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1. Introdução
Historicamente, a Educação Física vem passando por mudanças no que diz respeito a sua
abordagem, tanto no âmbito desportivo como no campo pedagógico. Por ser uma área do
conhecimento humano que desenvolve todas as dimensões do ser, a Educação Física tem uma
contribuição importante para o desenvolvimento social, visto que esta ciência é capaz de
promover a integração no mundo escolar, buscando através do ensino a inclusão dos diferentes
actores da escola. Tem nas actividades pedagógicas a finalidade de despertar no aluno
sentimentos de conjunto, de grupo e de colectivo, deve também transformar a vida, abrindo
espaço para reflexão do eu com o mundo de maneira prazerosa, compreendendo o entendimento
do sentido e da forma de fazer.
O presente trabalho é concebido no âmbito do estudo do curso de licenciatura em educação física
e visa trazer subsídios básicos sobre a teoria e metodologia do treino desportivo e a aula da
educação física. Desta feita iremos trazer os pontos convergentes e divergentes.
Para a elaboração deste trabalho recorreu-se à revisão bibliográfica das obras fornecidas pelo
docente e de outras que versam sobre o assunto, bem como de artigos extraídos na internet.
Como forma de permitir melhor compreensão propomos a seguinte estrutura: Introdução, marco
teórico, conclusão e Bibliografia.
1.1.Objectivos do Trabalho
» Definir os conceitos-chave;
» Relacionar a teoria e método do treino desportivo com uma aula de educação física.
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2. Marco Teórico
2.1.Definição dos conceitos
Expressões como não se vai à machamba sem enxada ou não se vai à guerra sem arma são
bastante comuns nas conversas do dia-a-dia. Elas procuram chamar atenção para algo muito
básico para certa acção mas que foi esquecido. Neste tópico, apresentar-se-á a discussão dos
conceitos básicos, conceitos esses que nos acompanharão até ao fim deste trabalho, e sem a
compreensão dos quais podemos nos considerar, até certo ponto, “um agricultor sem enxada”.
Portanto, neste trabalho são consideradas como palavras básicas e frequentes em todo trabalho as
seguintes: Método, Desporto e Educação Física.
2.1.1 Método/Estratégias
Para Fonseca (2002) citado por (Gerhardt e Silveira, 2009:12), “methodos significa (“caminho”
ou “via”) e que se refere ao meio utilizado para chegar a um fim. Portanto, um método
compreende um conjunto de acções previamente fixadas que permitem a concretização dele,
neste caso, essas acções recebem o nome de técnicas ou estratégias.
2.1.2. Desporto
É uma actividade física sujeita a determinadas regras e que visa a competição. Embora a
capacidade física seja o factor chave para o resultado final da prática desportiva existem outros
factores igualmente decisivos como é caso da destreza mental ou ainda do equipamento do
desportista. GARGANTA (1989:25)
Acima do seu lado competitivo o desporto é uma forma de entretenimento quer para os
participantes quer para os espectadores. O desporto ainda contribui para a melhoria da saúde
onde sua pratica regular favorece a prevenção de problemas psicológicos e biológicos.
questões que devem ser pensadas e levantadas durante as aulas, o saber fazer e o saber por que
estão fazendo é o que designa a Educação Física como ciência.
As questões que envolvem os saberes tanto dos professores, quanto a forma como ela é ensinada
para gerar o conhecimento, se deve principalmente na formação inicial do professor de Educação
Física, e como ele recebeu esse saber, e qual a propriedade que ele tem desse conhecimento.
OLIVEIRA (2004:89) aponta também, que a Educação Física é cultura no sentido mais amplo,
fertilizando o campo de manifestações individuais e colectivas. Mas nem sempre o processo
educativo apresentou-se dessa forma, por muito tempo, antes do processo de democratização, a
educação na escola tinha um carácter reprodutor, o processo baseava-se em centrar a educação
no professor e não no aluno. Na Educação Física havia manuais com aulas prontas, onde cabia ao
professor apenas reproduzir as actividades previstas nas apostilas. Somente após o processo de
democratização, o ensino caracterizou-se como libertador.
Desse modo, a Educação Física tem sim característica social muito forte na escola, pois é uma
disciplina capaz de estabelecer uma maior relação de contacto social através do toque, da dança,
da música, dos jogos, ou seja, as mais diversas modalidades presentes nesta área faz com que o
aluno não somente aprenda a incluir, mas ele tem a possibilidade de sentir, de reproduzir, de
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criar e recriar, as mais diversas sensações, e assim, poderá entender sua real participação e dever
social com os colegas e com a comunidade.
