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Hortência Mulau
Angelica Muteto

Jogos Como estratégia de Ensino de Matemática

Licenciatura em Ensino Básico

Universidade Pedagógica
2018
Índice de Tabelas e Gráficos
Tabela 1: Nível académico dos professores ........................................... Error! Bookmark not defined.
Hortência Mulau
Tabela 2: Anos de experiencia profissional dos
Angelica Muteto
professores…………………………………….Error! Bookmark not defined.
Tabela3: Distribuição da amostra por sexo………………………………………………………28
Gráfico 1. Exploração de uma situação de comunicação (histórias, jogos, imagens, etc.) e
formação de frase que contenha a letra em estudo………………………………………………29
Gráfico 2. Leitura da frase e destaque da Palavra-Chave………………………………….…….30
Gráfico 3. Leitura da palavra-chave e sua divisão em sílabas…………………………………...30
Jogos Como
Gráfico 4.Leitura da sílaba-chave estratégia de Ensino da
e destaque/identificação deletra
Matemática
em estudo……………...….31
Gráfico 5.Formação de novas sílabas com a letra em estudo……………………………………31
Gráfico6.Formação de novas palavras com a letra em estudo………………….………………..32
Gráfico7.Formação de novas palavras com a letra em estudo…………………………………...33

Trabalho de pesquisa sobre Jogos como estratégia de


Ensino de Matemática a ser apresentado ao Docente
da cadeira de Matemática II para efeitos de
avaliação.

Docente: Dr. Chadreque Guambe

Universidade Pedagógica
2018

Introdução
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................3
1.1.1. Objectivo geral..............................................................................................................3
1.1.2. Objectivos específicos ...................................................................................................4
1.2. Aspectos Metodológicos ...................................................................................................4
2. Fundamentação Teórica .......................................................................................................5
2.1. Definição de conceitos-básicos .........................................................................................5
2.2. Breve Historial sobre Jogos Educativos ............................................................................6
2.3. Jogos vs Aprendizagem ....................................................................................................7
2.3.1. Cuidados na aplicação dos jogos como estratégias de ensino da matemática…………...…7
2.4. Importância dos Jogos no PEA .........................................................................................8
2.5. Jogo Mathakusana como recurso didáctico .......................................................................8
2.5.1. Formas e Regras de Execução do jogo. .........................................................................8
2.6. Jogo Neca como recurso didáctico ....................................................................................9
3. Conclusão .......................................................................................................................... 11
4. Bibliografia ........................................................................................................................ 12
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1. Introdução
Sendo Homem um ser racional, a sua interacção no meio social só é possível graças a sua
capacidade de interpretação e de resposta a um conjunto de estímulos que constantemente lhe
afectam. Assim, as actividades lúdicas proporcionam a vivência do seu aprendizado, integrando
a acção, o pensamento onde podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra actividade
que possibilite alegria e prazer. Sabe-se de antemão que os jogos lúdicos centrados na
aprendizagem são fundamentais para a compreensão dos processos cognitivos, afectivos e
sociais, e sua relação com o modelo de aprendizagem do sujeito. É neste âmbito que o presente
trabalho disserta sobre o papel dos jogos como estratégia de ensino-aprendizagem da
matemática.
O conhecimento dos conteúdos matemáticos é de estrema importância para os alunos visto
permitem lhes resolver problemas do seu dia-a-dia usando os mesmos, por exemplo: Com o
conhecimento da fórmula do perímetro o aluno pode saber quantos metros de arame são
necessários para vedar a sua casa.
O uso dos jogos para além de permitir a melhor compreensão dos conteúdos matemáticos torna
possível ao professor abordar aspectos educacionais tais como: a criança deve saber que ganhar e
perder faz parte da vida e aprende a enfrentar varias situações e os adversários, através dos jogos
o aluno tem oportunidade de tomar consciência dos seus processos de pensamento o que hoje em
dia, é considerado indispensável para melhorar a sua capacidade para resolver problemas.
A estrutura do trabalho está dividida em quatro partes, compreendidos pela Parte Introdução que
para além da introdução, temos os objectivos e metodologias; Revisão da Literatura, onde faz-se
o enquadramento teórico e conceptual, apresenta-se as definições e discussão dos conceitos sobre
a temática em estudo; Conclusão e Referências Bibliográficas.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Ø Analisar o impacto de jogo no ensino da matemática.
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1.1.2. Objectivos específicos


Ø Discutir sobre o historial dos Jogos no contexto educativo;
Ø Descrever o papel do jogo no Ensino-Aprendizagem da matemática;
Ø Identificar alguns jogos que podem ser usados como recurso didáctico no ensino da
matemática no ensino de matemática;
Ø Mostrar as diferentes maneiras de executar os jogos no âmbito do Ensino-Aprendizagem da
matemática.

