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PROF.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
1) Leia atentamente as instruções gerais e as instruções específicas para cada questão;
2) As atividades deverão ser feitas individualmente ou em duplas, conforme orientação
repassada pelo professor;
3) As respostas das questões deverão ser respondidas em folha avulsa, a ser entregada
ao professor como item de avaliação. Portanto não rabisque, escreva ou rasure este
material;
4) Escreva as respostas com letra legível, utilizando caneta de tinta azul ou preta.

ARTE NAIF

Arte Naif ou Arte Primitiva Moderna


O significado de Arte Naif, também denominada de Arte Primitiva Moderna pode ser interpretado como um tipo de arte
simples, desenvolvida por artistas sem preparo e conhecimento das técnicas acadêmicas. É considerada uma arte com elementos
sem conteúdo. O termo inglês Naif pode ser traduzido como ingênuo e inocente, por isso a compreensão simplista. A falta de
técnica não retraiu o desenvolvimento desta arte, que recebeu grande destaque, ao ser valorizada por apreciadores da estética e
pessoas comuns.
O surgimento desse conceito artístico foi marcado pela exposição do pintor autodidata Henri Rousseau (1844-1910),
no Salão dos Independentes de Paris, no ano de 1886. “Naïf” é uma palavra francesa que significa “algo ingênuo ou inocente”.
Os artistas da arte naïf são considerados autodidatas e seguem seu próprio estilo de representação artística. A
deficiência na aplicação de texturas, ausência de acabamento, ausência de técnicas artísticas acadêmicas e a deficiência na
aplicação de texturas, sobras e cores são algumas das características gerais em comum encontradas na arte naïf.

A tela Um dia de Carnaval, de Henri Rousseau, foi exibida no "Salão dos Independentes", em 1886
Muitos críticos debocharam do estilo de Rousseau e chamaram de “naïf” – termo francês para ingênuo. Porém, indo na
contramão da maioria, nomes como Pablo Picasso, Guillaume Apollinaire e Paul Gauguin se mostraram interessados com o estilo
dos quadros.
A tela intitulada “Um dia de Carnaval” (1886) foi a de maior destaque na exposição e após a aprovação de grandes
artistas, o público em geral passou a valorizar mais o estilo, fazendo com que o estilo artístico de Rousseau ganhasse destaque
no cenário artístico francês.
Pouco tempo depois o estilo já havia se espalhado pelo mundo, principalmente nos Estados Unidos e no Haiti. Mais
tarde, a arte naïf influenciaria algumas importantes correntes da vanguarda e o modo como o público consumiria a arte no geral.
Esta expressão artística, muitas vezes chamada de arte primitiva moderna, é permeada por imagens do cotidiano,
retratados de modo a lembrar desenhos infantis, dada a espontaneidade e pureza, o que remete a uma "aura" de ingenuidade.
Lembre-se que essas produções são realizadas por artistas independentes e sem formação sistemática. Tais artistas geralmente
dominam técnicas que lhe permitem total liberdade de expressão, onde o informalismo acadêmico é característica marcante.
Dessa maneira, eles renunciam às regras instituídas para a pintura. Isso pode ocorrer por que não tiveram acesso a elas
e resolveram dificuldades técnicas sem o auxílio daquelas normas. Ou ainda, atualmente, simplesmente porque artistas
contemporâneos apresentam despojamento da forma e da técnica academicista, o que os tornam mais próximos da linguagem
naïf.
Essa liberdade artística é notada na maneira como são utilizadas as cores nas composições e na dimensão onírica que é
projetada em muitos trabalhos. Desse modo, a arte naïf pode ser considerada como uma corrente artística com plena liberdade
estética, por estar livre das convenções acadêmicas.
Apesar do direcionamento estético definido, esse desafio à norma acadêmica, a princípio, não foi intencional nem
comercial. Portanto, não é recomendável enquadrar as criações naïf como sendo de natureza modernista ou popular.
Ainda assim, esse estilo criativo influenciou e deixou-se influenciar pelas tendências mais eruditas, permitindo à arte
contemporânea novas formas de expressão, tendo em vista que vários pintores com sólida formação acadêmica usaram
procedimentos da arte naïf em suas criações.

Arte Naif e suas características principais


Os artistas que produziam e produzem obras no estilo da arte naïf são, em sua grande maioria, sem formação
acadêmica no campo artístico e possuem total liberdade estética, por essa razão, essa arte pode ser considerada uma corrente
artística. A arte naïf não possui nenhum tipo de formação sistemática e é dotada
de espontaneidade, individualidade e personalidade.
As obras no estilo naïf são criativas e formadas por um caráter narrativo e figurativo, com a presença de detalhamento de
figuras diversas e de cenários, além da presença de bidimensionalidade e composição plana junto a inexistência de perspectiva
geométrica linear.
A presença do colorido exuberante e da linha figurativa também é destaque na arte naïf, além disso, também é possível
destacar as pinceladas contidas com diversas cores, a tendência à idealização da natureza, a preferência por temas alegres e
lúdicos e o desprezo pela representação fiel da realidade.

