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A influência das atividades

lúdicas no aprendizado da
criança na

d uc aç ã o
E
In fa nt ile
A importância dos jogos
e brincadeiras para o
processo de
alfabetização e
letramento.

FORMADORA:
RAFAELA
SANTANA
O Lúdico e a Legislação Brasileira - O lugar do lúdico na Educação Infantil

Vamos refletir um pouco acerca da Educação Infantil e da infância?


Ora, se a Educação Básica começa na Educação Infantil, se a criança frequenta esse espaço, por
direito desde bebê – na creche – e obrigatoriamente a partir dos quatro anos – na pré-escola –, e
se a infância nos remete a brinquedos, brincadeiras, barulho, alegria, encantamento, imaginação,
fantasia, liberdade, magia, entre outras meninices, por que temos dificuldade de transformar a
instituição de Educação Infantil em um lugar lúdico de fato?
Uma das respostas poderia ser: porque a escola é, tradicionalmente, o lugar para promover o
pensamento, a cognição, a reflexão, portanto, um lugar que requer disciplina, organização e
silêncio. Nessa concepção de escola, só cabe a cabeça, o corpo, não. O corpo ocuparia outro
lugar, estaria no âmbito privado, e, sendo assim, brincar, correr e movimentar-se seriam atividades
que a família deveria proporcionar para a criança.
Se o argumento for esse, o nosso contra-argumento poderá ser: a escola se desenvolveu com tal
rigor, porque ela não foi idealizada para receber crianças. As crianças foram paulatinamente
ocupando esse espaço, sendo que as bem pequenas, só muito recentemente. No entanto, hoje as
crianças de todas as classes sociais frequentam desde muito pequenas a escola, uma boa parte
em período integral. E se considerarmos que as famílias estão menores, que os quintais também
foram reduzidos, e que as ruas e

praças tornaram-se lugares hostis para as crianças, qual é então o lugar privilegiado para que a
criança possa se socializar, interagir e brincar?
Estudos recentes revelam ser os primeiros anos os mais preciosos, pois é na primeiríssima
infância que:
· se formam, com mais celeridade e consistência, as sinapses cerebrais que definem as
capacidades, as habilidades e o potencial intelectual e social da pessoa;
· as crianças, por meio das brincadeiras, reelaboram situações, enfrentam desafios, resolvem
conflitos, desenvolvem o raciocínio e a criatividade, levantam hipóteses etc.
Portanto, faz-se necessário que os espaços sejam urgentemente ressignificados, a fim de garantir
que as crianças possam brincar, investigar, correr, pesquisar, pois quanto mais lúdico, cuidadoso,
acolhedor, propositivo e desafiador for o ambiente educacional maior será o desenvolvimento da
criança.
Para tanto, não é preciso inventar a roda, basta se apoiar nos documentos oficiais, como a Síntese
das Diretrizes Curriculares da Educação Básica (CNE), as quais enfatizam que os eixos
norteadores das práticas pedagógicas devem ser as interações e as brincadeiras, garantindo às
crianças as mais diversas experiências, envolvendo as múltiplas linguagens; e a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), que define seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, os quais
devem ser assegurados a todas as crianças, a saber:
Conviver-Brincar-Participar-Explorar-Expressar-Conhecer-se

Diante do exposto, a aposta é que a ludicidade deve ser o ponto de partida dos currículos da
Educação Infantil.

Inserir um pouquinho de textoJogos de alfabetização: é possível aprender brincando?


Cada criança tem as próprias descobertas e jeitos de aprender algo. É comum que surjam dúvidas e
dificuldades enquanto se aprende, por isso, ensinar de forma lúdica é essencial. Uma estratégia é usar
os jogos de alfabetização para melhorar o aprendizado da criança, já que essa é uma etapa
importante na vida escolar dela.
A relação entre diversão e aprendizado torna o processo de alfabetização mais lúdico, além de
prazeroso e produtivo. Na sala de aula, a inserção de jogos faz os alunos socializarem entre si,
formando amizades e vínculos de confiança.
Desse modo, os jogos, além de auxiliarem a criança no processo de aprendizado, também as ajudam
no processo de adaptação ao novo ambiente e ciclo social.
Saiba como os jogos de alfabetização melhoram o aprendizado
Os jogos podem ensinar as crianças a desenvolver diversas habilidades relacionadas à linguagem,
audição, socialização e ao raciocínio lógico, matemático e espacial, por exemplo.
Além disso, as brincadeiras diminuem a rejeição da criança à escola e ao processo de aprendizado,
isso porque os pequenos nem sempre julgam a sala de aula com carteiras um ambiente convidativo.
Assim, os jogos de alfabetização tornam o processo de aprender mais dinâmico e divertido,
incentivando as crianças a adquirir novos conhecimentos.
Nesse contexto, cabe ao colégio e aos professores criar um ambiente escolar acolhedor e
motivacional, onde atividades lúdicas são desenvolvidas. Já à família cabe a função de orientar a
criança no processo de aprendizado, para que seja lúdico e eficaz.