Enfim, a Educação Física é uma área de conhecimento tão abrangente que possibilita não apenas
o bem-estar físico e emocional, ela também torna possível a emancipação do actor social. Esta
por sua vez, vem sendo compreendida de forma errónea, com relação a sua importância no
processo educativo dentro do ambiente escolar, sendo rotulada ou confundida como recreio ou
momento de lazer para os alunos. Portanto, nesta fase escolar devemos aprimorar habilidades
físicas como salto, corrida, pegar, lançar, quicar bola. Desenvolve-se também nesta fase a
coordenação motora, o equilíbrio e firmamos também os relacionamentos sociais, onde o
professor de Educação Física é a peça fundamental para que esta disciplina venha a ser vista
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como uma ciência social educativa, no sentido de desenvolvimento pessoal e em grupo, sendo
que esta disponibiliza espaço para a integração social dentro da escola, como nas palavras de
FREIRE (1997).
Educação Física contribui para a formação do cidadão quando: busca a integração do grupo,
quando não permite a exclusão, quando organiza conteúdos direccionados para determinada
comunidade, quando reconhece o espaço de produção do conhecimento, enfim, quando permite a
troca de valores culturais sem exclusão pois é no ambiente escolar que aprendemos a nos
socializar com o outro, trocar experiências e vivenciar novas culturas, respeitando regras,
respeitando o outro, respeitando o espaço de convívio comum.
3. Conclusão
A prática do desporto como actividade extracurricular, quer no quadro da escola, quer em
articulação com outras entidades com actuação no domínio do desporto, designadamente os
clubes, é facilitada e estimulada tanto na perspectiva de complemento educativo como na de
ocupação formativa dos tempos livres. (KRIEGER, 2005).
O treinamento desportivo na escola é um projecto a parte e diferenciado da educação física
escolar (aulas de educação física), as aulas de educação física tem toda uma filosofia e abrange a
todos os alunos, já o treinamento desportivo na escola exige uma cobrança técnica, táctica e
física embora todos os alunos possam e devam participar ele selecciona alunos. Como é um
projecto que entra como ensino complementar deve ser desenvolvido a contribuir com o
rendimento escolar do aluno GAMA, (2005).
“Todos os projectos complementares só serão efectivos se geram um impacto na vida escolar da
criança. E entre os resultados mais aprovados são os índices de aprovação e evasão escolar”
GAMA, (2005).
Acima de qualquer rendimento, como professores de Educação Física, devemos habilitar nossos
alunos a perceberem seu grau de aptidão física, dando-lhes a oportunidade de conhecer seus
limites. O exporte deve servir como ferramenta de aquisição da autonomia, buscando empregar-
lhes conhecimentos que possibilitem o auto-cuidado e prevenção de não só acidentes, mas
também de problemas advindos de sua vida em sociedade. FERREIRA (2003:98)
Outro ponto importantíssimo é a utilização de um treinamento geral conciliado ao treinamento
específico de valências desportivas na escola. Esta seria uma forma essencial, seja na escola ou
no desporto de alto rendimento, para que outros exporteis sejam enquadrados em seus programas
de exercícios. O treinamento geral, não busca como essência o aprimoramento de outras
valências não específicas, mas sim o desenvolver do senso lúdico e recreativo, de forma a fugir
da monotonia do treinamento, atraindo novos praticantes, fazendo com que o treinamento não
seja uma hora temida por todos.
Em relação à quantidade ideal do treinamento desportivo escolar para os Jovens Talentos, deve
ocorrer em torno de 2 dias na semana, ou seja uma quantidade de treinamento pequena. Embora
muitos professores não saibam adequar os treinamentos desportivos escolares à vida social do
aluno, estes não devem atrapalhar as actividades paralelas ao desporto como, por exemplo, sua
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vida académica. Mesmo próximo das competições o treinamento deve ser equilibrado, já que seu
corpo não está preparado plenamente para suportar grandes cargas de treinamento.
Enfim, Minha percepção é que as aulas de Educação Física escolar estão cada vez mais
vinculadas a brincadeiras e jogos, desenvolvidas por iniciativa dos próprios alunos acarretando
em perda de identidade, sendo que, no meu ponto de vista, os professores são os principais
responsáveis por tal designação.
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4. Bibliografia
GARGANTA, J. Para uma teoria dos jogos desportivos colectivos. In: GRAÇA, A.;
OLIVEIRA, J. (Eds.). O ensino dos jogos desportivos. Porto: CEJD/FCDEF/Universidade do
Porto, 1998.
BENTO, J.O.; PETERSEN, R.D.S. (Eds.). Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro;
Guanabara Koogan.2006
FERREIRA, Nilda Tevês; COSTA, Vera Lucia de Menezes. Esporte, Jogo e Imaginário
Social. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
MARQUES, Antônio. Revista Horizonte: Treinamento Desportivo: Área de Formação e
Investigação.
MCARDLE, Wiliam; KATCH, Frank; KATCH, Victor. Fisiologia do Exercício: Energia,
Nutrição e Desempenho Humano. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
SANTOS, Edson Arapiraca dos; NERY, Fábio do Couto; et al. Revista Treinamento
Desportivo: As diferenças entre o exporte da escola e o exporte na escola. Volume 7, 2006
GAMA, Paulo. Inspirado pelo grande corredor. Revista Discutindo Educação Física. Ano 1.
n.2. Editora Escala Educacional, 2005.