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Unidade III
O PAPEL DA LEITURA: FUNCIONAMENTO SOCIAL E PROCESSAMENTO
(META)COGNITIVO
Vamos agora relacionar a discussão do texto, enquanto prática social, em sua tríplice forma de
acontecimento: escrita, oralidade, leitura.
Lembrete
• Escrita = meio de expressão. Mas para quem? Em que condições? Comunicar-se por meio da
escrita soa como uma armadilha para alguns membros da sociedade: uso misterioso, difícil e
mutável.
• Escrita = meio pelo qual alguns se expressam. Meio de dominação engendrada nas relações
histórico-sociais de força e poder. Os usos da escrita (comunicação e expressão) não dizem respeito
a capacidades técnicas, mas sim ao reconhecimento de certo status: luta pelo poder teoricamente
democrática.
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Unidade III
de força e de poder. “Sim, a escrita é um meio de expressão e comunicação. Mas do quê? De algo que
não existiria sem ela” (p. 44). No plano da comunicação e expressão, a escrita abre um registro novo,
diferente daquilo tudo que já se comunicava e se expressava sem ela.
Veja que a função da escrita tem a ver com a transformação dos processos de conhecimento, sua
dimensão é espacial e visual, enquanto que a da fala é temporal e auditiva. A escrita não é meramente
uma transcrição da fala. A escrita torna-se a linguagem da abstração, do pensamento reflexivo e teórico
(o pensamento sobre o pensamento):
• A escrita é um meio de construir uma visão de mundo, dar sentido. Não representar, mas apresentar
a realidade por meio de restrições próprias e operações específicas.
• A leitura é o que vai em busca da visão de mundo e de seu confronto com outros pontos de vista.
Leva ao questionamento e à investigação.
Para Vygotsky (apud FOUCAMBERT, op. cit., p. 52), a escrita é a álgebra da linguagem, forma
mais difícil e complexa da atividade verbal, intencional e consciente. Assim como é difícil para uma
criança, também o é para muitos adultos. A escrita se basta a comunicar e expressar precisamente as
especificidades intelectuais que ela mesma permite elaborar. Aprender a manejá-la (ler e escrever) é
entrar no uso dessas funções. “Como dizia um professor primário: Agora não basta mais ensiná-los a ler,
é preciso também que eles compreendam”.
Se você aprofundar o olhar acerca desses funcionamentos sociais, concordará que, historicamente, as
práticas de escrita e leitura se configuraram como representações sociodiscursivas de diferentes classes
e aquelas práticas relacionadas às classes econômica e politicamente dominantes foram atreladas ao
“bom uso” do vernáculo, à aquisição e ao acúmulo do conhecimento (e sua organização), ao progresso
e avanço científico-tecnológico e à ascensão social. Nessa perspectiva, vinculou-se à escola, sobretudo,
o papel de “ensinar”, reproduzir e reconhecer tais práticas.
Considere que a prática pedagógica faz uso de cartilhas, livros e manuais didáticos para
instrumentalizar os exercícios de leitura e escrita em sala de aula. Entretanto, a escola mostra modelos
de escrita, mas não consegue ensiná-los. A escola não prioriza estas questões: Quais são as condições
atuais de leitura? Quem lê? Quem escreve? Para quê? Por quê?
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Teorias do Texto
fonético “IVo Viu a uVa” até as tais “fichas de leitura”, em que os alunos nem precisam ler o livro para
completar as respostas (GERALDI, 1985).
O aluno não é levado a produzir textos, e sim a reproduzi-los, e sua autonomia e originalidade, na
maioria das vezes, são podadas e minadas ao longo de seu percurso escolar. Portanto, não há troca,
interação, mas apenas uma simulação desse processo entre professor e aluno. Em geral, o professor é
sempre a boca (falante) e o aluno é sempre a orelha (ouvinte), sem que nunca troquem de papéis. E,
quando o aluno (re)produz, o professor não está interessado em sua produção, mas em se ele conseguiu
reproduzir o modelo.
