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A hipótese de que você não suporta ficar infeliz, ansioso, assustado ou desconfortável,
que esses sentimentos devem ser evitados a todo custo.
Isso ocorre porque elas estão em um estado constante de prontidão para o perigo,
como se estivessem caminhando por um terreno hostil em busca de predadores e
inimigos.
Elas continuam hiperalertas para o perigo, sempre o vendo como se fosse a primeira
vez. É quase como se estivessem constantemente enfrentando ameaças.
É como se fosse preciso dar uma resposta do tipo “encare ou fuja” todos os dias. Mas
os perigos nesse caso estão, em grande parte, em sua mente.
Primeiramente, sua mente busca perigos possíveis, tentando prevê -los com a maior
antecedência possível. A seguir, transforma a ameaça em catástrofe, presumindo o
pior cenário possível e fazendo dele a base para suas previsões (a preocupação parece
estar acompanhada do pessimismo). Depois, você começa o estágio do controle,
verificando toda e qualquer informação, não descansando nunca, incomodando os
outros, tentando cobrir todas as situações. E você dirige seu controle à sua própria
mente, dizendo a você mesmo para parar de se preocupar. Isso não funciona.
Ao mesmo tempo, você evita as situações que acionam a sua preocupação: uma tarefa
desagradável, uma conversa difícil, uma visita ao médico.
Você precisa ter certeza absoluta: É improvável que aconteça, e exigir certeza só fará
com que você se preocupe mais.
Você precisa ter controle: Você sente que essa é a única maneira de evitar que coisas
terríveis aconteçam.
Se uma preocupação surgir na sua cabeça, você tem de fazer algo a respeito: Você
acha que precisa estar no controle. Mas não precisa. Pode se sentar, tranquilo, e dizer:
“Há outros pensamentos”.
Você precisa evitar qualquer desconforto emocional: Mas a realidade da vida é que
todos nós sofremos, fracassamos, e ficamos surpresos se coisas ruins acontecem.
Passar a vida se preocupando apenas aumenta o sofrimento.
Você precisa da resposta neste momento: É como se você sentisse que algo terrível
estivesse se aproximando rapidamente.
Você não consegue viver o momento presente: Você vive em um futuro que nunca
acontece.Você não vive uma vida em que aceita e aproveita a experiência corrente.
Você está sempre vivendo em outro lugar – o futuro.
Você, então, ativou a preocupação como uma maneira de evitar o risco, de prever o
perigo, de resolver problemas, de motivar a si mesmo, de eliminar a incerteza e de,
finalmente, evitar emoções difíceis.
Ironicamente, já que as coisas ruins não acontecem, você conclui que sua preocupação
está funcionando. Se algo de ruim acontece, você conclui que precisa se preocupar
ainda mais. Você não aceita o fato de que coisas ruins vão acontecer de qualquer
modo, mesmo se você se preocupar.
Mas a melhor maneira de estar pronto para alguma coisa ruim é ser capaz de resolver
problemas que de fato existem – e ser capaz de viver uma vida que valha a pena.
Porque você vive em um mundo de perigo e de per da, que existe em sua cabeça –
você não se dá conta inteiramente das coisas maravilho sas que estão bem diante de
você.
Tenha em mente o fato de que, quando você está se preocupando, você está pensando
em termos abstratos, tentando resolver ou evitar problemas, e está temporariamente
bloqueando suas emoções.
Livrar -se de uma preocupação inteiramente é uma tarefa impossível. Só pensar nisso
já é algo avassalador, justamente porque se trata de uma tarefa impossível. Você
nunca será capaz de eliminar a preocupação de sua vida.
A meta não é se livrar das preocupações, mas continuar funcionando apesar delas.
É bom ver no papel as voltas que sua mente dá (em vez de ouvi-las ecoar de maneira
caótica em sua cabeça).
Você pode ter desenvolvido a percepção de que certas emoções (ansiedade, raiva,
frustrações, tristezas) sairão de controle. Você pressupõe uma necessidade de ser
racional a toda hora. Você pode até ter vergonha da maneira como se sente.
Em poucas palavras, você precisa validar suas emoções. Você não só tem direito a
elas como o fato de ser capaz de senti -las é absolutamente crucial para superar seu
TAG.
Uma técnica útil é manter um diário de suas emoções. Toda vez que você tiver ciência
de um sentimento (tristeza, ira, ansiedade, confusão, medo, desesperança, felicidade,
curiosidade, empolgação), anote-o, juntamente com a situação que o produziu. Tente
não comentar sobre o sentimento de maneira alguma (se ele é prazeroso ou não, por
que o sentiu, se se justifica, o que significa psicologicamente), somente fique com o
sentimento em estado puro. Esta última observação é importante porque qualquer
dessas distrações pode retirá-lo do mundo do sentimento e jogá-lo de volta ao mundo
do pensamento.
“Deus, dai-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem
para mudar as coisas que posso e a sabedoria para saber a diferença entre ambas”.
Quais são as limitações que você pode aceitar? Você pode aceitar não estar no con
trole, a possibilidade de se decepcionar, o fato de que as coisas podem não acontecer
exatamente como planejadas?
Se for desagradável, injusta, incerta e desconhecida, então você tem de aceitá-la como
é, mesmo se você não gostar dela ou não conhecê-la – e mesmo se não puder
controlá-la. A realidade é o que é, e protestar, se preocupar, ruminar ou buscar
afirmação não mudará o que ela é. Você pode protestar contra ela, pode reclamar e
pode bater pé. Mas a realidade é o que é.Você não sabe ou não controla todas as
coisas – e liberte -se. Inspire, expire. Deixe as coisas serem como são.
Pratique repetir para si mesmo: “É possível que algo de ruim aconteça”. Repita isso
lentamente, várias vezes, por 20 minutos, todos os dias. Repita sua preocupação
específica: “É possível que seja câncer” ou “É possível que eu seja demitido”. Você
descobrirá que é difícil prestar atenção à sua preocupação durante 20 minutos. Torna -
se entediante.
De alguma forma, uma crença de que você não mais pode descansar antes de saber
como será o futuro se alojou em sua consciência.
Mas não se trata de uma emergência. Em primeiro lugar, porque não há maneira de
descobrir o que vai acontecer, a não ser esperar para ver. Também não há maneira de
saber se o que acontece será bom ou ruim. E mesmo que você soubesse tudo isso, não
haveria muito a fazer a respeito de problemas no meio da madrugada, na cama.
Você acha que as suas preocupações serão tão avassaladoras que você perderá o
controle e ficará insano.
A chave para considerá-los dessa maneira, sem o seu aspecto assombroso, é parar de
lutar contra eles e apenas observá-los.
Quando você se sentar se preocupando conscientemente sobre tudo que existe, faça
uma lista de todos os pensamentos ansiosos que passam por sua mente.
Use o tempo para estudar sua experiência sobre o pensamento: como ele o faz reagir,
que ansiedades provoca, o impacto que tem sobre seu corpo (é importante estar
consciente dessa questão em especial). Continue fisicamente presente. Tente prestar
atenção a cada pensamento no momento, sem ficar preso ao ponto para onde ele se
desloca. Afinal de contas, trata -se apenas de um pensamento. Se seus pensamentos
fossem realidade, você estaria morto há muito tempo.
Não espere a perfeição ou eliminar suas preocupações nesse exato momento. Progrida
aos poucos.