então, integrar e introduzir o
aluno no universo da cultura corporal de movimento, “formando o cidadão que vai usufruir,
partilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas culturais.
Assim surge a necessidade de elaboração do currículo que amplie a linguagem corporal de forma
que seja devidamente planejado levando em conta seus objetivos, experiências de aprendizagem
e avaliação que atendam as necessidades da escola e supra as especificidades dos educandos.
Analisando quais esportes, jogos, lutas, danças e brincadeiras devem fazer parte do currículo na
Educação Física naquele contexto escolar.

3.2. SÍNTESE DE PRINCÍPIOS NORTEADORES PARA O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) é um documento que dá as diretrizes para o ensino


dos conteúdos escolares. Nele vem contida uma abordagem eclética e aponta no sentido de
abarcar as diferentes possibilidades da Educação Física Escolar, ou seja, a saúde, o lazer, o
esporte e a reflexão crítica dos problemas envolvidos na cultura corporal de movimento, apesar da
existência deste documento muitos profissionais ainda tem a noção de que a Educação Física é
apenas as quatros bolas: basquete, vôlei, futsal e handebol, ou das brincadeiras onde a maioria
acha que brincar não leva ninguém a lugar algum.
Os PCNs ( 1998), tem como objetivos para o ensino fundamental que os alunos sejam capazes de
compreender a cidadania, adotar atitudes solidarias de cooperar, respeitar o outro e a si mesmo,
ser um sujeito crítico, utilizar o diálogo, construir a noção de identidade nacional e pessoal,
valorizar o patrimônio brasileiro, posicionar-se contra qualquer discriminação, seja cultural, de
classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características, contribuir para a melhoria do
meio ambiente, buscar em si mesmo capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-
relação pessoal e de inserção social, para agir no exercício da cidadania, valorizar hábitos
saudáveis, cuidando do próprio corpo, para ter qualidade de vida, pensando em sua saúde e na
saúde coletiva, utilizar as diferentes linguagens para se comunicar e expressar suas ideias, utilizar
de diferentes tecnologia para construir conhecimentos, questionar a realidade para criar e resolver
problemas de forma que a criatividade, a intuição a análise crítica se faça presentes em seus
procedimentos.
Assim, dentro dessa visão dos PCNs (1998), que a discussão da prática pedagógica na área de
Educação Física parte de quatro aspectos fundamentais: o princípio da inclusão, o da diversidade,
as categorias de conteúdos e os temas transversais.
Alguns procedimentos em determinados esportes podem levar à exclusão, ao propor o princípio
da inclusão, a intenção é vislumbrar uma Educação Física na escola com capacidade para
superar a exclusão e a seleção das práticas corporais os alunos menos habilidosos, os
“gordinhos”, os portadores de necessidades especiais, os que usam óculos, as mulheres, estes,
entre outros, são alguns exemplos que mostram a complexidade do problema.
Esse caráter excludente, que classifica os alunos como aptos e inaptos, hábeis e inábeis, faz
parte da herança histórica da Educação Física; remonta aos tempos em que a concepção que
validava a existência da área era de natureza higienista, seguindo depois as fortes influências da
educação militar.
Na década de 70, visando à formação esportiva, a Educação Física; escolar optou pelo modelo
piramidal, ou seja, formar uma base de alunos capacitados para as atividades esportivas, da qual
emergiriam talentos capazes de representar o Brasil em competições internacionais. O modelo
não deu certo, não se viabilizou o sonho da nação olímpica, e a disciplina passou por uma crise
de identidade, reformulando suas metas e iniciando uma reflexão sobre os objetivos gerais para a
educação básica e fundamental. O que permaneceu, apesar das mudanças dos referenciais
conceituais da área, foi às práticas pedagógicas seletivas.