1.2.Aspectos Metodológicos
Para a realização do presente recorreu-se a leitura de artigos científicos que debruçam sobre a
temática em estudo assim como se fez o levantamento e leitura de alguns manuais existentes na
Biblioteca da UP-Sede.
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2. Fundamentação Teórica
2.1.Definição de conceitos básicos
Neste trabalho são consideradas como conceitos básicos e frequentes em todo trabalho os
seguintes: Matemática, Jogo, Aprendizagem e estratégia.

Matemática
Para Piaget (1998), citado por SANT’ANNA & NASCIMENTO (1986:46) a Matemática é um
modo de pensar e por isso deve ser estimulada nas pessoas o quanto antes, tornando dessa
maneira mais relevante o processo de Ensino-Aprendizagem de matemática e, os jogos podem
ser um bom recurso para despertar esse modo de pensar e de raciocinar.

Jogo
Para MOTTA (1994:91), Qualquer actividade física pode ser um jogo para o praticante, na
medida em que ela tenha um carácter de actividade livre, espontânea, prazerosa e arrebatadora.
Mas, por outro lado, nunca será jogo se tiver um carácter de obrigatoriedade. O jogo deve sempre
ser livre. Sujeito a ordens, deixa de ser jogo, sendo no máximo uma obediência passiva a
determinados movimentos.

Na perspectiva de HUIZINGA, citado por SANT’ANNA & NASCIMENTO (1986:19) Jogo é


uma acção ou actividade voluntária, realizada dentro de certos limites de tempo e lugar, segundo
uma regra livremente consentida, mas imperativa, provida de um fim em si, acompanhada de um
sentimento de tensão, de alegria e de uma consciência de ser diferente do que se é na vida
quotidiana.
Nesta ordem de ideias percebe-se o jogo é sempre uma brincadeira amigável em que deve-se
observar as regras previamente estabelecidas, com isto, na execução de qualquer jogo deve haver
parcialidade. O uso de batotas para ganhar o jogo deve ser proibido.
Portanto, ao ser inserido no âmbito educacional o jogo passou a ser chamado de Jogo
Educativo, associando a acção de educar com a necessidade que a criança tem de Jogar.

Método/Estratégias
Para Fonseca (2002) citado por (PIRES 2001:45), “methodos significa (“caminho” ou “via”) e
que se refere ao meio utilizado para chegar a um fim. Portanto, um método compreende um
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conjunto de acções previamente fixadas que permitem a concretização dele, neste caso, essas
acções recebem o nome de técnicas ou estratégias.

Aprendizagem
O termo “aprendizagem” deriva do latim "apprehendere", que significa adquirir o conhecimento
de uma arte, ofício ou através do estudo ou da experiência. MAGDA (2007:1).
Portanto, a aprendizagem implica o conhecimento reflectido através de competências que é a
intercessão entre o saber-saber, as atitudes, habilidades, consciência e a responsabilidade. Daí
que um individuo pode ter informação e não ter o conhecimento/aprendizagem, visto que o
mesmo implica a mudança de esquema no individuo.

2.2.Breve Historial sobre Jogos Educativos


O Jogo esta inserido no quotidiano e nas praticas humanas desde os tempos primitivos. Segundo
RIZZI & HAYDET (1998:145), o acto de jogar é tão antigo quanto o próprio homem, visto que
ele sempre manifestou uma tendência lúdica. Exemplo: Na Grécia, no século II.a.C, Aristóteles
sugeriu a utilização de jogos para imitar actividades adultas como forma de preparo para a vida
futura. Independentemente da época, os jogos estão sempre presentes na vida da criança pois elas
vivem em mundo de fantasias, de encantamentos, de alegrias, de sonhos, no qual a realidade e a
imaginação relacionam-se.
No ponto de vista de RIZZI & HAYDET (1998:155), durante muito tempo o jogo foi visto pelos
educadores da pedagogia tradicional como sendo algo que prejudica o desenvolvimento da
criança visto que para os mesmos o jogo desvia a criança dos seus deveres. Portanto, com a
didáctica moderna onde o ensino é centrado no aluno, essa visão foi modificada devido as
pesquisas de vários autores que pesquisaram e descobriram a importâncias das actividades
lúdicas no processo de ensino-aprendizagem como a Maria Montessori, o Vigotsky, entre outos
pedagogos modernos.
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2.3.Jogos vs Aprendizagem
Na visão de ALBUQUERQUE & LEITE (2005:98), “os jogos são excelentes ferramentas que o
professor pode utilizar no processo de ensino-aprendizagem, visto que eles contribuem
enriquecem o desenvolvimento intelectual e social dos alunos.” Nas aulas de matemática,
sobretudo no ensino primário, os jogos ajudam a criar contextos de aprendizagem significativos e
para tal é importante acertar na escolha e compreender como é que os alunos relacionam-se com
o jogo. Entretanto, a presença do jogo por si só não leva a aprendizagem dos alunos, eles devem
estar interligados a outros recursos e estratégias de modo a garantir a aprendizagem do aluno. A
eficiência do uso do jogo só ocorre quando o professor actua como orientador deste processo,
tornando o ambiente estimulador, com isso é necessário o panejamento prévio por parte do
professor e que este tenha os seus objectivos bem definidos. Enfim, a planificação é um prato
fundamental.

