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A matemática sinalizada

Clara Helena Silva do Espírito Santo


Julyana Oliveira Alves
Kelly Rodrigues dos Santos
Michele Tavares da Silva Leite
Tutor Externo: Andressa Maria

RESUMO
O presente trabalho possui o objetivo de investigar quais são as metodologias utilizadas no
ensino de matemática para alunos surdos, identificar quais os desafios que o professor de
matemática enfrenta no processo de ensino e aprendizagem dos surdos, além de trazer reflexões
sobre as metodologias e recursos que possam auxiliar os alunos a desenvolver a aprendizagem
em matemática. As discussões que embasaram esta pesquisa foram fundamentadas em autores
que versam sobre o assunto, com Piaget (1978), Nogueira e Machado (1995), Oliveira (2005) e
Fávero e Pimenta (2005). A construção deste trabalho possibilitou ampliar a percepção sobre o
quanto o uso de metodologias e/ou recursos diferenciados podem fazer a diferença para a
aprendizagem do aluno surdo e que a formação continuada do docente é essencial para que
possa ser ofertado aos alunos meios favoráveis à sua aprendizagem, em particular, na
disciplina de matemática.

Surdos, Metodologias, Ensino, Matemática, Aprendizagem.


Palavras-chave:
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1. INTRODUÇÃO

O ensino educacional no ambiente escolar vem buscando melhorias quanto a


aprendizagem
de crianças surdas por meio da LIBRAS, a partir disso percebeu-se a necessidade do diálogo e
discussões sobre esse tema, e que propostas fossem apresentadas para o ensino.
E para nossa pesquisa em particular o ensino de matemática para alunos surdos.
Alguns alunos apresentam dificuldades na compreensão de conceitos matemáticos, mesmo
aqueles considerados básicos, como operações de soma e subtração. Em geral, os alunos Surdos
não demonstram ter estratégias próprias para resolução de problemas, simplesmente repetem
uma sequência de procedimentos ensinados pelo professor sem compreender a razão desses
procedimentos ou conhecer seu significado.
Com isso vem questionamentos como a língua de sinais deve ser trabalhada?
Em função disso, estamos apresentando uma estratégia para facilitar o aprendizado
LIBRAS/MATEMÁTICA. Um recurso visual, de fácil manuseio e que permita rápida
compreensão de operações de matemática simples. Dessa forma, podemos deixar claro que não
é o aluno que tem que se adaptar, mas é dever da escola desenvolver estratégias pedagógicas que
possibilite ao aluno o acesso ao conhecimento de acordo com sua necessidade.
As discussões que embasaram esta pesquisa foram fundamentadas em autores que versam
sobre o assunto, com Piaget (1978), Nogueira e Machado (1995), Oliveira (2005) e Fávero e
Pimenta (2005)
Piaget (1978) diz que atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais
das crianças. Estas não apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das
crianças, mas meios que contribuem a enriquecer o desenvolvimento intelectual.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Oliveira (2005, p.25), para realizar uma aprendizagem significativa da matemática
em classe de Surdos, o educador deve estar apoiado em um tripé educacional onde estão
presentes “a Língua de Sinais, o conhecimento matemático e uma metodologia apropriada”, pois
sem dominar a Libras, não há comunicação com qualidade.
Destacamos, porém, que uma das principais dificuldades, além da comunicação com
Surdos, é adaptar a linguagem matemática, pois há carência de vocabulário específico em
Língua de Sinais para a diversidade de conceitos (matemáticos) e um professor sem
conhecimento das características da surdez certamente dificultará o acesso à informação por
parte do sujeito Surdo.
Atender ao princípio da diversidade na área da surdez (Decreto Nº 5626/05) significa
diversificar as atividades, realizar práticas de ensino que levem em conta todas as diferenças
linguísticas e culturais dos educandos Surdos.
Como docentes vivemos constantes inquietações acerca da educação de Surdos: como
ministrar aulas de Matemática para Surdos de maneira a proporcionar-lhes um aprendizado
eficaz?
Na busca para repostas para essas inquietações apoiamo-nos em Fávero e Pimenta (2005),
quando afirmam que as estratégias no ensino devam favorecer experiências significativas para o
educando.
A utilização de tecnologias e jogos no contexto educacional possibilita o desenvolvimento
das funções psicológicas superiores (Vigotski,1998); o jogo requer planejamento que permite a
aprendizagem dos elementos sociais em que está inserido (conceitos matemáticos e culturais), é
um meio agradável de trabalhar conceitos matemáticos.

