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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO SABERES E PRÁTICAS

JOSE ERASTO ORIENTE COELHO


SANDRA MARIA ORIENTE COELHO

RELATO DE EXPERIÊNCIAS- APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA:


CONTEXTUALIZANDO OS JOGOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
NA TURMA DO 4º ANO DA ESCOLA MUNICIPAL SANTA ANA.

MAUÉS-AM
2023
JOSÉ ERASTO ORIENTE COELHO
SANDRA MARIA ORIENTE COELHO

RELATO DE EXPERIÊNCIAS- APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA:


CONTEXTUALIZANDO OS JOGOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
NA TURMA DO 4º ANO DA ESCOLA MUNICIPAL SANTA ANA.

MAUÉS-AMA
2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................01
2 INFORMAÇÕES SOBRE AS ATIVIDADES................................................03
3 RESULTADOS ALCANÇADOS...................................................................12
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................15
REFERÊNCIAS...............................................................................................19
APÊNDICE A...................................................................................................20
INTRODUÇÃO

A cada dia, a Educação matemática é repensada, renovada e modificada.


Desse modo, sempre há motivos para discussões sobre o tema, pois a forma
tradicional de se ensinar o conteúdo é vista, quase sempre, como rigorosa, formal e
abstrata.

Atualmente, o ensino de Matemática na Escola Municipal Santa Ana,


especificamente na turma do 4º ano tem sido alvo de preocupação por coordenadores
pedagógicos e demais profissionais. Em seu contexto, observamos que as práticas
pedagógicas realizadas na sala de aula, vem sendo trabalhada de forma tradicional.,
sem nenhum método que motive a inspiração nos alunos. Infelizmente, ainda é visto
uma educação com tendências tradicionais, onde apenas a repetição e o
conhecimento vindo somente do professor é valorizado.

Sabe-se que há professores que ministram muito bem suas


aulas, têm uma classe ótima e com rendimento, mas que não
contam aquele truquezinho que se usa num certo tipo de
equação. Um dos motivos para introdução de jogos nas aulas de
matemática é a possiblidade de diminuir os bloqueios
apresentados por muitos de nossos alunos que temem a
matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro
da situação de jogo, onde é possível uma atitude passiva e a
motivação é grande. (Borin, 2002, p. 9)

Nesse sentido, entendemos que há uma preocupação no ensino aprendizagem


de Matemática, principalmente na formação continuada de professores da referida
instituição. Consequentemente pudemos observar experiências realizadas na própria
sala de aula, o desenvolvimento e a aplicação dos conteúdos ministrados.

Durante o período de pesquisa, na disciplina de matemática, observamos que


diversos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, apresentavam bastante
dificuldades em relação às resoluções das atividades propostas pela professora, fato
este que atrapalha a aprendizagem dos conceitos mais elevados da Matemática.

No cenário da educação básica, a implementação dos jogos matemáticos como


instrumento pedagógico, tem se mostrado como uma ferramenta importante para
fixação dos conteúdos, tornando os estudantes sujeitos críticos, capazes de raciocinar
e buscarem resultados significativos para o conhecimento (MUNIZ, 2010). Dessa
forma, os jogos matemáticos não podem ser vistos como uma forma de substituir as
aulas, mas sim, como um recurso que tende a agregar a prática do professor para a
melhoria dessa qualidade de ensino.

Contudo, podemos observar que existem vantagens em utilizar os jogos no


Ensino da Matemática e dentre essas vantagens, temos alunos que participam
ativamente na construção de seu próprio conhecimento, ou seja facilitando a sua
aprendizagem, melhorando a sua forma de pensar e desenvolver cada vez mais o seu
raciocínio lógico.

Diferentes possibilidades metodológicas servem como ferramenta no


planejamento e na aplicação das aulas na turma do 4º ano do Ensino Fundamental.

Sabe-se que a típica aula de Matemática a nível de primeiro,


segundo ou terceiros graus ainda é uma aula expositiva, em que
o professor passa para o quadro negro aquilo que ele julgar
importante. O aluno, por sua vez, cópia da lousa para o seu
caderno e em seguida procura fazer exercícios de aplicação, que
nada mais são do que uma repetição na aplicação de um modelo
de solução apresentado pelo professor. (D’AMBR´OSIO, 1989,
p. 15).

