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Sebenta - GINÁSTICA

ACROBÁTICA

Segundo alguns autores a Ginástica Acrobática teve origem nas artes circenses, no entanto existem
pinturas ilustrativas na arte egípcia que remontam ao ano 2300 a.c. Podemos recuar também às
civilizações antigas, como Grécia e a China, onde os povos se dedicavam a atividades similares entre
elas a construção de pirâmides humanas com os mais variados fins sejam eles lúdicos ou militares.
Mais recentemente, na idade média, as atividades circenses tinham o seu ponto alto nas festas
populares, onde grupos de acrobatas e saltimbancos tinham um grande destaque, tornando-se cada
vez mais profissionais. A Ginástica Acrobática tem o seu primeiro quadro competitivo formal em 1934
onde se realizou a primeira competição na antiga URSS.

Os exercícios na Ginástica Acrobática são sempre feitos em colaboração e cooperação com um ou


mais colegas. Por isso deves conhecer e efetuar com correção as técnicas básicas, compreender e
desempenhar as funções específicas em cada situação.

É importante que o equipamento seja leve e adequado à execução dos exercícios, para haver
segurança e facilidade de movimentos nas tuas prestações.

A Ginástica Acrobática é uma modalidade muito completa, exige que os seus praticantes possuam
diversas componentes físicas nomeadamente força, coordenação, flexibilidade e equilíbrio para
executarem os mais diversos elementos que constituem um exercício de ginástica acrobática.

TIPO DE EXERCÍCIOS
Os exercícios de Ginástica Acrobática são realizados num praticável dinâmico com dimensão de
12mX12m, onde ginastas podem realizar 3 tipos de exercidos, Equilíbrio, Dinâmico e Combinado,
cada um deles com características diferentes. No exercício de equilíbrio (ver vídeo 1) os ginastas
realizam elementos técnicos de equilíbrio como o nome indica, sendo vulgarmente chamados por
elementos de forças combinadas, onde os ginastas têm de permanecer durante 3 segundos em cada
elemento, podendo realizar movimentações e ligações entre elementos, enriquecendo desta forma o
exercício. No dinâmico (ver vídeo 2) os ginastas realizam elementos com fase de voo, vulgarmente
chamados de saltos mortais, que podem ser combinados com piruetas e podem ser interligados
entre si, e por último o exercício combinado (ver vídeo 3) que agrupa as características dos dois
exercícios anteriormente descritos.

Ana Carla Barros


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1 - Exercício
dinâmico 2 - Exercício equilíbrio

Vídeo 1 - Exercício equilíbrio

Vídeo 2 - Exercício dinâmico

Vídeo 3 - Exercício combinado


Ana Carla Barros
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NÚMERO DE GINASTAS
Na Ginástica Acrobática existem várias formas de participação consoante o número de praticantes,
assim podemos ter:

- par masculino;

- par feminino;

- par misto;

- trio feminino;

- quadra masculina.

FUNÇÕES ESPECÍFICAS
Existem várias funções, no entanto, as principais são:

- Volante - elemento do par ou grupo normalmente mais novo, com uma estrutura física mais baixa e
mais leve para poder facilitar o trabalho em conjunto, permitindo também uma maior longevidade
da participação desportiva

- Base - normalmente são os elementos mais velhos do par ou do grupo com uma estatura mais alta,
normalmente mais fortes para facilmente sustentarem e apoiarem o volante

- Intermédio - é o colega que ajuda a suportar e também pode executar, por vezes fica entre o base e
o volante.

OBJECTIVO
Executar o exercício sem falhas, em equilíbrio e segurança, de modo a superar os adversários.

DURAÇÃO DA PROVA
Os exercícios de Ginástica Acrobática são executados com acompanhamento musical exigindo dos
seus executantes uma expressão corporal e facial harmoniosa, perfeitamente sincronizados com a
música.

Cada exercício tem a duração de 2 minutos e 30 segundos.

NÚMEROS DE JUÍZES
1 chefe de painel de juízes

3 juízes (pontuam a nota artística)


3 juízes (pontuam a nota técnica - execução)

1 juiz de dificuldade

Ana Carla Barros


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PEGAS
Pega é a execução técnica que se baseia no agarrar do companheiro, permitindo estabilidade e
segurança nas figuras acrobáticas.

Os tipos de pegas variam consoante as execuções das figuras acrobáticas. Podem ser utilizadas entre
o base e o volante, ou entre os dois, três bases e o volante.

PEGA SIMPLES
As mãos estão unidas na posição de aperto de mãos. Usada para puxar o colega na formação de
pirâmide (equilíbrio sobre um ou vários colegas), ou para o segurar no seu devido lugar, uma vez
construída a pirâmide. Pega frequentemente utilizada pelo volante, quando se encontra à frente do
base.

