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Manifestações Rítmicas

e Expressivas
Material Teórico
Rudolf Laban e o Ensino da Dança

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Bruno Fischer Dimarch

Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Rudolf Laban e o Ensino da Dança

• Vida e Obra de Rudolf Laban;


• Coreologia;
• Ações de Esforço;
• Ações Corporais e os Fatores de Movimento;
• Cinesfera;
• O Ensino de Dança sob a Perspectiva Contemporânea.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer a vida e obra de Rudolf Laban;
· Compreender e identificar as contribuições das pesquisas labanianas
na educação pelo movimento;
· Compreender os estudos e métodos de Rudolf Laban;
· Conhecer e analisar criticamente o ensino de dança sob a perspectiva
contemporânea.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Rudolf Laban e o Ensino da Dança

Vida e Obra de Rudolf Laban


Rudolf Jean-Bapstiste Attila Laban, mais conhecido como Rudolf Laban, nasceu
em 1879 na cidade de Possony, atual cidade de Bratislava, capital da República
Eslovaca, e faleceu em 1958, na Inglaterra.

Destacamos aqui Laban como um


dos importantes pensadores da
dança moderna ocidental do sécu-
lo XX. A arte do corpo promovida
por Laban possibilitou que baila-
rinos e artistas despertassem um
novo olhar para a dança e amplias-
sem a consciência corporal em re-
lação aos movimentos.

Figura 1 – Laban e seus dançarinos


Fonte: Wikimedia Commons

Laban elaborou teorias que envolveram estudos profundos acerca do movimen-


to humano. Suas pesquisas e métodos (ainda muito atuais) trouxeram, ao encontro
das grandes transformações e mudanças que marcaram a vanguarda modernista,
novas concepções para se pensar a dança.

Rudolf Laban foi um homem de muitas habilidades, estudou arquitetura, foi ilus-
trador, pintor, bailarino, coreógrafo e estruturou um sistema de descrição, análise
e exploração das qualidades de movimento do corpo. Além disso, no decorrer de
sua vida, teve diversas experiências corporais em atividades como a corrida, a pa-
tinação, a cavalgada, dentre outras.

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Você Sabia? Importante!

Rudolf Laban foi um artista contemporâneo de muitos movimentos das vanguardas que
marcaram o início do século XX. Tais movimentos foram responsáveis por uma verdadeira
revolução nos modos de fazer e pensar a arte. Laban esteve engajado principalmente
com o Impressionismo, com o Dadaísmo e o Expressionismo. Sua ideias promoveram uma
ruptura com o balé clássico e impulsionaram novas formas de pensar a dança teatral. Faça
uma pesquisa na internet e descubra mais sobre as vanguardas artísticas europeias.

Laban é filho de um alto oficial militar e viajou por muitos lugares com a sua
família, assim, desde cedo, teve contato com diferentes culturas e fascinou-se pela
diversidade de movimentos e expressões corporais existentes. Em 1891, viajou
com os pais para os Bálcãs (região sudeste da Europa), onde aprendeu danças fol-
clóricas e teve contato com as danças religiosas dos sufis.

O Sufismo é uma corrente mística contemplativa do Islã. Além do Sufismo, Laban foi
Explor

influenciado pela filosofia Rosacruz, pela Teosofia, pela Antroposofia e pela Maçonaria.

As transformações decorrentes do período pós-guerra e a industrialização impli-


caram movimentos cada vez mais limitados. Por exemplo, a rotina dos operários
nas linhas de produção fazia com que os homens tivessem seus movimentos dita-
dos pelo ritmo das máquinas, de maneira mecânica e repetitiva. Essas mudanças
influenciaram diretamente os estudos de Laban, que aspirava por movimentos es-
pontâneos e livres.

Charle Chaplin trata no filme Tempos Modernos (1936) da passagem da produção artesanal
para a produção em série nas fábricas. O filme relata a submissão dos operários a extensas
Explor

jornadas de trabalho e as consequências da repetição de movimentos de forma cômica. Con-


fira o filme Tempos Modernos em https://youtu.be/3tL3E5fIZis. Agora, reflita: será que nós
também nos movimentamos de maneira padronizada?

