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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
JOGOS, UMA FORMA DE MOTIVAR, INCENTIVAR E FACILITAR A
APRENDIZAGEM DAS OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS BRINCANDO.

Cecília Aparecida Karpinski1


Arilda Maria Passos 2

RESUMO:

O presente artigo apresenta os resultados obtidos durante a implementação da Produção Didática


(Programa do PDE) no Colégio Estadual Antonio Tupy Pinheiro em Guarapuava-Pr, com uma turma
de 6º ano, cujo tema foi Jogos, como uma forma de motivar, incentivar e facilitar a aprendizagem das
operações fundamentais em situações-problema, com o objetivo de fornecer subsídios aos conteúdos
matemáticos do 6º ano da Educação Fundamental para aqueles alunos que chegaram com
dificuldades em operações fundamentais pudessem, por meio da metodologia dos jogos e
brincadeiras, aprimorar o raciocínio lógico e o aprendizado dos conteúdos não assimilados nas séries
anteriores, buscando tornar as aulas de Matemática mais interativas, despertando a curiosidade e o
interesse dos alunos em questionar, criar situações-problema e encontrarem as soluções.

Palavras-chave: Jogos matemáticos. Aprendizagem. Operações fundamentais.


Situações-problema.

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo trata da aplicação da metodologia dos Jogos no ensino de


Matemática para alunos de 6º ano. É parte conclusiva do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, Programa de Formação em Rede Estadual,
que integra as Escolas as Instituições de Ensino Superior – IES.
Com a aplicação desta metodologia, espera-se que o uso dos jogos como
estratégia de ensino possa preparar os alunos que têm dificuldades com operações
fundamentais, para que tenham condições de assimilar os conteúdos que serão
vistos em anos subsequentes ou em meses subsequentes, uma vez que a
aprendizagem do processo operatório desenvolverão desenvolverá outros
conhecimentos matemáticos, tornando-os mais comprometidos, seguros e criativos
para solucionar problemas.
A ideia de realizar atividades com jogos para o aprendizado das operações
fundamentais surgiu diante da constatação das dificuldades relacionadas com as
operações básicas em situações-problema, apresentadas por alguns alunos ao
1 Professora de Matemática– PDE 2013 cissa1152@yahoo.com.br - Rede Pública – Guarapuava, Pr.
2Professora, Mestre, Orientadora arilda@unicentro.br – UNICENTRO – Guarapuava, Pr
chegarem nessa etapa, ou seja, no 6º ano do ensino fundamental. Com o intuito de
oportunizar o desenvolvimento desses alunos com atividades diferenciadas e levá-
los à compreensão dos conteúdos abordados, buscou-se elaborar este material,
visando facilitar o aprendizado, reforçar conceitos matemáticos, estabelecer relações
com conteúdos que facilitem os cálculos, estimular a capacidade de observação,
concentração, percepção e atenção do educando, bem como promover a
compreensão dos conteúdos abordados.
O aluno, ao participar de atividades com jogos, vê-se diante de certas
situações que o levam a pensar e formar conceitos, quando poderão surgir as
dúvidas. Desta forma, o professor poderá aproveitar a oportunidade para direcionar
didaticamente os conteúdos, organizando, intervindo e estimulando o aluno a
adquirir conhecimento.
Os jogos poderão ajudar a desenvolver a capacidade do aluno na resolução
de problemas, além de facilitar diversas maneiras de resolvê-los, sendo que os
mesmos estabelecem regras e o caminho que vai da imaginação a ampliação do
conhecimento dos conceitos matemáticos. No que se refere às operações
fundamentais, os jogos possibilitam ampliar a sua compreensão e o seu significado,
explorando os conceitos matemáticos para que o aluno venha a refletir, construindo
estratégias, favorecendo uma aprendizagem mais rápida.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Fundamentação Teórica

