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ESCOLA SECUNDÁRIA STUART CARVALHAIS

EDUCAÇÃO FÍSICA

CONHECIMENTOS

FICHAS DE APOIO – 8º ANO


ESSTUCA EDUCAÇÃO FÍSICA

8º ANO FICHA DE APOIO FICHA Nº 1A

CAPACIDADES MOTORAS (I)

Todos temos um conjunto de capacidades que traduzem as possibilidades e as potencialidades de


desenvolvimento de cada uma das pessoas.

Entre essas capacidades encontramos as Capacidades Motoras que se caracterizam pelas


possibilidades que as pessoas apresentam na realização das actividades físicas tanto no que se refere à
quantidade da acção motora (Capacidades Motoras Condicionais) como à qualidade com que as
acções são realizadas (Capacidades Motoras Coordenativas).

Dentro destas, vamos analisar aquelas que são consideradas as Capacidades Motoras de base e
que são essenciais na capacidade de esforço (entendida como a possibilidade duma pessoa
desenvolver uma actividade física num tempo mais prolongado quanto possível) e na
caracterização do tipo de actividade. Estamos a referir às Capacidades Motoras Condicionais. A
saber: a Resistência, a Velocidade, a Força e a Flexibilidade.

Considerando a quantidade da massa corporal envolvida na solicitação duma capacidade


motora, podemos dizer que as Capacidades Motoras podem ser “predominantemente orgânicas” ou
“predominantemente musculares”.

As “Capacidades Motoras Predominantemente Orgânicas” são aquelas que para serem


solicitadas tem que se utilizar mais de 2/3 da massa corporal, dependendo principalmente das funções
cárdio-circulatória e respiratória. São capacidades que estão relacionadas com os processos de
obtenção de energia. São os casos da Resistência e da Velocidade com base na corrida como meio
educativo.

As “Capacidades Motoras Predominantemente Musculares” são aquelas que solicitam


menos de 1/3 da massa corporal e, como tal, são localizadas – dependem dum determinado músculo
ou grupo muscular e das suas estruturas complementares. São capacidades que, para além de estarem
relacionadas com os processos de obtenção de energia, estão relacionadas com os processos de
controlo do movimento dependentes do sistema nervoso. São os casos da Força, da Flexibilidade e
da Velocidade com base em acções localizadas (Por exemplo, a velocidade gestual com que
movimento um braço - a velocidade de lançamento, a velocidade de remate, a velocidade de
serviço, etc.).

A importância das Capacidades Motoras está no facto que elas estão directamente
relacionadas com a Aptidão Física que tem uma importância fulcral no estado da Condição Física
das pessoas e na possibilidade de aprender e evoluir no domínio das habilidades das diferentes
Actividades Físicas.
Por outro lado, o desenvolvimento elevado e equilibrado das diferentes capacidades
motoras está associado aos factores de saúde, tendo como consequência a melhoria ou a
manutenção dos indicadores que normalmente são utilizados para identificar o estado de saúde. Seja
este visto em cada momento da vida das pessoas ou seja visto a médio ou longo prazo. Podemos dizer
que o treino e o desenvolvimento das Capacidades Motoras é como a alimentação: não é por
comer hoje que não preciso comer amanhã, não é por ir comer amanhã que não preciso comer hoje.
Contudo, os hábitos de alimentação que criar hoje vão ter repercussões nas opções que irei ter amanhã.
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8º ANO FICHA DE APOIO FICHA Nº 2A

CAPACIDADES MOTORAS (II)

As Capacidades Motoras que vamos analisar são aquelas que a literatura especializada denomina
como condicionais porque são um conjunto de possibilidades das pessoas que funcionam como
condicionantes às acções que se tem que realizar que envolvem duma forma global e integrada todo um
conjunto de outras capacidades, para além das motoras, que caracterizam as pessoas. São elas a
Resistência, a Velocidade, a Força e a Flexibilidade.