Arte Naif no Brasil: principais nomes


O Brasil tem diversos artistas populares que possuem produções artísticas baseadas nas características da arte naïf.
Dentre eles, alguns nomes se destacam, como:

Djanira
A riqueza da brasilidade é um tema
central na obra da pintora moderna Djanira Motta
e Silva, na qual se destacam os festejos
populares, o trabalho e os trabalhadores, a
religiosidade afro-brasileira e católica, os retratos
e os autorretratos, os indígenas Canela do
Maranhão, entre diversos povos e paisagens
brasileiros.
O lúdico também é retratado na
produção da artista, no mundo do circo, dos
parques de diversão, dos jogos de futebol, do
dominó e das brigas de galo.
Seus trabalhos eram engajados com a
realidade à sua volta, com a sua história de vida e
com suas muitas viagens pelo Brasil.

Noite de São João, 1946 (Foto: Jaime Acioli)


Maria Auxiliadora

À esquerda, a tela A preparação das meninas (1972). À direita, retrato da artista

Maria Auxiliadora é uma artista nascida em 1938 em Minas Gerais. Foi pintora autodidata e em 1968 integra o grupo
artístico de Solano Trindade, em Embu das Artes. Sua obra é carregada de vitalidade, poesia e cor. A artista conseguiu mesclar
elementos da realidade com o universo dos sonhos em uma produção fortemente marcada pela representação afro-brasileira.

Mestre Vitalino

Vitalino Pereira dos Santos, o


Mestre Vitalino, foi um ceramista
reconhecido por retratar em seus bonecos
Heitor dos Prazeres de barro a cultura do povo nordestino.
Mestre Vitalino começou a fazer escultura
de cerâmica ainda criança, com as sobras
do barro usado por sua mãe, que era
louceira, isto é, fazia utensílios para
cozinha.
Heitor dos Prazeres nasceu no Rio
de Janeiro em 1898. Foi sambista, e em
1937 começa a dedicar-se também à
pintura. Sua obra é fortemente marcada
pela valorização da cultura popular.

O artista Heitor dos Prazeres em frente a


uma obra. À esquerda, tela sem título,
pintada em tinta a óleo
A Arte naïf é tipicamente brasileira e está fortemente vinculada à arte popular nacional, mas ainda não é devidamente
valorizada internamente. Cabe lembrar que se convencionou chamar arte primitiva a que é produzida por artistas não-eruditos, a
partir de temas populares geralmente inspirados no meio rural. Já quando o tema é urbano, costuma-se utilizar o termo naïve
("ingênuo", em francês), que se pronuncia "naíf", e ganha especial relevância entre artistas franceses e haitianos para designar os
pintores que rejeitam as regras convencionais da pintura ou não tiveram acesso a elas.
Os dois estilos, porém, têm em comum as cores vivas e uma imaginação, estilização e poder de síntese levados para a
tela com uma técnica aparentemente rudimentar. Em linhas gerais, pode-se dizer que a arte naïf brota do inconsciente coletivo,
mantém-se em constante renovação e se deixa penetrar por influências eruditas, embora conserve sua natureza própria.
Sabedoria e sonho se irmanam em obras difíceis de definir sob uma única catalogação.
O que aproxima todos os artistas, sejam franceses, norte-americanos ou brasileiros, é a consciência da autonomia do
espaço pictórico, o uso expressivo e ornamental das cores, o toque onírico que diferencia o universo criado da realidade e o sopro
poético presente nos quadros.
Encontrar talentos no universo dos chamados primitivos é um grande e fascinante desafio. Para isso, é preciso conhecer
o maior número possível de artistas do Brasil e do Exterior, buscando as características que tornam alguns desses pintores
expoentes do que há de artisticamente melhor, dando-lhes destaque não como meros naïfs, mas colocando-os entre os principais
nomes da arte universal, independente de categorias, estilos e nomenclaturas.

Fontes bibliográficas
https://www.infoescola.com/artes/arte-naif/
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/arte-naif
https://conhecimentocientifico.r7.com/arte-naif/
https://www.todamateria.com.br/arte-naif/
https://portalartes.com.br/artes/artigos/o-que-e-arte-naif.html

Questões propostas
1) Qual é o significado do termo naïf?
2) O que caracteriza um artista de arte naïf? Como é conhecido o artista naïf?
3) O que não se pode enquadrar no naïf?
4) Quais sentimentos costumam estar presentes nas obras naïf?
5) Como a arte naïf é vista no Brasil?
6) Qual a contribuição da cultura brasileira na arte naïf?

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