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A iconografia e o ensino de História

Análise de obra
de Jean-
Baptiste Debret:
Funcionário a
passeio com
sua família
Missão francesa no Brasil
CONTEXTUALIZAÇÃO
 A queda de Napoleão diretamente
vinculada a retomada da aliança
Portugal e França.
 Veio ao Rio juntamente com a Missão
Artística Francesa, chefiada por
Joaquim Lebreton, e composta por um
grupo de artistas plásticos. Dela
faziam parte os pintores Jean-
Baptiste Debret e Nicolas Antoine
Taunay, os escultores Auguste Marie
Taunay, Marc e Zéphirin Ferrez e o
arquiteto Grandjean de Montigny.
 1816 foi criada a Escola Real das
Ciências, Artes e Ofícios,
transformada, em 1826, na Imperial
Academia e Escola de Belas-Artes.
 Debret retratava em suas pinturas a
família real e sobre os fatos da vida da
Corte.
 Um de seus trabalhos mais
conhecidos é o livro "Viagem
Pitoresca e Histórica ao Brasil,"
publicado em três volumes.
Ou seja, para quem pintava Debret?
 Bonapartista desempregado (vale ressaltar que
Debret não era um artista renomado na França),
veio ao Brasil, a fim de retratar e propagar as
maravilhas do Brasil, financiado pela Corte.

Será que realmente retratava a realidade?


 Por mais Debret dedicava parte do seu tempo a ser
“retratista” da nobreza, foi no acervo extra-oficial que
realmente se encontravam as aquarelas que
retratava a REALIDADE do período, suas aquarelas e
desenhos sobre o cotidiano da cidade focava nas
atividades dos escravos e dos grupos indígenas.
DEBRET COMO FONTE IMAGÉTICA o Um método de análise de imagens que ao mesmo tempo respeite as
especificidades das pesquisas históricas e forneça as ferramentas
que possibilitem o desenvolvimento dessas reflexões com o foco
nas fontes imagéticas se faz necessário. (LIEBEL,2016, P.374)

o O material imagético proporciona valiosa contribuição para uma


visão e análise do passado, como também do local em que a
imagem está inserida, já que ela é utilizada de forma histórica; ―a
imagem é tomada para revelar seus limites de entendimento cultural
e as ideias em seu interior‖ (BURKE, 2011, p. 274)

o Tudo assenta, pois, neste país, no escravo negro; na roça, ele rega
com seu suor as plantações do agricultor; na cidade, o comerciante
fá-lo carregar pesados fardos; se pertence ao capitalista, e como
operário ou na qualidade de moco de recados que aumenta a renda
do senhor. Mas sempre mediocremente alimentado e maltratado [...]
(DEBRET, 1989: II/139-40).

o Debret pintou não apenas uma família mas a unidade básica da vida
social brasileira: o lar. Conjunto de relações que continha tanto os
criados quanto a família – pessoas que ocupavam posições
amplamente desiguais –, o lar se situava em um contexto histórico
que investia o chefe de família de autoridade e responsabilidade
sobre os outros membros, inclusive os cridos. (GRAHAM, 1992. p.
23).
 Escravos e Senhores.
PROBLEMÁTICAS

 Família (?).
 Cozinheiro.
 Lógica hierárquica e patriarcal.
 Escravos diferenciados pelas
funções.
 Vestimentas.
 Mucama Mulata.
 Mulher apenas uma reprodutora.
PROPOSTA PEDAGÓGICA

 Proposta de diálogo entre História e Artes


 Habilitar o aluno a compreensão do cotidiano
da sociedade brasileira e do sistema
escravagista oitocentista a partir da análise das
aquarelas do artista e propor posteriormente a
realização de aquarelas pelos alunos sobre
cotidiano, como Jean-Baptiste Debret
desenvolvia durante a Missão Francesa no
Brasil.
 LIEBEL, Vinícius. O historiador e o trato com as
BIBLIOGRAFIA

fontes pictóricas-a alternativa do método


documentário. Topoi (Rio de Janeiro), v. 17, p. 372-
398, 2016.
 BURKE, Peter. A escrita da história: novas
perspectivas. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
 DEBRET, Jean Baptiste. Viagem Pitoresca e Histórica
ao Brasil. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1979,
p. 85.
 GRAHAM, Sandra Laudernale. Proteção e
Obediência – Criadas e os seus patrões no Rio de
Janeiro – 1860-1910. São Paulo, Companhia das
Letras, 1992. p. 23.

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