1. A RESISTÊNCIA
Podemos estar presentes sobre vários tipos de Resistência. Assim, se utilizarmos as reservas
energéticas que temos nos nossos músculos, a resistência utilizada é a Resistência Anaeróbia Aláctica
(sem ser na presença de oxigénio e sem se produzir um ácido que é responsável pelo nosso cansaço, que é
o Ácido Láctico). Quando gastamos essas reservas temos que, de novo criá-las. Então, vamos utilizar o
glicogénio e através da glicólise vamos produzir novas reservas de ATP. Estamos perante a Resistência
Anaeróbia Láctica (sem ser na presença de oxigénio, mas produz-se o ácido láctico). Como a glicólise
tem como consequência a produção do ácido láctico que nos faz sentir cansados, é preciso eliminar esse
produto tóxico. Para isso precisamos de oxigénio. Estamos, então, perante a Resistência Aeróbia.

2. A VELOCIDADE
Outra forma de entender a Velocidade é como a capacidade de executar o maior número de gestos
ou acções no mais curto espaço de tempo. Esta capacidade pode ser manifestada em três formas: 1)
frequência gestual (por exemplo: nº de toques e voleibol em trina segundos); 2) velocidade do movimento
isolado (por exemplo: velocidade com que movimento a perna para realizar um remate no Futebol); 3)
tempo de reacção (por exemplo: reacção ao sinal de partida nos 40/60 metros).
O Tempo de Reacção traduz-se na capacidade de uma pessoa reagir a um determinado estímulo. Se
se sabe qual é o estímulo e a resposta a dar chama-se Tempo de Reacção Simples (é o caso das partidas no
Atletismo e na Natação). Se não se sabe qual é o estímulo e a resposta o Tempo de Reacção é Complexa
(é o caso da acção do Guarda-Redes).
Para além do Tempo de Reacção temos, então, quatro velocidades: 1) de aceleração; 2) máxima; 3)
de resistência; 4) de execução.
A Velocidade de Aceleração corresponde à capacidade de acelerar rapidamente, a partir da
posição de repouso ou em movimento e de alongar o período de aceleração. A Velocidade Máxima (que
se aplica somente a acções cíclicas) corresponde à capacidade de percorrer o maior espaço no mínimo de
tempo. É determinada pela frequência das acções e a amplitude de cada uma das acções. A Velocidade de
Resistência é a capacidade que se expressa pela possibilidade de manter o máximo tempo possível a
velocidade máxima, ou seja a possibilidade de resistir á fadiga sem perda significativa de velocidade. A
Velocidade de Execução, que se aplica a acções acíclicas, traduz-se pelo tempo que necessito para
realizar uma determinada acção motora.
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8º ANO FICHA DE APOIO FICHA Nº 2A

CAPACIDADES MOTORAS (III)

3. A FORÇA
A Força é uma capacidade predominantemente muscular e depende da capacidade que qualquer
músculo, ou grupo muscular, tem para se contrair. A Força pode ser entendida como a capacidade que
temos para vencer uma resistência exterior, seja ela um objecto ou um colega, ou mesmo a resistência do
nosso próprio corpo.
Existem três tipos de Força: 1) Força Máxima que representa a força mais elevada que um
indivíduo consegue desenvolver com uma contracção máxima voluntária; 2) Força Rápida que é a
capacidade que um indivíduo tem para vencer resistências através duma velocidade de contracção elevada;
3) Força Resistente que é a capacidade de resistir à fadiga quando realizamos esforços de longa duração,
ou frequentes contracções de um músculo, ou grupo muscular, na superação dum carga.
Assim, de acordo com o referencial que pretendamos utilizar, podemos considerar vários tipos de
Força: 1) Especial ou Geral se as acções utilizadas têm, ou não, a ver com uma determinada actividade
profissional ou modalidade; 2) Dinâmica ou Estática se implica a existência, ou não, de movimento; 3)
Relativa ou Absoluta quando é, ou não, determinada pela relação com o peso do próprio corpo.