Este relatório consiste em uma pesquisa bibliográfica com abordagem


qualitativa e com entrevista semiestruturada. Participaram professores de matemática
e alunos da referida série. No questionário há questões subjetivas, observando se os
professores faziam uso de jogos nas aulas de matemática.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998, p. 47), um dos


objetivos do ensino da matemática nas séries do ensino fundamental é identificar os
conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo á
sua volta, percebendo o caráter de jogo intelectual, característicos da disciplina da
matemática, como um aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espirito de
investigação do aluno em resolver problemas.

Nesse sentido, o presente relato de experiência tem como objetivo apresentar


a contextualização dos Jogos lúdicos com alunos do 4º ano do Ensino Fundamental
I, possibilitando aos envolvidos uma aprendizagem significativa dos conceitos
abordados na proposta.
É partindo desse pressuposto que este trabalho tem por finalidade, apresentar
um relato de experiência de uma turma de 4º ano do ensino fundamental da disciplina
de Matemática, a qual foi desenvolvido e aplicado o jogo matemático intitulado Feira
da Matemática, que evidencia o trabalho com o sistema monetário, medidas de massa
e de capacidade. O jogo foi apresentado em forma de seminário à turma, e logo após
a apresentação, as próprias crianças, sendo organizados em grupos, foram
selecionando os produtos para serem explorados. Desse modo, antes de
apresentarmos algumas considerações sobre a experiência vivida com esse jogo,
fazemos uma breve reflexão teórica sobre jogos matemáticos.

2- INFORMAÇÕES SOBRE AS ATIVIDADES

As Práticas Pedagógicas no Ensino da Matemática

Sabe-se que desde o início da vida escolar, muitos alunos apresentam receio
em relação ao ensino Matemática. Esta insatisfação deixa claro que existem
problemas que precisam ser revertidos, pois ainda professores centrados em
procedimentos mecânicos e repetitivos, com resultados insignificantes no
aprendizado dos estudantes.

Com as constantes transformações existentes no mundo globalizado que nos


cerca, o professor não pode se neutralizar diante de tantas mudanças é preciso ter
uma postura reflexiva como afirma Sadovsky (2017, p. 16) “é importante ter
consciência de que não basta fazer um curso superior”, concluir um mestrado ou um
doutorado para se tornar educador.

Com base no conhecimento da realidade da professora, esta precisa estar


sempre atualizado, como salienta a autora “o caminho é um só e passa pela prática
reflexiva e pela formação continuada” para buscar mais experiências de mundo e
modificar a sala de aula num ambiente favorável a construção do conhecimento.

O professor deve assumir o papel de incentivador, facilitador,


mediador das ideias dispostas pelos alunos durante a ação
pedagógica, visando sempre o seu crescimento enquanto
indivíduo que vive em sociedade. Os jogos podem ser utilizados
para introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno para
aprofundar os itens já trabalhados. Devem ser escolhidos e
preparados com cuidado para levar o aluno a adquirir conceitos
matemáticos de modo significativo e concreto. (Alves, 2001, p.
25).

Diante das aplicações das atividades em sala de aula, foram propostas como
pretexto para as aplicações, que demandam imitação e repetição de técnicas
operatórias e procedimentos algorítmicos. Neste processo, os professores
propuseram “problemas” para que os alunos os resolvessem. O caminho para a
compreensão do problema, em geral, se restringiu em identificar “palavras-chave” que
compõe o enunciado e a solução residiu em saber fazer “contas”.

