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Josiane Davibida1
José Roberto Costa2
1 INTRODUÇÃO
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Professora graduada em Matemática com especialização em Educação Especial pelo ESAP e
Educação de Jovens e Adultos pela Universidade São Braz.
2
Orientador: Prof. Dr. José Roberto Costa, docente efetivo do Departamento de Matemática da
Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO.
Essa prática tradicional não torna favorável a percepção da relevância do
conhecimento matemático, fazendo com que um número significativo de educandos
passassem a considerá-la como difícil, sem qualquer conexão com a realidade que
vivenciavam.
Mediante essa situação, o professor dessa disciplina passou a ter a
incumbência de estabelecer novas práticas educativas, com a intenção de tornar o
conteúdo mais acessível, propiciando a aprendizagem e despertando um interesse
maior em relação a esse conhecimento.
O ensino de Matemática não pode mais se centrar no uso das atividades
propostas nos livros didáticos, mas incorporar novos elementos que realcem sua
contribuição no desenvolvimento do estudante.
O uso desses novos elementos tem, entre outros objetivos, a intenção de
estimular o raciocínio lógico, que é a capacidade do aluno estabelecer uma
determinada conclusão ou resolver algum problema de forma coerente, empregando
os recursos mais adequados para encontrar a solução ou uma explicação razoável
para o resultado encontrado.
A disciplina de Matemática, em função de seus conteúdos e de suas
atividades, tem a condição de colaborar para que o estudante desenvolva essa
capacidade, indicando a condição de estruturar seu pensamento e agilidade de
raciocínio para resolver o que é proposto pelo docente.
Um fator que colabora para desenvolver o raciocínio lógico nas aulas de
Matemática é a utilização de desafios, como charadas e problemas que “desafiam” o
educando, proporcionando uma motivação maior para participar das aulas e para ter
uma compreensão mais relevante do conteúdo abordado.
Nesse sentido, as aulas de Matemática se tornam mais dinâmicas,
favorecendo interações entre os educandos e o professor, que resultam em
compartilhamento de experiências e conhecimentos, o que contribui para a
compreensão e assimilação do conteúdo.
Outro aspecto a ser considerado é que os desafios possibilitam o emprego da
dimensão lúdica no ensino da Matemática, propiciando aos educandos terem maior
interesse em realizar as atividades propostas.
Considerando essa abordagem, o presente artigo apresenta os principais
resultados relacionados a uma intervenção pedagógica desenvolvida no ensino de
Matemática, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, com a
intenção de contribuir para que a prática docente incorpore novos instrumentos que
tornem a aprendizagem mais motivadora e favoreçam o desenvolvimento do
raciocínio lógico dos alunos.
O projeto foi implementado em uma turma do 7º ano do Ensino Fundamental
do Colégio Estadual Vereador Heitor Rocha Kramer – EFM, situado no município de
Guarapuava – Pr.
A problematização que orientou a realização do projeto de intervenção
envolveu o seguinte questionamento: De que forma o uso de desafios colabora para
o desenvolvimento do raciocínio lógico do aluno e do seu aprendizado dos
conteúdos de Matemática?
2 REFERENCIAL TEÓRICO
[...] papel decisivo, pois permite resolver problemas da vida cotidiana, tem
muitas aplicações no mundo do trabalho e funciona como instrumento
essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas
curriculares. Do mesmo modo, interfere fortemente na formação de
capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento e na agilização do
raciocínio dedutivo do aluno (BRASIL, 1997, p. 15).
[...] uma capacidade que define como pensar de forma mais crítica no que
diz respeito a opiniões, inferências e argumentos, dando sentido ao
pensamento. O raciocínio lógico auxilia os estudantes no entendimento, na
compreensão de conceitos básicos, na verificação formal de programas e
melhor os prepara para o entendimento do conteúdo de tópicos mais
avançados.
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Modelo de palavras-cruzadas com números, em que os espaços são preenchidos com dezenas,
centenas e milhares, o que demanda atenção para a disposição correta nos quadrinhos para
completar o desafio.
uma forma de estimular o educando a empregar seu raciocínio lógico, o que nem
sempre ocorre quando há uma abordagem tradicional do saber matemático.
Na sexta aula, foi possível desenvolver uma atividade com material concreto
(triângulos confeccionados em MDF), o que permitiu visualizar melhor a sistemática
de resolução do desafio proposto. Novello et al. (2009, p. 15), em relação a esse
material, destaca: “O uso de material concreto propicia aulas mais dinâmicas e
amplia o pensamento abstrato por um processo de retificações sucessivas que
possibilita a construção de diferentes níveis de elaboração do conceito”.
Os desafios, conforme identifiquei ao longo da intervenção, propiciam o
emprego de outros materiais, expandindo a forma do aluno interagir com o saber
matemático que é inerente aos desafios e charadas selecionados para as aulas.
Nesse cenário, as aulas se tornaram mais atrativas, em especial, pelo fato de
apresentarem novas formas de interação no processo de ensino.
Houve também a realização de atividades envolvendo o emprego específico
do raciocínio lógico e o desempenho dos alunos foi positivo, pois demonstraram uma
capacidade maior de análise, como também de troca de informações com os
colegas, para conseguirem resolver o que foi proposto.
A sétima aula foi realizada em contraturno, que consistiu em uma Oficina de
Desafios com Palitos de Fósforos, envolvendo os desafios propostos nas apostilas,
englobando os níveis fácil, médio e elevado. A oficina propiciou dinamizar ainda
mais as aulas, permitindo uma boa interação com as atividades realizadas com
palitos, estimulando, em algumas situações, o trabalho em grupo. Parmegiani (2013,
p. 7) reconhece que:
As aulas sob forma de oficina contam com muitos pontos favoráveis, pois
além de servirem de suporte para o professor “ensinar a ensinar”
desmistificam e desconstroem medos e traumas provocados no passado.
As aulas são o espaço em que ocorrem experiências bem sucedidas, visto
que o trabalho desenvolve o gosto pela descoberta, autonomia e coragem
para enfrentar desafios.
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Espécie de palavras-cruzadas com números, idêntico ao Domix, sendo que foi empregado outro
termo pelo fato de ter sido selecionado de uma revista de desafios publicado por outra editora.
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Jogo composto de uma matriz quadrada em que são distribuídos números de 1 a n, cabendo ao
praticante preenchê-la sem que haja repetição em cada linha e coluna. Propicia a utilização do
raciocínio e lógica.
Jogar Sudoku contribui efetivamente para desenvolver competências
importantes tais como analisar, raciocinar, além de desenvolver a
capacidade de concentração e persistência. [...] acredito que o Sudoku pode
ser utilizado nas aulas de Matemática com resultados surpreendentes, pois
os alunos gostam de desafios e logo a competitividade se faz presente. Se
dá a oportunidade de cada estudante criar suas próprias estratégias e
descobrir métodos de solução, desenvolvendo assim a concentração,
raciocínio lógico, memória, paciência e treino.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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O GTR se constitui como uma das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)
e se caracteriza pela interação a distância entre o professor PDE e os demais professores da rede
pública estadual de ensino.
ANDRÉ, M. O que é um estudo de caso qualitativo em Educação? Revista da
FAEEBA, v. 22, n. 40, 2013.