4. A FLEXIBILIDADE
A Flexibilidade é uma capacidade motora que permite a realização de movimentos possíveis,
ao nível de uma articulação ou de várias articulações, com a máxima amplitude articular.
A Flexibilidade é uma capacidade que se traduz através da possibilidade de realizar acções com a
máxima amplitude, ao nível de uma determinada articulação. O nível que obtemos nesta capacidade
depende principalmente 1) da mobilidade articular, 2) da elasticidade muscular e 3) da limitação da
articulação.
Sendo a Flexibilidade uma aptidão específica que varia de segmento para segmento, de articulação
par articulação, ela deve ser entendida como a amplitude que determinada articulação consegue atingir na
realização dum movimento, num determinado plano, de acordo com as exigências duma determinada
tarefa concreta.
De acordo com diferentes referenciais de análise podemos distinguir diferentes tipos de
flexibilidade. O que interessa fundamentalmente é a distinção entre a flexibilidade dinâmica e a
flexibilidade estática. A flexibilidade estática é determinada pela amplitude máxima que podemos
atingir graças a forças internas, ou seja, está directamente relacionada com o raio e acção dos
movimentos de uma articulação. A flexibilidade dinâmica significa a faculdade de efectuar movimentos
de grande amplitude gestual ao nível duma qualquer articulação graças à actividade dos grupos
musculares que estão associados a essa(s) articulação(ões). Está directamente relacionada com as
resistências duma articulação a um determinado movimento, cujo propósito é vencê-las.
A Flexibilidade é a única capacidade que, considerando a aptidão no início da nossa vida, não
melhoramos ao longo da vida. Quando nascemos temos o nível máximo de flexibilidade. Com o avançar da
idade, o treino pode diminuir os efeitos de perda natural de flexibilidade. No entanto, tomando como
referência um determinado momento da nossa vida, podemos sempre melhorar a nossa flexibilidade. E
esta, a par da força, permite rapidamente observar resultados surpreendentes, com excepção dos
períodos em que, no processo de crescimento, pode ocorrer fenómenos conflituais com consequências
negativas no desempenho da flexibilidade em alguns sistemas articulares e alguns grupos musculares.
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8º ANO FICHA DE APOIO FICHA Nº 3A

