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DOCUMENTO DE APOIO

Educação Física
MODALIDADE
Atletismo

Área disciplinar de Educação Física


Departamento Curricular de Ciências
Experimentais e Educação Física

Área Disciplinar de Educação Física


Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares
Direção de Serviços da Região Centro

DOCUMENTO APOIO – ATLETISMO

1. Breve Origem Histórica


- A palavra atleta tem origem na palavra grega athletés que significa lutador. Assim, o atletismo representa a arte dos lutadores.
- A primeira corrida atlética organizada terá sido no ano 776 a. C., data dos 1º Jogos Olímpicos da Antiguidade, na qual Corobeu
de Élida saiu vencedor da corrida do “Stade”, palavra que daria origem a estádio.
- Durante o séc. XIX foram alteradas as suas regras, primeiro na Universidade onde se organizavam as competições de atletismo
e, mais tarde, pelos organismos internacionais e olímpicos para, em 1912 assumirem a sua forma atual. Em 17 de Julho de 1912,
é fundada a federação Internacional de Atletismo Amador, em Estocolmo. Desde então, poucas alterações sofreram no sector
masculino, mas no atletismo feminino o seu calendário foi substancialmente aumentado.
- Nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, o Atletismo começou por ser a modalidade de maior importância, onde o ideal olímpico
era mais visível: “Citius, Altius, Fortius” – mais rápido, mais alto, mais forte.

Sabias que…
- Os blocos de partida impulsionam as duas pernas, mas é a da frente que ganha maior velocidade;
- Um corredor de 100 m não inspira uma só vez durante toda a corrida. Durante esse tempo, os músculos são alimentados
anaerobiamente.
- Não é o atleta que atinge maior velocidade durante um “sprint” que ganha mas sim aquele que abranda menos;
- O Atletismo é a modalidade que reúne maior número de participantes portugueses nos Jogos Olímpicos.
- Em Portugal, e a 21 de Novembro de 1921 é criada a Federação Portuguesa de Sports Atléticos (FPSA), somente com 6
clubes. A 12 de Março de 1922 organizou o 1º Campeonato de Lisboa de corta-mato e, no mesmo ano, o 1º Campeonato de
Portugal, com atletas de Lisboa e Porto. Mais tarde passou a designar-se Federação Portuguesa de Atletismo (F.P.A.).
2. Ficha de Identificação
O Atletismo é uma modalidade desportiva que compreende corridas planas e de obstáculos, concursos de saltos e lançamentos,
estafetas e provas combinadas e ainda a marcha e o corta-mato.

Estádio de
Atletismo

O calendário oficial é constituído por provas dentro e fora do estádio. O atletismo pode ser dividido em 4 sectores: corridas,
saltos, lançamentos e provas combinadas (heptatlo e decatlo)

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Corridas planas: 100 m, 200 m, 400 m, 800 m, 1500 m, 5 000 m, 10 000 m, para ambos os sexos;
Provas realizadas Corridas com obstáculos: Feminino: 100 m barreiras, 400 m barreiras e 3000 obstáculos; Masculino: 110
dentro do estádio m barreiras, 400 m barreiras e 3000 obstáculos;
Corridas de Estafetas: 4 x 100 m e 4 x 400 m para ambos os sexos
Saltos e Lançamentos
Provas realizadas Marcha desportiva:
somente com 20 Km e 50 Km para ambos os sexos
partida e chegada Corrida pedestre:
no estádio Maratona (42, 195 m) para ambos os sexos

Provas realizadas Corrida pelo campo (Cross-country) ou Corta-Mato:


totalmente fora do Feminino: 4 Km (prova curta) e 8 Km (prova longa)
estádio Masculino: 4 Km (prova curta) e 12 Km (prova longa)