Assim, ao propor o princípio da inclusão, a intenção é vislumbrar uma Educação Física na escola
com capacidade para superar a exclusão e a seleção. Mesmo quando alertados para tal fato,
muitos professores, em virtude do enraizamento de tradição em determinadas atividades
excludentes, possuem dificuldades em refletir e modificá-las. Quando a prática do professor pode
ser considerada efetivamente inclusiva? Quando apoia, estimula, incentiva, valoriza, promove e
acolhe o estudante.
Valorizar todos os alunos independentemente de etnia, sexo, língua, classe social, religião ou
nível de habilidade deve ser a primeira estratégia do professor.
Além dessa atitude, ele precisa favorecer discussões entre os alunos sobre o significado do
preconceito, da discriminação e da exclusão. O processo de ensino e aprendizagem deve ser
baseado em compreensão, esclarecimentos e entendimento das diferenças.
Por existirem alunos que nunca participaram diretamente de atividades de movimento mais
sistematizadas e organizadas como jogos, práticas esportivas, lutas, ginástica e atividades
rítmicas e expressivaso desempenho e a eficiência não devem ser valorizados demais.
O princípio da diversidade precisa estar presente ao se buscar uma aprendizagem significativa,
entendida aqui como a aproximação entre os alunos e o conhecimento construído pela cultura
corporal de movimento ao longo do tempo. A escolha de objetivos e conteúdos deverá se pautar
pela diversidade presente nas vivências dos diferentes grupos que chegam à escola. Esse
movimento ocorre a cada novo período e pode ser associado às possibilidades de relacionamento
com outras áreas do conhecimento, dentro dos projetos de trabalho ou mesmo dos conteúdos
segmentados e predeterminados no planejamento.
Não se pode perder de vista que os alunos estão inseridos numa cultura, trazem suas vivências
próprias e são regidos por uma organização política e social. Isso cria a necessidade de olhar
para a Educação Física como uma disciplina comprometida com o desenvolvimento da
consciência crítica, capaz de estabelecer um canal para o desvelamento da realidade mediante a
problematização das ações cotidianas do esportepor exemplo, dos valores presentes na mídia em
relação a Educação Física e Saúde, Ética etc.
De acordo com a concepção Freire, não existe educação neutra, e os conteúdos precisam estar
ligados à realidade, desenvolvidos de maneira não mecânica, sempre buscando uma reflexão. Na
Educação Física, precisa-se ensinar não só o movimento, mas a realidade a que ele pertence que
está por ser desvelada.
No entanto a categoria de conteúdos é fundamental atentar para alguns critérios: de relevância
social, características dos alunos e especificas do conhecimento da aérea. Assim não se trata de
uma estrutura estática ou inflexível, mas sim de uma forma de organizar o conjunto de
conhecimentos abordados, segundos os diferentes enfoques que podem ser dados: esporte,
jogos, lutas e ginásticas, atividades rítmicas e expressivas e conhecimento sobre o corpo e temas
transversais.
Nos Temas Transversais aparecem pela primeira vez no Brasil nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (BRASIL, 1998), lançados pelo governo Federal, inspirada no modelo de reforma
curricular realizada na Espanha. Todavia, é preciso deixar claro que tanto na área da Educação,
como na Educação Física muitos autores defendiam nas suas propostas a tentativa de relacionar
os grandes problemas sociais com as disciplinas específicas.
Na versão Brasileira os temas transversais citados pelos PCNs (Brasil, 1997; 1998) são: Ética,
Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde, Orientação Sexual, como também Trabalho e
Consumo.
Para tanto, é necessária a integração ou abordagem dos temas transversais no programa da
disciplina. È importante destacar que as discussões que permeiam os temas transversais nas
aulas podem e devem estar atrelada aos conteúdos que as compõem, ou seja, os temas e os
elementos da cultura corporal de movimento, a qual inclui o esporte, o jogo, a dança, as atividades
rítmicas e expressivas, as lutas, a ginástica e a capoeira. (DARIDO et al. 2001 p.17).