Silva, afirma que: (2004, p.26) “Ensinar por meio de jogos é um caminho para
o educador desenvolver aulas mais interessantes, (...)”. No momento do jogo
explorado, pode-se ajudar no desenvolvimento matemático dos alunos, aproveitando
o entusiasmo, para que adquiram novos caminhos com essa importante ferramenta,
criando um ambiente que vá despertar o interesse e a motivação. Quando os jogos
são utilizados, é possível observar e verificar se os alunos construiram determinados
conhecimentos. A participação deles torna-se mais ativa e podemos direcioná-los
para que a real dificuldade seja sanada, podendo auxiliá-los à medida que surgem
as dúvidas. Percebe-se uma maior motivação para aprender Matemática quando
brincam, sem se dar conta, muitas vezes, que também estão adquirindo
conhecimentos.
Neste sentido, os jogos matemáticos podem ser vistos como um dos
instrumentos que auxiliará o professor na promoção do interesse e desenvolvimento
no aprendizado do aluno. De forma lúdica, o professor poderá levar o mesmo a
refletir e agir sobre ações e decisões, desenvolvendo sua criticidade frente a
algumas situações, melhorando sua concentração e curiosidade.
Neste sentido Kishimoto (2011) afirma que:

O jogo na educação matemática parece justificar-se ao introduzir


uma linguagem matemática que aos poucos será incorporada aos
conceitos matemáticos formais, ao desenvolver a capacidade de lidar
com informações e ao criar significados cullturais para os conceitos
matemáticos e estudos de novos conteúdos. (p. 95).

De acordo com o autor, o jogo é um importante aliado no desenvolvimento do


aprendizado do aluno, possibilitando estratégias e aprimoramentos dos conteúdos
trabalhados. O jogo coloca a criança diante de situações que vão exigir reflexão e
compreensão por meio de situações lúdicas, que os incentivam e promovem o
aprendizado, desenvolvendo habilidades nas soluções de problemas, assim, “um
aluno entenderá melhor os números, as operações matemáticas e os fundamentos
da geometria se puder torná-los palpáveis”, afirma Antunes, (1998, p. 71).
Por meio da utilização desta metodologia com jogos matemáticos, buscou-se
contribuir para a aprendizagem matemática, incentivando os alunos a
desenvolverem a criatividade, o raciocínio lógico, o trabalho em grupo, a auto-
confiança, oportunizando-os a enfrentar desafios significativos nas práticas
pedagógicas e no cotidiano. A expectativa é de que esta prática propicie um
aprendizado que contribua para melhor interação com essa disciplina.

Os jogos elaborados certamente irão despertar no aluno o interesse pela


disciplina de Matemática, assim que eles perceberem e relacionarem os conteúdos
aprendidos com seu cotidiano. As operações fundamentais (adição, subtração,
multiplicação e divisão) darão a base necessária no processo que levará o aluno
entender outros conteúdos matemáticos mais elaborados. Quando ele adquire uma
boa compreensão dessas operações, passará a ter uma noção de lógica que
facilitará o entendimento para o processo das situações-problema que surgirem no
seu dia a dia.
Assim como ocorre em qualquer aula, a utilização dos jogos deve ser
orientada por uma organização prévia quanto ao material, tempo, regras e outras
condições que podemos proporcionar aos alunos para que haja a integração com os
colegas e com o material dos jogos que apresentamos, levando-os ao estímulo e
concentração para enfrentar os desafios.
O jogo, ainda de acordo com Kishimoto, (2011), deve ser usado na educação
matemática obedecendo certos níveis de conhecimento dos alunos, tidos como mais
ou menos fixos. O aluno já traz algum conhecimento matemático adquirido junto aos
seus familiares e no meio em que vive. Traz também os conhecimentos adquiridos
desde que iniciou sua vida estudantil. Portanto, a atividade de jogos no ensino da
Matemática vai exigir bem mais do professor, tanto na elaboração quanto na
execução, porque, cada aluno traz uma bagagem sociocultural do ambiente em que
vive e, no caso de alunos do 6º ano, já se apropriaram de alguns conhecimentos
matemáticos nos anos iniciais. Conforme Diretrizes Curriculares da Educação
Básica de Matemática do Paraná, (p. 70): “O professor deve considerar as noções
que o estudante traz, decorrentes da sua vivência, de modo a relacioná-las com os
novos conhecimentos abordados nas aulas de Matemática.”
A partir do momento em que a criança compreende o processo aritmético das
operações fundamentais, ela consegue evoluir e compreender matematicamente.
Assim, seu raciocínio é preparado para receber ensinamentos mais complexos de.
Frequentemente, depara-se nas escolas com os professores da disciplina de
Matemática, diante da retratação de avaliações, desapontados com os baixos
índices de aprendizagem de seus alunos nessa disciplina. Neste contexto, os
professores questionam-se muitas vezes, sem saber qual a razão do baixo
desempenho de seus alunos.
O recurso do jogo em sala de aula é uma maneira de sair da rotina do ensino
que os alunos tantas vezes reclamam e, passar a desenvolver de modo mais
divertido um aprendizado que estimule o raciocínio de forma alegre e descontraída,
onde eles aprendem sem desanimar e sem repetições de exercícios. Quando
jogamos com nossos alunos, damos recursos e instrumentos úteis ao aprendizado
dos mesmos. Podemos perceber isso quando Lara (2003) define:
(…) quando nós educadores, centramos todos os nossos esforços
para que ensinar Matemática seja: desenvolver o raciocício lógico e
não apenas a cópia ou repetição exaustiva de exercícios padrão;
estimular o pensamento independente e não apenas a capacidade
mnmônica; desenvolver a criatividade e não apenas transmitir
conhecimentos prontos e acabados; desenvolver a capacidade de
manejar situações reais e resolver diferentes tipos de problemas e
não continuar naquela “mesmice” que vivemos quando éramos
alunos. Somente dessa maneira, será possível pensar em uma
matemática prazerosa, interessante, que motive nossos alunos,
dando-lhes recursos e instrumentos que sejam úteis para o seu dia a
dia, buscando mostrar-lhes a importância dos conhecimentos
matemáticos para sua vida social, culltural e política. (p.19).

