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Material Teórico
Rudolf Laban e o Ensino da Dança
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Rudolf Laban e o Ensino da Dança
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer a vida e obra de Rudolf Laban;
· Compreender e identificar as contribuições das pesquisas labanianas
na educação pelo movimento;
· Compreender os estudos e métodos de Rudolf Laban;
· Conhecer e analisar criticamente o ensino de dança sob a perspectiva
contemporânea.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Rudolf Laban e o Ensino da Dança
Rudolf Laban foi um homem de muitas habilidades, estudou arquitetura, foi ilus-
trador, pintor, bailarino, coreógrafo e estruturou um sistema de descrição, análise
e exploração das qualidades de movimento do corpo. Além disso, no decorrer de
sua vida, teve diversas experiências corporais em atividades como a corrida, a pa-
tinação, a cavalgada, dentre outras.
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Você Sabia? Importante!
Rudolf Laban foi um artista contemporâneo de muitos movimentos das vanguardas que
marcaram o início do século XX. Tais movimentos foram responsáveis por uma verdadeira
revolução nos modos de fazer e pensar a arte. Laban esteve engajado principalmente
com o Impressionismo, com o Dadaísmo e o Expressionismo. Sua ideias promoveram uma
ruptura com o balé clássico e impulsionaram novas formas de pensar a dança teatral. Faça
uma pesquisa na internet e descubra mais sobre as vanguardas artísticas europeias.
Laban é filho de um alto oficial militar e viajou por muitos lugares com a sua
família, assim, desde cedo, teve contato com diferentes culturas e fascinou-se pela
diversidade de movimentos e expressões corporais existentes. Em 1891, viajou
com os pais para os Bálcãs (região sudeste da Europa), onde aprendeu danças fol-
clóricas e teve contato com as danças religiosas dos sufis.
O Sufismo é uma corrente mística contemplativa do Islã. Além do Sufismo, Laban foi
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influenciado pela filosofia Rosacruz, pela Teosofia, pela Antroposofia e pela Maçonaria.
Charle Chaplin trata no filme Tempos Modernos (1936) da passagem da produção artesanal
para a produção em série nas fábricas. O filme relata a submissão dos operários a extensas
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Laban disseminou as danças coletivas, chamadas dança coral, nas quais um grande
número de pessoas se reuniam no sentido coletivo, festivo, criativo e mesmo terapêu-
tico. As danças corais foram realizadas por todo o mundo, inclusive no Brasil. Aqui, as
danças corais foram introduzidas por Maria Duschenes, discípula de Laban e principal
difusora de seu legado no país (discorremos sobre ela mais adiante).
Coreologia
Com o propósito de defender o estudo da dança baseado numa metodologia
própria, minuciosa e acadêmica, Rudolf Laban ampliou e desenvolveu o conceito
de Coreologia.
Coreologia é o estudo da gramática e da sintaxe da linguagem do mo-
vimento que lida não só com a forma exterior do movimento, mas tam-
bém com seu conteúdo mental e emocional. (MOTA, 2012, p. 66 apud
LABAN, 1974, p. 8)
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b) uma necessidade maior – p. ex.: extravasar energia e aliviar tensões; ou c) uma
necessidade sutil – p. ex.: a necessidade de expressar a própria singularidade;
• O movimento pode ser também motivado por necessidades sociais, ou seja,
o desejo de integrar-se com outros indivíduos, de maneira a desenvolver um
senso de comunidade e comunhão;
• O movimento tanto é consciente quanto inconsciente.
A partir desses princípios básicos, Laban chegou à conclusão de que era possível
conhecer a finalidade de um certo movimento.
Em Síntese Importante!
Ações de Esforço
Arte do Movimento, Sistema Laban ou Teoria do Movimento são termos usa-
dos para se referir aos estudos acerca da movimentação humana realizados por
Rudolf Laban.
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Ações, para Laban, são, portanto, sempre ações de esforço, ou seja, ações com
determinados tipos de qualidades, acontecendo no dentro/fora do corpo presentes
em qualquer movimento.