Machado (2008, p.15) nos fala que “A matemática que levamos


para a sala de aula somente funciona se for significativa para os
alunos [...] Uma maneira de mostrar o significado do que
ensinamos é apresentar algum tipo de aplicação, embora não
seja a única forma de fazê-lo”. A seleção de conteúdo nada mais
é que o planejamento feito na perspectiva de tornar as aulas com
mais significados. Sendo assim, é preciso que a Matemática
realizada em sala de aula desperte no aluno o interesse e a
curiosidade de produzir analisar e interpretar situações em que
a Matemática se faça presente de forma agradável e prazerosa,
que possa ser vista pelos educandos como algo de sumo
importância para sua vida, que se relaciona com o seu cotidiano
e que possa ser integrada a outras disciplinas de forma
contextualizada

O professor de hoje precisa acompanhar as mudanças que estão ocorrendo no


sistema educacional vigente, sendo necessário ter plena consciência que não basta
apenas abrir um livro didático em sala e aula para que o educando aprenda, o seu
trabalho intelectual requer tomadas de decisões individuais e coletivas baseando-se
em uma sólida bagagem conceitual dos conteúdos abrindo espaço ao que está
sempre aprendendo junto com os estudantes.

O Jogo no Ensino da Matemática como Percurso Pedagógico

No contexto educacional tem-se discutido que o professor de Matemática deve


romper com as práticas do tradicionalismo em sala de aula e, adotar outras
metodologias de ensino que garantam uma maior aprendizagem e interesse por parte
dos alunos.
Um dos recursos metodológicos que vem ganhando espaço considerável e que
trazem o entusiasmo do aluno para desenvolver as atividades propostas pelo
professor são os jogos matemáticos (MUNIZ, 2010).

Dessa forma, esse conhecimento pode ser viabilizado mediante um trabalho


com abordagens de conteúdos de maneira recreativa e planejada. Além disso, a
prática pedagógica estende-se a novos horizontes para a aprendizagem, fortalecendo
assim, o dinamismo da interação entre professor-aluno, quando oferece situações ao
professor para a descoberta das dúvidas e dificuldades apresentadas pelos alunos.

Quando é bem planejado, o jogo se torna um recurso pedagógico eficaz na


construção do conhecimento matemático, uma vez que a intencionalidade do
professor é garantir a aprendizagem, ele tende a possibilitar que o estudante assimile
aquilo que é novo e por processos de reflexão e elaboração de estratégias,
desenvolva suas estruturas cognitivas (MOURA, p. 45 1991).

Não há receituário pronto de como ensinar a Matemática. O que se sabe é que


há várias formas de se aprender a Matemática e alcançar níveis elevados de
conhecimento. Uma delas seria utilizar os jogos matemáticos para que o ensino não
fique centrado em decoreba de números, fórmulas e regras.

O jogo para ensinar Matemática deve cumprir o papel de auxiliar no ensino do


conteúdo, propiciar a aquisição de habilidades, permitir o desenvolvimento operatório
do sujeito e, mais, estar perfeitamente localizado no processo que leva a criança do
conhecimento primeiro ao conhecimento elaborado (MOURA, p. 47 1991).

Desse modo, o ambiente de aprendizagem produzido pelo jogo induz o


estudante a uma motivação, envolvendo-o e ao mesmo tempo desenvolvendo o
conteúdo matemático sem constrangimentos, o que resulta num melhor desempenho
e atitudes positivas frente a seus processos de aprendizagem.

Além desse privilégio, a utilização de jogos demonstra outros.


Entre eles, destacam-se: a percepção do professor em relação
às dificuldades apresentadas pelos alunos; o estímulo do
raciocínio e da ultrapassagem de limites por parte dos alunos
quando buscam pela vitória; e que, esse ambiente de
“competição” os torna mais críticos, atentos e seguros. Além
disso, funciona como mecanismo de prover melhorias na
construção de relações sociais no ambiente escolar, que remete
ao seu aspecto social (SILVA, p. 14 2023).

A partir dessa breve reflexão, compreendemos que o lúdico, enfim, os jogos


matemáticos em específico, proporcionam um ambiente descontraído, divertido e
animador para a aprendizagem da Matemática, distinto do ambiente tradicional, que
se limita a cálculos, fórmulas e definições.

Nesse sentido, essas novas propostas passam a estimular o interesse dos


estudantes para a aprendizagem, tornando o conhecimento obtido de certa forma
significativo. Sem contar que, as relações sociais se intensificam, por tratar-se de um
trabalho em conjunto para conseguir os resultados esperados, fortalecendo os laços
coletivos, em que um ajuda com a dificuldade do outro, e assim, estimulam o raciocínio
lógico e desenvolvimento de técnicas intelectuais, incentivando-os nas decisões e na
coerência do acerto.