3. Regulamentos Específicos
3.1. CORRIDAS
São provas de curta distância, tendo como objetivo percorrer a distância definida no menor tempo possível.
- Do princípio ao fim da corrida, o concorrente tem de correr dentro dos limites do seu corredor, caso contrário é
desclassificado;
Velocidade - Na posição “aos seus lugares”, em cinco apoios, os dedos não podem calcar ou transpor a linha de partida;
- Se um concorrente levantar a mão ou o pé das marcas, depois da voz de “prontos” fará falsa partida;
- Sempre que um concorrente abandone o seu lugar antes de ser dado o sinal de partida (tiro), faz falsa partida;
- O atleta que fizer falsa partida será desclassificado (nem que seja logo na 1ª partida).
São corridas de velocidade, em que cada equipa transporta um testemunho desde o início ao fim da prova.
- O atleta que fizer falsa partida será desclassificado (desclassificação da equipa);
- O testemunho só pode ser passado na zona de transmissão, pois só aqui é que é tomado em consideração;
- Não é permitido atirar o testemunho;
Estafetas
- Sempre que o testemunho cair, o último a transportá-lo é quem deverá apanhar;
- Não é permitido sair da pista sorteada durante todo o percurso. Depois da transmissão do testemunho, o atleta
deve permanecer no seu corredor e só poderá abandoná-lo quando não prejudicar os outros concorrentes;
- Não é permitido a um atleta realizar dois percursos.
São corridas de velocidade, em que os atletas transpõem barreiras afastadas entre si á mesma distância.
- O atleta que fizer falsa partida será desclassificado (nem que seja logo na 1ª partida).
Barreiras - O atleta tem de manter-se no seu corredor, durante todo o percurso;
- Não se pode passar nem a perna nem o pé pelo exterior da barreira;
- Desde que não seja com intenção, o atleta não pode tombar a barreira;
- Não é permitido prejudicar o adversário, especialmente no momento da passagem da barreira.
3.2. SALTOS
Comprimento É um salto horizontal cujo objetivo é atingir a maior distância possível entre a chamada e a queda.
- A prova do salto em comprimento disputa-se na pista de atletismo numa zona específica que compreende um
corredor de balanço, uma tábua de chamada e uma caixa de areia para a queda. O objetivo desta prova é saltar
o mais longe possível;
- Cada atleta tem três tentativas, após as quais, os oito atletas com melhores resultados têm direito a mais três
tentativas;
- A chamada para o salto em comprimento deve ser feita antes da linha de chamada (linha que separa a tábua
de chamada da zona de plasticina ou de areia molhada), que deve estar a um, dois ou três metros da caixa de
areia;
- Para que o salto seja válido, o atleta não pode tocar o terreno para além da tábua de chamada nem, após a
queda, andar na areia na direção da mesma;
- Tanto na corrida como no salto propriamente dito não é permitido utilizar qualquer forma de salto mortal;

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- O salto é medido na perpendicular desde a tábua de chamada até à marca mais próxima deixada pelo atleta
na área de queda (feita por qualquer parte do corpo).
É um salto vertical cujo objetivo é atingir a maior altura possível sobre a fasquia sem a derrubar.
- Os saltos são realizados num espaço com uma pista de balanço e uma área de queda;
- O atleta pode decidir a que altura vai iniciar o seu concurso e pode prescindir de saltar determinadas alturas;
- A fasquia sobe, no mínimo, 2 cm entre cada altura e, depois de definido este intervalo, tem de se manter até ao
final da prova;
- Para cada altura, o atleta dispõe de 3 tentativas, sendo excluído do concurso quando falha 3 vezes seguidas a
sua tentativa de salto.
- A chamada tem que ser realizada só com um pé. Na classificação final cada atleta será creditado com o melhor
dos seus saltos. A pista de balanço tem de ter, no mínimo, 15 metros;
Altura - A zona de receção do salto, deve ser um colchão com pelo menos 5 metros de comprimento e 3 de largura ou
profundidade. A medição da altura saltada é realizada medindo-se a distância entre o solo e o bordo superior da
fasquia na sua zona central;
- O salto é considerado nulo quando:
A fasquia cai dos suportes por ação do atleta durante o salto.
O atleta tocar o solo ou a zona de receção (colchão) para além do plano vertical dos postes, antes de
ultrapassar a fasquia.
- A medição da altura é feita desde o nível do chão até à zona superior do centro da fasquia.
- O salto é válido quando o atleta passa a fasquia sem a derrubar, mesmo que lhe toque.
É um salto horizontal cujo objetivo é atingir a maior distância possível entre a chamada e a queda, devendo o
atleta realizar um salto a pé-coxinho (“hop”), uma passada saltada (“step”) e um salto final “jump”).
- Os saltos são realizados num espaço com pista de balanço, zona de chamada e área de queda, aplicando-se
Triplo
as regras gerais do salto em comprimento
- O primeiro salto deve ser efetuado com o pé de chamada, a passada saltada com o outro pé e, por fim, a
receção a dois pés.

