Você está na página 1de 63

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

PROFESSORA: ARETHUSA DANTAS


Email: arethusa_dantas@hotmail.com
A NOVIDADE NA ALFABETIZAÇÃO COM EMILIA FERREIRO

 Segundo Ferreiro (1996), leitura e escrita são sistemas que podem ser paulatinamente
construídos pela criança:
 “O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. Mas as
práticas sociais, assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas
crianças” (FERREIRO, 1996, p. 24).
A NOVIDADE NA ALFABETIZAÇÃO COM EMILIA FERREIRO

 O entendimento das fases da escrita da teoria da


psicogênese devem desencadear uma didática
da alfabetização, ou seja, o como intervir, como
propor desafios à criança.
 Soares (2003) afirma que, dentre as falsas
inferências ou os equívocos cometidos com a
adoção da perspectiva cognitivista da
psicogênese da escrita, podem ser destacadas
duas: o obscurecimento da faceta linguística
fonológica da alfabetização e o sentido negativo
atribuído à adoção de métodos de alfabetização.
A NOVIDADE NA ALFABETIZAÇÃO COM EMILIA FERREIRO
1. A faceta linguística fonológica da alfabetização que é a escrita, enquanto objeto de
conhecimento em construção, é um objeto linguístico constituído por relações
convencionais e arbitrárias entre fonemas e grafemas.
2. A concepção cognitivista transformou os problemas da aprendizagem da leitura e da escrita em
problemas sobretudo metodológicos.
 De acordo com Soares (2003, p.16), “para a prática de alfabetização, tinha-se, anteriormente,
um método e nenhuma teoria; com a mudança de concepção sobre o processo de
aprendizagem da língua escrita, passou-se a ter uma teoria e nenhum método”.
LÍNGUA É CULTURA

 Para Ferreiro (1996), a língua é um patrimônio de uma cultura, e sua representação gráfica faz
parte dessa cultura. Por outro lado, não se deve partir do princípio que todas as crianças, desde
a pré-escola, podem produzir e interpretar a escrita.
 A interpretação está diretamente relacionada ao desenvolvimento da compreensão do
mundo da criança, e isto é um processo individual no desenvolvimento.
LER E ESCREVER FAZEM PARTE DE UM PROCESSO

 É necessário que se permita e se estimule que a criança tenha interação com a língua escrita,
nos mais variados contextos, permitindo, assim, junto com a alfabetização, um processo de
letramento, ou seja, de familiaridade com a própria escrita.
 Ferreiro (1999, p. 47) afirma que “a alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um
processo cujo início é, na maioria dos casos, anterior à escola e que não termina ao
finalizar a escola primária”.
APRENDIZAGEM

 O desenvolvimento linguístico avança à medida que a criança


apreende a forma como a linguagem escrita é elaborada.
 Os princípios relacionais são aprendidos à medida que a criança
resolve o problema de como a linguagem escrita é significativa
para esta cultura.
 Assim, a criança começa a compreender, com a linguagem escrita,
a representação das ideias e os conceitos que as pessoas, os
objetos no mundo real e a linguagem oral possuem.
FACETAS DO LETRAMENTO
 Embora na criança necessite de um ensino explícito do sistema de escrita alfabético, o
processo de alfabetização deve ser desenvolvido em um contexto de letramento. Devemos,
para isso, considerar três facetas envolvidas neste processo:

 Faceta Linguística: apropriação do sistema alfabético-ortográfico, decodificação e


codificação;
 Faceta Interativa: habilidades de compreensão e produção de texto;
 Faceta Sociocultural: eventos sociais e culturais que envolvem a escrita.
INTEGRAÇÃO DAS FACETAS
SUGESTÃO DE ATIVIDADES PARA ENGLOBAR AS TRÊS FACETAS NO
PLANEJAMENTO:

 Diariamente:

 Leitura coletiva, individual ou realizada pela professora;


 Escrita coletiva, individual, banco de palavras;
 Análise de gêneros textuais;
 Produção de textos;
 Reflexão metalinguística;
 Oralidade, diálogo, resumos, críticas, roteiros, sequências lógicas;
 Trabalhar com diferentes tipos de letra (dependendo do período do ano e qual a turma);
 Trabalho sistemático com nome próprio.
 Semanalmente:
 Práticas de oralidade;
 Estratégias de revisão de texto;
 Variar os materiais de leitura.
 Mensalmente:
 Dramatização de histórias;
 Exploração de diferentes gêneros textuais;
 Intercâmbio de mensagens entre as turmas;
 Murais temáticos sobre o que estão trabalhando;
 Atendimento da turma em pequenos grupos divididos por
diferentes níveis de escrita e leitura.
NENHUMA PRÁTICA PEDAGÓGICA É NEUTRA