Esclarecidas algumas compreensões sobre o uso dos jogos no ensino da


Matemática como um recurso pedagógico que traz contribuições efetivas para o
ensino dessa disciplina, apresentamos na sequência uma experiência desenvolvida
num curso de formação inicial de professores de Matemática, quando foi aplicado um
jogo que auxilia na construção do raciocínio lógico do estudante.

O contexto da aplicação do jogo


No âmbito do Ensino da disciplina da Matemática, na turma do 4º ano do Ensino
Fundamental, foram realizadas algumas reflexões sobre a importância de jogos no
processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, foi sugerido pelas professoras
regente de matemática, que realizássemos um trabalho que mostrasse algum jogo
interessante relacionado ao ensino da Matemática diante do processo de ensino dos
estudantes.

Orientados dessa forma, nós acadêmicos do Curso Saberes e Práticas,


propomos uma série de jogos matemáticos aprendidos no referido curso para que
cada grupo de estudantes definissem quais os jogos que seria mais viável para
reproduzir, de acordo com as adaptações. Após as escolhas dos jogos matemáticos,
cada grupo se deleitou sobre os aspectos que constituíam o jogo e partiram para
confecção dos mesmos.
É notório que o jogo é uma atividade desencadeadora de
diversas atitudes já pontuadas até o monto e que a validade dos
jogos no ensino não se limita apenas á matemática nem as
crianças da pré escola e do Ensino Fundamental. No entanto
essa é uma prática que encontra ainda bastante resistência
quando da sua aplicação nas aulas, de modo mais especifico
nas aulas de Matemática, em outros níveis de ensino. (Alves,
2001, p.28)

A partir de então, definido o que cada grupo iria produzir, ficamos responsáveis
por analisar o jogo matemático denominado Feira da matemática, com o propósito de
sanar as dúvidas dos alunos referentes ao sistema monetário, medida de massa e de
capacidade relacionado no contexto dos números reais. No entanto, o jogo proposto
pelas professoras não chegou a ser aplicado no âmbito da sala de aula, e sim no
refeitório da escola, devido ao espaço amplo para essa explanação e exposição, tendo
em vista que os próprios alunos criaram seus slogans, os materiais, selecionaram
produtos consumidos no dia a dia, realizaram pesquisas de preços e a própria
utilização do manuseio do dinheiro em termos de cédulas e moedas. Para este
momento, as professoras utilizaram os descartes das cédulas em cópias, onde os
estudantes confeccionaram para o uso de compra e vendas, e o próprio troco, recurso
este utilizado nas feiras e outros comércios.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998,


p.47), um dos objetivos do ensino da matemática nas séries
iniciais do Ensino Fundamental é identificar os conhecimentos
matemáticos como meios para compreender e transformar o
mundo á sua volta, percebendo o caráter do jogo intelectual,
característico da disciplina Matemática, como um aspecto que
estimula o interesse, a curiosidade, o espirito de investigação e
o desenvolvimento da capacidade do aluno em resolver
problemas.
Para facilitar o desenvolvimento do jogo, os alunos confeccionaram as tabelas
de preços com representações de números reais, destacadas, conforme a realidade
de cada comercialização. Assim, os estudantes confeccionaram os jogos para ser
aplicados aos demais colegas da turma, como forma de possibilitar o entendimento e
o envolvimento das operações atribuídas.

A cada dia, a Educação matemática é repensada, renovada e modificada.


Desse modo, sempre há motivos para discussões sobre o tema, pois a forma
tradicional de se ensinar o conteúdo é vista, quase sempre, como rigorosa, forma e
abstrata.

Metodologias Ativas no Ensino da Matemática

A metodologia ativa e princípios do planejamento participativo foram


fundamentais para construção deste trabalho. Associar a prática pedagógica e essas
ferramentas, é fundamental com relação ao nosso relato de experiência porque são
com essas metodologias e procedimentos que se possui uma autonomia em trazer os
Jogos Matemáticos no processo de ensino-aprendizagem na escola.