4. Fundamentos Técnicos

4.1. Técnica de Partida


A realização das provas de corridas pode iniciar-se pela utilização de dois tipos de partida: de pé (alta) e de blocos (baixa). Nas
aulas, além das técnicas anteriormente referidas foi abordada a técnica de partida baixa sem os blocos.
Partida de Pé (“alta”) – 2 apoios
São utilizadas 2 vozes de partida:
- “Prontos” - olhar em frente, fletir ligeiramente as pernas,
inclinar o tronco e manter os braços em oposição às pernas (o
braço mais adiantado é o do lado da perna recuada e vice-
versa);
- “Sinal de partida” – iniciar a prova o mais rapidamente
possível.
Partida de blocos (“baixa”) – 4/5 apoios
São utilizadas três vozes de partida:
“Aos seus lugares” – colocação nos blocos*, adotando uma
posição de 5 apoios no solo;
“Prontos” – elevação da bacia e avanço ligeiro dos ombros,
adotando uma posição de 4 apoios (posição de desequilíbrio)
“Sinal de partida” – iniciar a prova o mais rapidamente possível.
* 1º bloco a 2 pés da linha de partida; 2º bloco a 1pé ½ do 1º
bloco.

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Partida baixa sem blocos de partida - 3 apoios


São utilizadas três vozes de partida:
“Aos seus lugares” – colocação nos blocos, adotando uma
posição de 4 apoios no solo;
“Prontos” – elevação da bacia e elevar o braço do lado do pé
da frente, no solo fica a mão contrária ao pé da frente,
adotando uma posição de 3 apoios (posição de desequilíbrio)
“Sinal de partida” – iniciar a prova o mais rapidamente possível.

4.2. Técnica de Corrida (Skipping´s)


Quanto melhor é a técnica de corrida de um atleta, menor é o dispêndio de energia em cada passada de corrida e, logicamente,
melhor será o resultado final. Assim, podemos dizer que uma boa técnica de corrida é importante a dois níveis diferentes. Por um
lado está diretamente relacionada com a velocidade, ou seja, quanto melhor a técnica de corrida de um atleta, mais rápido ele é
capaz de correr. Por outro lado, uma boa técnica, torna a corrida mais económica e eficaz.
Corridas Curtas - Velocidade Corridas Longas - Fundo
Amplitude da passada - Grande Amplitude da passada - Pequena
Frequência gestual - Elevada Frequência gestual – Baixa
Apoio do pé - Pontas dos dedos Apoio do pé - Calcanhar
Inclinação do tronco - Suave Inclinação do tronco – Moderada
Partida - Baixa (blocos de partida) Partida - Alta ( em pé)
Skipping Baixo Skipping Médio
- Apoio ativo pelo terço anterior do pé; - Apoio ativo pelo terço anterior do pé;
- Extensão completa da perna de impulsão; - Extensão completa da perna de impulsão;
- Bacia alta; - Bacia alta;
- Tronco direito; - Tronco direito;
- Subida ligeira dos joelhos; - Trabalho descontraído e coordenado dos braços;
- Olhar dirigido para a frente - Subida ligeira dos joelhos (maior que o Skipping baixo e
- Trabalho descontraído e coordenado dos braços; menor que o skipping alto)
- Grande frequência gestual. - Olhar dirigido para a frente

Skipping alto Skipping Atrás (à rectaguarda)