 Segundo Ferreiro (2000, p. 30), um método nada mais é do que a forma de se conhecer um
sistema, pois a conexão entre as informações, além dos próprios elementos formadores das
informações, precisam ser aprendidas porque, de outra forma, não será transformada em
conhecimento operante.
 Isto quer dizer que temos de aceitar métodos para conhecer as coisas, pois são sugestões
que indicam um caminho para se alcançar um objetivo.
ENTENDA A REPRESENTAÇÃO

 A escrita é uma representação da linguagem, que opera como um sistema notacional para a
transcrição gráfica das unidades sonoras.
 Quando a escrita é simplesmente apresentada como um código de transição entre fonemas e
sinais, sua aquisição se organiza enquanto técnica. Por outro lado, se ela é aprendida enquanto um
sistema de representação, ela se torna instrumento de representação e interpretação do mundo.
 Neste momento, o conhecimento deixa de ser apenas um objeto externo à criança e passa a ser
uma forma de perceber a realidade.
A CRIANÇA CRIA SEUS SIGNIFICADOS
 Nossa escrita alfabética, enquanto representação grafonômica, tem como motivo primeiro
representar as diferenças entre os significantes.

 Os dois sistemas propostos na escolarização, tanto o sistema de representação dos números,


quanto o sistema de representação da linguagem, são desafios intelectuais de apreensão das
variantes conceituais que criam as mesmas dificuldades operantes que o aprendizado de
qualquer outro processo, como os cuidados com a higiene. Podemos acreditar, portanto, que as
crianças acabam por criar seus próprios motivos, seus próprios significados, e em certa
medida, sua compreensão acaba por reinventar o sistema decorrente de um processo.
ASSIM, A CRIANÇA:

 opera com signos e significados dentro de um mundo


pleno de valores, sentidos e significados socialmente
marcados, e é dessa experiência que decorre a
autonomia de ler e grafar;
 antecipar o ensino das letras, em vez de trazer o
debate da cultura escrita no cotidiano, é inverter o
processo e aumentar a diferença.
ALFABETIZAÇÃO, UM PROCESSO COMPLEXO
 Se pensamos a língua escrita como uma práxis de compreensão de um modo de construção
de um sistema de representação, muda-se a forma de ensinar.
 O importante passa a ser controlar as discriminações perceptivas (ver, ouvir e falar), que são
necessárias, mas que precisam articular-se para que a criança aprenda a se expressar e a
buscar formas de expressão da realidade.
 A partir daí, temos de compreender a natureza deste complexo sistema de representação
do mundo.
A LINGUAGEM ESCRITA

 Cócco e Hailer (1996) propõem dois eixos no trabalho de alfabetização da criança:

1. o trabalho textual, porque permite à criança compreender como funciona a


Escrita e como pode ser empregada socialmente;
2. a análise linguística, porque embasa a aquisição do valor sonoro convencional à criança e
a ajuda na reconstrução do código linguístico.
ESCRITA E CONHECIMENTO

 O que deve estar em foco, na ação pedagógica, é a ideia de que o conhecimento da escrita não
se faz pela codificação e decodificação de mensagens.
 O princípio que orienta a ação educativa é o da vivência no universo cultural, incluindo a
oralidade espontânea e as expressões características do discurso de escrita.
INTENCIONALIDADE DA PRÁTICA EDUCATIVA
Letra Cursiva ou Letra Bastão: qual a melhor letra
para se começar o processo de alfabetização?
QUAL LETRA ENSINAR?

 O tipo bastão se mostra eficiente nos primeiros momentos da


alfabetização porque dá, visualmente, a ideia de unidade (cada
letra é uma).
 Já a letra cursiva não nos dá uma percepção visual tão clara.
 Contudo, não podemos deixar as crianças saírem da escola sendo
“analfabetas” de algum tipo de letra.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!
Email: arethusa_dantas@hotmail.com

Você também pode gostar