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Prof.esp. Monteverde
INTRODUÇÃO.
Aspectos determinantes de um bom resultado nas corridas de fundo são o consumo máximo de
oxigênio (VO2 máximo), o limiar anaeróbio e a economia de corrida. Porém, a economia de corrida passa a ser
revista como tão importante em corridas de resistência que Vancini e Lira (2005) chegam a afirmar que para dois
atletas com níveis de VO2 máx semelhantes à economia de corrida passa a ser o melhor predito de desempenho
e de sucesso esportivo, sendo considerada mais importante que o VO2 máx. O presente livro apresenta a
justificativa de treinos de força para a melhora da economia de corrida de fundo, como fator fundamental na
elaboração do treinamento para estes atletas, e enfatiza a importância de periodizar esta capacidade física para
uma construção segura e eficiente em seus desempenhos. Com o objetivo de facilitar a compreensão, foram
descritos no decorrer do livro aspectos fundamentais metabólicos, como a capacidade de resistência e a
flexibilidade. No entanto, a presente obra tem o objetivo de desmistificar que apenas os aspectos fisiológicos
centrais deverão ser observados e também abrir o horizonte para novas propostas, como o treinamento de força,
para a melhora da economia de corrida.
Hegedüs (1988) relatou que em meados do século XVII, o capitão inglês e atleta Robert “Barclay”
Allardice foi uma grande referência esportiva em atletismo, sendo comparado a Paavo Nurmi e Emil Zatopek. Os
ingleses, mesmo que empiricamente, perceberam que o aumento da capacidade cardiorrespiratória era
importante para o incremento da resistência em provas de longa distância, e utilizavam recursos não
convencionais, como massagem, corrida em apneia e uma dieta especial destacando a ingestão de cerveja e de
licores por parte do atleta. O treinamento dos corredores ingleses carregava maneiras singulares e talvez não
aplicáveis para nossa atual geração. O dia de treino era estruturado da seguinte maneira: acordavam cinco
horas da manhã e, em jejum, realizavam um trote rápido por cerca de 800m. No café da manhã, os atletas
ingeriam pão preto, cerveja e carne. Na sequência, continuavam o treino correndo de 8 a 13km. Ao meio-dia,
dormiam e depois realizavam uma marcha de 6km. Às 16 horas faziam a maior ingestão de alimentos, que
consistia em mais carne e cerveja. Depois, terminavam o treino correndo lentamente por mais 8km. Os
corredores eram orientados a realizar esse tipo de treinamento em ciclos de quatro semanas, intercalando uma
semana de descanso em que eram realizados banhos turcos nos atletas, que os ingleses chamavam de “curas
de transpiração”.
RESISTÊNCIA
Entende-se como resistência (R) a capacidade de um organismo em
realizar determinado exercício de forma eficaz, superando a fadiga. O nível de
desenvolvimento dessa qualidade é determinado pelo potencial energético do
organismo, pelas particularidades da modalidade, pela eficácia técnica e tática e
pelas capacidades psíquicas (BARBANTI, 2010; FORTEZA, 2007; PLATONOV,
2004). É uma das capacidades bimotoras que podem ser responsáveis pelo
sucesso de um atleta em diferentes modalidades esportivas. Em modalidades
cíclicas como a ultramaratona, o treinamento de resistência é enfatizado durante
toda a temporada, porém os meios e métodos utilizados durante o período de
preparação vão variar de acordo com o calendário e a treinabilidade do atleta (IDE,
LOPES & SARRAIPA, 2010).
Esta capacidade pode ser subdividida em Resistência Geral e
Resistência Específica, de acordo com a especificidade das cargas e
dos exercícios; em Resistência Aeróbia (RA), Resistência Anaeróbia
Lática (RAL) e Resistência Anaeróbia Alática (RAA), de acordo a via
metabólica predominante; em relação à duração da carga e do tempo
de repouso em Resistência de Longa Duração (RLD), Resistência de
Média Duração (RMD), Resistência de Curta Duração (RCD); ou pela
relação com outras capacidades condicionantes em Resistência de
Força (RF) e Resistência de Velocidade (RV) (HARRE, 1987 apud
FORTEZA, 2007)
FLEXIBILIDADE
A Flexibilidade (FLE) é um componente importante da aptidão física, podendo ser definida como a maior amplitude
fisiológica de movimento para a execução de um gesto qualquer sem causar danos à musculatura ou às articulações. Uma
vez a flexibilidade sendo uma característica específica para a articulação e o movimento realizado, cada atividade impõe
exigências particulares ao praticante (FARINATTI, 2000). A FLE desenvolve-se através de três métodos: o método ativo, o
método passivo, e a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). No método ativo, a amplitude do movimento é
conseguida sem ajuda através da contração do músculo agonista; enquanto que no método passivo essa maior amplitude
é obtida através de influências externas, como a ação da gravidade, de parceiros, do uso de implementos ou de
grupamentos musculares não envolvidos no exercício. Esses dois métodos podem ser estáticos ou dinâmicos (balísticos
ou funcionais). O método FNP utiliza a influência recíproca entre o fuso muscular e o Órgão Tendinoso de Golgi de um
músculo entre si e com os do músculo antagonista, para obter maiores amplitudes de movimento (DANTAS, 1999 apud
BADARO, SILVA & BECHE, 2007). Quando aplicada, ocorre relaxamento muscular reflexo que, associado com
3- Concreto: Nível de amortecimento muito baixo. Não é recomendado para nenhum praticante
em corrida. O estresse mecânico é alto nas articulações, cartilagens, ligamentos, músculos e ossos.
4- Grama: Nível de amortecimento alto. Indicado para treinamento de técnica, treinos de ritmo e
longos. Deve-se ter certeza que o local para este tipo de treino esteja sem buracos e falhas que venham
comprometer a integridade do praticante. Poderá ser usado para todos os níveis de praticantes
5-Terra: Nível de amortecimento alto. Indicado para treinamento de alta intensidade e treinos longos.
Poderá ser usado para todos os níveis de praticantes.
6-Pista de atletismo: Nível de amortecimento alto. Usado para treinos técnicos, educativos,
velocidade e intervalados. Poderá ser usado para todos os níveis de praticantes.
7- Esteira: Nível alto de amortecimento. Usado para treinos específicos de controle de cargas, chuva
e avaliações. No entanto, na esteira a mecânica da corrida é diferente de correr na rua. Na rua o corpo se
impulsiona à frente para a fase final do movimento de corrida, na esteira essa fase de propulsão é facilitada
pela lona. Isso acarreta mudanças significativas na mecânica natural da corrida. O fato de você diminuir a ação
do deslocamento à frente tende a fazer com que você salte mais na esteira, fazendo movimentos mais
verticalizados.