- Apoio ativo pelo terço anterior do pé; - Apoio ativo pelo terço anterior do pé;
- Extensão completa da perna de impulsão; - Flexão rápida da perna atrás;
- Bacia alta; - Bacia alta;
- Tronco direito; - Tronco ligeiramente inclinado à frente;
- Trabalho descontraído e coordenado dos braços; - Trabalho descontraído e coordenado dos braços;
- Olhar dirigido para a frente - Olhar dirigido para a frente
- Subida dos joelhos à horizontal com movimento circular das - Significativa frequência gestual.
pernas;
- Significativa frequência gestual.

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4.3. Corrida de Velocidade


As corridas de velocidade contemplam duas fases fundamentais: a partida e a corrida propriamente dita, que implicam uma fase de
aquisição da velocidade (aceleração), outra de manutenção (velocidade máxima) e, por fim, a perda de velocidade.
A partida é o momento inicial da corrida é uma fase extremamente importante porque pode decidir o destino da
corrida, não esquecer que a corrida é extremamente curta, havendo muito pouco tempo para recuperar. A melhor
partida é aquela que permite ao atleta um início de corrida rápido e rentável para o resto da distância a percorrer.
Depende de vários fatores:
- Concentração;
- Velocidade de reação;
Partida
- Força;
- Técnica.
É composta por três fases/três vozes de partida:
- Aos seus lugares;
- Prontos;
- Tiro de partida.
É a fase que leva o atleta a atingir a velocidade máxima, caracteriza-se por:
- Aumento da frequência gestual;
Corrida - Passadas mais ativas, enérgicas e sem pausas;
Aceleração
propriamente - Procurar uma aceleração continuada por meio da elevação enérgica da perna livre e da
dita extensão completa e simultânea dos membros inferiores em apoio;
- Progressiva elevação da posição do tronco à medida que a velocidade aumenta.
É a fase em que o atleta corre mais depressa, atinge o seu máximo. Nesta fase o atleta deve:
- manter a cabeça direita, olhando para a frente;
Velocidade - manter o tronco direito com os ombros descontraídos;
Corrida Máxima - movimentar ativamente os membros superiores (fletidos a 90º graus);
propriamente - realizar apoios ativos sobre o terço médio-anterior do pé, procurando uma extensão
dita (cont.) enérgica da perna de impulsão em cada passada.
É a última fase da corrida e é caracterizada pela diminuição da velocidade, devido
principalmente a fatores relacionados com a fadiga muscular. O atleta nesta fase deve:
- continuar a correr como na fase anterior;
- aparecem os sinais de fadiga e o atleta deve lutar contra eles tentando não perder
Linha de
Perda de velocidade;
chegada
velocidade - correr descontraído;
(Meta)
- evitar antecipar os movimentos de chegada muito antes da meta, inclinando o tronco à
frente nas duas últimas passadas antes da mesma;
- diminuir gradualmente a velocidade depois de ultrapassar a meta, no sentido de evitar
lesões.

4.4. Corrida de Estafetas


Contrariamente às restantes provas de atletismo, a corrida de estafetas tem um carácter coletivo, implicando a transmissão de um
testemunho numa zona devidamente delimitada. A transmissão deve ser feita em segurança, com a máxima velocidade possível.
Existem duas zonas nas corridas de estafetas: zona de balanço (10 metros) e uma zona de transmissão (20 metros).
Nas corridas de estafetas, os atletas tem partidas diferentes. Assim, o primeiro atleta da equipa realiza a partida
Partida
baixa e os restantes a partida alta, de pé.

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Técnicas de transmissão de testemunho


Técnica ascendente – a transmissão do
testemunho faz-se de baixo para cima, com
extensão do MS à frente por parte do
transmissor. O recetor estende o MS para trás
com o dedo polegar separado dos restantes,
apontando para o solo.

Técnica descendente – a transmissão do


testemunho faz-se de cima para baixo com
extensão do MS à frente por parte do
Transmissão transmissor. O recetor coloca o MS em
do extensão total atrás, ficando quase na
testemunho horizontal (ligeiramente abaixo da linha de
ombros) com a palma da mão virada para
cima.