Assim diante do exposto nas aulas de Educação Física com os temas transversais é possível
planejar, antecipar e elaborar propostas que englobam os grandes problemas sociais brasileiros,
ou discutir qual posicionamento o professor pode tomar frente às situações inesperadas que
aparecem durante as aulas.
Discutir ética na escola trata-se de refletir acerca da convivência humana nas suas relações com
as várias dimensões da vida social: O ambiente, a cultura, o trabalho, o lazer, o consumo, a
sexualidade e a saúde.
O tema transversal “Pluralidade Cultural” tem como objetivo o desenvolvimento do respeito e da
valorização das diversas culturas existentes no Brasil, contribuindo assim para uma convivência
mais harmoniosa em sociedade, com o repúdio a todas as formas de discriminação.
Uma das formas de se trabalhar o tema transversal “Pluralidade Cultural”, na área de Educação
Física, pode ser por meio de vivências das diferentes manifestações da cultura corporal, utilizando
para isso os esportes, as danças e as lutas, como forma de conhecê-las e valoriza-las.
A temática relacionada ao meio ambiente vem sendo discutida com grande frequência nos últimos
tempos, visto que a população tem se mostrado muito sensível aos desdobramentos da
apropriação desequilibrada dos recursos naturais em torno do nosso planeta. Pra tanto o
professor pode levar os alunos a vivenciar situações práticas em ambientes diferenciados
( parques, praias, praças, clubes...), a fim de se estabelecer comparações com a realidade vivida
no dia a dia.
O tema transversal trabalho e consumo pretendem problematizar com os alunos a quantidade e
diversidade de trabalho presente em cada produto ou serviço, e suas relações entre trabalho e
consumo que são muitas e complexas. A globalização, o trabalho escravo e o infantil, a busca por
lucros a todo custo, o incremento da tecnologia, a diminuição dos postos de trabalho, o
desemprego, as estratégias de vendas agressivas, a manipulação de desejos, criando
necessidades e novos padrões de consumo que precisam ser debatidos no âmbito escolar.
Assim, cumpre à Educação Física oferecer elementos que auxiliem os alunos a refletir como
devemos agir em relação às mudanças relacionadas ao trabalho. Ex: Um jovem de 12 e 13 anos
passa a treinar cinco horas por dia, quase todos os dias e recebe pressão dos patrocinadores,
pais, entre outros? Quais os malefícios? Isso pode ser considerado trabalho infantil ou não?
Também se faz necessário refletir com os alunos sobre o consumo de marcas e a qualidade
destas, bem como a durabilidade dos produtos, sua adequação ao uso e ao preço, além dos
direitos do consumidor.
No tema transversal orientação sexual os conceitos de sexualidade ligada à vida e a saúde e um
dos temas mais difíceis de ser abordados na sala de aula, pois às discussões relacionadas às
doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez na adolescência, infelizmente muitos na escola
pensa que é papel da família em orientar seus filhos, mas segundo os PCNs vemos que também
é papel da escola abordar conhecimentos acerca do funcionamento do aparelho reprodutor
humano, que envolvem valores, crenças e opiniões.
Na Educação Física, a saúde esteve historicamente ligada à área, muito embora tal ligação
estivesse voltada ao caráter eminentemente biológico.
Superando essa perspectiva história os PCNs, vem trazendo um novo enfoque para o tema
transversal saúde, refletir sobre esse conceito de maneira mais ampla, de modo que as
dimensões sociais, psicológica, afetiva e cultural também sejam privilegiadas. Ou seja,que
fundamentam a concepção de saúde segundo os PCNs, é a saúde no exercício da cidadania, de
conceitos, fatos, princípios, tomar decisões, realizar ações e gerar atitudes saudáveis na realidade
em que estão inseridos.
Assim, o papel da Educação Física ultrapassa o ensinar esporte, ginástica, dança, jogos,
atividades rítmicas, expressivas e conhecimento sobre o próprio corpo. Muito mais que isso, cabe
ao professor de Educação Física problematizar, interpretar, relacionar, compreender com seus
alunos as amplas manifestações da cultura corporal de tal forma que os alunos compreendam os
sentidos e significados empregados nas práticas corporais.