Laban acreditava que a prática de exercícios físicos promovia o bem-estar e que


o corpo poderia se expressar mesmo nos movimentos mais simples do dia-a-dia.
O coreógrafo foi um grande responsável pela democratização da dança, pois na
teoria labaniana, a dança é para todos e pode ser realizada por todos.

As pesquisas de Laban disseminaram-se pelo mundo todo e, como artista versátil,


influenciou diversas áreas de conhecimento para além da dança.
A Teoria de Movimento de Laban era aplicada nestas danças por meio do
que ele denominou de episódios expressivos, os quais são temas ou pro-
postas de características de movimentos para serem improvisados. Havia
dançarinos profissionais (hoje chamados de animateurs de dança) entre

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amadores. Eles eram treinados para expressar os episódios expressivos


e, a partir desta estrutura e/ou estímulo, as outras pessoas criavam seus
próprios movimentos. (RENGEL, 2003. p. 95, grifo nosso)

Você Sabia? Importante!

Laban disseminou as danças coletivas, chamadas dança coral, nas quais um grande
número de pessoas se reuniam no sentido coletivo, festivo, criativo e mesmo terapêu-
tico. As danças corais foram realizadas por todo o mundo, inclusive no Brasil. Aqui, as
danças corais foram introduzidas por Maria Duschenes, discípula de Laban e principal
difusora de seu legado no país (discorremos sobre ela mais adiante).

Coreologia
Com o propósito de defender o estudo da dança baseado numa metodologia
própria, minuciosa e acadêmica, Rudolf Laban ampliou e desenvolveu o conceito
de Coreologia.
Coreologia é o estudo da gramática e da sintaxe da linguagem do mo-
vimento que lida não só com a forma exterior do movimento, mas tam-
bém com seu conteúdo mental e emocional. (MOTA, 2012, p. 66 apud
LABAN, 1974, p. 8)

Laban analisou de forma sistemática o movimento humano com o propósito de


entender as leis que o rege. Para ele, teoria e prática são indissociáveis, bem como
corpo e mente são uma unidade inseparável.
O teórico identificou propriedades básicas inerentes ao movimento, o que
permitiu a elaboração de proposições que possibilitaram estabelecer princípios
básicos de entendimento e de aplicação do movimento. De acordo com Mota
(2012, p. 63), foi estabelecido que:
• O movimento é universal;
• O movimento está em todas as coisas vivas; movimento é igual à vida;
• A qualidade da vida está diretamente relacionada à sofisticação do movimento;
• A intenção, a variedade e a complexidade são características do movimento
que fornecem as informações sobre a qualidade geral da vida;
• O corpo humano é uma unidade de aspecto tríplice, isto é, uma trindade com-
posta por corpo, mente e espírito; que são interdependentes e relacionados
ao movimento;
• O movimento é sempre usado para duas finalidades distintas, tais como: a) o al-
cance (ou realização) de valores tangíveis, em todos os tipos de trabalho; b) para
abordar os valores intangíveis, como, por exemplo, na prece e na adoração;
• O ser humano move-se para satisfazer um desejo, uma necessidade, que tanto
pode ser: a) uma necessidade básica – p. ex.: ir de um lugar a outro (locomoção);

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b) uma necessidade maior – p. ex.: extravasar energia e aliviar tensões; ou c) uma
necessidade sutil – p. ex.: a necessidade de expressar a própria singularidade;
• O movimento pode ser também motivado por necessidades sociais, ou seja,
o desejo de integrar-se com outros indivíduos, de maneira a desenvolver um
senso de comunidade e comunhão;
• O movimento tanto é consciente quanto inconsciente.

A partir desses princípios básicos, Laban chegou à conclusão de que era possível
conhecer a finalidade de um certo movimento.

Em Síntese Importante!

Compreender o estudo da dança através dessa sistematização facilita o desenvolvimen-


to do movimento e da consciência corporal, além de permitir a análise, o registro e a
comunicação de dados teóricos e práticos de uma maneira eficaz, confiável e de fácil
interpretação, não só em termos quantitativos, mas também em termos qualitativos.