Como trabalhar a alfabetização online?


As tecnologias estão cada vez mais presentes nas salas de aula, seja por meio de computadores e
datashows, seja por meio de sistemas de home theater ou lousas digitais. Alguns colégios fazem
uso intensivo de recursos tecnológicos como ferramenta pedagógica.
Esse é um modo de integrar conhecimentos, melhorar a compreensão dos alunos, instigar a
curiosidade, incentivar o espírito colaborativo entre os estudantes, além de aumentar o interesse
deles pelas aulas. Além disso, atualmente, grande parte dos jogos são digitais, isto é, estão
presentes no universo online, não estão em papel ou tabuleiros.
Isso significa que eles podem ser acessados e jogados em mais de um ambiente, ou seja, na própria
casa do aluno. E o melhor: de graça! Então, listamos abaixo 9 aplicativos que auxiliam o
aprendizado da criança e que podem ser baixados gratuitamente em Android e IOS.

9 jogos de alfabetização para melhorar o aprendizado da criança:

Palmakids: O aplicativo Palma Kids desenvolve de modo lúdico e interativo o conhecimento


sobre as letras do alfabeto. O app ajuda a criança a criar uma memória tanto auditiva como
visual das letras, relacionando sons com imagens. Além disso, a concentração e a
coordenação motora também são treinadas enquanto a criança joga.
Lele Sílabas: Como o nome sugere, o aplicativo brinca com as sílabas das palavras, com foco
nas suas construções. O Lele Sílabas permite que a criança escute diferentes sons silábicos
enquanto monta as palavras. No total, o aplicativo possui 30 fases e ensina mais de 90
palavras e 60 fonemas para a criança.
94 segundos: Este jogo é indicado para crianças um pouco mais velhas, que já sabem
escrever e estão na fase de aumentar o vocabulário e treinar a escrita. O jogo funciona do
seguinte modo: ele sugere um tema e uma letra inicial, por exemplo, letra “R”, tema “esporte”,
e os jogadores precisam encontrar o maior número de letras possíveis dentro de 94 segundos
que estejam relacionadas à letra e ao tema, no caso do exemplo, "rede, raquete, remo”. Cada
palavra vale 1 ponto, vence o jogador que tiver mais pontos ao final da rodada.
Stop: Este jogo é famoso e fez parte da infância de muitas pessoas. Não por acaso, já que
ele ajuda a aumentar o vocabulário e a pensar rápido. As regras são simples: os jogadores
devem sortear uma letra do alfabeto e escrever palavras que comecem com ela dentro de
algumas categorias, como nome, país, animal. Vence quem terminar a rodada primeiro e
gritar “Stop”.
Silabando: Este jogo possui um design simples e interativo, já que ele foi desenvolvido com o
intuito de auxiliar crianças no processo de aprendizado. Indicado para crianças de até 7 anos
de idade, o jogador pode desenvolver sílabas simples e complexas, conhecendo a pronúncia
de cada uma. O jogo está disponível de graça apenas para Android.
Jogo da forca: Este jogo ultrapassou gerações, sendo um clássico da infância de muitas
pessoas. Agora, ele também possui uma versão digital, na qual um painel escolhe uma
palavra e fornece dicas sobre qual é a palavra escolhida, para que os jogadores possam
adivinhar. A cada erro, uma parte do bonequinho é desenhada; se o desenho for completado,
o jogador é eliminado.
Languinis: Languinis é um jogo parecido com o Candy Crush, só que em uma versão mais
infantil e educativa do jogo. O jogador : deve combinar pedras iguais, quando a combinação é
feita, uma palavra é formada. A criança pode aprender diversas palavras novas enquanto
joga. O jogo também possui uma versão multiplayer, o que possibilita a família jogar em
conjunto.
Apalavrados: Este jogo é um quiz, que relaciona letras de um painel com as letras de um
tabuleiro. A lógica é a mesmo de um quebra-cabeça e ganha quem acertar mais palavras. O
jogo também possui a versão multiplayer e está disponível de graça para Android e iOS.

Cocoricó: Um clássico da TV Cultura, o programa também possui um aplicativo que é um


jogo de pega-pega, desenvolvendo a coordenação motora da criança. O jogo se passa em
uma fazenda e aborda situações reais, introduzindo conceitos e ensinamentos de algumas
matérias escolares. O jogo está disponível de graça para Android e iOS.