Dessa maneira, no momento do jogo, o professor vai precisar agir com


cautela para auxiliar esses alunos no aproveitamento de seus conhecimentos já
adquiridos, tornando-se um colaborador, orientando o trabalho em grupo, fazendo
com que os alunos atinjam níveis mais avançados no conhecimento dos conteúdos.
Outro aspecto a ser considerado é o aspecto social, afetivo e cognitivo,
porque por meio dos jogos, além dos conteúdos que serão assimilados, outro tipo de
aprendizado que ocorre com essa atividade é que, ele aprende a lidar com situações
adversas e a conviver em grupo, expor suas opiniões e ouvir as opiniões dos
colegas. Aprende a perder e constata que perder também faz parte do jogo, e que o
adversário tem que ser respeitado. A compertição deverá ser orientada para que
haja harmonia entre os alunos e reflexão sobre as ações praticadas, e que o
oponente possa elaborar estratégias que poderão levá-lo a vencer na próxima
jogada.

2.2. Processo para a aprendizagem


Para este trabalho, utilizamos os jogos algébricos: Batalha das Operações,
Jogo da Velha das Operações, Bingo das Operações e Quadrado Mágico da Adição
e Subtração. Por meio desses jogos, abordamos a aplicação das operações
fundamentais: adição, subtração, multiplicação e divisão em situações-problema,
cujo objetivo é buscar caminhos para que o aluno sinta satisfação em aprender,
construindo seu conhecimento relacionando a Matemática com as situações do
cotidiano.
Como recursos metodológicos foram utilizados: a sala de aula, TV pendrive,
câmera digital e o material confeccionado (os jogos aplicados).
Tais atividades proporcionaram melhor reflexão por parte dos alunos e
também mais facilidade para o desenvolvimento do cálculo mental, atenção,
agilidade, formação de conceitos, interatividade e sociabilidade.
Constatamos durante a intervenção, que foi possível explorar as melhores
maneiras de inserir os alunos em uma educação que vai condizer com as
necessidades de aprendizagem, tomando o jogo e as brincadeiras como base no
desenvolvimento lógico matemático do aluno, explorando todas as possibilidades de
aprendizagem. O jogo deve estar realcionado com o conteúdo a ser trabalhado.
Conforme Macedo (2005, p.105), “Qualquer jogo, conhecido ou em estudo poderá
ter uma função, desde que se encontre sentido para sua utilização(...)”.