Ações de Esforço
Arte do Movimento, Sistema Laban ou Teoria do Movimento são termos usa-
dos para se referir aos estudos acerca da movimentação humana realizados por
Rudolf Laban.

Esses estudos resultaram em nomenclaturas que tratam dos elementos que


podem ter um movimento, um gesto, uma ação, uma dança.

Vale conhecer um pouco mais dos


estudos e métodos labanianos, pois
continuam sendo utilizados como
material de aprendizagem e ensino
por profissionais não só da dança,
mas de outras áreas ligadas à ex-
pressão do corpo.

É interessante compreendermos que, para Laban, nossos movimentos nascem


de impulsos internos, denominados “esforço”.
Todos os movimentos humanos estão indissoluvelmente ligados a um
esforço o qual, na realidade, é seu ponto de origem e aspecto interior.
O esforço e a ação dele resultante podem ambos ser inconscientes e
involuntários, mas estão sempre presentes em qualquer movimento
corporal; se fosse de outro modo, não poderiam ser percebidos pelos
outros nem se tornar eficazes no meio ambiente da pessoa em movimento
(LABAN, 1978, p. 51-52).

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Ações, para Laban, são, portanto, sempre ações de esforço, ou seja, ações com
determinados tipos de qualidades, acontecendo no dentro/fora do corpo presentes
em qualquer movimento.

Não podemos esquecer que cada pessoa tem características próprias de esforço,
e que a hereditariedade e o meio ambiente têm influência sobre nossos movimen-
tos. A ação interna é resultado não apenas de esforço físico, mas também intelec-
tual e emocional, agindo como uma ação corponectiva.

Corponectivo é o termo estudado por estudiosos contemporâneos da dança, como Lenira


Rengel, ele nos leva a compreensão de corpo integrado. O termo Corponectivo rompe com a
Explor

ideia dicotômica de que corpo e mente são duas instâncias separadas. Assista a entrevista com
Lenira Rengel em https://youtu.be/majIrXZJSpI. Faça anotações dos pontos que mais desper-
taram a sua atenção e compartilhe com os colegas e o professor. Que tal criar um fórum?

Ações Corporais e os Fatores de Movimento


Para Laban, todos nós sabemos fazer ações como andar, saltar, girar, falar... e
essas ações podem se transformar em dança.

Ao longo da vida, nossas ações corporais tornam-se padrões de movimento


repetido, devido à limitação de movimentos utilizados no dia a dia, o que impacta
em nossa experiência com o movimento.

As ações corporais são também os aspectos que temos em comum com as


outras pessoas, pois, dentro das limitações e possibilidades de cada indivíduo, todos
podem realizá-las. Porém, mesmo sendo comuns ao ser humano, essas ações não
são iguais para todos, pois cada um encontra um jeito de realizá-las dentro de sua
esfera particular de movimento (veja cinesfera adiante).

Laban destacou as ações dobrar, esticar e torcer como ações funcionais do corpo, pois com-
Explor

põem todo e qualquer movimento. Ao caminhar, quais membros do corpo você mais utiliza?
Agora tente descrever as ações realizadas, ou seja: o que dobra? O que estica?

As pesquisas e a dança de Rudolf


Laban consideram a esfera parti-
cular de cada um, respeitando a
singularidade de cada indivíduo, as
diversidades dos corpos e os mui-
tos modos de dançar.

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Laban delimitou 8 principais ações básicas do movimento:

Quadro 2 – Lista das oito ações básicas, de acordo com Lanben


AÇÃO BÁSICA ESPAÇO PESO TEMPO
Torcer Flexível Firme Sustentado
Pressionar Direito Firme Sustentado
Chicotear Flexível Firme Súbito
Socar Direito Firme Súbito
Flutuar Flexível Leve Sustentado
Deslizar Direito Leve Sustentado
Sacudir Flexível Leve Súbito
Pontuar Direito Leve Súbito

Fonte: Rengel (apud PERAL et al., 2017, p. 33).