LESÕES DESPORTIVAS

A maioria das lesões desportivas são evitáveis e são frequentemente o resultado 1) de não aquecer
corretamente, 2) de utilização inadequada ou incorrecta das técnicas desportivas, 3) da utilização de
equipamentos de forma incorrecta, 4) de não tomar as precauções de segurança adequadas para o seu
desporto e 5) de fazer uma avaliação incorrecta e exagerada dos seus níveis de aptidão física, de força e
de resistência.
As lesões desportivas têm um conjunto de factores que podem aumentar ou diminuir a sua
probabilidade de ocorrerem. São eles: 1) a idade; 2) a temperatura exterior; 3) a fadiga; 4) o calçado
desportivo; 5) o piso em que se realiza a actividade.
As lesões desportivas podem ser de dois tipos: A) Patologias musculares funcionais, que resultam
duma actividade constante e contínua normalmente associada a uma fadiga exagerada ou a um repouso e
recuperação inadequados. Aqui temos as cãibras, as contracturas musculares e as síndromes crónicas
musculares; B) Patologias musculares traumáticas, que resultam de acções que ocorrem nas
actividades físicas desportivas e que são associadas à intensidade da actividade, e a acidentes desportivos.
Aqui temos as contusões musculares, as roturas musculares e as síndromes agudas musculares.
As cãibras são espasmos musculares crónicos que se caracterizam por uma contracção muscular
intermitente, intensa, involuntária e muito dolorosa que funcionam como um mecanismo de alarme para
defender as estruturas musculares e o próprio organismo de maiores exigências funcionais que lhe
poderão ser prejudiciais.
As contracturas musculares ocorrem quando o músculo se contrai de forma incorreta e não volta ao
seu estado normal de relaxamento. Isso pode acontecer após um exercício muito forte ou quando um
indivíduo está muito tenso, vivendo situações de stress e cheio de preocupações. A contratura pode ser
sentida quando se coloca as mãos sobre o músculo e se nota uma parte mais dolorida e dura como se fosse
uma bolinha ou um nódulo.
As Contusões musculares são uma lesão traumática aguda, sem corte, decorrente de trauma direto
aos tecidos moles e que provoca dor e edema. Podem ser de três graus: ligeira, moderada e severa,
conforme o grau de traumatismo e da sintomatologia dolorosa.
As Roturas musculares são lesões que resultam das distensões musculares causando as rupturas das
fibras musculares com consequências funcionais ao nível da potência motora. As roturas musculares
podem ser de três graus, conforme os elementos que constituem os músculos sofrem essas fracturas. As
roturas musculares de primeiro grau são roturas fibrilares ou micro-roturas. As roturas musculares de
segundo grau já são roturas fasciculares. As roturas musculares do terceiro grau são roturas totais do
músculo. As mais frequentes obviamente são as roturas de primeiro grau que ocorrem nos grupos
musculares dos membros inferiores, particularmente na coxa.
As lesões têm uma incidência conforme as características das modalidades desportivas e o tipo de
esforço que lhe é predominante. Por exemplo, no Futebol, os entorses dos tornozelos e dos joelhos, as
mialgias (ou dores musculares), as roturas de ligamentos e as contusões e roturas nos gémeos são as
lesões mais frequentes, já no Voleibol para além dos entorses dos joelhos e tornozelos, os mais frequentes
são a luxação dos dedos e as lesões nos ombros.
O tratamento das lesões desportivas, conforme o grau da lesão pode ir da simples utilização do gelo
para os hematomas até á intervenção cirúrgica para fracturas e roturas. Mas usualmente são utilizadas
compressões, imobilizações, aplicação de calor, massagens e tomar analgésicos (aliviar a dor) e anti-
inflamatórios (eliminar os focos da inflamação).
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8º ANO FICHA DE APOIO FICHA Nº 4A

COORDENAÇÃO DA CONTRACÇÃO MUSCULAR (I)

De acordo com a classificação neuromuscular, os exercícios físicos podem ser classificados em: 1)
Simples ou Fáceis: quando as ligações neuromusculares são pouco solicitadas ou estimuladas; 2)
Complexos ou Difíceis: quando o exercício estimula e desenvolve ligações nervosas mais importantes e
em maior quantidade.
Assim, os exercícios podem ser de dois tipos, de acordo com o tipo de estímulo que gera a contracção:
1) Isotónicos e 2) Isométricos. Os primeiros produzem movimento, enquanto os segundos não produzem
movimento por haver um equilíbrio entre a força criada e o peso do obstáculo a movimentar ou o peso do
obstáculo a movimentar ser superior à força que consigo criar com a contracção muscular.
As contracções musculares, considerando o nível de intervenção do sistema nervoso, podem ser
dividas em:
1) Contracção reflexa – acto involuntário de movimento muscular mas de músculos somáticos
voluntários;
2) Contracção voluntária – acto voluntário e intencional de movimento que só é possível na
musculatura esquelética e que exige a participação do sistema nervosos central;
3) Contracção automática – acto que resulta do treino e de aprendizagem não exigindo, após um
determinado período, as ordens do sistema nervoso central.
Considerando a acção do músculo, temos os seguintes tipos de contracção:
1) Contracção tónica, que é a contracção mantida mesmo quando o músculo está "relaxado" ou
mesmo em estado de sono. Este tipo de contracção ajuda na manutenção da postura, por exemplo,
do pescoço e no tónus dos dedos;
2) Contracção isotónica, que é aquela que provoca movimento do próprio corpo ou de um objecto,
pode ser:
a. contracção concêntrica - é o tipo de contracção muscular no qual os músculos encurtam
durante a geração de força;
b. contracção excêntrica - ocorre quando o músculo alonga enquanto está sob tensão devido a
uma força externa maior que a força gerada pelo músculo. Em vez de mover a junta na
direção da contração, o músculo age desacelerando o movimento de forma controlada;
3) Contração isométrica - nesta contração o músculo gera força sem alterar o comprimento muscular,
mas com uma tensão maior do que o tônus muscular
Estas acções que os músculos realizam permitem que se realizem os exercícios isotónicos que são os
que produzem contracções que proporcionam os movimentos corporais ou o movimento de objectos (por
exemplo: um salto vertical ou um lançamento da bola ao cesto, no basquetebol) e os exercícios isométricos
que, embora aumentem a tensão muscular interna, não proporcionam nem os movimentos do corpo nem os
movimentos dos objectos (por exemplo: empurrar uma parede). Apesar dos dois tipos de exercícios serem
benéficos para o desenvolvimento da musculatura esquelética, os exercícios isotónicos contribuem para o
aumento do volume, da força, da potência e da resistência musculares, enquanto que os exercícios
isométricos aumentam somente o tónus e a força musculares.
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8º ANO FICHA DE APOIO FICHA Nº 1B