NB: O jogo como recurso didáctico pode favorecer a aprendizagem através dos erros, assim, o
professor não pode constranger o aluno que erra pois os erros cometidos durante o processo
conduzem o jogador a reflectir sobre as acções realizadas assim como a adoptar estratégias para
resolver os problemas a fim de ganhar o jogo. Ao mesmo tempo o professor pode participar
analisando esses erros pois eles fornecem dados para a sistematização dos conceitos abordados
durante o jogo.

2.3.1. Cuidados na aplicação dos jogos como estratégias de ensino da matemática


Para GROENWALD (2001:78), na aplicação dos jogos como estratégias e/ou recurso didáctico
para o ensino da matemática é necessário observar os seguintes cuidados:
Ø Não tornar o jogo algo obrigatório;
Ø Escolher jogos em que o factor sorte não interfira nas jogadas, permitindo que vença aquele
que descobrir as melhores estratégias;
Ø Utilizar actividades que envolvam dois ou mais alunos, para dar oportunidade a interacção
social;
Ø Estabelecer regras, que podem ou não ser modificadas no decorrer de uma rodada;
Ø Trabalhar a frustração pela derrota na criança, no sentido de minimizá-la;
Ø Estudar o jogo antes de aplicá-lo, o que só é possível, jogando.
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2.4.Importância dos Jogos no PEA

Na óptica de LOPES (2007:29) os jogos didácticos são de estrema importância visto que para
alem da função motivadora:
Ø Permitem uma abordagem informal e intuitiva de conceitos e ideias matematicamente
considerados, em determinado momento, demasiado abstracto;
Ø Proporcionam a criação de vínculos positivos na relação professor aluno e aluno-aluno.
Ø Desenvolvem na criança a autoconfiança e a autonomia, o espírito de equipe e cooperação, a
capacidade de comunicar e de ouvir os outros, de argumentar, de chegar a um consenso e de
toma decisões;
Ø Permitem que o ritmo de cada aluno seja respeitado tornando a aprendizagem mais natural;
Ø Contribuem para que o aluno encare o erro de uma forma mais formal e natural;
Ø Permitem aos alunos relacionarem com os conteúdos de ensino de forma prazerosa;
Ø Os jogos permitem que os alunos sintam que podem ter sucessos;
Ø Os jogos favorecem naturalmente a interacção entre os alunos
Ø Através do jogo a criança aprende a amar a regra e aprendendo a amar a regra, aprende a
amar a ordem, pois a regra do jogo é a expressão da própria ordem.

2.5.Jogo Mathakusana como recurso didáctico1


Mathakusana é um jogo tradicional Moçambicano muito popular nas zonas rurais do país. Com
12 pedras ou mais e um limão e/ou uma bola pequena, e uma “cova” ou “circulo desenhado no
chão” mais um pouco de habilidades é possível aprender a contar. Portanto é importante destacar
que dependendo da dinâmica do professor este jogo pode ser usado como recurso didáctico para
a leccionação de vários conteúdos matemáticos como por exemplo: Nas operações básicas com a
adição, subtracção, divisão e multiplicação

2.5.1. Formas e Regras de Execução do jogo.


Atira-se a bola para cima e retira-se uma pedrinha para gora do círculo com a mesma mão antes
que esta receba a bola que jogou no ar, isto é, enquanto a bola estiver no ar retira-se a pedrinha e
segura-se na bola antes que ela toque o chão. Caso a bola caia, o jogador perde e logo cede o

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http://dx.doi.org/10.5007/1981-1322.2011v6n2p19
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adversário. Se perder no primeiro nível sempre terá que começar no primeiro e se perder no
segundo terá que começar no segundo e assim em diante.
Repete-se o processo ate que todas as boas estejam fora do circulo e estando todas as bolas fora
do circulo devem ser devolvidas da forma como foram tiradas passar para o outro nível. No
segundo nível retira-se duas bolas por cada lançamento da bolinha e/ou limão e assim aumentam-
se o numero ate o nível 12. Enfim, em jogos duplos vence aquele que for o primeiro a terminar o
nível 12.
NB: Na sala de aulas o professor pode formar grupos de 6 a 10 elementos dependendo do
numero de alunos e o tempo planificado para a aula.

