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MATERIAL DE APOIO – 2º Semestre

Educação Física – 2ª Série – Prof. Beth e Jamille


Aluno (a): _____________________________ Turma: _________

Valências Físicas
São aptidões potenciais físicas de uma pessoa, definindo os pressupostos dos movimentos desde os mais simples aos
mais complexos. Conceituadas como todo atributo físico treinável num organismo humano. Em outras palavras, são
todas as qualidades físicas motoras passíveis de treinamento, comumente classificadas em diversos tipos: força,
resistência, velocidade, agilidade, coordenação, flexibilidade, mobilidade e equilíbrio. As valências físicas são
determinadas geneticamente, todos os seres humanos nascem aptos a desenvolver estas capacidades (por isso
aptidões em potencial), algumas com maior potencial que outras para os limites desse desenvolvimento. Portanto,
todos nascem com uma capacidade de gerar força, resistência, por exemplo. Mas as habilidades motoras são
movimentos aprendidos que dependem do treinamento, ninguém nasce sabendo jogar vôlei ou basquete.

São divididas em dois grupos:


 
 Capacidades condicionais
 Capacidades coordenativas

As capacidades físicas condicionais são: a força, flexibilidade, velocidade e resistência e têm aspectos fisiológicos
fundamentalmente dentro do metabolismo energético, determinadas pelos processos que conduzem à obtenção e
transformação de energia.

Capacidades coordenativas são: capacidades determinadas, essencialmente, por componentes onde predominam os
processos de condução nervosa, isto é, elas possuem a capacidade de organizar e regular o movimento, constituindo-
se, portanto, na base para o aprendizado, execução e domínio dos gestos técnicos.

Aquilo que se denomina técnica no esporte apoia-se e é determinado, preponderantemente, pelas capacidades
coordenativas. Estas podem ser classificadas de diversas formas, mas para facilitar nosso entendimento vamos nos
prender nas mais conhecidas que são as capacidades de equilíbrio, ritmo e coordenação motora.

Capacidades Físicas Condicionais

Resistência Geral: É um dos componentes básicos do rendimento desportivo, podemos definir como a capacidade que
permite: Resistir psíquica e fisicamente à instalação da fadiga, diminuindo assim o risco de lesões, já que muitas estão
associadas à fadiga, recuperar rapidamente dos efeitos do treino ou competição, realizar esforços de intensidade
diversa, sob fadiga, suportar o ritmo de jogo até ao final, mantendo um nível de execução técnica elevado durante todo
o jogo.

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Resistência Aeróbia: É a capacidade do indivíduo em sustentar um exercício que proporcione um ajuste
cardiorrespiratório e hemodinâmico global ao esforço, realizado com intensidade e duração aproximadamente longas,
onde a energia necessária para realização desse exercício provém, principalmente, do metabolismo oxidativo - o
sistema oxidativo impõe considerável demanda sobre a capacidade do organismo de liberar oxigênio aos músculos
ativos. A maratona (corrida de 42km) é a prova máxima desta valência física.

A melhoria da resistência aeróbia provoca os seguintes resultados nos atletas:

 aumento do volume do coração.


 aumento do número de glóbulos vermelhos e da taxa de oxigênio transportado pelo sangue.
 aperfeiçoamento dos mecanismos fisiológicos de defesa orgânica.
 redução da massa corporal; melhora da capacidade de absorção de oxigênio.
 redução da frequência cardíaca no repouso e no esforço.
 diminuição do tempo de recuperação.
 pré-disposição para um ótimo rendimento no treinamento de resistência anaeróbia.
 aumento na capacidade dos atletas para superar uma maior duração nas sessões de treinamento.

Resistência Anaeróbia: A qualidade física que permite um atleta a sustentar o maior tempo possível uma atividade
física numa situação de débito de oxigênio. É a capacidade de realizar um trabalho de intensidade máxima ou
submáxima com insuficiente quantidade de oxigênio, durante um período de tempo inferior a três minutos. O
desenvolvimento da resistência anaeróbia em atletas de alto nível possibilita o prolongamento dos esforços máximos
mantendo a velocidade e o ritmo do movimento, mesmo com o crescente débito de oxigênio, da consequente fadiga
muscular e o aparecimento de uma solicitação mental progressiva.

Resistência Muscular Local (RML): É a qualidade física que permite o atleta realizar no maior tempo possível a
repetição de um determinado movimento com a mesma eficiência. Sendo a capacidade do músculo em trabalhar
contra uma resistência moderada durante longos períodos de tempo. Ela propicia uma adaptação anatômica primária
nas estruturas musculares, visando o trabalho de força que virá posteriormente.

