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RESENHA CRÍTICA, HANNAH ARENDT CAPITULO 01-O SIGNIFICADO DE

REVOLUÇÃO.

Hannah Arendt inicia o capitulo intitulado “O significado de revolução” propondo


uma reflexão sobre a origem do termo Revolução e os diferentes sentidos
atribuídos à palavra, que por mais polissêmico seja, o sentido de Mudança para
a Revolução vem a partir do século XVII.

A Revolução a partir de um dado momento tem o cunho de restauração, e não


apresentava o caráter de quebra da politica instituída, que foi atribuído
posteriormente. Em tese, o resultado de uma revolução deve provocar uma
superação da ordem política, ou seja, mudança radical no poder exercido e só
assim seria considerada revolução.

Fato é que para a autora para a realização de uma revolução, a presença da


violência é fundamental, desde que seja para a busca da liberdade para a
maior parcela da população, e não somente de classes sociais seletas. Dito
isso, Arendt propõe relações entre a revolução Americana e a revolução
Francesa, a fim de analisar as características intrínsecas que as diferenciam e
assemelham.

A Revolução francesa foi inovadora no quesito de incorporar questões politicas


e sociais como motivadores de uma ruptura da politica instituída, já a
Americana, cita Arendt, a busca pela minimização da questão social, veio
antes mesmo que do processo revolucionário. A revolução Americana buscava
mais que tudo a liberdade por já ter questões sociais melhores resolvidas que
na França, onde a violência foi presente e a igualdade juntamente da liberdade
e fraternidade eram os objetivos idealizados.

Arendt destaca que alguns movimentos, revoltas, rebeliões tem relevância,


porém, está longe de ser classificada como Revolução, dada toda a conjuntura
de fatores já citados.

Cabe ressaltar que a questão social não pode ser resolvida apenas através do
sistema politico, visto que, o modo capitalista preserva a ampliação essa
problemática. No entanto, a questão social é também uma questão política. Por
essa e outras razões Arendt afirma que nenhuma das Revoluções conseguiu,
de fato, tais mudanças radicais que garantisse a liberdade.

Sendo assim, mesmo com tantos conceitos de revolução apresentados pela


autora, somente através da motivação de resolução da questão social,
realmente se dá a Revolução. Fica explicito que somente através de um
governo democrático a desigualdade social e a liberdade podem ser
alcançadas. Com isso, a revolução Francesa e a Americana não conquistou
seu objetivo, pensando que não conseguiram sanar seus propósitos.

As revoluções Americana e Francesa apresentam aspectos de uma revolução,


as tornando modelar para novos movimentos que possam vir a surgir, mesmo
não conseguindo atender plenamente o que a Hannah Arendt compreende
como Revolução.

Conforme visto em aula, outros autores divergem em relação às conquistas da


Revolução Francesa, porém Arendt mostra uma visão menos otimista quando
afirma que em sua análise, a revolução francesa não conquistou o objetivo
maior, dado por Liberdade, Igualdade e Fraternidade, o qual compartilho da
ideia, visto que o resultado da mesma tenha sido Napoleão Bonaparte.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARENDT, Hannah. Da Revolução. Brasília: Editora Ática S. A. ; Editora

Universidade de Brasília, 1988.

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