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Aptidão Física e Desempenho Físico
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Aptidão Física e Desempenho Físico
• Introdução;
• Resistência;
• Força;
• Velocidade;
• Agilidade;
• Equilíbrio;
• Flexibilidade;
• Coordenação Motora.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer as principais capacidades físicas do condicionamento físico;
• Compreender os mecanismos básicos de função das capacidades físicas;
• Evidenciar a importância das capacidades aeróbia, anaeróbia e de força.
UNIDADE Aptidão Física e Desempenho Físico
Introdução
É fato que a finalidade do treinamento físico é aprimorar a aptidão física, com o propó-
sito de obter domínio sobre o treinamento promovido no corpo do indivíduo, fazendo-se
necessário compreender algumas características, tais como os princípios do treinamento,
identificar as cargas internas promovidas pelo treinamento para ter um treino melhor
ajustado, favorecendo as adaptações fisiológicas positivas e diminuindo o risco de lesões.
Não invariavelmente, você já deve ter realizado algum exercício físico com a intenção
de melhorar a sua aptidão, buscando suportar maior tempo em atividade, ou maior so-
brecarga de peso, seja para puxar ou empurrar, ou ainda para realizar uma tarefa em
menor tempo, ou movimentar-se com mudança de direção em menor tempo possível,
ou mesmo manter a sua posição em situação de desequilíbrio, ou possuir maior liberda-
de/amplitude de movimentos com algum segmento corporal e até mesmo realizar uma
tarefa motora com grande grau de precisão e qualidade.
Sobre essas caraterísticas, você deve ter percebido que estão diretamente relacionadas
às capacidades/qualidades físicas, representadas da seguinte maneira, respectivamente.
Resistência
Pode ser considerada como a capacidade psicofísica de sustentação de uma atividade
por determinado período, possibilitando a manutenção do estímulo muscular para a
realização da tarefa (GOMES, 2009).
Você sabe que a realização de qualquer ação muscular será sempre dependente da
utilização de energia bioquímica (promovida pela liberação do fosfato da molécula de
adenosina) conhecida como ATP.
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Capacidade de Resistência Aeróbia
É tida como uma das principais capacidades para a maior parte das modalidades
esportivas. Elevados níveis nessa capacidade possibilitam o desenvolvimento de todas
as outras capacidades, por se tratar de capacidade que quando altamente desenvolvida
promove a possibilidade de recuperação dos estoques energéticos com maior eficiência
e velocidade, sendo uma das principais quando a modalidade esportiva envolve longa
duração e de leve a moderada intensidade – pode ser utilizado qualquer exercício que
seja executado com repetições múltiplas interligadas.
Importante!
Nesta oportunidade não elencaremos todas as alterações fisiológicas, pois as mesmas já
foram discutidas em outras disciplinas.
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UNIDADE Aptidão Física e Desempenho Físico
Para ter êxito se faz importante que o estímulo oferecido promova redução significati-
va de CrF, ou seja, é necessária intensidade máxima e duração mínima de 10 a 15 segun-
dos, podendo chegar a 60 segundos, com intervalos entre 2 a 3 minutos, para permitir
uma recuperação satisfatória, que possibilite atingir a mesma performance (intensidade)
na execução seguinte.
Força
Pode ser considerada como o esforço muscular para superação da resistência externa
e de ação oposta a essa resistência (MATVEEV, 1991). Os esforços musculares são con-
dições básicas para qualquer gesto esportivo (ação motora), sendo que a manifestação
desse esforço muscular (força) possa ter diferentes formas. Como regra básica temos
em mente que a unidade de medida de força é Newton (N), que matematicamente se
expressa da seguinte forma:
Nesse formato, teremos sempre uma grande relação entre massa (quantidade de qui-
los que imporemos ao movimento), com a nossa capacidade de aceleração dessa massa
(velocidade de movimento da massa), assim como apresenta o Quadro 1, onde você
pode perceber que à medida que diminui a massa, a velocidade de movimento aumenta
– e esta alteração induz a manifestações diferentes da capacidade de força, tais como:
• Força máxima: capacidade de produzir tensão muscular máxima em uma única ação;
• Potência: conhecida também como força explosiva, é a capacidade de gerar a maior
tensão muscular sem apresentar prejuízo na velocidade de execução do movimento;
• Resistência de força: capacidade de produzir tensão muscular por longo período,
sem perda de eficiência.
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Além dessas características do treinamento de força, o tipo de contração muscular
também pode promover alterações no padrão de adaptação fisiológica, especialmente
quando o ventre muscular gera tensão, a qual provoca uma força maior que a resistên-
cia, de modo que o ventre muscular se encurtará, caracterizando contração concêntrica.
Enquanto não for possível sustentar o peso (resistência) da carga, a força gerada pela
resistência passará a ser maior que a força aplicada, de modo que mesmo gerando ten-
são o ventre se alongará, caracterizando a contração excêntrica. E no caso da tensão
gerada pelo músculo, empatará com a resistência, caracterizando a contração isométri-
ca, onde não ocorrerá movimento.
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% do máximo
100
95 2 3
90 3 5
85 5 7
80 6 10
75 8 12
70 10 15
65 15 20
60
55
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Número de repetições
Velocidade
É a capacidade que permite ao indivíduo realizar uma ação motora no menor tem-
po possível. Devemos considerar velocidade como uma variável física, expressa pela
seguinte fórmula:
Ela pode ser aprimorada, pois é dependente da relação entre força, resistência, flexi-
bilidade e coordenação, de modo que o seu desenvolvimento deve levar em consideração
a especificidade à qual será aplicada.