Aspetos importantes na execução


Transmissor Recetor
- correr o mais rápido possível; - colocar-se na pista de forma correta, tendo em conta a mão
- transmitir o testemunho num movimento com que vai receber o testemunho;
rápido de cima para baixo (descendente) ou de - começar a correr quando o colega transmissor se estiver a
baixo para cima (ascendente); aproximar;
- transmitir o testemunho para a mão do - correr o mais rápido possível, olhando sempre para a frente;
companheiro contrária aquela em que - ao sinal sonoro combinado, enviado pelo colega: não deve
transporta o testemunho; diminuir a velocidade; estender à retaguarda, atrás e ao lado
Transmissão - enviar ao recetor, no momento certo, o sinal da bacia, o membro superior recetor; ter a mão aberta com a
do sonoro combinado: “toma”, “pega”, “vai”, por palma voltada para trás, dedos apontados para o solo e o dedo
testemunho forma a que não se cheguem a juntar, evitando polegar afastado dos outros (ascendente) ou palma da mão
(cont.) a perda de velocidade; virada para cima (descendente).
- ter a noção que tem a máxima - Trocar o testemunho para a mão direita durante a corrida;
responsabilidade na transmissão, devendo - Passar o testemunho para a mão esquerda do colega
colocar o testemunho na mão do colega.

Chegada - Utilizar a mesma técnica de chegada da corrida de velocidade


(Meta)

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4.5. Corrida de Barreiras


Prova de grandes exigências ao nível do equilíbrio e da coordenação entre os MI e MS. Na técnica de transposição è fundamental
tentar manter o ritmo da passada entre barreiras e realizar uma ação enérgica dos MS, de forma a manter o equilíbrio e a
velocidade durante uma prova. A primeira perna a passar a barreira é designada por Perna de Ataque, enquanto a outra é
designada Perna de Impulsão. As fases da corrida de barreiras são: Partida; Aproximação à 1ª barreira; Transposição da barreira;
Corrida entre barreiras; Da última barreira até à meta.
Partida Devem ser respeitados os aspetos mencionados na corrida de velocidade.
Aproximação - Correr mantendo o tronco na vertical;
à primeira - Atacar a barreira longe dela com o joelho fletido e ligeira elevação da bacia;
barreira
- Inclinar o tronco á frente;
- Fletir o MI de impulsão, após perder o contacto com o solo, mantendo o pé fletido e virado para fora;
Transposição - Coordenar o movimento dos MS com a cção dos MI;
das barreiras - Passar a barreira com o centro de gravidade o mais baixo possível, puxando MI de impulsão para o eixo da
corrida;
- Atacar o solo com o MI de ataque pela parte anterior do pé.
Corrida entre - Dar um número certo de passadas entre as barreiras (a técnica mais utilizada é a de 4 apoios (3 passadas);
barreiras - Tentar manter a velocidade e o equilíbrio
Da última Esta distância deve ser percorrida com as primeiras passadas ligeiramente curtas (“arrancada”), que serão
barreira à aumentadas progressivamente até à meta, utilizando a mesma técnica de chegada da corrida de velocidade
linha de
chegada