Sendo assim, as Metodologias Ativas priorizam o aluno, dando


possibilidades para que o educando se envolva diretamente,
participe e ponha em xeque a sua reflexão. “As Metodologias
Ativas dão ênfase ao papel protagonista do aluno e todas as
etapas do processo, experimentando, desenhando, criando,
com orientação do professor” (MORAN,2023, p. 4).

Infelizmente, ainda se é visto uma educação com tendências tradicionais, onde


apenas a repetição e o conhecimento apenas vindos do professor são valorizados. O
aluno nesse contexto é vítima de algo que não vai o fazer pensar, refletir ou criar.
Deve ser utilizado métodos que tragam a participação da criança na aula, ou seja, a
prática do discente sendo efetiva.

Essa crítica feita por Piaget a escola tradicional que tem por
objetivo acomodar as crianças como meras receptoras de
conhecimento em oposição ao que ele defende é a formação de
indivíduos críticos e criadores. Segundo ele ´´ os métodos de
educação das crianças exigem que se forneça às crianças um
material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a
assimilar as realidades intelectuais que, sem que isso,
permanecem exteriores à inteligência infantil`` (Piaget e Inhelder
1973 Apud Alves 2020, p.21).

No dia da aplicação do jogo, fizemos uma breve introdução sobre a inserção


dos jogos no processo de ensino e aprendizagem da Matemática na série em in locu.
Na sequência, solicitamos que os professores regentes auxiliassem na formação de
grupos para que pudéssemos informar-lhes as regras do jogo.

O uso de atividades lúdicas em aulas de matemática, além de


levar em conta os aspectos cognitivos em sua aplicação, deve
valorizar o aspecto afetivo promovido pela ação do jogo, ou seja,
a aproximação entre os jogadores propicia um ambiente de
aprendizado. “(...) em toda conduta humana o aspecto cognitivo
é inseparável do aspecto afetivo, compreendido como a energia
da ação que permeia a motivação, o interesse e o desejo” (Alves,
2020 apud p. 28)

Assim, eles foram organizados em quatro grupos com seis estudantes.


Conforme definido pelos acadêmicos, foi nos disponibilizado uma aula de cinquenta
minutos, para que pudéssemos explicar, e desenvolver algumas atividades, como
produtos, pesquisas de produtos e preços das mercadorias. Esses foram os primeiros
momentos, da organização da realização da Feira da Matemática.

Feito dessa forma, durante essas proposições, nos colocamos a analisar como
nossos colegas professores se comportariam diante de um possível recurso que
poderia ser adotado, enquanto professores de Matemática, diante de suas próprias
práticas de ensino.

Passadas as orientações aos grupos subdivididos, entregamos a cada um dos


grupos uma relação de produtos a serem pesquisados, juntamente com as tabelas de
preços. E a partir desse momento os grupos iniciaram o jogo seguindo as regras
estabelecidas, conforme registram mostram as imagens.

E nós acadêmicos, enquanto aplicadores das regras, fomos acompanhando-


os, pois, caso surgisse alguma dúvida referente às apresentações dos grupos que
estavam realizando, estávamos à disposição para ajudá-los.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização da atividade proposta foi solicitado aos alunos, inicialmente,


que guardassem realizassem os produtos, como: frutas, farinha, peixe e sucos
naturais, após essa seleção, foram a campo fazer a pesquisa de preços dos referidos
produtos. Nesta atividade participaram 24 alunos do 4º ano do Ensino Fundamental.

Vale ressaltar que é extremamente importante a utilização dos jogos e materiais


didáticos como ferramentas durante as aulas de Matemática, pois proporcionam um
maior desenvolvimento dos alunos (KISHIMOTO, 1998). Conforme afirma Piaget
(1973), a educação e a ludicidade, unidas, podem concretizar o aprendizado.