O volume três dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), cita a utilização de jogos como
uma possibilidade para o trabalho em sala de aula que provoca no aluno o interesse e o prazer e
cabendo ao professor analisar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e os aspectos
curriculares que se deseja desenvolver.

...constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que este sejam
apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias
de resolução de problemas e busca de soluções. Propiciam a simulação de situações-
problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das
ações [...] (p. 46).

O caráter lúdico das atividades deve ocupar lugar no planejamento e o professor pode
explorar formas de solução, registros e discussões, introduzir novos conteúdos ou aprofundar os
já trabalhados, com a possibilidade de diminuir bloqueios dos alunos que temem a matemática e
por isso sentem-se incapazes.
Muitas são as situações que podem favorecer a aprendizagem significativa da Matemática
para os Surdos. Se o canal de comunicação dos Surdos é prioritariamente visual, abre-se um
leque de possibilidades de atuação docente. Com a exploração maior dos aspectos visuais, pode-
se incluir com maior efetividade o uso do computador e diversos softwares matemáticos e os
jogos, que segundo a Sociedade Brasileira de Educação Matemática, estão entre as principais
tendências para o ensino da Matemática nas series iniciais. O jogo também se constitui um
recurso que permite a criança Surda vivenciar uma relação não passiva com a linguagem escrita
e sinalizada.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho tem a finalidade de analisar as didáticas, as metodologias utilizadas na


adaptação dos jogos matemáticos para alunos surdos como ferramenta pedagógica para ajudar na
resolução de problemas de aprendizagem. A metodologia realizada foi inicialmente
planejamento de Reuniões semanais com o grupo para discussão e execução do projeto,
conforme a atuação profissional e linha de pesquisa dos integrantes do grupo e investigação dos
problemas inerentes à educação matemática e o processo de ensino e de aprendizagem dos
alunos surdos. O presente trabalho consistiu como pesquisas bibliográficas para que houvesse
embasamentos tanto para construir os materiais didáticos quanto para o desenvolvimento dos
textos artigos, Severino (2007), exemplifica essa metodologia apresentando que “a pesquisa
bibliográfica é aquela na qual o pesquisador busca informações em documentos impressos e em
obras de fontes confiáveis, que darão subsidio para fundamentar o objeto da pesquisa”
(SEVERINO, 2007, p, 127) Ademais optamos por apenas registrarmos em fotos os momentos e
principalmente os materiais.

Imagem 2 – Material construído


Imagem 1 – materiais utilizados para o trabalho (Equação de subtração)

Imagem 3 – Material construído


(Equação de Adição)
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A utilização desses recursos são geradoras de inquietações ao passo que não devem esses
serem compreendidos apenas para um momento recreativo e nem devem serem aplicados de
qualquer maneira, mas que sobretudo, objetiva está em consonância a um determinado conteúdo
aplicado e que o professor tenha domínio sobre esse, sempre respeitando e conhecendo seus
alunos (CARVALHO, 2018).
Nesse víeis todo o material construído buscou atender as necessidades exposta e observadas
no campo de pesquisa. A imagem 2 e 3 que demonstram o material construído, sendo ele
adaptado e inspirado em outros materiais encontrados em sites como Instagram e Pinterest.
A experiência na construção dos materiais possibilitou perceber cada detalhe que deve ser
levado em conta na construção dos materiais, como a compreensão dos conteúdos didáticos e se
esses pode ser desenvolvido ou não por meio dessa metodologia, a aplicação da Libras nos
materiais e ainda o tamanho do material etc. Os materiais construídos auxiliaram na
aprendizagem das operações e noções básicas da matemática, sendo esses conteúdos mais fáceis
de serem compreendidos por meio dos recursos didáticos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos resultados obtidos, evidencia-se a importância de as aulas serem dinâmicas e
não apenas transmitida por intérprete de Libras, pois a matemática é uma disciplina que utiliza
conceitos abstratos, o aluno surdo necessita de uma metodologia de ensino especializada.