Você deve refletir acerca de que os sentidos que as crianças atribuem à escrita, seus esquemas de
interpretação, são variados e dependem das experiências passadas, bem como dos conhecimentos
adquiridos – a escola confunde falta de conhecimento com inaptidão para adquirir os conhecimentos
acadêmicos, não reconhecendo o saber do aluno e rotulando-os: “os alunos fracos”, “os que não
sabem”. Veja o texto a seguir, apresentado por Smolka (1988, p. 59), em que a professora está
interessada em se a criança decodificou a escrita, mas não está preocupada com a interpretação
que a criança faz.
– Sou eu, porque ela (a mamãe) diz: vem cá, minha fia.
Compreenda que a criança é exposta a uma frase solta, descontextualizada, mas mesmo assim tenta
levantar hipóteses, com base no uso que ela faz de “afia” no seu contexto social e funcional. Vê-se que,
como a criança já usa a linguagem (oral) e sabe que ela tem uma função, um sentido, ela fica confusa
por não conseguir se subjetivar pelo “texto” que a escola apresenta.
Geraldi (1985) conclui que, nessas condições, quanto menos conhecimento específico sobre
a linguagem escrita (metalinguístico) a criança tem, mais noção da funcionalidade escrita ela
demonstra.
Ele aponta o exemplo de dois garotos que foram reprovados em um ano por “não saberem
escrever” e no ano seguinte um foi aprovado e o outro, novamente reprovado. Mas, conforme
Geraldi, a “produção” do aluno aprovado não passava de uma caricatura idiota, reprodutora do
modelo das cartilhas, que nem chega a ser um texto (e sim, no máximo uma “redação”). Já o aluno
reprovado, apesar de vários problemas com o registro escrito, apresenta verdadeiramente um texto,
uma narrativa em que se pode compreender uma história com todos os seus elementos básicos
(enredo, personagens, espaço, tempo, clímax), e, além disso, o texto denota a subjetividade de seu
autor, pois retrata um tema bastante típico paras as crianças, sobretudo as de classe econômica
baixa.
Quadro 18
Que escrita é essa que a criança aprende na escola que faz com que ela
“regrida” quando escreve o que pensa? Assim se comprova, mais uma
vez, que a escola ensina as crianças a repetirem e reproduzirem palavras
e frases feitas. A escola ensina palavras isoladas e frases sem sentido
e não trabalha com as crianças [na fase da escrita inicial], o “fluir do
significado”, a estruturação deliberada do discurso interior pela escritura
(1988, p. 69).
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Teorias do Texto
Podemos constatar que é devolvendo o direito à palavra ao aluno que talvez se possa um dia ler a
história contada, e não contida, da grande maioria que hoje ocupa os bancos das escolas públicas. E
tal atitude, conforme Geraldi, dá novo significado à questão: “Como avaliar redações?”. Apontando, no
mínimo, para critérios diferentes daqueles que reprovaram o autor do texto e aprovaram o “autor” da
redação (GERALDI, 1985, p. 129).
Lembrete
Veja a seguir algumas importantes contribuições de Smolka, que servem de sugestão para a
abordagem dessas questões no ensino, na sala de aula:
E ainda:
Após a reflexão apresentada, considerando a proposta da autora, veja agora três textos também
apresentados por Smolka (1988), em que se podem reconhecer todos esses aspectos por ela apontados,
relacionados ao trabalho com o texto literário e o processo de subjetivação da criança, por meio da
leitura/escrita.
[A galinha foi na feira com o galo. Ela beijou o galo. Ela passou “boca
louca”. O pintinho falou: “Olha o namoro!”. O galo falou: “Porque a sua
mãe é bonita demais!”. A galinha falou: “Você também é”. O galo falou:
“Obrigado”. A galinha falou: “Obrigado, você”. O galo: “De nada”. O galo
deu um “boca louca” para ela. O pintinho bicou o galo, o galo pegou
os pintinhos no couro e o galo casou com a galinha e os dois foram
passear no bosque. A galinha ficou contente. Os pintinhos ficaram
chorando.]
Figura 2
Fonte: Smolka, 1988, p. 102.
