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revisão

Alfabetização
e Letramentos
destaques:
Como afirma Freire (1992, p. 11-12), já realizamos a leitura do mundo,
muito antes de ingressarmos na escola:

“A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a


posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade
da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem
dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por
sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o
texto e o contexto.”

Antes mesmo de decodificar símbolos, o homem precisa ler o contexto no qual está inserido,
precisa compreender a realidade para viver e sobreviver nela, enfrentar as dificuldades, aprender
e ensinar, humanizar-se e lutar pela sua liberdade e autonomia.
destaques

Autores que difundiram determinadas perspectivas teóricas sobre a alfabetização:


Paulo Freire: Entende a educação como um ato político e por isso, a
alfabetização possibilita “ler o mundo” para transformá-lo.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky: A alfabetização passa a ser reconhecida
como um processo de elaboração de hipóteses sobre a representação linguística.
A psicogênese da língua escrita possibilitará compreendê-la a partir dos
diferentes níveis de aprendizagem do sujeito.
Magda Soares: A compreensão da dimensão sociocultural da língua escrita e
de sua aprendizagem se dará a partir da ideia de letramento.
destaques

Psicogênese da Língua Escrita:


Nas suas investigações sobre o modo como as crianças aprendem a ler e
escrever mesmo antes de ingressarem na escola, Emília Ferreiro e Ana Teberosky
descobriram que elas desenvolvem tentativas de iniciar um processo de escrita
informal como representação da fala. Concluíram que a criança “constrói” o
conhecimento, vindo daí o termo “construtivismo”, que, ao contrário do que
muitos pensam, não é um método de alfabetização. Construtivismo é o termo
utilizado para nomear os processos de construção da escrita e da leitura.
Segundo a teoria de Ferreiro e Teberosky – a psicogênese da língua
escrita, a criança elabora hipóteses sobre o sistema de escrita. Esse é um dos
maiores legados desses estudos, pois descobrir em qual nível cada uma está é
uma importante ferramenta para que os professores alfabetizadores levem os
alunos a aprender.
Hipótese pré-silábica: É a fase de construção em que se encontram os
alfabetizandos que ainda não reconhecem que a escrita representa a fala.
Ela se apresenta em dois níveis: no primeiro, as crianças buscam diferenciar
o desenho da escrita, identificando o que é possível ler; no segundo, elas
percebem a necessidade de uma quantidade mínima de letras para que
alguma coisa esteja escrita (em torno de três). Para escrever na hipótese
pré-silábica, a criança ou adulto utiliza letras aleatórias, em geral, presentes
em seu próprio nome e sem uma quantidade definida.
Hipótese silábica: A criança começa a perceber que para cada parte falada
(sílaba oral) pode-se grafar uma letra. Essa etapa pode ser dividida em dois
níveis: no primeiro, chamado de silábico, ela representa cada sílaba por uma
única letra qualquer, sem relação com os sons que ela representa; no segundo,
o silábico com valor sonoro, há um avanço, pois cada sílaba é representada por
uma vogal ou consoante, que expressa o seu som correspondente. O avanço
nesta hipótese é menos demorado que na anterior.
Hipótese
silábico-alfabética:
Corresponde a um período de transição, no qual a criança trabalha
concomitantemente com duas hipóteses: a silábica e a alfabética. Ora ela
escreve atribuindo a cada sílaba uma letra, ora, representando as
unidades sonoras menores, os fonemas.
Hipótese alfabética:
Quando o sujeito procura representar cada fonema com uma letra,
constituindo sílabas, diz-se que a criança se encontra na hipótese alfabética.
Nesse estágio, os alunos ainda apresentam erros ortográficos, mas já conseguem
entender a lógica do funcionamento do sistema de escrita alfabético.
Destaques/ Resumo ideias:
Conceito de alfabetização: processo de codificação e decodificação, a
prendizagem dos aspectos técnicos da língua escrita e da leitura, domínio de um código, dos
conhecimentos e habilidades do sistema da escrita.

Conceito de letramento: o uso social da leitura e da escrita, práticas sociais


de leitura, escrita e oralidade; extrapola o processo restrito da alfabetização.
A prática de alfabetização é composta de modos de fazer assumido por quem alfabetiza
e também pelas teorias que vão se consolidando a cada época e, seja com o nome de técnicas,
de métodos, de metodologia ou de didáticas de alfabetização, o fato é que os professores
sempre precisaram/precisam conhecer e criar caminhos para realizar da melhor forma o seu
trabalho.
As teorias vistas até agora vêm sustentando teórica e metodologicamente a formação de
professores em diferentes momentos históricos, embasando as técnicas de alfabetização. Porém,
durante décadas, discutiu-se quais métodos seriam mais eficientes.
Os métodos sintéticos partem da letra, da relação letra-som, ou da sílaba, para chegar
à palavra. São eles: soletração, silabação e métodos fônicos.
Os métodos analíticos ou globais têm como pontos de partida unidades maiores da
língua, como o conto, a oração, a frase. São eles: palavração, sentenciação e métodos de contos.
Os métodos analítico-sintéticos são uma via alternativa que busca combinar
ambas as abordagens teóricas, enfatizando a compreensão do texto, desde a alfabetização
inicial, bem como a identificação dos fonemas, explicitando sistematicamente as relações
entre letras e sons.
destaques

É importante ressaltar que leitura e escrita são atividades fundamentais para o


desenvolvimento e para a formação do indivíduo, pois, dentro e fora da escola
e por toda vida, o domínio, ou não, de ambas, facilitará, ou não, o crescimento
intelectual.

Tudo o que se ensina na escola está diretamente ligado à leitura e depende


dela para se manter e se desenvolver. A leitura é a realização do objetivo da
escrita. Quem escreve, o faz para ser lido. O objetivo da escrita […] é a leitura
(CAGLIARI, 1989, p. 35). Portanto, é notória a importância tanto da escrita,
quanto da leitura para o desenvolvimento intelectual do ser humano.
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