4.6. Salto em Comprimento


São várias as técnicas utilizadas na execução deste salto, que é composto por 4 fases: corrida de balanço, chamada (impulsão),
voo e queda. A corrida de balanço e a ligação com a chamada são os aspetos que mais condicionam a prestação desportiva neste
salto (cerca de 90%). Há três técnicas possíveis no salto em comprimento que se distinguem pelas ações que os atletas fazem
durante a fase de voo. A técnica da extensão é normalmente utilizada por atletas mais fortes, de grande potência muscular e
sobretudo pelas mulheres. A técnica da tesoura é utilizada por atletas que têm na velocidade o seu ponto mais forte. A técnica da
passada é aquela que pelas suas características deve ser utilizada na formação de jovens atletas, embora haja atletas seniores a
conseguirem bons resultados com esta técnica.
- Realizar 8 a 12 passadas em aceleração progressiva;
Corrida de - Manter o corpo descontraído e a bacia elevada (centro de gravidade);
balanço - Olhar dirigido para a frente;
- Baixar o centro de gravidade na fase terminal da corrida preparando a chamada.
- Colocar energicamente o pé de chamada na tábua de chamada;
Chamada - Manter o tronco na vertical;
- Elevar o joelho contrário ao pé de chamada e, com ajuda dos MS, preparar a fase de voo.
- Projetar o corpo bem para cima;
- Lançar o MI livre para a frente e para cima até à altura da bacia;
Voo
- Rodar os MS em extensão à retaguarda e projetar o corpo para a frente;
- Puxar os MS em extensão para a frente e iniciar a flexão do tronco à frente.
- Puxar os MI para a frente com fecho do tronco sobre estes (engrupar);
Queda - Fazer a receção sobre os 2 pés, fletindo os MI;
- Equilibrar o corpo ou projetá-lo para a frente.

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4.7. Triplo Salto


Este salto horizontal é composto por 6 fases: corrida de balanço, chamada, hop, step, jump e queda
- Realizar 8 a 12 passadas em aceleração progressiva;
Corrida de
- Manter o corpo descontraído e a bacia elevada;
balanço
- Olhar dirigido para a frente;
Chamada - Colocar energicamente o pé de chamada na tábua de chamada;
- Realizar a extensão ativa das 3 articulações do MI da chamada (pé, joelho e anca);
- Avançar a coxa do MI livre até à horizontal, durante a primeira fase da suspensão;
Hop
- Manter o tronco próximo da vertical e a cabeça levantada;
(pé coxinho)
- Movimentar os MS em coordenação com os MI;
-Elevar o joelho do MI da chamada até à horizontal para se preparar a queda do “hop” e o “step”.
Step - Realizar a extensão ativa das 3 articulações do MI da chamada (pé, joelho e anca);
(passada - Apoiar quase toda a planta do pé num movimento ativo de forma a manter a velocidade horizontal;
larga) - Manter o tronco na vertical
- Projetar o corpo bem para cima;
Jump - Lançar o MI livre para a frente e para cima até à altura da bacia;
(Salto) - Rodar os MS em extensão à retaguarda e projetar o corpo para a frente;
- Puxar os MS em extensão para a frente e iniciar a flexão do tronco à frente
- Puxar os MI para a frente com fecho do tronco sobre estes (engrupar);
Queda - Fazer a receção sobre os 2 pés, fletindo os MI;
- Equilibrar o corpo ou projetá-lo para a frente.

4.8. Altura
- Para isso, a melhor maneira é tomar balanço sem atingir a velocidade máxima, mas efetuando uma curva no final da corrida, que
te irá ajudar a rodar o corpo sobre a fasquia após a chamada, que tem de ser feita com um só pé. Com a rotação que ganhas irás
transpor a fasquia de costas e cair, também de costas, sobre um colchão. Este estilo de salto chama-se: Fosbury Flop (porque o
primeiro campeão a utilizá-lo foi o americano Dick Fosbury, em 1964);
- O objetivo deste salto é transformar a velocidade adquirida na corrida na maior distância vertical que for possível;
As Técnicas: Rolamento Ventral, Tesoura e Fosbury Flop
Rolamento Ventral:
- Técnica utilizada nos anos 40, 50 e 60 do séc. xx;
- Consistia basicamente em transpor a fasquia rolando ventralmente sobre ela;
- Esta técnica caiu em desuso a partir dos finais da década de 60 com o surgimento do flop.
Tesoura:
- Esta técnica foi das primeiras a ser utilizada para transpor a fasquia;
- Consiste basicamente num movimento de pernas em que estes passam a fasquia de forma a parecer um movimento de uma
tesoura:
- A nível competitivo caiu completamente em desuso, mas ainda hoje é utilizada nas formas de aprendizagem do salto.