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Teorias do Texto
[A minha irmã parece o Janjão e eu não gosto dela... ela mexe quando
eu tô brincando de carrinho, ela não deixa eu brincando de carrinho
porque ela não gosta que eu não “brinco” com moleque de rua. Mas eu
vou na rua, eu bato nela e eu vou, bato, e a minha mãe bate em mim e
vou dormir. Depois que eu acordo, quando meu pai chega, eu falo pra
ele, ele bate nela. Eu gosto quando meu primo bate nela. Eu dou risada.
Acabou “dessa” folha.]
Figura 3
Fonte: idem, p. 103.
[Eu acharia melhor que todo mundo que viesse na festa não estragasse
as bandeirinhas, os balões todos que tivessem na festa, não estragasse.
Guardasse pro outro ano. Porque as folhas são caras, os cartazes
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Figura 4
Fonte: idem, p. 105.
Ainda sobre o processo de leitura, você precisa entender que esse processo se dá cognitivamente e
metacognitivametne, como veremos nos tópicos a seguir.
I. Estratégias de leitura
Observe que, quando se fala sobre a leitura enquanto ato individual, uma questão bastante pertinente
em relação ao ensino da leitura diz respeito à viabilidade desse ensino. Não seriam as tentativas de
ensino da leitura incoerentes com a natureza da atividade, uma vez que a leitura é um ato individual de
construção de significado em um contexto que se configura mediante a interação entre autor e leitor e
que, portanto, será diferente para cada leitor, dependendo de seus conhecimentos, interesses e objetivos
do momento?
Conforme Kleiman (2004; e 2007a), a tentativa seria incoerente se o ensino de leitura seguisse
a prática escolar, tanto do professor como do livro didático, que privilegia uma leitura, a do
professor, como a única leitura correta, autorizada. A tentativa não é incoerente, entretanto, se
o ensino de leitura for entendido como o ensino de estratégias de leitura, por uma parte, e
como o desenvolvimento das habilidades linguísticas que são características do bom leitor, por
outra. Tanto estratégias como habilidades são necessárias, porém não suficientes, para realizar
o ato de ler.
As estratégias de leitura são operações regulares para abordar o texto. Essas estratégias podem ser
inferidas a partir da compreensão do texto. O texto, por sua vez, é inferido a partir do comportamento
verbal e não verbal do leitor:
Em linhas gerais, as estratégias do leitor são classificadas em: cognitivas e metacognitivas. É o que
se discutirá a seguir.
As estratégias cognitivas são as operações inconscientes do leitor, no sentido de não ter chegado
ainda ao nível consciente, que ele realiza para atingir algum objetivo de leitura. Por exemplo, o
fatiamento sintático é uma operação necessária para a leitura, que o leitor realiza, ou não, rápida
ou cuidadosamente, isto é, de diversas maneiras, dependendo das necessidades momentâneas, e que
provavelmente não poderá descrever.
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Unidade III
Material Olhos
escrito
(percepção e interpretação de
input gráfico)
Memória de trabalho
(fatiamento)
Memória intermediária
(repositório de conhecimento
ativado, em alerta)
Entenda que as estratégias cognitivas são as operações (e não regras) realizadas com algum objetivo
em mente, sobre as quais temos controle consciente, no sentido de sermos capazes de dizer e explicar
a nossa ação.
Várias são as estratégias que podem ser utilizadas pelo leitor quando este não entende o
texto, começando pela consciência própria de falha na compreensão. Por exemplo, ele poderá
voltar atrás e reler, ou poderá procurar o significado de uma palavra-chave que recorre no
texto, ou poderá fazer um resumo do que leu, ou procurar um exemplo de um conceito. Enfim,
dependendo do que ele detectar como causa, ele adotará diversas medidas para resolver o
problema.
Conforme explicita Kleiman ( op. cit.), dentro dessa visão do processo de leitura, como um
conjunto de estratégias cognitivas e metacognitivas de abordagem do texto, o ensino estratégico
de leitura consistiria, por um lado, na modelagem de estratégicas metacognitivas, e, por outro,
no desenvolvimento de habilidades verbais subjacentes aos automatismos das estratégias
cognitivas.
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Teorias do Texto
Observação
Como você mesmo está se exercitando aqui como leitor, o leitor experiente tem duas características
básicas que tornam a sua leitura uma atividade consciente, reflexiva e intencional: primeiro, ele lê
porque tem algum objetivo em mente, e, segundo, ele compreende o que lê, o que seus olhos percebem
seletivamente é interpretado, recorrendo a diversos procedimentos para tornar o texto inteligível,
quando não consegue compreender.