3. APLICAÇÃO DAS ATIVIDADES E DOS JOGOS

No primeiro momento da intervenção, as atividades foram iniciadas com uma


conversa com os alunos, para identificarmos os conhecimentos prévios sobre como
surgiram os números. Verificou-se nesse momento, que os mesmos achavam que
os números sempre existiram e que poucos sabiam que há uma história que se
desenvolveu com a necessidade do homem em contar e fazer cálculos.
Após esse debate, apresentamos o vídeo contando como tudo começou, as
primeiras civilizações e como Matemática é importante no nosso dia a dia:
História dos Números http://www.youtube.com/watch?v=zdiZrW2_B08. e Matemática
no dia a dia http://www.youtube.com/watch?v=IWWPWF6CQ8. Acesso em 21 ago.
2013.
Percebeu-se nesse momento, depois de terem assistido o vídeo e por meio
dos debates e perguntas nesse momento, que houve uma concientização da origem
dos números e da necessidade que o homem teve em contar e calcular ao longo dos
tempos. Mostraram que são curiosos e tem interesse em aprender. As informações
obtidas, serviram para dar início aos trabalhos referentes ao Sistema de Numeração,
surgimento das civilizações, os símbolos que as antigas civilizações usavam para
expressar quantidades, ordens, classes, valor posicional dos números, operaões
fundamentais e atividades referentes aos assuntos tratados.
Na próxima etapa foi aplicado o pré-teste, com questões elaboradas a partir
da Provinha Brasil, das séries iniciais, ou seja, questões de 1º ao 5º ano, para
averiguar suas experiências matermáticas e níveis de conhecimentos, onde
pudemos constatar quais itens os alunos tinham mais dificuldades. Notou-se que,
em muitas questões eles ficavam em dúvida de como resolver, principalmente nas
operações básica de multiplicação e divisão, apresentaram dificuldades. Alguns
alunos, por mais que tenham se esforçado, apresentaram uma defasagem
significativa no aprendizado. Enquanto alguns terminavam em tempo menor de
resolver as questões, outros se prolongavam mais, tentando obter alguma ajuda.
Após todos concluirem o pré-teste, fez-se a correção no quadro negro, com
explicação detalhada de cada questão, evidenciando-se que todas as dificuldades
seriam sanadas posteriomente, que o ano letivo estava apenas iniciando, sendo que
todos tinham condições de aprender os conteúdos que viriam posteriormente.
Na sequência, apresentamos os jogos que seriam trabalhados nas aulas
posteriores. Ao se depararem com os materiais dos jogos, notou-se grande interesse
e muita curiosidade. Fizeram inúmeras perguntas sobre como iriam jogar e o que
iriam aprender, entre outros questionamentos. Pelo simples fato de chegarmos à
sala de aula com um material diferente de livro e giz, chamou a sua atenção.
Queriam saber quando iriam começar a jogar, ficaram anciosos para iniciar logo com
a “brincadeira”, como eles se referiam aos jogos. Não tiveram muita paciência para
ouvir as orientações e as regras que envolviam os jogos apresentados, mas apesar
do tumulto incial, a maioria compreendeu do que se tratava e queriam começar logo
a atividade.
Próximo passo, as aulas começaram a ser desenvolvidas a partir dos jogos
propostos. O primeiro foi o Jogo Batalha das Operações cujo objetivo era exercitar o
cálculo das operações fundamentais em situações-problema e propiciar atividades
que viessem ajudá-los na aprendizagem da adição, subtração, multiplicação e
divisão, envolvendo os números naturais. Verificamos dificuldades com a
organização do material e com a ordem das jogadas. Já que o jogo possui dois
dados grandes, um numérico e outro alfabético, todos queriam jogar os dados,
havendo em certas ocasiões, a intervenção do professor para organizar os grupos.
Como se tratava de uma competição entre os grupos, valendo uma pontuação maior
para aquele que resolvesse antes a questão, o tumultuo foi inevitável, e nem todos
do grupo resolviam a questão proposta na pressa de terminar antes e ganhar a
pontuação. Contudo, no decorrer das atividades eles demonstraram alegria em
compreender os conteúdos envolvidos no jogo, mesmo que tivessem que pensar
mais e se esforçar para resolver as questões. Notamos que foi prazeroso para a
equipe vencedora concluir a atividade com êxito. Os demais alunos argumentavam,
mas sem pensar em derrota ou que não sabiam fazer. O que notamos, foi um
ambiente alegre entre os alunos, sendo possível encaminharmos os conteúdos,
priorizando o aprendizado, as interações e as socializações.