As oito ações básicas listadas acima possuem determinados tipos de qualidades,


chamadas por Laban de fatores de movimento. A variação de qualidade dos fato-
res de movimento está no cerne

Os quatro fatores de movimentos são: fluência, espaço, peso e tempo e estão


presentes em qualquer movimento que façamos.

Esses fatores geralmente são com-


postos por duas polaridades, no
entanto, possuem infinitas gra-
dações (tais gradações não são
iguais porque variam de pessoa
para pessoa, de acordo como
cada um se movimenta).

Fatores de Movimento
• Fluência: também chamada de fluxo, está presente em qualquer ação corporal
e relaciona-se com o controle do movimento. A fluência pode ser livre, fluente,
liberada ou controlada, restrita, cortada.
• Espaço: relaciona-se com o foco e faz nuances entre espaço direto e flexível.
Também podemos nos mover com vários focos.
• Peso: relaciona-se à força. O peso pode ser do firme ao leve.
• Tempo: relaciona-se à velocidade e à duração. Varia do súbito ao sustentado.

Em Síntese Importante!

Por meio dos estudos de Laban, podemos analisar diferentes movimentos, compreendê-los e
ampliá-los não somente no contexto artístico, mas de nossa vida cotidiana, ampliando nossa
consciência corporal e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida como um todo.

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Cinesfera
Imagine que, parados ou em movimento, somos cercados por uma esfera, e
que, ao nos movimentarmos, essa esfera se move conosco. Laban chamou essa es-
fera imaginária, que delimita o espaço no qual acontecem os nossos movimentos,
de cinesfera.

Figura 2 – A cinesfera foi representa por Laban pelo icosaedro.


Fonte: Wikimedia Commons

“Na realidade, [a cinesfera] nunca sai de sua esfera pessoal de movimen-


to, mas a leva consigo como uma carcaça.” (LABAN apud RENGEL,
2017, p. 42).

A cinesfera é única para cada pessoa... Você já parou para pensar na extensão dos seus
Explor

movimentos? Você consegue ampliá-los? Diminuí-los? Experimente!

Na prática, ao explorarmos o espaço de nossa cinesfera, através de práticas e


exercícios com essa finalidade, tomamos consciência de nosso espaço no mundo,
despertando-nos para a consciência corporal e novas possibilidades de movimento.
O treinamento das escalas dentro desta espacialidade imaginada por La-
ban junto às infinitas ações corporais é uma possibilidade de ampliação do
repertório de movimentos. E, como temos dito o tempo todo, se somos
corponectivos, se expandimos nossos movimentos para várias direções,
ampliamos também nossas ideias, nossos pensamentos, nosso pré-con-
ceitos. (RENGEL, 2017, p. 42)

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O Ensino de Dança sob a
Perspectiva Contemporânea
A arte de dançar está presente em diversas culturas como parte inerente do ser
humano desde os tempos mais remotos.
A dança na escola pode ser compreendida como expressão individual e coletiva
que permite o desenvolvimento integral do ser, atende à sua necessidade de expe-
rimentar o corpo não só para seu domínio, mas na construção de sua autonomia.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental – Arte, estabelecidos em 1997,


Explor

reconheceram que o ensino de dança na escola pode desenvolver na criança a compreensão


de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo
funciona, reconhecendo que a mesma poderá usá-lo com maior inteligência, autonomia,
responsabilidade e sensibilidade. Como a linguagem da Dança está tanto na Educação Física
quanto na Arte, recomendamos a leitura do modo como esses são abordados no documento
supracitado. Atualmente, os Parâmetros Curriculares Nacionais foram substituídos pela Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), todavia, recomendamos sua leitura devido à qualidade
com a qual delineia o ensino de dança nas escolas. Disponível em https://bit.ly/1Sbj3UQ.