4. A CULTURA CORPORAL

Hall (1997), afirma que cultura é toda e qualquer ação social que expressa ou comunica um
significado, tanto para quem dela participa, quanto para quem observa. A cultura é uma prática de
significação. Cada atividade social cria e precisa de um universo próprio de significados e práticas,
isto é, sua própria cultura. A cultura, assim entendida, constitui-se em uma relação social
permeada pela luta para definir o que está, ou não, correto e o como se deve, ou não, ser, pensar
e agir.
Na perspectiva da Cultura Corporal, temos que entender qual o papel da Educação Física nesse
contexto, a cultura de um modo geral, pois só o ser humano produz cultura. Como dizer que o
arremesso de handebol é único, correto? Se um individuo não consegue realizar um movimento X,
ele pode realizar um movimento Y. Será que só eu sei fazer? Valorizar a cultura, mas saber que
existem outras formas de movimento a serem explorados.
Partindo desta reflexão, a Educação Física passa a ser vista como uma disciplina e não como
uma mera atividade repetitiva e adestrante, embasada apenas nos parâmetros biológicos da
aptidão física, a prática em si, sem se importar se o aluno adquiriu o conhecimento. Enfatizar
outros pontos além do esporte, buscando uma interação de várias áreas do conhecimento
(interdisciplinaridade).
Segundo Meira, os conteúdos trabalhados devem envolver todos os tipos de cultura, valorização
das diversas culturas existentes no Brasil, (cultura afro-brasileira) dando prioridade inicialmente
aquilo que o aluno traz como referência acerca do proposto, ter significado; ter relevância social;
conteúdos clássicos atualizados e adequados; confrontar o conhecimento da sociedade com o
científico, se preocupar com todas as etapas do conhecimento, pensar que este não é estático,
ele muda constantemente.
Tendo a Cultura Corporal objeto de estudo e ensino da Educação Física a disciplina deve focar
uma ação pedagógica estimulando uma reflexão sobre o acervo das diversas formas e
representações do mundo que o ser humano tem produzido e exteriorizadas pela expressão
corporal nas mais diversas atividades envolvendo de acordo com as vivências corporais
propostas.
Assim através da cultura corporal de movimento, o professor poderá colaborar na formação das
pessoas para que elas possam ler criticamente a sociedade e participe dela atuando para
melhorá-la.
No entanto, alertou Betti (1994), não se trata de propor que a Educação Físicana escola se
transforme num discurso sobre a cultura corporal, mas de sugerir que haja uma ação pedagógica
sobre ela.
Contudo através da Cultura Corporal no âmbito escolar o professor de Educação Física poderá
colaborar na formação dos alunos para que eles possam ler criticamente a sociedade e participar
dela atuando para melhora-la.

4.1. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

Sabemos que o significado do termo conteúdos é muito amplo, do ponto de vista da Educação
Física Escolar Coll et al (2000), definem conteúdos como uma seleção de formas ou saberes
culturais, conceitos, explicações, raciocínios, habilidades, linguagens, valores, crenças,
sentimentos, atitudes, interesses, modelos de conduta etc.
Desta forma, quando nos referimos a conteúdos, estamos englobando conceitos, ideias, fatos,
processos, princípios, leis cientificas, regras, habilidades cognoscitivas, modos de atividade,
método de compreensão e aplicação, hábito de estudos, de trabalho, de lazer e de convivência
social, valores, convicções e atitudes.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), documento oficial do Ministério da
Educação, a Educação Física na escola deve ser constituída de três blocos: Jogos, Ginástica,
Esportes e Lutas, Atividades rítmicas e expressivas e conhecimento sobre o corpo.