Seguindo para o Jogo da Velha com as operações, que por se tratar de um


jogo de estratégias, o objetivo principal foi o estímulo do aluno em exercitar,
observar, deduzir o raciocínio, promovendo o aprendizado das operações
fundamentais e desenvolvendo o processo de cálculos mentais em situações-
problema, além de estimular e reforçar conceitos matemáticos bem como a
capacidade de observação e concentração.
Ao termino ganhava o jogo quem sabia a tabuada, houve um certo
descontentamento por parte dos alunos que não conseguiam vencer. Mas isso
serviu como estímulo a fim de que eles tivessem mais interesse em aprender o
processo da multiplicação e da divisão. Pediram para que fosse repetido o jogo
alguns dias depois onde percebemos que os conhecimentos da tabuada já estavam
equilibrados, e eles se tornaram mais participativos do que inicialmente, pensando
independentemente e tendo criatividade nas resoluções de situações que se
apresentavam nos jogos.
Na atividade com o jogo Bingo das Operações Fundamentais, propomos a reflexão
por meio de situações que colocam em jogo o conhecimento dos alunos sobre todas as
operações, inclusive as operações inversas e o cálculo mental, sendo que o professor fala
o resultado das operações que aparecem nas cartelas observando como os alunos vão se
sair. No primeiro jogo, procuramos não intervir. Simplesmente explicamos as regras e o
modo de jogar, deixando que eles encontrassem a operação que condizia com o número
citado. Depois de falar todos os resultados das cartelas, nenhum aluno marcou todos os
números, o que demonstrou que os mesmos estavam com dificuldades em realizar cálculos
mentais nas operações fundamentais. Após explicarmos como funcionam os cálculos,
realizamos outros jogos, intervindo sempre que tinham dificuldades. Foi um momento em
que notamos um grande aprendizado.
Figura 3-Bingo das Operações

Fonte: A Autora
No jogo Quadrado Mágico, cujo objetivo é contribuir para o pensamento lógico
matemático, oferecer condições para explorar as operações de adição e subtração e
desenvolver o trabalho de convívio em grupo, o professor atua como mediador, e deverá
encaminhar os alunos para formarem as somas no quadrado mágico, ou seja, soma 12 ou
soma 15, nas linhas horizontais, verticais e diagonais, com números de 0 (zero) a 9 (nove).
Devemos também estimular o aluno a persistir na busca das soluções. Durante esta
atividade, devemos tomar o cuidado com a organização prévia, quanto as regras e o
material. Notamos que houve grande agitação e uma dificuldade quanto a concentração
para realizar a soma e seu inverso, ou seja, a subtração. Diziam que era impossível, que
não iam conseguir formar esse valores nos locais determinados. Mas logo o primeiro aluno
conseguiu realizar e imediatamente, com alegria estampada no rosto, chama a professora e
mostra como realizou certinho todos os cálculos e como dava o mesmo resultado nas
horizontais, verticais e diagonais, demonstrando aos coleguinhas que era possível sim.
Assim todos foram terminando suas somas de 12 e passando para a soma 15 com
interesse e entusiasmo.

Finalmente, depois da aplicação dos jogos propostos, aplicamos o pós-teste,


com questões iguais ao pré-teste onde, observamos que os alunos apresentaram
uma melhora significativa na compreensão e realização das atividades. Verificamos
um grande avanço na fixação dos conteúdos trabalhados e no aprendizado dos
conceitos estudados, além de uma melhor interação e socialização entre os colegas.
A proposta de jogos se mostrou adequada como uma forma alternativa de
aprendizagem capaz de atrair a atenção dos alunos possibilitando a construção de
conhecimento de modo prazeroso.

4. CONSIDERAÇÕES DE PROFESSORES QUE PARTICIPARAM DO GTR

Paralelamente à implementação do projeto de intervenção pedagógica na


escola, tivemos contribuições significativas dos profissionais de educação que
participaram do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), por meio de propostas e ideias,
onde demonstraram acreditar que a utilização dos jogos torna o ensino da
Matemática mais atraente, facilitando o aprendizado dos alunos e podendo
relacionar os conteúdos apresentados nos jogos com situações cotidianas.
Transcrevemos abaixo alguns comentários dos colegas que participaram do
GTR:
Professor 1:
Esta preocupação de como os alunos chegam no 6º ano é de
muitas pessoas. Sempre comento que no Ensino Fundamental,
séries iniciais - em matemática eles deveriam aprender (e bem
aprendido) somente as quatro operações básicas e resolução de
problemas. Se isso fosse possível, não teríamos que ensinar todas
as operações novamente e teríamos crianças capazes de resolver
problemas, o que não acontece na maioria das vezes. Porém se os
alunos vem com pouca bagagem, temos a missão de dar
continuidade ao aprendizado ja adquirido por ele e os jogos são uma
boa estratégia, pois ajuda a interpretação e a busca por soluções
com o desenvolver dos jogos. O que mais me preocupa ainda é a
falta de interesse de muitas crianças, ainda lutamos para mudar esta
situação.