Elementos lúdicos e intencionalidade pedagógica


Mas, apesar de muito importantes para a alfabetização, os jogos não servem para toda e qualquer
situação. “Eles não dão conta, sozinhos, do processo de alfabetização”, alerta Liane. Ela aconselha
que estratégias mais formais também continuem sendo utilizadas pelos professores.
Para que os jogos tenham a função de ajudar na alfabetização, eles devem ser muito bem
planejados de acordo com a turma. Nesse sentido, os elementos lúdicos precisam se unir à
intencionalidade pedagógica do professor para que a atividade faça sentido.
“Se forem apenas brincadeiras, não cumprem a função didática, e se forem apenas recursos
didáticos, perdem sua natureza de jogo”, destaca Liane. “É a ação docente que, efetivamente, faz
com que artefatos como jogos se constituam como recursos didáticos. O jogo por si só não
promove, necessariamente, as aprendizagens pretendidas.”
Observar muito, intervir pouco, evoluir sempre

Além de muito planejamento, as intervenções e as observações no decorrer dos jogos e após as


atividades são muito importantes para os professores replanejarem o trabalho, averiguando se as
habilidades pretendidas foram atingidas e o que é necessário modificar para avançar. “É no pós-
jogo que o professor vai observar se de fato aquela estratégia cumpriu sua função, que é garantir a
aprendizagem daquele determinado conteúdo”, ressalta Maria José. “Normalmente, o jogo tem a
função de sistematizar algum tipo de reflexão que o professor já promoveu antes.”
Janaína, Gabriela e Sheila comentam que costumam fazer anotações enquanto as crianças jogam.
Nesse momento, é importante notar se o jogo precisa de alguma modificação, seja por falta de
entendimento das regras ou para aumentar ou diminuir a dificuldade, e se os alunos estão se
ajudando ou se seria necessária alguma mudança entre grupos e posições. Também vale observar
se as crianças estão conseguindo jogar sozinhas ou se estão constantemente pedindo a ajuda do
professor e se os estudantes estão evoluindo em relação ao primeiro contato que tiveram com
aquele jogo específico.
Além de observar e anotar, os educadores também podem fazer pequenas intervenções. Elas
podem ser realizadas diretamente pelo docente ou por meio do incentivo para que as crianças
colaborem entre si. Janaína costuma colocar algumas regras nos jogos que facilitam esse
compartilhamento de conhecimento, como a obrigatoriedade de todos do grupo interagirem antes
de uma decisão ser tomada na atividade.
Antes, durante e depois do jogo, o que faz com que a atividade tenha a função alfabetizadora é
justamente a mediação e a observação do professor. Mas Liane dá uma dica: não intervir demais.
“A função docente é essencial. Mas é essencial também para assegurar a natureza do jogo, não
parando o seu fluxo, por exemplo, para dar explicações no quadro enquanto as crianças estão
animadas para seguir jogando. Esse equilíbrio faz parte das artes do fazer docente.”

Jogando para alfabetizar


Confira algumas dicas para usar jogos na sala de aula no processo


de alfabetização

· Conheça sua turma: Diagnostique quais são as habilidades que


precisam ser trabalhadas e escolha o jogo ideal para isso. Divida a
turma a fim de conseguir atingir todas as crianças de forma
direcionada, considerando as diferenças entre elas.
· Adapte os jogos: Seja criando games novos ou modificando
outros já existentes, pense sempre que o contexto deve ser levado
em consideração.
· Converse antes, durante e depois: Os jogos são uma ótima
estratégia de sistematização de conhecimentos – que devem ter
sido apresentados previamente para as crianças, assim como
precisam ser reforçados depois.
· Explique bem as regras: Para que o jogo flua da forma esperada, é
essencial que as crianças compreendam corretamente suas regras
e objetivos.
· Proponha o mesmo jogo mais de uma vez: Isso ajuda a fixar as
reflexões propostas nas atividades.
· Não subestime os jogos: Deixar os games para o fim da aula,
como se tivessem menor importância, não é considerada uma boa
estratégia. Os jogos devem ser bem planejados de acordo com a
intencionalidade pedagógica, ganhando destaque no processo de
ensino e aprendizagem.
· Sempre desafie os alunos: Fique de olho para notar quando um
jogo está ficando muito fácil. Pode ser hora de adaptá-lo ou de
trocá-lo por outro.

Referências:

l https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-ludicidade-como-ferramenta-facilitadora-no-processo-de-
ensino-aprendizagem-na-educacao-infantil.htm
l https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/utilizacao-ludico-como-ferramenta-pedagogica-para-alfabetizacao-
letramento.htm#:~:text=O%20l%C3%BAdico%20enriquece%20o%20vocabul%C3%A1rio,aprendizagem%20divertida%20e
%20de%20sucesso
l http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/198-o-lugar-
do-ludico-na-educacao-infantil
l https://novaescola.org.br/busca?query=neuroci%C3%AAncia+e+a+aprendizagem&submit=
l https://querobolsa.com.br/revista/jogos-de-alfabetizacao-e-possivel-aprender-brincando
l https://novaescola.org.br/conteudo/21265/aprender-brincando-conheca-estrategias-para-utilizar-jogos-na-
alfabetizacao#:~:text=Os%20jogos%20podem%20ajudar%20nos,%2C%20s%C3%ADlabas%20e%20alitera%C3%A7%C3%B
5es%E2%80%9D%2C%20explica

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