Nas últimas décadas, no Brasil, o ensino da dança nas escolas tem sido objeto
de estudo para importantes pesquisadoras como Isabel Marques e Lenira Rengel.
Marques (2003), em seu livro Dançando na escola, aponta para as várias
problemáticas acerca do assunto:
A falta de conhecimento [sobre a dança], por parte dos que integram o
espaço escolar, professores, gestores, ainda é problemática, e continuam
sendo identificados discursos supondo que a “dança na escola é bom para
relaxar”, “para soltar as emoções”, “expressar-se espontaneamente”, e não
são poucos os gestores que querem atividades de dança na escola para
“conter a agressividade” ou “acalmar os alunos. (MARQUES, 2003, p. 23)

De acordo com Lenira Rengel (2017, p. 68):


[...] o ensino de Dança é geralmente pautado sob uma ótica tradicional,
baseada em exercícios de cópia e repetição de movimentos, sem reflexão,
criação ou atitude crítica que estuda o corpo em uma perspectiva
reguladora a partir de técnicas específicas.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental – Educação Física afirmam que,


Explor

independentemente de qual seja o conteúdo escolhido, os processos de ensino e aprendiza-


gem devem considerar as características dos alunos em todas as suas dimensões (cognitiva,
corporal, afetiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção social). Sobre o jogo da
amarelinha, o voleibol ou uma dança, o aluno deve aprender, para além das técnicas de
execução, a discutir regras e estratégias, apreciá-los criticamente, analisá-los esteticamen-
te, avaliá-los eticamente, ressignificá-los e recriá-los. Disponível em https://bit.ly/2O1i2jQ

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UNIDADE Rudolf Laban e o Ensino da Dança

Retomamos aqui a importante contribuição de Rudolf Laban para a educação


do movimento. Os ensinamentos de Laban preservam os movimentos naturais do
ser humano, valorizam o repertório corporal de cada indivíduo e a diversidade dos
corpos A teoria labaniana valoriza a dança na escola e, ainda hoje, faz-se presente
em muitas instituições de ensino.

No Brasil, a húngara Maria Duschenes (1922-2014) divulgou o método de Laban


contribuindo para a formação de muitos alunos e professores de dança. Duschenes
implantou a dança coral no Brasil e realizou junto com seus colaboradores trabalhos
educativos em dança em escolas públicas e privadas, favelas, penitenciárias e
centros de reabilitação.

Em 1990, Maria Duschenes apresentou, no palco do Theatro Municipal de São Paulo, a dança
Explor

coral Origens I, com 150 pessoas. Confira o vídeo: https://bit.ly/2L5kE28

Isabel Marques é escritora, coreógrafa, diretora e professora de dança. É formada em


Explor

Pedagogia pela USP, Mestre em Dança pelo Laban Centre for Movement and Dance, Londres
(hoje Trinity Laban), e doutora pela Faculdade de Educação da USP/1996. Marques fundou
e dirige o Caleidos Cia. de Dança desde 1996. Saiba mais sobre a trajetória de Marques na
entrevista: https://youtu.be/zKGJYuSSu10

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Instituto Caleidos
Conheça ainda o portal do Instituto Caleidos, de Isabel Marques.
https://bit.ly/2JA5NXI

Livros
Pequena viagem pelo mundo da dança
RENGEL, Lenira; Langendonck, Rosana van. Pequena viagem pelo mundo da
dança. São Paulo: Editora Moderna, 2006.
Linguagem da dança: arte e ensino
MARQUES, Isabel. Linguagem da dança: arte e ensino. São Paulo: Digitexto, 2010.

Leitura
Dança, a poética do corpo
Leia a matéria publicada pelo Instituto Arte na Escola, Dança, a poética do corpo.
https://bit.ly/1F2PHO5

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Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Arte / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares


Nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF:
MEC/SEF, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,


DF: MEC, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>.
Acesso em: 14 jan. 2018.

MARQUES, Isabel. Dançando na escola. São Paulo: Cortez; 2003

MOTA, Julio. Rudolf Laban, a coreologia e os estudos coreológicos. [s.l].:


[s.e.], 2012.

RENGEL, Lenira Peral. Dicionario Laban. São Paulo: Annablume, 2003.

RENGEL, Lenira Peral et al. Elementos do Movimento na Dança. In: RENGEL,


Lenira Peral Rengel; OLIVEIRA, Eduardo; GONÇALVEZ, Camila Correia Santos;
LUCENA, Aline; SANTOS, Jadiel Ferreira dos. Salvador: UFBA, 2017.

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