FACTORES QUE DETERMINAM UMA VIDA SAUDÁVEL

A Condição Física, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a OMS, é “a capacidade para
realizar de forma satisfatória determinada tarefa muscular ou motora”. Este conceito é bastante restrito e
não traduz a sua importância como factor de bem-estar no dia-a-dia da vida das pessoas.
Neste sentido, poderíamos definir a Condição Física como o conjunto de possibilidades que
caracterizam uma determinada pessoa e que permite simultaneamente responder ao conjunto de situações
que o dia-a-dia coloca, ao longo da vida, e proporcionar a integração num determinado contexto social.
A Condição Física das pessoas é influenciada por um conjunto de factores: a) a Aptidão Física; b) a
Alimentação; c) o Repouso; d) o Tabagismo; e) o Exercício Físico. Estes factores determinam o tipo de
vida que temos e o seu grau de saúde.
Analisaremos com mais cuidado a Aptidão Física e o Tabagismo.
1. A Aptidão Física de uma determinada pessoa sintetiza o estado de desenvolvimento das capacidades
físicas que permite, por um lado, fazer face às exigências das tarefas diárias e, por outro lado,
corresponder às exigências que as aprendizagens das matérias da cultura física, que caracterizam a
Educação Física Escolar, colocam.
2. A Alimentação deve respeitar os princípios da roda dos alimentos, como tal variada e equilibrada e
corresponder ao gasto calórico que a actividade diária impõe.
3. O Repouso deve permitir recuperar energias de forma a evitar situações stressantes que
potencializam o aparecimento de lesões e a diminuição da aptidão física. O número de horas de repouso
não deve ser inferior a oito horas de sono, devendo ao longo do dia haver outros momentos de descanso
tanto físico, como cognitivo e mesmo emocional.
4. O Tabagismo. No que se refere aos hábitos de fumar, gostaríamos de referir somente alguns
aspectos. Que o tabaco faz mal à saúde, parece ser uma verdade inquestionável. Isto acontece porque o
tabaco liberta dois produtos tóxicos: a) a nicotina e b) o monóxido de carbono. Estes produtos têm um
efeito contrário no nosso organismo com consequências negativas na nossa estabilidade funcional.
Enquanto que a nicotina acelera a actividade cardíaca, fazendo com isso aumentar a necessidade de
oxigénio, o monóxido de carbono reduz o volume de oxigénio disponível, criando assim uma situação de
défice com consequências nefastas para a vida. Ao mesmo tempo ambos aumentam os depósitos de
gordura nas paredes das artérias levando aos estrangulamentos na circulação sanguínea.
5. O Exercício Físico assume um papel fundamental na qualidade de vida, no bem-estar e na saúde. O
exercício físico é como a alimentação. Se for variado e rico e nas quantidades devidas é um meio
fundamental para a existência humana. Se for pobre e insuficiente ou exagerado coloca em risco a vida
das pessoas.
Podemos assim dizer que o exercício físico, tal como a alimentação, é “uma arma de dois gumes”.
Somente uma educação física que nos forneça os conhecimentos e os meios necessários para sabermos
utilizar o exercício físico adequado (nos meios, na duração e na intensidade) ao longo da nossa vida, ou
professores de Educação Física responsáveis tecnicamente pelas actividades que realizamos, são condições
para a utilização correcta do exercício físico como instrumento de bem estar, de saúde e de melhoria da
qualidade de vida.
O exercício físico adequado tem um conjunto de benefícios para as pessoas. A saber: 1) Baixa a
pressão arterial; 2) Diminui o stress; 3) Previne o aparecimento da hipertensão arterial; 4) Previne a morte
súbita e as disritmias cardíacas; 5) Baixa o peso á custa da diminuição da Massa Gorda, em especial,
Subcutânea; 6) Mantém ou aumenta a Massa Muscular; 7) Modela o apetite; 8) Previne a osteoporose (a
degradação do tecido ósseo), aumentando a massa óssea ou retardando a sua perda; 9) Aumenta a
resistência óssea; 10) Aumenta a Força; 11) Atrasa certos processos de envelhecimento; 12) Melhora a
depressão; 13) Melhora a autoconfiança e a auto-estima; 14) Melhora a ansiedade; 15) Melhora as
capacidades cognitivas.
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8º ANO
FICHA DE APOIO FICHA Nº 2B