O jogo utilizado para o desenvolvimento da atividade é intitulado “A Feira da


Matemática, enfatizando o sistema monetário, medida de massa e capacidade que
consiste em uma ludicidade que obtém diversas importâncias no cotidiano e que ao
mesmo tempo motiva os estudantes a participarem com mais entusiasmo nas aulas
de matemática. O objetivo do jogo é a abordagem do conhecimento da medida de
massa e de capacidade, envolvendo o sistema de monetário e o desenvolvimento dos
processos de estimativa, cálculo mental e tabuada, possibilitando a utilização das
operações básicas da Matemática.

A matemática, pelo viés da BNCC, não é só um manancial de


números, operações e formas geométricas: é, também, um jogo,
uma linguagem, uma forma de ver e modelar realidades, uma
estrutura de pensamento, um exercício criativo e um campo de
desenvolvimento de múltiplas habilidades. Pode ser que nem
sempre as aplicações sejam práticas, mas certamente essa
nova visão tornará seus conteúdos muito mais interessantes
(BNCC, 2018).

Primeiramente, explicamos as regras aos participantes, e formamos equipes


com os alunos, para cada equipe foram designados 6 alunos para promover a
interação entre os mesmos.

Os materiais utilizados foram cartazes, agendas para anotações dos produtos,


tabelas de preços, folhas para anotar as compras e vendas das mercadorias. Na vez
de cada equipe durante as apresentações, os estudantes observavam a utilização e
a importância do preço de cada produto oferecido, assim como os produtos mais
consumidos pelo público presente. Os diferentes preços determinados para cada
produto e suas diferenças na hora da compra, também foram momentos a serem
discutidos, devido o resultado nos lucros obtidos.

A BNCC, traz em seu contexto:

“VIII- Interagir com seus pares de forma cooperativa,


trabalhando coletivamente no planejamento e desenvolvimento
de pesquisas para responder a questionamentos e na busca de
soluções para problemas, de modo a identificar aspectos
consensuais ou não na discussão de uma determinada questão,
respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com
eles” (BNCC, 2018, p. 267).
Pode-se dizer que, com base nas características que definem os jogos, o
aspecto afetivo manifesta-se na liberdade da sua prática, que essa está inserida num
sistema que a define por meio de regras, o que é, no entanto, aceito
espontaneamente. Impõe-se um desafio, uma tarefa, uma dúvida, entretanto é o
próprio sujeito quem impõe a si mesmo resolvê-los.

3- RESULTADOS ALCANÇADOS

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir da análise das respostas da entrevista semiestruturada realizada com


os alunos do 4º ano do Ensino Fundamental sobre o uso dos jogos nas aulas de
Matemática, pretendemos destacar a realidade do processo de ensino da Matemática
na Escola Municipal Santa Ana

Como se trata de uma escola pequena, foram entrevistadas apena 6 alunos,


que estudavam na mesma série do Ensino Fundamental. Dessas 6 crianças, um
somente não demonstrou estar á vontade para responder as questões. Pois aceitou,
mas não entregou o seu questionário. Indagados sobre o qual tipo de jogo matemático
utilizam na sala de aula para aprender a Matemática, todos disseram que não brincam
com os jogos na sala de aula.

Dos seis estudantes entrevistados, todos responderam que não estudam


conteúdos matemáticos por meio por meio dos jogos. Indagados sobre qual tipo de
jogos aprenderam na sala de aula, qual conteúdo foi explorado por meio do jogo e o
que acharam da aplicação da feira da matemática por meio dos jogos, todos
responderam que os jogos foi uma prática diferente, divertida e que estimula o ensino-
aprendizagem.
Questionados sobre o que acham de aprender Matemática de forma lúdica,
dois alunos disseram que, não tem acesso a jogos, e os demais disseram que apesar
de não aprenderem Matemática dessa forma, consideram que é uma forma de
aprenderem melhor com mais prazer. Em seguida foi perguntado “se a professora não
utiliza o jogo como recurso didático, o que prevalece ao repassar os conteúdos”.
Todos disseram que é o uso do livro didático, com explicações no quadro branco.

Sobre o que acham da forma como a professora ensina matemática: um aluno


destacou a rigidez como um impasse para a aprendizagem. Dois alunos, disseram
que gostam da forma como a professora ensina. Um aluno disse que as explicações
são rápidas demais e por isso não consegue acompanhar. Um aluno, disse que
aprende fácil e somente um aluno disse as aulas são boas, mas se a professor
utilizasse os jogos, as aulas seriam mais prazerosas.