Em primeiro lugar, o objetivo determina escolhas pessoais; nesse sentido, todo programa de leitura
deve ter um componente livre, em que o aluno vai à biblioteca da escola e lê o que quiser, sem cobrança
de nenhuma espécie.
Em segundo lugar, o leitor proficiente faz escolhas buscando antecipar os assuntos do conteúdo do
livro.
Essas antecipações estão apoiadas no conhecimento prévio, tanto sobre o assunto (conhecimento
enciclopédico) como sobre o autor, a época da obra (conhecimento social, cultural, pragmático), o gênero
(conhecimento textual) (KLEIMAN, 2007a).
Saiba mais
Para ampliar essa discussão, você pode ler a resenha do texto Texto
e leitor: aspectos cognitivos da leitura, de Ângela Kleiman, que está
disponível em <http://pt.scribd.com/doc/27827045/Resenha-Texto-e-
Leitor-Aspectos-Cognitivos-Da-Leitura-Angela-Kleiman>.
Assim, faz-se necessário que todo programa de leitura permita ao aluno entrar em contato com
um universo textual amplo e diversificado. Na aula de leitura, é possível criar condições para o aluno
fazer suas antecipações do conteúdo, orientado pelo professor, que, além de permitir-lhe utilizar seu
próprio conhecimento, supre eventuais problemas de leitura do aluno, construindo suportes para o
enriquecimento dessas antecipações e mobilizando seu maior conhecimento sobre o assunto.
O exemplo a seguir, de acordo com Kleiman (2004, p. 52-56), ilustra um caso em que o professor
(mais experiente) orienta o aluno (menos experiente), a definir seus objetivos de leitura. O texto
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publicitário, por meio da combinação das linguagens verbal e não verbal, ajuda a criar uma imagem
de um leite puro, seguro, nutritivo (adjetivos usados no texto), e natural (associações que a figura do
animal traz):
Como não tem bactérias, o leite Longa Vida não precisa de aditivos nem
de conservante algum. Por não conter conservantes, leite Longa Vida, uma vez
aberto, precisa ser colocado na geladeira. Não porque acabou a mágica, mas
porque lá dentro da caixinha só tem leite puro, seguro e nutritivo.
Você não deve desconfiar quando um leite é tudo isso.
Entenda que a intencionalidade aparece no texto por meio de outras marcas, como a
hiperlexicalização (repetição de um mesmo item lexical) no emprego do pronome dêitico “isso”. O
anúncio do leite está disposto em uma estrutura quase dialogada, e o pronome “isso” pode fazer uma
referência tanto interna como externa ao texto, estabelecendo uma ligação com os elementos da falta
desse interlocutor imaginário.
Assim, quando o antecedente está no texto, a palavra “isso” no enunciado (“Você não deve
desconfiar quando um leite é tudo isso”) remete ao parágrafo anterior. Do mesmo modo, o
pronome “disso” teria o mesmo antecedente (“Você deve desconfiar quando um leite não é nada
disso”).
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Teorias do Texto
Por outro lado, a autora aponta ocorrências em que não fica claro qual poderia ser o antecedente,
fazendo supor uma ligação com o universo do leitor, tornando a expressão vaga e com diversos
referentes possíveis (“Você nem precisa agradecer o fato de o Leite Longa Vida fazer tud o isso
por você”).
A última ocorrência do pronome também não deixa claro seu significado, pois o seu antecedente
parece ser “fazer tudo isso”, que novamente é imprecisa (“Porque, no fundo, “isso” não é mais que uma
obrigação”).
E ainda aprofundando a questão dos tipos de leitor, considere que, conforme Kato (1999), são
diversas as hipóteses sobre os processos mentais subjacentes à leitura. Descrevendo algumas delas, a
autora enfatiza aquela em que o leitor participa reconstruindo o planejamento do discurso do escritor.