É importante considerar que a velocidade depende da reação motora, que é o interva-
lo de tempo entre o estímulo para a ação motora até o início da ação motora; por exem-
plo, o sinal de largada de uma corrida até o início do gesto motor da corrida, envolvendo
a ativação dos receptores sensoriais ao sinal; transmissão pelo sistema nervoso aferente;
processamento do sinal no cerebelo e propagação pelo sistema nervoso eferente; ação
muscular dependente da estimulação eferente, iniciando a ação motora.
Vale considerar que a velocidade pode se apresentar em diferentes formas, tais como:
• Aceleração: capacidade de aumentar rapidamente a velocidade, partindo da situação
de repouso, muito dependente da força explosiva;
• Velocidade máxima: capacidade de o sistema neuromuscular vencer o maior espa-
ço possível através de um esforço máximo;
• Velocidade de resistência: capacidade de resistir à fadiga durante a aplicação de
esforços de intensidade máxima ou submáxima.
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Agilidade
É a capacidade de realizar movimentos rápidos com mudança de direção e sentido,
com deslocamento do centro de gravidade de todo o corpo ou parte dele.
Alguns autores como Schmid e Alejo (2002) sugerem que outras capacidades como
equilíbrio, força, resistência e coordenação podem ser consideradas componentes im-
portantes que auxiliam o desenvolvimento da agilidade.
Existindo como sugestão de trabalho dessa capacidade, deve-se ter uma frequência de
treino entre 2 a 3 vezes por semana em períodos de base para o desenvolvimento da ca-
pacidade e uma frequência de 1 a 2 vezes para sua manutenção em períodos competitivos.
Equilíbrio
É a capacidade de manter a posição estável, estabelecida pelo corpo, podendo ser
em situação:
• Estática: capacidade de manter o corpo estável em situação sem movimento, ca-
racterizada por mudança do centro de gravidade do corpo em relação ao ponto de
apoio, com manutenção dessa posição durante determinado período, sempre com
o intuito de recuperar a posição após perturbação da mesma, que pode ser pro-
movida com a utilização de uma superfície instável, ou por forças externas sobre o
corpo, forçando a mudança do centro de gravidade, exigindo grande capacidade de
recrutamento dos proprioceptores musculares para ativar grupos musculares que
possam se opor ao desequilíbrio;
• Dinâmica: capacidade de manter o corpo em movimentação uniforme; desenvol-
ve-se com a utilização de exercícios diversificados que promovem influência sobre o
sistema vestibular, tais como giros, cambalhotas, balanços seguidos por corridas ou
ações musculares – em especial, de locomoção.
Flexibilidade
É a capacidade de obtenção de grandes amplitudes articulares durante a execução
dos movimentos, constantemente emprega-se a essa característica o termo mobilida-
de, em especial quando existe a aproximação de um lado da articulação sobre o outro
(GOMES, 2009). A flexibilidade pode aparecer de duas formas:
• Ativa: obtenção de grande amplitude por ação dos próprios grupos musculares, deter
minando, assim, o movimento;
• Passiva: quando a obtenção da amplitude ocorre por ação de forças externas à
ação muscular do indivíduo.
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Coordenação Motora
É a capacidade de direcionar os movimentos conforme as soluções da tarefa motora.
Baseia-se predominantemente na precisão das percepções motoras (cinestésicas), relacio-
nadas às percepções visuais e auditivas, sendo desenvolvida com a diversidade de ações
técnicas e táticas – sendo que a coordenação das ações motoras depende da capacidade
de acionar as fibras intramusculares, intermusculares e proprioceptores sensoriais.
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Assim, ótimos níveis de coordenação motora permitem, ao indivíduo, reorganizar
rapidamente os movimentos conforme as condições necessárias para a resolução da
tarefa, como no caso de modalidades esportivas, onde o atleta, pela ação do adversário,
necessite modificar a sua ação motora, situação em que será exigida identificação da
sua localização no espaço, força, tempo e ritmo de movimento, capacidade de manter o
equilíbrio, velocidade, flexibilidade.
É importante mencionar que a aptidão física engloba diferentes dimensões, tais como
psicológicas, biológicas e sociais, sendo que os itens aqui mencionados fazem referência
à dimensão biológica, na qual se enquadra a aptidão motora, com aspectos voltados
para a saúde (força, resistência muscular, flexibilidade, resistência cardiorrespiratória e
composição corporal), assim como aspectos relacionados a habilidades esportivas (velo-
cidade, agilidade, equilíbrio e potência). O grande intuito da Educação Física em relação
a essa característica é proporcionar a possibilidade de o indivíduo apresentar um desem-
penho físico compatível com as suas atividades físicas diárias – quando consideramos a
aptidão relacionada à saúde. Já quando pensamos na aptidão relacionada às habilidades
esportivas, trata-se de prorrogar o surgimento precoce da fadiga durante a realização
das ações motoras, otimizando o seu desempenho.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Treinamento desportivo
GOMES, A. C. Treinamento desportivo: estruturação e periodização. [S.l.]:
Artmed, 2009.
Leitura
Respostas Metabólicas e Hormonais ao Treinamento Físico
https://bit.ly/3so2SYV
Aptidão Física – Aspectos Teóricos
https://bit.ly/32oUZrD
Flexibilidade e Esporte: Uma Revisão da Literatura
https://bit.ly/32cchIg
Efeito da prática do Futebol no desempenho em agilidade, velocidade e coordenação de meninos
na categoria dentinho ou Sub 11 (10 e 11 anos de idade)
https://bit.ly/3mHSzgZ
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Referências
BARBANTI, V. J. Treinamento físico: bases científicas. 3. ed. São Paulo: CLR
Balieiro, 1996.
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