3 - Pega simples

PEGA DE PUNHOS
Usada, com mãos homónimas, para manter uma posição ou para puxar um colega com uma só

mão.
4 - Pega punhos

PEGA FRONTAL
Usada, com mãos homónimas, quando o base e o volante estão de frente um para o
outro.
5 - Pega frontal

Ana Carla Barros


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PEGA DE DEDOS
Pouco utilizada, só em casos de posições estáticas.

6 - Pega dedos

PEGA DE BRAÇOS
Usada para suportar um apoio invertido. O base agarra o volante pelo lado de dentro e o volante
agarra o base pelo lado de fora.

7 - Pega de braços

PEGA DE COTOVELOS
Usada quando os alunos se encontram de frente um para o outro. O base agarra o volante acima do
cotovelo pelo lado de fora, O volante agarra o base acima do cotovelo pelo lado de dentro.

8 - Pega cotovelos

PEGA PÉ/MÃO
Usada para o base suportar o volante pelo pé, agarrando-o entre o calcanhar e a face plantar. Esta
função serve de suporte e ao mesmo tempo de impulsão, com saída de ombros do base.
9 - Pega pé/mão

Ana Carla Barros


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PEGA ENTRELAÇADA (OU CADEIRINHA)
Usada em trios ou quadras para trepar, suportar na formação e para lançar o colega.

3 - Pega entrelaçada

SUPORTES
PARA ESTAFA

O base faz a junção das mãos, colocando uma sobre a outra de forma a impulsionar o

volante.
4 - Suporte para estafa

SUPORTE NA POSIÇÃO DE PÉ SOBRE OS OMBROS


Usado para equilíbrio do volante sobre os ombros. O volante deve ter os calcanhares unidos atrás da
cabeça do base. Este, segura o volante abaixo dos joelhos, juntando as omoplatas. No início da
execução o base inclina um pouco a cabeça para a frente e, em seguida, para trás apoiando-a nas
canelas do volante.
5 - Suporte para pé/ombro

63 - Suporte para pé/ombro

Ana Carla Barros


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TÉCNICAS DE SUBIDA
MONTE

Elemento técnico no qual o volante sobe para o parceiro, podendo descrever uma fase de voo
aquando de uma estafa, ou aproveitando os segmentos do parceiro como apoios para a subida sem
nunca perder o respetivo contacto. A construção de uma figura faz-se sempre de baixo para cima:

SIMPLES LATERAL - ambos os alunos devem manter as costas direitas. Fazem uma pega simples dupla
com as mãos homónimas e o volante sobe com apoios na coxa e ombros do base;

SIMPLES DE FRENTE - idêntica à anterior, apenas difere na fase inicial em que o volante faz o apoio
na coxa e executa 1/4 de volta antes de fazer o apoio seguinte;

SUBIDA POR TRÁS COM IMPULSÃO NUMA DAS PERNAS - ambos os alunos devem manter as costas
direitas. Fazem uma pega simples dupla com as mãos homónimas, ficando o base com as mãos ao
nível da cabeça e com os cotovelos avançados. O volante deve apoiar o pé na perna do base para
realizar a impulsão.

DESMONTES
Elemento técnico no qual o volante perde contacto com o base, existindo uma fase de voo prévia
entre a projeção e a receção. O desmonte deverá ser sempre seguro. Devem estar reunidas todas as
condições que permitam reduzir ao máximo osriscosinerentes a uma queda. Para isso, a ação do base
será determinante pois deve estar preparado e alertado para eventuais falhas do seu volante e tomas
as atitudes convenientes e adequadas (concentração).

POSIÇÕES DO BASE
De acordo com afigura que se pretende construir, o base adota posições diferentes:

- posição de pé - os membrosinferiores devem estar em afastamento posterior e lateral e os


músculos nadegueiros contraídos de forma a não bascular a cintura pélvica;
- posição de sentado - os ângulos formados pelo tronco e a coxa e pela coxa e a perna devem ser de
90º;

- posição de joelhos e mãos - os ângulos formados pelos membros superiores e o tronco e este e as
coxas deve ser de 90º;

- posição de deitado - o base deve manter um ângulo de 90º entre o tronco e os membros inferiores,
ou então ter o corpo totalmente estendido;

- posição com o apoio de um joelho - os ângulos formados pelas pernas devem ser de 90º. Um
joelho está apoiado no solo e a outra perna, fletida e com a planta do pé bem apoiada no solo,
suporta o peso do volante;

- posição de joelhos - o base deve estar sentado sobre os calcanhares.

Ana Carla Barros


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