• Ressaltamos que os jogos facilitam a compreensão e percepção dos conteúdos aplicados;


• Enfatizamos que o profissional precisa ter formação adequada;
• Observamos que o discente desperta o interesse em sala com materiais concretos;

Concluímos que a pesquisa teve como principal objetivo analisar as estratégias


metodologias utilizadas no ensino de matemática básica para alunos surdos.
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5. CONCLUSÃO
As dificuldades que uma pessoa surda enfrenta no seu processo de formação educacional
são grandes e de variados aspectos. Nesta apresentação, abordamos uma amostra pequena
dessas dificuldades, mas também mostramos que podemos contribuir para que o processo de
ensino aprendizagem, particularmente de matemática para que faça mais sentido para o aluno
surdo. É gratificante podermos contribuir com o aluno apresentando soluções simples e práticas
que podem facilitar o entendimento e melhorar o aprendizado desta disciplina que está presente
no dia a dia de todas as pessoas.
Destacamos que a adaptação de jogos de matemática para alunos surdos constitui-se uma
ferramenta pedagógica eficaz na resolução de problemas matemáticos. Ressaltando que para
que se alcance o resultado proposto, não deve esse ser usado aleatoriamente, ou como uma
opção de recreação. Cabendo ao professor fazer a aplicação em alinhamento com conteúdo
apresentado, é relevante que o educador planeje suas estratégias pedagógicas, ensinando os
alunos a pensarem, trabalhando dessa forma os conceitos de aprendizagem, na classe inclusiva.
A matemática constitui-se de resolver problemas concretos da realidade, fazendo parte do
cotidiano das pessoas.
Outro aspecto importante para o aprendizado é registrado por Nogueira (1995,p.65)
quando observa a dificuldade e fracasso em matemática não acontecem com a mesma
frequência entre os alunos surdos e ouvintes . Conhecer como se processa a escolarização dos
alunos surdos também é importante mostrando recursos didáticos de matemática, para contribuir
para a construção de professores de matemática, identificando a necessidades no âmbito da
educação especial.
Assim este material didático apresentado ajuda um aluno surdo a desenvolver o
aprendizado em relação à matemática básica de uma forma lúdica e de fácil compreensão tanto
em sala de aula como no seu cotidiano.

REFERÊNCIAS

COSTA, Walber Christiano Lima da; MENEZES, Gabrielle Janaina Barros de; CARVALHO, Carla
Cristiana Coelho; LIMA, Valdineia Rodrigues. Recursos didáticos no ensino de matemática:
uma proposta na educação de surdo. In: Revista GPES - Estudos Surdos. Marabá – PA, v. 1. n. 1
(2018) – ISSN 2595 – 9832
MOREIRA, Geraldo Eustáquio. O ensino de Matemática para alunos surdos: dentro e fora do
texto em contexto. Educação Matemática Pesquisa, v. 18, p. 741-757, 2016. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/23486. Acesso em: 06 junho 2023.
ARAÚJO, K. C. S; SANTOS, C. L. Ensino de Matemática para alunos com deficiência
auditiva: Estudo de caso em uma turma de Educação Especial na Escola Carmelita Veras,
município de Barroquinha - CE. 2011. Disponível em:
https://www.artigos.etc.br/ensinodematematica-para-alunos-com-deficiencia-auditiva.html. Acesso
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ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação –
Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. São
Paulo: Ed. Pearson, 2006.
FERREIRA, Gonzaga. Redação científica: como entender e escrever com facilidade. São Paulo:
Atlas, v. 5, 2011.
MÜLLER, Antônio José (Org.). et al. Metodologia científica. Indaial: Uniasselvi, 2013.

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