2.6.Jogo Neca como recurso didáctico2


Material necessário:
Uma pedra pequena, lisa de preferência e um desenho de 8 quadrados no chão. Portanto o jogo
pode-se realizar ao ar livre na terra ou num recinto de cimento. Neste jogo, cada jogador deve
cumprir duas fases distintas:
1ª Fase: A pedra é lançada para a casa 1 e se cair sobre uma das linhas que delimita a casa, o
jogador perde a sua vez de jogar. Se acertar a pedrinha na casa 1 o jogador salta ao pé-coxinho
para a casa 2 e depois para a casa 3, depois coloca um dos pés na casa 4 e outro n casa 5. Pula ao
pé-coxinho para a casa 6 e novamente coloca cada um dos pés nas casas 7 e 8 e daqui da uma
volta no ar de modo a virar para o ponto de partida e daí inicia o regresso. Neste percurso não
pode pisar em uma das linhas ou numa casa com os dois pés. Na volta apanha a pedra e salta
para fora do Neca, daí recomeça o mesmo processo na casa 2 até chegar a ultima casa. No caso
de perder, quando chegar a sua vez inicia na casa que estava quando perdeu.

2ª Fase: O jogador deve percorrer todas as casas da mesma maneira, mas desta vez com os olhos
vendados. O jogo termina quando um jogador terminar esta fase duma só vez.

O jogo Neca pode ser usado como recurso didáctico no ensino da contagem, no ensino das
formas geométricas (do quadrado ou triangulo) ou mesmo para o ensino de conteúdos diversos
dependo da dinâmica e criatividade do professor.

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http://pt.extpdf.com/jogos tradicionais.mz -pdf.html#pdf
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6 3 2 1

Fig1. Neca
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3. Conclusão
Depois duma leitura exaustiva e discussão entre os elementos do grupo sobre o papel dos jogos
no ensino da matemática conclui-se que os jogos deverão ter um lugar privilegiado entre as
metodologias utilizadas no processo de Ensino-Aprendizagem da Matemática. O jogo, para além
de fortalecer a relação professor-aluno e aluno-aluno, atrair as atenções dos alunos para que os
mesmos aprendam fazendo o que gostam e alcancem os objectivos estabelecidos.
Também concordou-se que não existe um jogo específico para um conteúdo específico, o uso
dos jogos como recurso didáctico no ensino da matemática depende muito mais da dinâmica e
criatividade do professor.
Portanto, para racionalizar o tempo e tornar essa estratégia eficaz o professor deve pautar pelos
jogos que são do domínio de todos.
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4. Bibliografia
-BRANDÃO, FERREIRA, ALBUQUERQUE, LEAL (Org.) Jogos de Alfebetização. Racife, PE:
Autêntica, 2008.
- GROENWALD, C.L.O.TIMM, U.T. Curiosidades e jogos matemáticos em sala de aula, Porto
Alegre 200
-LOPES, Ana Vieira. Et all, actividades matemáticas na sala de aula, texto editora, 4ª edição, 3ª
triagem, lisboa 2007
-MOTTA, Júlia. Jogos: Repetição ou Criação? São Paulo, Plexus, 1994.
-PESTUN, Magda Salange Vanzo. (2005). Consciência Fonológica no Inicio da Escolarização e
o Desempenho Ulterior em leitura e Escrita: Estudo correlacional. Universidade Estadual de
Londrina;
-PIRES, et al. A construção social da educação escolar. 3ª Edição, ASA Editores II, Lisboa,
2001.
-RIZZI, e L. HAYDT, R.C. Actividades lúdicas na educação da criança: subsídios práticos para
o trabalho na pré-escola e nas series iniciais do 1º grau. São Paulo: Ática, 1998.
-SANT’ANNA & NASCIMENTO, A história do lúdico na educação in
http://dx.doi.org/10.5007/1981-1322.2011v6n2p19;
http://pt.extpdf.com/jogos tradicionais.mz -pdf.html#pdf

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