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A HERMENÊUTICA E O PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA

Silvana Maria Pereira da Silva1


Tina Charles de Sousa Soares2

RESUMO

Palavras-chave:

1 INTRODUÇÃO

1
Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN no ano de
2008, especializanda em Psicopedagogia Institucional e Clínica, pela FALC, e aluna de Mestrado pela
Sapiens – Faculdade de Ciências Humanas da Paraíba, e-mail: silvanamps@yahoo.com.br.
2
Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN no ano de
2004, especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica, pela Universidade do Vale do Jaguaribe
– UVJ, no ano de 2007, e aluna de Mestrado pela Sapiens – Faculdade de Ciências Humanas da
Paraíba, e-mail: tina.charleseduc@hotmail.com.
2 HERMENÊUTICA CONCEITO E SURGIMENTO

De acordo com a Wikipédia, a Hermenêutica é um ramo da filosofia que


estuda a teoria da interpretação, que pode referir-se tanto à arte da interpretação, ou
a teoria e treino de interpretação. A hermenêutica tradicional - que inclui
hermenêutica Bíblica - se refere ao estudo da interpretação de textos escritos,
especialmente nas áreas de literatura, religião e direito. A hermenêutica moderna, ou
contemporânea, engloba não somente textos escritos, mas também tudo que há no
processo interpretativo. Isso inclui formas verbais e não-verbais de comunicação,
assim como aspectos que afetam a comunicação, como proposições, pressupostos,
o significado e a filosofia da linguagem, e a semiótica. A hermenêutica filosófica
refere-se principalmente à teoria do conhecimento de Hans-Georg Gadamer como
desenvolvida em sua obra "Verdade e Método" (Wahrheit und Methode), e algumas
vezes a Paul Ricoeur. Consistência hermenêutica refere-se à análise de textos para
explicação coerente. Uma hermenêutica (singular) refere-se a um método ou
vertente de interpretação. De acordo ainda com a Wikipédia o termo "hermenêutica"
provém do verbo grego "hermēneuein" e significa "declarar", "anunciar", "interpretar",
"esclarecer" e, por último, "traduzir". Significa que alguma coisa é "tornada
compreensível" ou "levada à compreensão".

3 PROCESSO DE APROPRIAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA LEITURA E DA


ESCRITA

3.1 Processo de Apropriação da leitura e da escrita


A apropriação da escrita e da leitura é um processo complexo que envolve
tanto o domínio do sistema alfabético/ortográfico quanto a compreensão e o uso
efetivo e autônomo da língua escrita em práticas sociais diversificadas. A partir da
compreensão dessa complexidade é que se tem falado em alfabetização e
letramento como fenômenos diferentes e complementares, inseparáveis e ambos
indispensáveis, sendo necessário, portanto alfabetizar letrando, como afirma
SOARES (2010).
Pode-se afirmar que alfabetização é um processo complexo e quanto mais o
educador estiver preparado e atento às mudanças e atitudes do educando, o
processo de aprendizagem, de apropriação do código linguístico, torna-se mais
agradável e produtivo. A este respeito Cagliari (1998) apud SOARES

O processo de alfabetização inclui muitos fatores e, quanto


mais ciente estiver o professor de como se dá o processo de
aquisição de conhecimento [...] mais condições terá esse
professor de encaminhar de forma agradável e produtiva o
processo de aprendizagem [...]” (2010, p.36)

No que se refere ao processo de Letramento está mais voltado para


processo de inserção e participação na cultura escrita. Trata-se de um processo que
tem início quando a criança começa a conviver com as diferentes manifestações da
escrita na sociedade e se prolonga por toda a vida, com a crescente possibilidade de
participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita. Magda Soares
(1998) apud SOARES afirma que

Letramento é o resultado da ação de ensinar e apreender as práticas


sociais de leitura e escrita; é o estado ou condição que adquire um
grupo social ou indivíduo como consequência de ter-se apropriado da
escrita e de suas práticas sociais (2010, p.37)

Soares afirma ainda que o letramento tem início quando a criança começa a
conviver com diferentes manifestações de escrita na sociedade e se prolonga por
toda a vida, com crescente participação nas práticas sociais de que envolvem a
língua escrita. Desta forma a criança que tem contato com um ambiente letrado,
onde se leem livros, jornais, revistas, bulas de remédios, receitas culinárias e outros
tipos de leitura, alfabetiza-se mais facilmente ao passo que está tornando-se letrada
concomitantemente.
Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia afirma que