BENEFÍCIOS DE UM ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL

Um estilo de vida saudável implica entre outras coisas a inclusão das actividades físicas no
projecto de vida das pessoas, como um meio de prevenção de algumas doenças, as denominadas de
civilização, e como forma de promover a saúde das pessoas.
Sendo assim, as actividades físicas, desportivas e outras, são essenciais para a saúde e bem-estar
das pessoas, constituindo um dos pilares essenciais dum estilo de vida saudável, a par da
alimentação adequada, e da eliminação de produtos que utilizados de forma inadequada são
prejudiciais à saúde.
Hoje, nas sociedades modernas, as actividades físicas são, para as pessoas, um forte meio de
prevenção de doenças e de desenvolvimento pessoal e social, em todas as dimensões que caracterizam
o ser humano, mas também são meios de excelência numa política com melhor custo-benefício, na
promoção da saúde duma população.
Tem-se assistido a um aumento significativo das doenças cardiovasculares, cancro, diabetes e
doenças respiratórias crónicas. Este aumento global, epidémico, está estritamente relacionado com as
alterações dos estilos de vida, nomeadamente o tabagismo, inactividade física (sedentarismo) e uma
alimentação não saudável e mesmo o stress com que se vive nestas sociedades. Estima-se que o
sedentarismo seja causador de um milhão e 900 mil mortes a nível mundial. É também a causa de 10-
16% do cancro da mama, cólon e recto, bem como da diabetes e de cerca de 22% da doença cardíaca
isquémica. E muitas destas doenças estão associadas ao sedentarismo e ao excesso de peso.
As actividades físicas são, juntamente com uma alimentação saudável, a chave para o controlo
do peso.
Assim, as actividades físicas transportam em si um conjunto de benefícios desde que seja adequada
e com objectivos adaptados às necessidades de cada indivíduo. A utilização regular e contínua das
actividades físicas pode ter um impacto positivo no sistema músculo-esquelético, no controlo do
peso corporal e em reduzir os sintomas de depressão.
Em síntese, a utilização das actividades físicas de forma regular e contínua apresenta um
conjunto de vantagens. A saber: 1) Reduz o risco de morte prematura; 2) Reduz o risco de morte por
doenças cardíacas ou AVC, que são responsáveis por 1/3 de todas as causas de morte; 3) Reduz o risco
de vir a desenvolver doenças cardíacas, cancro do cólon e diabetes tipo 2; 4) Ajuda a prevenir/reduzir
a hipertensão, que afecta 1/5 da população adulta mundial; 5) Ajuda a controlar o peso e diminui o
risco de se tornar obeso; 6) Ajuda a prevenir/reduzir a osteoporose, reduzindo o risco de fractura do
colo do fémur nas mulheres; 7) Reduz o risco de desenvolver dores lombares, pode ajudar o tratamento
de situações dolorosas, nomeadamente dores lombares e dores nos joelhos; 8) Ajuda o crescimento e
manutenção de ossos, músculos e articulações saudáveis; 9) Promove o bem-estar psicológico, reduz o
stress, ansiedade e depressão; 10) Ajuda a prevenir e controlar comportamentos de risco (tabagismo,
alcoolismo, toxicofilias, alimentação não saudável e violência), especialmente em crianças e
adolescentes.
Para além desses benefícios na qualidade de vida das pessoas, as actividades físicas contém um
conjunto de benefícios económicos para as sociedades e para as pessoas, já que 1) reduzem os custos
dos sistemas de saúde, 2) permitem aumentar a produtividade e 3) permitem melhorar o ambiente
físico e social.
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8º ANO
FICHA DE APOIO FICHA Nº 3B

