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INCLUSÃO

ESCOLAR:
APONTAMENTOS
PRELIMINARES

SILVANA MARIA PEREIRA DA SILVA


PSICOPEDAGOGA
ABPP RN 84041
MÓDULO
I

REFLEXÕES
INICIAIS ACERCA
DO FRACASSO
ESCOLAR

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REFLEXÕES INICIAIS ACERCA DO
FRACASSO ESCOLAR

PERSPECTIVA A PARTIR DA
SOCIEDADE, DA ESCOLA E DO ALUNO

“Considera-se como fracasso escolar uma resposta insuficiente


do aluno a uma exigência ou demanda da escola” (WEISS, 2002, P.16).
Podendo-se Analisar a Partir de três perspectivas: Sociedade, Escola e
Aluno.

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PERSPECTIVA DA SOCIEDADE

Na perspectiva Social que é a mais ampla a autora nos leva a

refletir sobre alguns aspectos.

[...] alunos de escolas públicas brasileiras provenientes das camadas


de mais baixa renda da população são frequentemente incluídos em
‘classes escolares especiais’, considerados [...] com limites e
problemas graves de aprendizagem. Na realidade, lhes faltam
oportunidades de crescimento cultural [...] e desenvolvimento da
linguagem que lhes permita maior imersão num meio letrado, o que,
por sua vez, facilitará o desenvolvimento da leitura e da escrita.
(Weiss, 2002, p.16)

Neste aspecto, estamos falando do contexto social em que o


aluno está inserido, se existem ou não estímulos culturais, se há contato
com a leitura e a escrita em seu dia a dia, envolve também questões como
alimentação e valores familiares, dentre outros fatores sociais externos ao
ambiente escolar

PERSPECTIVA DA ESCOLA
A Escola é percebida
pela autora como
contribuinte para o fracasso
escolar de seus alunos. Pois
“A má qualidade do ensino
provoca um desestímulo na
busca do conhecimento”
(Weiss, 2002, p.18).

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A escola precisa se organizar em função da melhor possibilidade

de ensino, para que seus conflitos não reflitam em sala de aula, como
dificuldades de aprendizagem. Outra questão está na qualidade e na
quantidade de informações repassadas em sala de aula.
[...] Baixo rendimento escolar, agressividade, falta de concentração,
agitação, [...] são comportamentos bastante comuns em sala de aula,
mas ainda pouco compreendidos pelos professores. É difícil para o
professor procurar olhar para este aluno e imaginar que, por trás
destes comportamentos, estão situações que, muitas vezes e em sua
grande maioria, não são causados pelo próprio sujeito. Muitas vezes,
ele é apenas uma vítima de situações familiares conturbadas ou de
uma escola desestruturada em termos metodológicos [...] diferenciar
o olhar é difícil, mas não é impossível. (SAMPAIO, 2012, p.17)

PERSPECTIVA DO ALUNO
Na perspectiva do Aluno enquanto aprendente.
O fracasso escolar é causado por uma conjugação de fatores
interligados que impedem o bom desempenho do paciente (aluno-
aprendente), embora se tente identificar , em alguns casos, um ponto
inicial no nível interno ou externo (Weiss, 2002, p.21).

Neste sentido PAÍN (1985, p.21) cita que para que a


aprendizagem aconteça existem as condições internas e externas. “O
sujeito e o objeto não são dados como instâncias originalmente
separadas [...] podemos falar de condições externas e internas da
aprendizagem apenas no sentido descritivo”. As condições externas
referem-se ao campo do estímulo, podendo-se incluir as questões
sociais, educativas e ambientais. E as internas são as que definem o
sujeito, mais ligadas às questões biológicas.

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ASPECTOS ORGÂNICOS, COGNITIVOS, EMOCIONAIS,
SOCIAIS E PEDAGÓGICOS

Ainda em relação à perspectiva do aluno Weiss (2002) apresenta

5 aspectos, que merecem atenção:


1. Orgânicos - Relacionados à construção biofisiológica do sujeito
que aprende. Alterações nos órgãos sensoriais impedirão ou
dificultarão o acesso aos sinais do conhecimento.