O treinamento da resistência muscular localizada (RML) está condicionada por variáveis fisiológicas e psicológicas
como:

 as condições favoráveis de circulação sanguínea local.


 uma grande concentração de mioglobina nos músculos locais o que permite o maior armazenamento de
sangue a nível muscular.
 a capacidade de consumo de oxigênio durante o esforço e a capacidade psicológica de resistir a uma repetição
de esforço no mesmo grupo muscular.

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O desenvolvimento da RML apresenta alguns efeitos favoráveis:

 capacidade para execução de um número elevado de repetições dos gestos específicos


desportivos.
 melhor elasticidade dos vasos sanguíneos.
 melhor utilização de energia.
 acumulação mais lenta de metabólitos nos músculos.
 maiores possibilidades para um trabalho posterior de desenvolvimento de qualquer tipo de força.

Força

É a capacidade de exercer tensão contra uma resistência. Pode ser dividida em:
 
Força Máxima (Fmáx.): é a maior tensão que pode ser executada, voluntariamente, pelos músculos numa determinada
posição, ou seja, é o valor mais elevado de força que o sistema neuromuscular de um indivíduo consegue desenvolver
com uma contração máxima. É uma capacidade que serve de base ao desenvolvimento das outras formas de
manifestação de força, sendo calculada, através da quantidade máxima de peso/força numa repetição única (1
repetição máxima – 1 RM).

Força Dinâmica: É o tipo de qualidade na qual a força muscular se diferencia da resistência produzindo movimento, ou
seja, é a força em movimento. Na maioria dos casos de treinamento esta qualidade física é desenvolvida nas fases de
preparação física geral. Pode ser chamada também como força isotônica.

A força dinâmica pode divide-se em dois subtipos: Força absoluta, que é o valor máximo de força que uma pessoa
pode desenvolver num determinado movimento; Força relativa, que é o quociente entre força absoluta e o peso
corporal da pessoa. Contrações dinâmicas são aquelas em que o comprimento dos músculos varia, onde os
movimentos articulares são visíveis e são definidas como isocinéticas, concêntricas e excêntricas.

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Força Estática: Ocorre quando a força muscular se iguala à resistência não havendo
movimento. É a força que explica o fato que ocorre a produção de calor, mas não ocorrendo
o movimento, é também conhecida como força isométrica. Se a resistência não apresenta
mudança articular, a contração dos músculos é estática também classificada como
isométrica. A força estática não está evidente em muitos desportos e sim em situações
especiais das disputas onde ocorrem oposições para os gestos específicos da modalidade.

Força Explosiva: É a capacidade que o atleta tem de exercer o máximo de energia num ato
explosivo. Pode ser chamado também de potência muscular. A força explosiva deve ser
considerada em treinamento desportivo como força de velocidade, exigindo assim que os
movimentos de força sejam feitos com o máximo de velocidade. Aconselha-se à força
explosiva, um trabalho precedente de coordenação de domínio do corpo, sendo que, após o
mesmo, empregar pequenas cargas com uso de medicinebol, sacos de areia, pesos leves,
entre outros, pela necessidade de não perder-se velocidade de movimentos, além do uso de pequenas cargas
possibilita um maior número de repetições de exercícios.

Velocidade

É uma capacidade inata de executar movimentos cíclicos na mais alta velocidade individual possível. Depende das
conexões neurológicas e da quantidade de fibras de contração rápida presentes na musculatura. Estas qualidades são
determinadas geneticamente. Todos podem melhorar significativamente a sua velocidade, porém, somente o indivíduo
bem dotado nesse sentido conseguirá obter resultados superiores. É, por exemplo, de vital importância nos atacantes
de qualquer desporto.

Velocidade de Reação: Rapidez com a qual uma pessoa é capaz de responder a um


estímulo (visual, auditivo ou tátil). Tempo requerido para ser iniciada a resposta a um
estímulo recebido.

A Reação a estímulos pode ser de dois tipos: Reação Simples e Reação Complexa.
No futebol, a velocidade raramente se apresenta na sua forma pura, mas sim associada
à força rápida, à resistência e às capacidades coordenativas. Assume um papel decisivo
na resposta às diversas situações/ações técnico/táticas do jogo. Uma das características mais importantes na
apreciação individual de um jogador é a sua velocidade (capacidade para reagir, para executar e se deslocar).
Velocidad
e de Resistência: Resulta da combinação da velocidade e da resistência e podemos
defini-la como capacidade de realizar ações frequentes e repetidas, durante o jogo, à
máxima velocidade. Objetivando o aumento da capacidade para produzir energia através
do sistema anaeróbio de forma rápida e contínua e acelerando a recuperação após a
realização de exercícios de elevada intensidade.