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Fosbury Flop - É a técnica atual. É caracterizada pelas seguintes fases:


Corrida de - Curvilínea e em aceleração;
balanço - Na fase final colocar o corpo de costas para a fasquia.
- Com um pé. A perna de chamada é que se encontra mais longe da fasquia;
Chamada - Executa-se ligeiramente à frente do primeiro poste;
- Lançar a perna livre fletida o mais alto possível.
- Projetar o corpo para cima de costas para a fasquia;
Transposição
- Elevação das ancas, como que fazendo a ponte no ar;
da fasquia
- Quando as ancas passarem a fasquia, levar a cabeça ao peito e estender os membros inferiores.
- Cair sobre a zona dorsal superior e com a proteção dos membros superiores;
Queda
- Manter os membros inferiores afastados, nomeadamente os joelhos, de forma a evitar lesões.

4.9. Peso
Há duas técnicas diferentes para o lançamento do peso, a técnica retilínea e a técnica em rotação, e embora haja muitos pontos
comuns entre essas duas técnicas, elas distinguem-se exatamente pela diferença que existe no percurso de aceleração do
engenho, em linha reta na técnica retilínea e num percurso circular na técnica em rotação.
O peso tem de ser lançado do pescoço apenas com uma mão.
Se observarmos os diferentes percursos dos pés podemos distinguir as duas técnicas.
A Técnica Retilínea começou a realizar-se em 1952, sendo o seu precursor o atleta americano Perry O Brien. ́ Esta técnica deve
ser ensinada na iniciação dos jovens atletas, por ser menos complexa na sua estrutura de movimentos, mais segura e permitir uma
aprendizagem mais fácil por parte dos atletas.
Técnica Retilínea - pode dividir-se em quatro fases:
- O atleta deve segurar o engenho com os três dedos centrais, servindo o polegar e o mindinho apenas
para o equilibrar;
- O peso é colocado junto ao pescoço entre a orelha e o queixo e o atleta deve colocar-se de costas
Preparação para o setor, numa posição relaxada;
- O olhar deve estar dirigido para o local oposto ao sector de queda;
- O lançador inicia de seguida o movimento, inclinando o tronco para a frente (ficando quase na
posição horizontal) e equilibrando-se num só MI (a direita para lançadores destros).
- O lançador flete o MI de apoio e lança a perna livre para trás de forma explosiva, ficando o MI de
apoio em extensão sobre o calcanhar que se mantém em contacto com o solo durante a maior parte do
deslizamento;
Deslizamento - O tronco continua inclinado para a frente com os ombros paralelos à antepara, sempre voltados para
o ponto de partida;
- É fundamental que este deslizamento não se realize de forma brusca ou demasiado rápida. Tem de
haver o cuidado de iniciar o movimento de forma lenta e procurar que o ritmo seja progressivo.
Arremesso - Na primeira parte do arremesso o atleta passa pela posição de força com o peso do corpo sobre o MI
direito (lançadores destros) que deve estar fletido.
- Os ombros mantêm-se paralelos à antepara, mas a linha das ancas já rodou para a esquerda. O olhar
mantém-se num ponto imaginário oposto ao setor de queda;
- A partir desta posição deve haver uma rotação da bacia na direção do lançamento, que termina com o
atleta orientado/virado para o setor de queda, ao mesmo tempo que o lado esquerdo (perna, anca e
braço) resiste, bloqueando o movimento.
- Após a ação dos MI e do tronco o movimento termina com uma extensão agressiva do braço

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lançador, mantendo-se os pés em contacto com o solo até o atleta perder o contato com o engenho;
- Através desta sequência de ações dá-se uma transferência da velocidade do lançador para o
engenho.
- Esta é uma fase que surge normalmente quando a velocidade de execução dos atletas é grande e
consiste numa troca rápida dos MI no sentido de estabilizar o atleta e evitar lançamentos nulos;
Recuperação - De salientar que mesmo no alto nível existem atletas que não utilizam esta mesma recuperação.
No seguimento do atrás exposto conclui-se que esta fase não tem relevância na iniciação ao
lançamento do peso.

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