Vale à pena dar ênfase a teoria de Piaget (1896 – 1980), que defende o uso
dos jogos na educação e critica a escola tradicional, pelo comodismo ao transmitir
conhecimentos às crianças sem nenhum tipo de inovação, o que se expõe ao que ele
defende que é suscitar indivíduos críticos, inventivos e criadores.

Sobre como são avaliados na disciplina, todos os alunos disseram que é por
meio de provas, testes e comportamentos e que são bem avaliados pela professora.

Finalmente, sobre o que acham da disciplina de Matemática, dois alunos


disseram ser legal e interessante, porém complicada, dois alunos disseram não gostar
da disciplina e dois alunos disseram que acham a disciplina mais importante e mais
difícil.

Sendo assim, percebemos por meio dessas entrevistas, que os profissionais


da área de Matemática ainda estão centrados em metodologias de ensino tradicional.
Observamos que suas práticas pedagógicas não são renovadas para uma
aprendizagem significativa.

Segundos os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998,


p. 42), é consensual a ideia de que não existe um caminho que
possa ser identificado como único e melhor para o ensino de
qualquer disciplina. No entanto, conhecer diversas
possibilidades de trabalho, em sala de aula é fundamental para
que o professor construa sua prática. Dentre elas, destacam-se:
a História da Matemática, as tecnologias da comunicação e os
jogos, recursos que podem servir de instrumentos para a
construção das estratégias de ensino da matemática. Assim é
importante o professor conhecer as diversas possibilidades de
trabalho para construir sua prática.

O uso de jogos em sala de aula motiva e desperta o interesse do aluno,


tornando a aprendizagem mais atraente e significativa. Em aulas com jogos, o aluno
é um ser ativo no seu processo de aprendizagem, ao contrário de como se dá em
suas aulas tradicionais, em que ele é um ser passivo. Sabemos que o jogo possibilita
momentos de prazer aos alunos e é considerado um recurso pedagógico importante.

O uso dos jogos e curiosidades no ensino de matemática tem o


objetivo de fazer com que os adolescentes gostem de aprender
essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o
interesse do aluno envolvido. “O jogo pode ser considerado
como um importante meio educacional, pois propicia um
desenvolvimento integral e dinâmico nas áreas cognitiva,
afetiva, linguística, social, moral e motora…” (Moratori, 2003)

A realização dessa pesquisa nos permitiu obter um feedback a respeito de


como os jogos podem ajudar na compreensão dos conceitos. Os resultados obtidos,
indicaram que a utilização desse jogo em sala de aula possibilitou um trabalho lúdico
da Matemática, a participação ativa dos estudantes durante o desenvolvimento da
atividade, a socialização entre os alunos, a percepção de uma mudança no modo que
os estudantes percebam esse processo de ensino-aprendizagem, passando a ter uma
visão do professor como um mediador da aprendizagem dos alunos.

Desde o início da pesquisa dos jogos de matemática, foi abordada a


importância de uma metodologia ativa que estimulasse o estudante a ser crítico e
ainda mais, tendo participação efetiva no seu processo de ensino-aprendizagem,
sendo assim a base de estudo para a elaboração desse trabalho. Além disso, neste
relato também utilizamos outros métodos como artigos acadêmicos que relatam sobre
a contribuição dos jogos e matemáticos no âmbito escolar.

Estimular o aluno e a sua prática não somente nas aulas, como também no seu
dia a dia. Fazer com que aquilo seja mais que uma nota para passar para o próximo
ano letivo, mas sim um aprendizado para levar adiante durante toda sua existência.
A quebra das práticas tradicionais é uma das formas de trazer assuntos de
forma lúdica e de fácil entendimento, com isso aumentando a participação através de
várias formas, como já foi apontado ao decorrer do relato.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este relato de experiência, com base no ensino da Matemática, demonstrou


que aliando atividades lúdicas, onde se destaca a possibilidade do professor
direcionar sua prática pedagógica para uma formação de cidadãos críticos,
autônomos, sensíveis e que ao ensinar com os jogos, possibilitou a integração e a
união da turma, desenvolveu a criatividade, o trabalho colaborativo, participativo, a
curiosidade e a afetividade, além da construção de conhecimento de conteúdos
matemáticos com significado.