Velocidade de Deslocamento: É a forma de manifestação da velocidade que permite


percorrer o máximo espaço na unidade de tempo ou a capacidade máxima de uma
pessoa deslocar-se de um ponto a outro. Depende em grande parte do dinamismo dos
processos nervosos atuantes no sistema motor e que tem como variáveis principais as
fibras de contração rápida.
Pode-se considerar a velocidade de movimentos dependendo de três fatores: amplitude
de movimentos, força dos grupos musculares como fatores coadjuvantes, eficiência do
sistema neuromotor como fator básico. Muitos autores citam a velocidade como a capacidade motora mais importante
no rendimento desportivo do futebol atual. Por isto a velocidade é cada vez mais o indicador do nível do jogo.
Flexibilidade
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É uma qualidade física evidenciada pela amplitude dos movimentos das diferentes partes do corpo num determinado
sentido e que depende tanto da mobilidade articular como da elasticidade muscular. É a capacidade de realizar
movimentos em certas articulações com amplitude de movimento apropriada. Os exercícios exigem um músculo
estirado ou em extensão, que deve ser máxima, desde sua origem até o seu ponto de inserção. A musculação pode
limitar a flexibilidade, mas, se combinado com o trabalho de força, esse prejuízo pode ser evitado, já que sabe-se que
não existe impedimentos para a coexistência entre flexibilidade e hipertrofia muscular nas mesmas zonas corporais.

Flexibilidade Estática: Ocorre quando se mantém uma determinada posição durante um certo tempo. Está relacionada
com a amplitude do movimento sem ênfase na velocidade (flexão do tronco à frente, de
forma lenta, tocando no chão com a ponta dos dedos).

Flexibilidade Dinâmica: Quando há uma mobilização, normalmente brusca dos segmentos


corporais e com retorno quase imediato à posição inicial. Relaciona-se com a capacidade
para conseguir uma determinada amplitude de movimento a uma certa velocidade.

Capacidades Físicas Coordenativas

Coordenação Motora (destreza)

São capacidades que permitem coordenar os gestos motores mais complexos, utilizar racionalmente as habilidades
motoras adquiridas e adaptá-las rapidamente às novas situações, permitindo executar movimentos de forma
coordenada, eficaz e precisa, tanto em situações previsíveis como imprevisíveis.

As capacidades coordenativas dizem respeito aos processos de organização, controle e regulação do movimento,
ajudando no domínio de situações que exigem uma resposta rápida (reação motora) e racional, constituem a base de
uma boa capacidade de aprendizagem, permitem identificar a posição do próprio corpo, ou parte dele, numa relação
espaço-temporal, possibilitando uma economia de energia, já que, mais depressa e eficazmente poderão ser
aprendidos movimentos novos ou difíceis, aumentando o equilíbrio mesmo em situações complexas, possibilitando a
execução de gestos motores ou técnicos de acordo com ritmos pré-determinados.

Agilidade

Habilidade que se tem para mover o corpo no espaço. Habilidade do corpo inteiro, ou de um segmento, em realizar um
movimento, mudando a direção, rápida e precisamente. Requer uma combinação de várias qualidades físicas e
embora dependa da carga hereditária, pode ser bastante melhorada com o treinamento.

Equilíbrio
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É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares como propósito de assumir e sustentar o
corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade.

Equilíbrio Estático: É o equilíbrio conseguido numa determinada posição, e não deve ser
treinado em separado nas sessões de preparação física devendo fazer parte dos treinos
dos gestos técnicos específicos do desporto visado.

Equilíbrio Dinâmico: É o equilíbrio conseguido em movimento e que depende do


dinamismo dos processos nervosos, e seu desenvolvimento é obtido pela aplicação de
exercícios técnicos do desporto em treinamento, podendo ser trabalhado juntamente com
os fundamentos técnicos da modalidade.

Equilíbrio Recuperado: É quando ocorre o deslocamento do corpo, acompanhado de uma


fase aérea seguida da recuperação, ou seja, perde-se momentaneamente o contato da
base de apoio do solo ou do aparelho. É uma valência física característica do final dos
saltos em distância e triplo (atletismo), saídas da barra fixa, trave de equilíbrio, etc
(ginástica artística) e outros esportes, como o esqui, judô, voleibol...

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