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE DESPORTO E EDUCAÇÃO FÍSICA

O Desporto e a Educação Física são dois universos do desenvolvimento das sociedades modernas
que assumem papéis importantes na vida das pessoas e das sociedades. Apesar de terem pontos de
contacto e mesmo de cruzamento e apesar de muitas vezes poderem ser confundidos, tratam-se de
universos diferentes em que os pressupostos e os objectivos não são os mesmos.
A Educação Física é uma área de desenvolvimento pessoal cujo principal objectivo é a educação
das pessoas utilizando como meios as actividades físicas, enquanto o Desporto é um conjunto de
actividades, a generalidade actividades físicas desportivas, mas não só, que se caracterizam pela
institucionalização, pela padronização, pela organização e pela competição.
O Desporto e a Educação Física diferenciam-se tendo em conta um conjunto de referenciais: a
participação, a organização, as actividades e os objectivos.
Tendo em conta a participação, o Desporto é opcional e voluntário, cabendo às pessoas a decisão
se o querem fazer, o que querem fazer e com que nível pretendem realizar. Já a Educação Física é uma
acção permanente sobre o desenvolvimento e a formação do indivíduo que em momentos diferentes
assume dimensões de formalidade e institucionalidade com características diferentes. A Educação
Física insere-se no conceito de educação permanente e é sempre determinada tanto pelo que se faz
como pelo que não se faz.
A organização no Desporto é um elemento essencial. As actividades para serem desportivas
necessitam ter uma determinada organização que se baseia numa lógica de unidades que incluem as
outras unidades. Assim temos, os clubes como a unidade celular do desporto, as associações como
grupos de clubes de determinadas regiões e as Federações que assumem um papel nacional ou
internacional. Já a Educação Física pode assumir modelos de organização diferentes: informal quando
o processo é estritamente de responsabilidade individual, não formal quando o processo educativo é da
responsabilidade dos outros mas sem coerência entre eles e formal quando o processo educativo é da
responsabilidade dos outros mas encontra-se enquadrado por normativos que o regulamentam e o
definem. Usualmente, entende-se que a Educação Física é somente uma disciplina escolar.
Entendimento errado, porque sendo também uma disciplina escolar, ela é mais do que isso, já que a
educação física das pessoas ocorre em outros locais e em outros momentos para além da escola e da
idade escolar. Ela é uma disciplina escolar porque a sociedade reconhece-lhe a importância relevante
para o desenvolvimento das pessoas e das sociedades, não deixando o seu processo educativo
estritamente nas dimensões informal e não formal da educação.
Se o núcleo central das actividades que constituem a Educação Física, nos dias de hoje, é as
Actividades Físicas Desportivas, não se reduz a essas actividades incluindo no seu universo tanto os
Jogos Infantis e Tradicionais, as Danças e mesmo as Actividades de Exploração da Natureza que nesta
lógica não devem ser entendidas como actividades desportivas. Por outro lado, se o grupo principal de
actividades desportivas tem como característica principal o esforço físico, o Desporto inclui também
outras actividades cuja característica principal não é o esforço físico das pessoas. São os casos do
Xadrez e da Columbofilia. Assim, entre os dois conjuntos há um grupo de actividades que pertencem
simultaneamente ao Desporto e à Educação Física – as Actividades Físicas Desportivas - e que se
distinguem na acção pelos objectivos que essas actividades têm quando estamos a realizá-las no
Desporto e na Educação Física.
Isso porque os objectivos da Educação Física e do Desporto são diferentes. Enquanto os objectivos
da Educação Física se orientam numa perspectiva da saúde, duma formação alargada e do
desenvolvimento pessoal e social, os objectivos do Desporto orientam-se numa perspectiva da
especialização, da competição e do desenvolvimento pessoal e social e da própria actividade
desportiva.
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8º ANO FICHA DE APOIO FICHA Nº 4B