Nesse ponto há uma discussão entre os professores de Educação Física em torno dos conteúdos
significativos para o real desenvolvimento dos alunos: alguns desejam que ocorram alterações e
incorporações de hábitos mais saudáveis e responsáveis para a saúde em geral. Isso só se
efetivará dentro de um contexto em que o grupo se encontre mobilizado por razões muito
específicas. É muito discutível que se prepare um programa, um planejamento de Educação
Física para cada etapa escolar, antes que o professor conheça algumas inquietações dos alunos
sobre o corpo e as práticas a ele relacionadas.
Deve-se considerar que muitos conteúdos se inter-relacionam logo, objetivos podem ser atingidos
por muitas vias do conhecimento, principalmente quando se amplia o foco para o desenvolvimento
de competências e habilidades. A abordagem dos conteúdos escolares segue as diferentes
naturezas dos conteúdos: procedimentais, conceituais e atitudinais.
Segundo Zaballa (1998), o conceito de conteúdos é de referencia-lo como tudo que quanto se tem
que aprender abrangendo não apenas as capacidades cognitivas, mas incluindo as demais
capacidades. Dessa forma, poderá ser incluído de forma explícita nos programas de ensino o que
antes estava apenas no currículo oculto. Entende-se por currículo oculto aquelas aprendizagens
que se realizam na escola, mas não aparecem de forma explícita nos programas de ensino.
Então é importante frisar que a prática docente é trabalhada em três dimensões: dimensão
conceitual, dimensão procedimental e dimensão atitudinal. Não podendo dividir aos conteúdos nas
dimensões conceituais, procedimental e atitudinal.
Aos conteúdos conceituais de regras, táticas e alguns dados históricos factuais de modalidades
somam-se reflexões sobre os conceitos de ética, estética, desempenho, satisfação, eficiência etc.
Nesse sentido, deverão compor o rol de conteúdos da disciplina de Educação Física na escola,
numa dimensão mais biológica, por exemplo: as relações entre nutrição, gasto energético e as
diferentes práticas corporais; as relações entre exercício, lesões e uso de anabolizantes; o
desenvolvimento das capacidades físicas (força, resistência e flexibilidade) e a aquisição e
melhoria da saúde.
Nessa dimensão devemos ter em mente o que se deve saber?. Exemplo: Conhecer as
transformações pelas quais passou a sociedade em relação aos hábitos de vida (diminuição do
trabalho corporal em decorrência do surgimento das novas tecnologias) e relaciona-las às
necessidades atuais de atividade física.
A dimensão procedimentaldiz respeito ao universo das habilidades motoras, capacidades físicas e
fundamentos dos esportes, devendo incluir também organização, sistematização de informações e
aperfeiçoamento, entre outros.
Na dimensão procedimental, o ponto chave é o que se deve fazer?. Exemplos: Vivenciar e adquirir
alguns fundamentos básicos dos esportes, danças, ginásticas, lutas, capoeira, enfim como
vivenciar o movimento corporal das variadas praticas.
E, finalmente, os conteúdos de natureza atitudinal são explicitados como objeto de ensino e
aprendizagem e propostos como vivências concretas pelo aluno, o que viabiliza a construção de
uma postura de responsabilidade perante si e o outro. Exemplo dessa dimensão: respeitar os
adversários, os colegas e resolver os problemas com atitude de diálogo e não violência.
Infelizmente muitos professores de Educação Física tem priorizado a dimensão procedimental, o
saber fazer, e não o saber sobre a cultura corporal ou o como se deve ser.
Neste sentido, o papel da Educação Física ultrapassa o ensino de esporte, ginástica, dança,
jogos, atividades rítmicas e expressivas e o conhecimento sobre o próprio corpo, em seus
fundamentos, técnicas e organização (dimensão procedimental), e inclui também os seus valores
subjacentes, ou seja, quais atitudes os alunos devem ter nas e para as atividades corporais
(dimensão atitudinal). E, finalmente, busca garantir o direito do aluno de saber por que está
realizando este ou aquele movimento, isto é, quais conceitos estão ligados àqueles procedimentos
(dimensão conceitual).