Não podemos, numa perspectiva democrática, transformar uma


classe de alfabetização num espaço em que se proíbe toda reflexão
em torno da razão de ser dos fatos nem tampouco num "comício
libertador". A tarefa fundamental [...] que me situo é experimentar
com intensidade a dialética entre "a leitura do mundo" e a "leitura da
palavra". (FREIRE, 1996, p.51)
Portanto para que a alfabetização e o letramento ocorram é necessário que
o processo educativo seja significativo, interessante, tornando-se pertinente ao
educando. Porque a leitura do mundo, do cotidiano, da realidade, do dia-a-dia do
educando não deve ser extraordinariamente distante do mundo da palavra, dos
códigos linguísticos, do cotidiano escolar. Pois se isto ocorre não há êxito para o
educando e muito menos para o educador, no processo de ensino-aprendizagem,
neste caso de apropriação da leitura e escrita.
É possível encontrar pessoas que passam pela escola, aprenderam técnicas
de decifração do código escrito e são capazes de ler palavras e textos simples, no
entanto não são capazes de se valerem da língua escrita em situações sociais que
requeiram habilidades mais complexas. Essas pessoas são consideradas
atualmente como sendo analfabetas funcionais.

2.2 Processo de Construção da leitura e da escrita


De acordo com Soares (2010), estudos da psicogênese da língua escrita
realizados por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky revelam que a criança passa por
diferentes níveis de evolução conceitual na construção do seu processo de leitura e
escrita. Afirmando ainda que “Quanto maior for a sua interação com os modelos
convencionais de escrita, maior será também a influência destes modelos em seu
processo de construção do conhecimento” (p.22). As etapas de construção do
processo de leitura e escrita, descritas por Emilia Ferreiro apud Soares (2010),
possuem as seguintes caraterísticas:

2.2.1 Nível pré-silábico


A criança representa a escrita através de garatujas, números ou até letras.
Já diferencia o desenho da escrita, porém ainda não tenta representar a palavra e
sim o objeto. A criança usa critérios quantitativos (quantidade de letras) e
qualitativos (utilização das mesmas marcas ou letras para representar coisas
diferentes, variando apenas a posição das letras). As crianças utilizam o realismo
nominal, isto porque relacionam a palavra ao tamanho ou idade (SOARES, 2010,
p.25-26)

2.2.2 Nível silábico


A criança não representa mais o objeto e sim a letra, formulando a hipótese
de que cada letra vale uma sílaba. Por exemplo, para escrever gato ou pato utilizam
as mesmas vogais AO. Apresentam outra contradição ao escreverem as palavras
monossílabas.

Quando a criança está na transição entre as hipóteses pré-silábica e


silábica e quer escrever, por exemplo, a palavra pé, normalmente usa
apenas a letra E, mas por supor que não pode escrever palavras
com menos de três letras, acrescenta outras, escrevendo pé.
(SOARES, 2010, p.28)

2.2.3 Nível silábico-alfabético


Nesta fase a criança descobre que uma letra sozinha não é capaz de
representar uma sílaba, deste modo “Ao descobrir que o esquema de uma letra para
cada sílaba não funciona, a primeira tentativa da criança é acrescentar mais letras
aleatoriamente” (SOARES, 2010, p.29). Diante as novas descobertas das crianças a
autora recomenda o contato com diversos portadores textuais, para o avanço no
processo de aquisição da língua escrita.

2.2.4 Nível alfabético


No início dessa fase a escrita aproxima-se da transcrição fonética, o que
gera conflitos no processo de escrita, pois um único fonema pode ser representado
por várias letras, como também mais de uma letra para um mesmo fonema. Esses
conflitos acabam por levar à descoberta de que existem regras para a escrita. A
autora lembra que

Ser alfabetizado é mais do que [...] traduzir o texto escrito em letras e


sílabas. É principalmente, compreender o que está escrito, processar
o significado da ideia que o(a) autor(a) pretende transmitir. Entra aí a
perspectiva do letramento, fazendo com que o aluno exerça sua
condição de alfabetizado [...]. (SOARES, 2010, p.31)

Percebe-se que o processo de construção do conhecimento é contínuo,


cercado de conflitos e evoluções. Da mesma forma a prática pedagógica, que exige
do docente conhecer mais e melhor o educando, não apenas de informações
teóricas, mas também principalmente pelos seus dados pessoais e afetivos. “O
professor deve se questionar sobre como a criança aprende, para que ele está se
propondo a ensinar determinado conteúdo e a quem serve esse conhecimento [...]”
(SOARES, 2010, p.32).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A HERMENÊUTICA E O PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA (LÍNGUA


ESTRANGEIRA)

RESUMO

Palavras-chave: (Língua Estrangeira)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática


Educativa. São Paulo: EGA, 1996

HERMENÊUTICA. Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Hermenêutica. Acesso em


09/10/2013 às 12:21.

SOARES, Maria Inês Bizzotto et al. Alfabetização Linguística: da teoria à prática.


Belo Horizonte: Dimensão, 2010.

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