UNIVERSO DAS ACTIVIDADES FÍSICAS

As actividades físicas podem ser classificadas de acordo com diferentes critérios. Um dos critérios tem
a ver com as pessoas que de uma ou outra forma integram as actividades físicas nos seus projectos de vida,
a que podemos chamar utilizadores das actividades físicas. Usualmente, quando se fala de utilizadores,
pensa-se de imediato nos atletas. Contudo, como veremos, a existência de actividades físicas envolvem um
número elevado de pessoas que cumprem funções e papéis muito diferentes, mas todos importantes para a
sua existência e para o seu desenvolvimento e afirmação social.
Na perspectiva dos utilizadores das Actividades Físicas podemos encontrar os seguintes grupos:
a) Os praticantes – são todos aqueles que, através da realização da prática das actividades físicas,
procuram satisfazer as suas necessidades de efectuar esforços físicos, de cooperar e competir com outros,
de conviver socialmente, de conquistar outros espaços, de viver outras experiências e de se afirmar
socialmente.
b) Os dirigentes, que são todos aqueles que assumem funções de organização, enquadramento e
direcção das instituições que promovem e orientam as Actividades Físicas.
c) Os técnicos, que são todos aqueles que assumem funções de enquadramento, organização,
preparação, apoio e direcção da actividade prática concreta e dos praticantes.
d) Os árbitros, que são todos aqueles que assumem funções de controlo e de fazer cumprir as
regras e os regulamentos próprios das provas de cada modalidade. Devem garantir os princípios da
igualdade e do respeito pela competição e pelos outros companheiros,
e) Os subsidiários, que são todos aqueles que pertencendo a outras actividades, utilizam as
Actividades Físicas como base essencial do seu trabalho (Por Exemplo: jornalistas, realizadores,
fotógrafos, arquitectos, escritores, pintores, etc.).
f) Os espectadores, que são todos aqueles que através da observação das actividades físicas
procuram fontes de prazer, de realização e de satisfação pessoal.
g) Os comerciantes, que inclui todos aqueles, dos sectores, secundário e terciário, que investem na
satisfação das necessidades de equipamentos, instalações e materiais diversos de que depende a realização
das actividades físicas.
h) Os cientistas, que inclui todos aqueles que realizam, no âmbito das actividades físicas e dos seus
equipamentos e instalações, estudos no sentido de encontrar respostas para a melhoria das condições de
realização das actividades físicas e dos seus efeitos, proporcionando o desenvolvimento do conjunto de
capacidades humanas.
i) Os ajudantes, que são todos aqueles que assumem, no âmbito das actividades físicas, funções de
arrumação, organização, controlo e manutenção dos materiais, equipamentos e instalações que permitam a
realização contínua das actividades físicas (incluímos, os seccionistas, as pessoas que mantém a limpeza e
a higiene dos locais e dos materiais e vestuário)
Estas categorias remetem para diferentes funções das actividades físicas na vida das pessoas e os
diferentes papéis que cada um pode representar, podendo, e devendo, as pessoas terem vários papéis. Como
é evidente os praticantes são o núcleo essencial das actividades físicas e sem incluir essa função na vida das
pessoas dificilmente as outras funções podem ser representadas da forma mais adequada e inteligente.

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