2. Cognitivos – ligados basicamente ao desenvolvimento e


funcionamento das estruturas cognoscitivas em seus diferentes
domínios, ligados à memória, atenção, antecipação, etc.

3. Emocionais – ligados ao desenvolvimento afetivo e sua


relação com a construção do conhecimento e a expressão deste
através da produção escolar, como por exemplo a dificuldade
da relação da criança com a sua família.

4. Sociais – ligados à perspectiva da sociedade em que estão


inseridas a família e a escola. Incluem, além da questão das
oportunidades [...], o da formação da ideologia em diferentes
classes sociais.

5. Pedagógicos – ligados à metodologia do ensino, à avaliação,


à dosagem de informações, à estruturação de turmas, à
organização geral, etc., algumas vezes confunde-se com
dificuldades de aprendizagem originadas na história pessoal e
familiar do aluno.

RELATOS DE EXPERIÊNCIAS DE CRIANÇAS NA ESCOLA

Alícia Fernandéz (1990) nos traz alguns relatos sobre


experiências de crianças na escola:

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❑ “Minha professora nos diz gritando que não gritemos. Eu, há
um ano ou dois não gritava tanto como agora mas como as
professoras gritam conosco, e nós atendemos afinal, nos
acostumamos a que gritando se consegue a ordem e as coisas,
como por exemplo, que te preste atenção tua irmã ou outra
pessoa, sem ter que explicar-lhe nada.” Maria Sol, 9 anos.
❑ “Cheguei na escola e ninguém me escutava. Preferi não ser
ouvido a ter que gritar como todos, porém não sei quanto vou
agüentar, tenho medo de terminar como eles.” Eduardo, 15
anos.
❑ “Não podia subir com as outras pombas, depois subiu e as
outras não queriam deixar.” Amalia, metaforizando sua história
sem dar-se conta.

A DIFERENÇA ENTRE SINTOMA E PROBLEMA DE


APRENDIZAGEM

A Psicopedagoga Argentina Fernandéz (1990) assevera que:


A diferença entre sintoma e problema de aprendizagem reativo é
comparável à diferença existente entre desnutrição e anorexia. O
anoréxico não come, o desnutrido tampouco, mas a articulação do
não comer em um caso, é totalmente diferente do outro. No
anoréxico, poderíamos dizer que houve um atrape do comer, por
desejos de ordem inconsciente, pelo que, apesar de ter comida, não
come. Enquanto que na desnutrição, o desejo de comer está ou
esteve presente, o que falta é a comida. O sintoma-problema de
aprendizagem expressa o atrape do aprender por desejos
inconscientes. As possibilidades existem, como a comida para o
anoréxico, mas se perdeu o desejo de aprender. Em troca, a criança
que apresenta um problema de aprendizagem reativo pôde, como o
desnutrido, desejar aprender, mas não lhe foram proporcionadas
situações de aprendizagem viáveis. (p.83)

Portanto é imprescindível investigarmos as causas da não


aprendizagem, se ela acontece pela ausência do desejo de aprender ou
se não lhe foram proporcionadas oportunidades para que a
aprendizagem aconteça. Para então se traçar as estratégias de
intervenção mais adequadas.

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REFERÊNCIAS

FERNANDÉZ, Alicia. A Inteligência Aprisionada: Abordagem Psicopedagógica


clínica da criança e sua família. porto alegre, artes médicas, 1990.

PAÍN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem.


Porto Alegre: Artmed, 1985.

WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica: Uma visão diagnóstica dos
problemas de aprendizagem escolar. 9. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

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REFERÊNCIAS

ROPOLI, Edilene Aparecida; Mantoan, Maria Tereza Eglér; Santos, Mª Terezinha Da


Consolação Teixeira Dos; Machado Rosângela. A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar: A Escola Comum Inclusiva. Brasília: Ministério
Da Educação Secretaria Da Educação Especial. Fortaleza: Universidade Federal Do
Ceará, 2010. V.01 (Coleção: A Educação Especial Na Perspectiva Da Educação
Inclusiva).

SILVA, Silvana Maria Pereira da. Diagnóstico da Realidade da Criança e do


Adolescente do Município de Baraúna/RN (Relatório De Pesquisa). Baraúna, Rio
Grande do Norte, 2012.

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