Não podemos esquecer que cada pessoa tem características próprias de esforço,
e que a hereditariedade e o meio ambiente têm influência sobre nossos movimen-
tos. A ação interna é resultado não apenas de esforço físico, mas também intelec-
tual e emocional, agindo como uma ação corponectiva.
ideia dicotômica de que corpo e mente são duas instâncias separadas. Assista a entrevista com
Lenira Rengel em https://youtu.be/majIrXZJSpI. Faça anotações dos pontos que mais desper-
taram a sua atenção e compartilhe com os colegas e o professor. Que tal criar um fórum?
Laban destacou as ações dobrar, esticar e torcer como ações funcionais do corpo, pois com-
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põem todo e qualquer movimento. Ao caminhar, quais membros do corpo você mais utiliza?
Agora tente descrever as ações realizadas, ou seja: o que dobra? O que estica?
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Laban delimitou 8 principais ações básicas do movimento:
Fatores de Movimento
• Fluência: também chamada de fluxo, está presente em qualquer ação corporal
e relaciona-se com o controle do movimento. A fluência pode ser livre, fluente,
liberada ou controlada, restrita, cortada.
• Espaço: relaciona-se com o foco e faz nuances entre espaço direto e flexível.
Também podemos nos mover com vários focos.
• Peso: relaciona-se à força. O peso pode ser do firme ao leve.
• Tempo: relaciona-se à velocidade e à duração. Varia do súbito ao sustentado.
Em Síntese Importante!
Por meio dos estudos de Laban, podemos analisar diferentes movimentos, compreendê-los e
ampliá-los não somente no contexto artístico, mas de nossa vida cotidiana, ampliando nossa
consciência corporal e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida como um todo.
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Cinesfera
Imagine que, parados ou em movimento, somos cercados por uma esfera, e
que, ao nos movimentarmos, essa esfera se move conosco. Laban chamou essa es-
fera imaginária, que delimita o espaço no qual acontecem os nossos movimentos,
de cinesfera.
A cinesfera é única para cada pessoa... Você já parou para pensar na extensão dos seus
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O Ensino de Dança sob a
Perspectiva Contemporânea
A arte de dançar está presente em diversas culturas como parte inerente do ser
humano desde os tempos mais remotos.
A dança na escola pode ser compreendida como expressão individual e coletiva
que permite o desenvolvimento integral do ser, atende à sua necessidade de expe-
rimentar o corpo não só para seu domínio, mas na construção de sua autonomia.
Nas últimas décadas, no Brasil, o ensino da dança nas escolas tem sido objeto
de estudo para importantes pesquisadoras como Isabel Marques e Lenira Rengel.
Marques (2003), em seu livro Dançando na escola, aponta para as várias
problemáticas acerca do assunto:
A falta de conhecimento [sobre a dança], por parte dos que integram o
espaço escolar, professores, gestores, ainda é problemática, e continuam
sendo identificados discursos supondo que a “dança na escola é bom para
relaxar”, “para soltar as emoções”, “expressar-se espontaneamente”, e não
são poucos os gestores que querem atividades de dança na escola para
“conter a agressividade” ou “acalmar os alunos. (MARQUES, 2003, p. 23)
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Em 1990, Maria Duschenes apresentou, no palco do Theatro Municipal de São Paulo, a dança
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Pedagogia pela USP, Mestre em Dança pelo Laban Centre for Movement and Dance, Londres
(hoje Trinity Laban), e doutora pela Faculdade de Educação da USP/1996. Marques fundou
e dirige o Caleidos Cia. de Dança desde 1996. Saiba mais sobre a trajetória de Marques na
entrevista: https://youtu.be/zKGJYuSSu10
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Instituto Caleidos
Conheça ainda o portal do Instituto Caleidos, de Isabel Marques.
https://bit.ly/2JA5NXI
Livros
Pequena viagem pelo mundo da dança
RENGEL, Lenira; Langendonck, Rosana van. Pequena viagem pelo mundo da
dança. São Paulo: Editora Moderna, 2006.
Linguagem da dança: arte e ensino
MARQUES, Isabel. Linguagem da dança: arte e ensino. São Paulo: Digitexto, 2010.
Leitura
Dança, a poética do corpo
Leia a matéria publicada pelo Instituto Arte na Escola, Dança, a poética do corpo.
https://bit.ly/1F2PHO5
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Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Arte / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997.
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