Destacamos que, através de assistência ofertada aos alunos durante as aulas


de Matemática na escola podemos concluir sobre como as aulas de matemática
podem ser realizadas com o auxílio dos jogos matemáticos, facilitando uma
aprendizagem mais significativa dos conceitos abordados na disciplina de
Matemática. E que de fato, o jogo proposto para os alunos indicou que o mesmo pode
ser uma ferramenta efetiva e que proporciona uma melhor compreensão e retenção
em relação às operações básicas da matemática, as quais os mesmos tinham mais
dificuldades.

Tendo em vista que os jogos matemáticos se caracterizam como recursos que


auxiliam o trabalho do professor, como ferramenta pedagógica, e que possibilitam a
abordagem e/ou fixação de conteúdos atribuindo um maior entretenimento nas aulas
de Matemática. A Feira da Matemática, nesse contexto, proporciona ênfase no
desenvolvimento das operações básicas no campo dos números reais.

Como é um jogo que apresenta uma linha de competição, instiga o aluno a ter
um maior interesse, por parte dos lucros obtidos diante das vendas, e ao mesmo
tempo para que atinja esse objetivo, perpassa pela resolução de diferentes conceitos
numéricos, envolvendo diferentes operações. Portanto, a Feira da Matemática
estimula o aluno a raciocinar, calcular e aplicar os conceitos básicos da Matemática.

Notamos como decorrente dessa aplicação que o jogo proporcionou um clima


diferente na sala, tornando a aula mais divertida, interessante, e, além disso, o
convívio em grupo tornou-se mais efetivo a partir da realização dessa atividade,
estabelecendo a construção das relações sociais que de certa forma também é uma
das potencialidades dos jogos no ensino, conforme já evidenciamos.

Transpondo essas ideias para o contexto da formação inicial de professores, a


atividade com o jogo intitulado nos mostrou que o desenvolvimento desse recurso
pode causar efeito significativo no contexto da educação básica, o que nos permitiu
refletir sobre as potencialidades de diferentes encaminhamentos para a condução dos
processos de ensino de Matemática, como sendo práticas relevantes, significativas e
necessárias para a aprendizagem dessa disciplina.

Diante disso, não se pode afirmar qual metodologia é a mais corretas para
trabalhar em sala de aula. É através da prática pedagógica do professor em sala de
aula que o aluno vai à busca de relacionar os conhecimentos de “mundo” por ele
adquirido com os conhecimentos científico necessário para a sua aprendizagem.
Seguindo essa ótica, o professor deve renunciar às “velhas” práticas pedagógicas e
buscar meios que facilitem a aprendizagem tornando-a mais significativa. Assim,
deve-se conceber um plano para ajudar o aluno a resolver o problema ativamente
“fazendo matemática” e não ficar observando a matemática ser “feita” pelo Professor.

Contudo, podemos planejar e desencadear o trabalho de forma satisfatória


priorizando e contemplando o conhecimento das séries anteriores que os educandos
já possuem.
REFERÊNCIAS

ALVES, Luciana, BIANCHIN, Maysa Alahmar. O jogo como recurso de


aprendizagem. Revista psicopedagógica (online) v. 27 nº 83, 2001.

BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de


matemática. 3.ed. São Paulo: IME/USP, 2002

BRASIL, MEC – Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais:


Matemática 1ª a 4ª série. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino


Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria


de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional da Educação. Câmara
Nacional de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação
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APÊNDICE A

Questionário aplicado aos alunos

1. Você gosta de estudar matemática? Por quê?

2. Costuma tirar dúvidas com o professor quando tem dificuldade na matéria?

3. O que as pessoas dizem para você sobre o estudo da matemática?

4. O que você aprendeu até agora sobre matemática?

5. Você acha que é importante estudar matemática? Por quê?

6. Você já teve uma aula diferente estudando matemática? Como foi?

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