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Discentes: Ana Cecília Oliveira Paixão

Bruna M. da Costa do Nascimento


Camila Lima dos Santos
Gabriella Santos Silva
Curso: Educação Física- Licenciatura
Data: 24/04/2022
Disciplina: Fundamentos Históricos Filosóficos da Educação Física
Tutor: Alfredo Feres Neto
Síntese do seminário
Educação Física e Educação
Quando começamos a pensar na educação física no contexto escolar, pensamos no
cenário histórico também. Compreendemos que é um assunto com bastante conteúdo, então
fizemos um recorte e pontuamos alguns momentos marcantes e que se relacionam com a
educação física escolar. Esses recortes do contexto histórico foram realizados com o auxílio de
alguns materiais de apoio, como artigos e textos disponíveis na internet.

Um dos textos que encontramos que aborda esse conteúdo de forma introdutória é o
“Como surgiu a educação física no Brasil”, sendo ele um texto de um blog/página (Planeta
Curioso), mas com a bibliografia rica, citando de Betti M. até Ramos, J. J. e encontramos
também um artigo que enriquece ainda mais o contexto da história da educação física escolar
no Brasil, chamado “Educação física na escola: uma proposta de renovação”, Liana Maria
Carvalho Braid publicado na Revista Brasileira em Promoção da Saúde.

Se extraí então do primeiro texto algumas informações e vamos então iniciar o caminho
a ser traçado por aqui, a fim de retomar alguns contextos e relembrar conteúdos vistos, que
agora são fundamentais para entendimento e compreensão deste assunto. Introduzindo com o
Brasil Império (1822-1889), a educação física escolar no Brasil, inicialmente denominada
ginástica, ocorreu oficialmente com a reforma Couto Ferraz, em 1851(Ramos, 1982). No
entanto, foi somente em 1882, que Rui Barbosa ao lançar o parecer sobre a “Reforma do ensino
primário, secundário e superior”, denota importância à ginástica na formação do brasileiro
(Ramos, 1982). Nesse parecer, Rui Barbosa relata a situação da educação física em países mais
adiantados politicamente e defende a ginástica como elemento indispensável para formação
integral da juventude (Ramos, 1982).

E antes de partir para o Brasil República, pode-se complementar um assunto que irá
influenciar nossa educação física que são os métodos ginásticos, na intenção de sistematizar a
ginástica dentro da escola brasileira, surgem os métodos ginásticos (gímnicos). Oriundos das
escolas sueca, alemã e francesa. Esses métodos conferiam à Educação Física uma perspectiva
eugênica, higienista e militarista, na qual o exercício físico deveria ser utilizado para aquisição
e manutenção da higiene física e moral (Higienismo), preparando os indivíduos fisicamente
para o combate militar (Militarismo) (Darido e Rangel, 2005). São essas umas das influências
que temos na educação física no Brasil a partir do período do Brasil República (1890-1946).

Já no Brasil Contemporâneo, período que compreende o pós 2ª Guerra Mundial, até


meados da década de 1960 (mais precisamente em 1964, início do período da Ditadura
brasileira), a educação física nas escolas mantinha o caráter gímnico e calistênico do Brasil
república (Ramos, 1982). Naquela época o governo investia muito no esporte, buscando fazer
da Educação Física um sustentáculo ideológico, a partir do êxito em competições esportivas de
alto nível, eliminando assim críticas internas e deixando transparecer um clima de prosperidade
e desenvolvimento (Darido e Rangel, 2005). Fortalece-se então a idei do esportivismo, no qual
o rendimento, a vitória e a busca pelo mais hábil e forte estavam cada vez mais presentes na
Educação Física. No entanto, o modelo esportivista, começou a ser criticado, principalmente a
partir da década de 1980. Entretanto, essa concepção esportivista ainda está presente na
sociedade e na escola atual (Darido e Rangel, 2005).

No Brasil a partir dos anos de 1980, a educação física ao longo de sua história priorizou
os conteúdos gímnicos e esportivos, numa dimensão quase exclusivamente procedimental, o
saber fazer e não o saber sobre a cultura corporal ou como se deve ser (Darido e Rangel, 2005).
E para finalizar, o primeiro texto fecha com um trecho fundamental que demonstra um pouco
do cenário atual da educação física escolar brasileira.

Atualmente, coexistem na Educação física, diversa concepções, modelos,


tendências ou abordagens, que tentam romper com o modelo mecanicista,
esportivista e tradicional que outrora foi embutido aos esportes. Entre essas
diferentes concepções pedagógicas pode-se citar: a psicomotricidade;
desenvolvimentista; saúde renovada; críticas; e mais recentemente os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (Brasil., 1997).
O segundo texto/artigo, aborda uma dimensão mais crítica e com novos olhares para a
educação física escolar brasileira, como não vamos abordar todos o pontos, para não ter uma
repetição do conteúdo, destaca-se aqui o resumo do artigo. “O texto discute a educação física
praticada na escola, partindo de uma análise da sua origem e seu percurso ao longo da história
do país. Salienta ainda, alguns indicativos de que, da crise gerada pelos questionamentos de
paradigmas sobre os fins da disciplina e a visão de corpo que se tinha, pode estar surgindo das
cinzas uma nova Educação Física”. (Carvalho, Braid, Liliana Maria, 2006).

O artigo faz uma análise do passado e faz também perspectivas para o futuro com novos
caminhos, dizendo que:

Ainda hoje se pode observar alguns profissionais defendendo práticas


pedagógicas de excesso físico e, preocupados unicamente em “formar”
homens fortes e saudáveis - resquícios do higienismo do período colonial; ou
preocupados com o disciplinamento mecânico - resquícios do militarismo do
Estado Novo; ou com o adestramento, com a competição, com preocupações
exacerbadas na competência do gesto técnico - resquícios do tecnicismo do
período da ditadura militar. Porém, observa-se também a busca e a
preocupação de muitos profissionais em dar um sentido mais humano às
práticas corporais. Já existem inúmeras pesquisas discutindo perspectivas para
a prática pedagógica de uma Educação Física mais crítica que tenha um olhar
sobre os corpos dos educandos diferenciado do paradigma mecânico e
tecnicista. (Carvalho, Braid, Liliana Maria, 2006).
Com esta última citação, pode-se então concluir que a educação física escolar passou por várias
transformações e influências, sendo elas políticas, culturais, sociais, entre outras. Um dos
pontos também é criticar a nossas matrizes, quando se inicia a discussão sobre educação física,
pouco se vê a discussão a partir dos povos originários, esquecendo-se assim de valorizar todo
o contexto que vem antes do “descobrimento” do Brasil. Com isso fica claro que a educação
física sempre esteve a serviço da ideologia dominante sendo assim uma atividade alienante e
elitista.
Alienante ao excluir crianças e adolescentes (consideradas/ as inaptas/os ou
sem habilidades específicas) em nome do esporte de alto nível. Elitista pela
forma como vem tratando o corpo do aluno, visto como objeto manipulável,
o qual deveria ser enquadrado em padrões mínimos aceitáveis de rendimento.
(Carvalho, Braid, Liliana Maria, 2006).

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