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RESUMO
O presente trabalho possui o objetivo de investigar quais são as metodologias utilizadas no
ensino de matemática para alunos surdos, identificar quais os desafios que o professor de
matemática enfrenta no processo de ensino e aprendizagem dos surdos, além de trazer reflexões
sobre as metodologias e recursos que possam auxiliar os alunos a desenvolver a aprendizagem
em matemática. As discussões que embasaram esta pesquisa foram fundamentadas em autores
que versam sobre o assunto, com Piaget (1978), Nogueira e Machado (1995), Oliveira (2005) e
Fávero e Pimenta (2005). A construção deste trabalho possibilitou ampliar a percepção sobre o
quanto o uso de metodologias e/ou recursos diferenciados podem fazer a diferença para a
aprendizagem do aluno surdo e que a formação continuada do docente é essencial para que
possa ser ofertado aos alunos meios favoráveis à sua aprendizagem, em particular, na
disciplina de matemática.
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Oliveira (2005, p.25), para realizar uma aprendizagem significativa da matemática
em classe de Surdos, o educador deve estar apoiado em um tripé educacional onde estão
presentes “a Língua de Sinais, o conhecimento matemático e uma metodologia apropriada”, pois
sem dominar a Libras, não há comunicação com qualidade.
Destacamos, porém, que uma das principais dificuldades, além da comunicação com
Surdos, é adaptar a linguagem matemática, pois há carência de vocabulário específico em
Língua de Sinais para a diversidade de conceitos (matemáticos) e um professor sem
conhecimento das características da surdez certamente dificultará o acesso à informação por
parte do sujeito Surdo.
Atender ao princípio da diversidade na área da surdez (Decreto Nº 5626/05) significa
diversificar as atividades, realizar práticas de ensino que levem em conta todas as diferenças
linguísticas e culturais dos educandos Surdos.
Como docentes vivemos constantes inquietações acerca da educação de Surdos: como
ministrar aulas de Matemática para Surdos de maneira a proporcionar-lhes um aprendizado
eficaz?
Na busca para repostas para essas inquietações apoiamo-nos em Fávero e Pimenta (2005),
quando afirmam que as estratégias no ensino devam favorecer experiências significativas para o
educando.
A utilização de tecnologias e jogos no contexto educacional possibilita o desenvolvimento
das funções psicológicas superiores (Vigotski,1998); o jogo requer planejamento que permite a
aprendizagem dos elementos sociais em que está inserido (conceitos matemáticos e culturais), é
um meio agradável de trabalhar conceitos matemáticos.
O volume três dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), cita a utilização de jogos como
uma possibilidade para o trabalho em sala de aula que provoca no aluno o interesse e o prazer e
cabendo ao professor analisar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e os aspectos
curriculares que se deseja desenvolver.
...constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que este sejam
apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias
de resolução de problemas e busca de soluções. Propiciam a simulação de situações-
problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das
ações [...] (p. 46).
O caráter lúdico das atividades deve ocupar lugar no planejamento e o professor pode
explorar formas de solução, registros e discussões, introduzir novos conteúdos ou aprofundar os
já trabalhados, com a possibilidade de diminuir bloqueios dos alunos que temem a matemática e
por isso sentem-se incapazes.
Muitas são as situações que podem favorecer a aprendizagem significativa da Matemática
para os Surdos. Se o canal de comunicação dos Surdos é prioritariamente visual, abre-se um
leque de possibilidades de atuação docente. Com a exploração maior dos aspectos visuais, pode-
se incluir com maior efetividade o uso do computador e diversos softwares matemáticos e os
jogos, que segundo a Sociedade Brasileira de Educação Matemática, estão entre as principais
tendências para o ensino da Matemática nas series iniciais. O jogo também se constitui um
recurso que permite a criança Surda vivenciar uma relação não passiva com a linguagem escrita
e sinalizada.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
A utilização desses recursos são geradoras de inquietações ao passo que não devem esses
serem compreendidos apenas para um momento recreativo e nem devem serem aplicados de
qualquer maneira, mas que sobretudo, objetiva está em consonância a um determinado conteúdo
aplicado e que o professor tenha domínio sobre esse, sempre respeitando e conhecendo seus
alunos (CARVALHO, 2018).
Nesse víeis todo o material construído buscou atender as necessidades exposta e observadas
no campo de pesquisa. A imagem 2 e 3 que demonstram o material construído, sendo ele
adaptado e inspirado em outros materiais encontrados em sites como Instagram e Pinterest.
A experiência na construção dos materiais possibilitou perceber cada detalhe que deve ser
levado em conta na construção dos materiais, como a compreensão dos conteúdos didáticos e se
esses pode ser desenvolvido ou não por meio dessa metodologia, a aplicação da Libras nos
materiais e ainda o tamanho do material etc. Os materiais construídos auxiliaram na
aprendizagem das operações e noções básicas da matemática, sendo esses conteúdos mais fáceis
de serem compreendidos por meio dos recursos didáticos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esta pesquisa teve como objetivo analisar as estratégias metodológicas utilizadas no ensino
da matemática básica para alunos surdos. Deseja-se que os educandos possam atingir os
objetivos propostos com o material desenvolvido, articulando conforme a intervenção
pedagógica, diminuindo a evasão escolar e elevando a autoestima, assim com desafios de
aprendizagem ao utilizar jogos e materiais concretos para que possam compreender de forma
prazerosa e dinâmica.
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5. CONCLUSÃO
As dificuldades que uma pessoa surda enfrenta no seu processo de formação educacional
são grandes e de variados aspectos. Nesta apresentação, abordamos uma amostra pequena
dessas dificuldades, mas também mostramos que podemos contribuir para que o processo de
ensino-aprendizagem, particularmente de matemática faça mais sentido para o aluno surdo. É
gratificante podermos contribuir com a sociedade apresentando soluções simples e práticas que
podem facilitar o entendimento e melhorar o aprendizado desta disciplina que está presente no
dia a dia de todas as pessoas.
Destacamos que a adaptação de jogos de matemática para alunos surdos constitui-se uma
ferramenta pedagógica eficaz na resolução de problemas matemáticos. Ressaltando que para
que se alcance o resultado proposto, não deve esse ser usado aleatoriamente, ou como uma
opção de recreação. Cabendo ao professor fazer a aplicação em alinhamento com conteúdo
apresentado.
Concluímos que apesar dos avanços educacionais e do apelo por inclusão, os resultados
indicam que ainda há muito a ser feito para que a educação inclusiva realmente aconteça e que é
necessário que a comunidade educativa promova o conhecimento e a integração entre surdos,
professores e intérpretes.
Consideramos que ensino de matemática não pode ser algo penoso nem para o professor e
nem para o aluno, sendo assim, é relevante que o educador planeje suas estratégias pedagógicas,
ensinando os alunos a pensarem, trabalhando dessa forma os conceitos de aprendizagem, na
classe inclusiva, os alunos surdos compreendem melhor os conteúdos de matemática quando as
imagens, as brincadeiras e materiais didáticos constituem esse espaço, juntamente com
exemplos que são do seu cotidiano.
REFERÊNCIAS
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Cristiana Coelho; LIMA, Valdineia Rodrigues. Recursos didáticos no ensino de matemática:
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