A prática concreta de aula significa que o aluno deve, por exemplo, aprender a elaborar uma
coreografia, jogar capoeira, futebol de casais ou basquetebol, mas, juntamente com esses
conhecimentos, saber quais os benefícios dessas práticas, por que se realizam atualmente tais
manifestações corporais, qual a relação dessas atividades com a mídia televisiva, e assim por
diante. Dessa forma, mais do que ensinar a fazer, o objetivo é que os alunos obtenham não só
umas contextualizações das informações como também aprendam a se relacionar com os
colegas, reconhecendo quais valores devem estar envolvidos nessas práticas.
A disciplina de Educação Física deve participar da elaboração da proposta pedagógica da escola,
incluindo os temas transversais por ela escolhidos, ou apresentar propostas da própria disciplina
conforme as necessidades dos grupos de alunos. O trabalho com os temas transversais supõe um
relacionamento das atividades da Educação Física com os grandes problemas da sociedade
brasileira, sem, no entanto, que se perca de vista o seu papel de integrar o cidadão na esfera da
cultura corporal de movimento.
Observa-se, sobretudo nas aulas de Educação Física, que os alunos expressam comportamentos
de excitação, cansaço, medo, vergonha, prazer, satisfação etc. Isso se deve, muitas vezes, ao
fato de as atitudes e decisões racionais serem afetadas pela intensidade e qualidade dos estados
emocionais.
O desenvolvimento moral do indivíduo está intimamente relacionado à afetividade e à
racionalidade, e nas aulas de Educação Física ocorre situações que permitem uma intensa
mobilização afetiva e interação social.
Assim, por uma perspectiva de educação, e também de educação física, seria fundamental
considerar os procedimentos, os fatos, os conceitos, as atitudes e os valores como conteúdos,
todos no mesmo nível de importância.

4.2. O PAPEL DO PROFESSOR

Atualmente o papel do professor de Educação Física tem a função de resgatar a cultura corporal e
esta deverá esta associada ao Projeto Politico Pedagógico (PPP), pois esse documento nos faz
refletir: “Qual é a proposta da escola?” fazendo com que os alunos tenham conhecimento sobre o
próprio corpo e consiga compreender conteúdos para que o aluno possa ler o mundo que ele vive
no sentido de usufruir e crítica também os pontos negativos. Os exemplos: analisar a relação do
corpo e o mundo virtual ou refletir sobre a relação performance e a dor do corpo.
De acordo com as especificidades da disciplina de Educação Física, a avaliação deve estar
vinculada ao Projeto Político Pedagógico da escola com critérios estabelecidos de forma clara,
priorizando a qualidade de ensino. A mesma deve ser contínua, permanente e cumulativa, onde o
professor organizará e reorganizará seu trabalho sustentado nas diversas práticas corporais,
assumindo uma dimensão formadora tendo como fim o processo aprendizagem ou a verificação
dela permitindo uma reflexão sobre a prática pedagógica.
Profissionais não pensam, agem ou falam como pesquisadores; profissionais e pesquisadores
trabalham em diversas comunidades epistêmicas; pensam e agem de maneira diferente porque
tiveram diferentes experiências de socialização, além de serem diferenciadas as exigências das
suas carreiras profissionais e as demandas no seu trabalho. A própria linguagem da pesquisa e do
conhecimento cientifico- formal e codificada- não é a mesma linguagem da prática profissional-
cotidiana e informal.( Betti, 1996, p. 102)
O papel do professor é valorizar os saberes científicos, garantindo espaço para que os alunos
tenham voz ativa e possam caracterizar a aprendizagem segundo suas necessidades. A relação
de aproximação, apreensão, crítica e recriação da produção dos alunos ocorrem assim num
contexto realista e político.