Professor 2:

Através de várias leituras a respeito do uso de jogos como


ferramenta metodológica, fica evidente sua importância no âmbito
escolar. É sabido que os jogos são capazes de fazer a criança
desenvolver-se além de sua capacidade. Tanto no jogo como na
instrução escolar a criança é levada a interagir, construir, re-
estruturar, auto-organizar-se entre outras habilidades essenciais
para o desenvolvimento cognitivo.
Os jogos devem ser bem definidos pelo professor que irá
utiliza-lo, isso fica evidente em seu trabalho. Observa-se na
construção de seu material, a riqueza de atividades que poderão ser
exploradas durante e posteriormente ao ato de jogar enfatizando e
relacionando as operações.
Os materiais disponibilizados, sem dúvida, nos auxiliarão
tanto no ensino e na aprendizagem dos alunos do 6° ano, tornando
nossas aulas mais dinâmicas e os alunos mais receptivos.
Já tenho algumas experiências com jogos em sala de aula, no
começo é complicado , pois nossos alunos estão acostumados com
provas, lista de exercícios entre outros e veem os jogos como
apenas uma brincadeira (até alguns colegas de profissão) e o
barulho é inevitável. Com o passar do tempo tal impressão é
alterada, e já é possível a verificação de resultados positivos.

As interações e debates com os colegas de outras escolas por meio do GTR,


contribuiram com experiências e sugestões de construção de jogos, desde sua
confecção, regras, modo de jogar, colaborando para que todos os participantes
enriqueçam suas aulas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com esta estratégia, verificamos em vários alunos, uma melhora significativa


dos conhecimentos matemáticos, da compreensão de regras, de definições e
estratégias, e de sua capacidade de observação e concentração, o que veio facilitar
os cálculos nas situações-problema e desafios do dia-a-dia.
Portanto, a realização deste trabalhos proporcionou não só um aprendizado
dos conteúdos de operações fundamentais, como também um momento
diferenciado, causando uma maior aproximação entre professora e alunos, uma vez
que por meio dos diálogos realizados, necessários para sabermos os conhecimentos
trazidos, foi possível um envolvimento maior entre as partes, revelando-se um
pouco de suas vidas, o meio em que vivem quais suas necessidades e o que
esperam para o futuro. Foram gratificantes esses momentos de conversas, troca de
informações, participação nas resoluções das situações-problemas que os levaram a
concluir que a Matemática se faz presente em quase todos os momentos de suas
vidas.
A participação de professores através das sugestões pelo Diário e Fórum de
discussão no GTR, também foi um ponto importante. As várias experiências e os
comentários acrescentaram muito para que minhas práticas tenham algo a mais,
enriquecendo o aprendizado dos alunos.
6. REFERÊNCIAS

A História dos Números: http://www.youtube.com/watch?v=zdiZrW2_B08 -Video


acessado em 21/08/2013.

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ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 9 ed.


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BRASIL, Provinha Brasil: http://portal.mec.gov.br/index.php?


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CARRAHER, Terezinha Nunes (org): Aprender Pensando. Rio de Janeiro. Vozes,


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3. ed. São Paulo: Summus, 1986.

EVES, Haward. Introdução à História da Matemática. São Paulo: Unicamp, 2008.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática


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KISHIMOTO, Tizuko M (org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 14 ed..


São Paulo: Cortez, 2011.

LARA, Isabel Cristina Machado. Jogando com a Matemática. São Paulo: Respel,
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MOURA, Manoel Orisvaldo de. O jogo e a construção do conhecimento


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<http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_10_p045-053_c.pdf > Acesso em 27
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REGO, Rogéria Gaudência do; Rômulo Marinho do Rego. Matematicativa. João


Pessoa: Universitária/UFPB, INEP, Comped, 2000

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SILVA, Mônica Soltau da. Clube de matemática: Jogos educativos. Campinhas-SP:


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Diretrizes Curriculares para o educador do Paraná. Curitiba SEED-PR, 2008.

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