Na área de compreensão e leitura, temos duas hipóteses opostas, ambas descrevendo leitores ideais
e considerando o texto uma unidade formal, com significado próprio:
1. A ascendente (bottom-up) ou dependente do texto, na qual o leitor faz uma análise visual dos
dados e procura, por meio do entendimento das partes menores, entender o significado do todo
(leitor analisador).
A autora comenta que, apesar de parecerem contraditórios, se esses processos mencionados forem
usados conjuntamente, ou seja, complementando um ao outro de forma a estabelecer uma interação
entre o leitor e o texto, temos um leitor construtor-analisador, mais fluente e preciso.
Você entendeu? Essas hipóteses baseiam-se apenas na interação entre o leitor e o texto, mas e
quanto à interação leitor-escritor, em que a compreensão é principalmente dependente da capacidade
do autor de transmitir suas ideias no texto?
Kato sugere que, partindo da leitura como um ato de comunicação regido por regras conversacionais,
o escritor e o leitor estabelecem um contrato de cooperativismo:
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Unidade III
Entretanto, esse leitor-cooperativo espera sempre que esses quatro princípios estejam sempre
presentes. Mesmo o não cumprimento de qualquer um deles pode significar para o leitor que ali há uma
ocultação do autor do seu real desejo.
Para ilustrar melhor, Kato aponta de Morton e Marshal (1985 apud KATO, 1999, p. 70): Um avião
americano que voava de Boston para Vancouver caiu exatamente na fronteira entre os Estados Unidos
e o Canadá. Em que país os sobreviventes deveriam ser enterrados?
Conforme a autora, há aí uma violação da sinceridade, pois alguns leitores, levados pelo princípio
de cooperação, pensarão tratar-se de uma brincadeira do autor, enquanto outros tentarão adivinhar
o termo que ocorre nessa posição, evidenciando, neste último caso, a hipótese descendente de
leitura.
Considere o texto como sendo, além de uma unidade formal, uma unidade de comunicação, em
que a leitura se define como um ato de reconstrução dos processos de sua produção. Essa interação
leitor-autor, corroborada por Levy (apud KATO, 1999), prega que a recepção é um processo no qual o
leitor se coloca seguindo as trilhas deixadas pelo autor, colocando-se na sua posição para entender seus
objetivos. A partir desse percurso, constrói-se o leitor-reconstrutor.
O modelo proposto por Levy (apud KATO, op. cit.) vê a produção como um processo de planejamento,
por meio do qual o escritor do texto codifica seus objetivos usando estratégias comunicativas. Entenda-
se por planejamento o processo por meio do qual o produtor arma um curso de ação para satisfazer
a um ou mais objetivos e por estratégia comunicativa o modo como o produtor realiza seu objetivo
comunicativo.
Resumo
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Exercícios
Figura 6
Fonte: Orlandeli apud Santos, 2011.
A) Todas as afirmativas.
B) I e II, somente.
C) I e III, somente.
D) II e III, somente.
E) II, somente.
I. Afirmativa correta.
Justificativa: nas “conversas” pelo MSN, utilizam-se várias marcas da oralidade, as pessoas
normalmente dizem que vão “falar” no MSN justamente pela proximidade que esse meio de comunicação
tem com a conversa informal.
QUESTÃO 2. (Enade 2008) “Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém
lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo” (BOFF, 1997, p. 9).
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
BRASILEIRO, A. A coerência e a coesão na costrução do sentido dos textos. Disponível em: <url20.ca/-
Fb. Acesso em: 17 abr. 2011.
Figura 2
KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. 10. ed. Campinas: Pontes, 2004.
Figura 3
ORLANDELI. Grump. Image001.jpg?w=500&h=168. Largura: 482 pixels. Altura: 177 pixels. 39 KB.
Formato JPEG. In: SANTOS, G. L. Disponível em: <http://migre.me/4lnyR>. Acesso em: 25 abr. 2011.
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o poeta do Bixiga, 1990. 1 disco sonoro. Faixa 2.
___. As mariposa. Intérprete: Adoniran. In: ADONIRAN. Odeon [S.I.]: Adoniran Barbosa, 1974. 1 disco
sonoro. Faixa 3.
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Textuais
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www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44501999000300008>. Acesso em: 18 abr.
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PLATÃO, F. S.; FIORIN, J. L. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1996.
Exercícios
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106
107
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