Além da intervenção no momento oportuno, cabem ao professor de Educação Física a construção
de formas operacionais e contextos pedagógicos para que valores relacionados ao princípio da
dignidade humana e construção de autonomia moral sejam exercidos, cultivados e discutidos no
decorrer das práticas escolares. Tal procedimento poderia ser a experiência de: respeitar e ser
respeitado; realizar ações conjuntas; dialogar efetivamente com colegas e professores; prestar e
receber solidariedade; ter acesso a conhecimentos que alimentem a compreensão e a
cooperação; analisar criticamente situações concretas dentro e fora da escola.
A Educação Física analisa é o chamado patrimônio corporal. Nosso papel é investigar como os
grupos sociais se expressam pelos movimentos, criando esportes, jogos, lutas, ginásticas,
brincadeiras e danças, entender as condições que inspiraram essas criações e experimentá-las,
refletindo sobre quais alternativas e alterações são necessárias para vivenciá-las no espaço
escolar.
Como operários da educação viabilizar o ensino - aprendizagem, possibilitando o nosso aluno agir
com autonomia, podendo até a modificação da sua realidade, construindo seus saberes,
modificando o não acabado.
Assim a escola não pode privar os alunos de se apropriarem de outros saberes, pois nem todos
vão se interessarem da mesma forma. Pensar que o esporte tem que ser para todos. Mas nem
todos se interessam em vivenciar a determinadas práticas esportivas. Então o grande desafio do
professor é trabalhar de maneira diferenciada teoria e prática explorando não só o saber fazer,
mas aprendendo outro saberes.
Entretanto ser professor é tomar consciência do seu papel, na sua estrutura familiar, na sua
escola, no seu país e assim saber que a sua postura pode inferir a nível mundial. É adaptar as
novas tecnologias e ter percepção do que realmente o seu aluno necessita para desenvolver as
múltiplas capacidades. Pois na maioria dos professores de Educação Física ver o aspecto da
cultura social, como se representassem o todo social. Quando na verdade temos que analisar as
particularidades da turma para desenvolver o plano de ação, levando em conta seus anseios,
sentimentos, seus conhecimentos prévios sempre no sentido de inclusão, viabilizando a vivencia
da teoria e prática por todos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao iniciarmos o presente estudo através de uma análise mais ampla e geral do Currículo de
Educação Física, por compreender que para que aconteçam mudanças a Instituição de ensino
necessita ter um Currículo restruturado de acordo com a necessidade da escola, optamos por
compreender o processo pela qual se usam determinados documentos como: Parâmetros
Curriculares Nacionais e o Projeto Politico Pedagógico tem suma importância como base de
restruturação fortalecendo o currículo, traçando o caminho da Educação Física no âmbito escolar.
O Currículo como instrumento de “poder” representa os interesses de classes, pois de qualquer
forma segundo nossa lógica, politica, são as classes eleitas que direcionam o caminho a ser
seguido.
Pensando nisso surge à problemática de que alguns aspectos da cultura social são ensinados
como se representassem o todo social? E para alcançamos o objetivo de repensamos na proposta
do Currículo utilizará uma visão democrática.
O objetivo foi atingido e nos mostrou a necessidade de amadurecimento das propostas
encontradas nos currículos revendo seus desafios e possibilidades, analisando as tendências
pedagógicas preditivas que foram importantes no processo de evolução da Educação Física como
disciplina curricular, tendo como referências vários teóricos com diversas linhas de estudo nos
quais formam a Educação Física escolar na atualidade.
Concluímos que para elaboração do Currículo de Educação Física é necessário refletir sobre a
cultura Corporal e seu papel, levando em conta analisar o papel do professor de Educação Física
considerando sua prática pedagógica sob a perspectiva das organizações dos conteúdos
abordados nas três dimensões: conceitual, procedimental e atitudinal num mesmo nível de
importância.
Diante disso, nos dias atuais o profissional de Educação Física precisa atuar como professor
pesquisador fazendo uso dos conhecimentos científicos valorizando sua prática reproduzindo o
verdadeiro sentido da Educação Física Escolar.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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