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LEITO FLUIDIZADO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................... 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................................................. 5
3. OBJETIVO ................................................................................................................................................................. 6
4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL ..................................................................................................................... 7
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................................................. 8
6. CONCLUSÃO .......................................................................................................................................................... 14
7. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................................... 15
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dados obtidos experimentalmente – Ida. .............................................................................................................. 8
Tabela 2: Dados obtidos experimentalmente - Volta. ........................................................................................................... 9
Tabela 3: Velocidade superficial de escoamento da água no leito - Ida. ............................................................................ 10
Tabela 4: Velocidade superficial de escoamento da água no leito - Volta.......................................................................... 10
Tabela 5: Perda de carga no leito - Ida. .............................................................................................................................. 10
Tabela 6: Perda de carga no leito - Volta. ........................................................................................................................... 11
Tabela 7: Porosidade do leito - Ida. .................................................................................................................................... 11
Tabela 8: Porosidade do leito - Volta. ................................................................................................................................ 11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fluidização do leito. .............................................................................................................................................. 3
Figura 2: Perda de pressão em leito fluidizado em função da velocidade. ........................................................................... 4
Figura 3: Vista Frontal e Lateral do sistema ......................................................................................................................... 7
Figura 4: Curva característica de fluidização - Perda de carga no leito vs. velocidade superficial. .................................... 12
Figura 5: Curva característica de fluidização - Porosidade do leito vs. velocidade superficial. ......................................... 13
Figura 6: Curva característica de fluidização - Altura do leito vs. velocidade superficial. ................................................. 14
1. INTRODUÇÃO
velocidades menores que a necessária para a mínima fluidização, o fluido percola o leito que possui a
fase particulada sem provocar muitas modificações na posição das partículas, estando o leito fixo. Com
a velocidade do fluido ainda maior, entretanto menor que a correspondente para a mínima fluidização,
observa-se uma agitação vibracional específica das partículas e o leito, ocasionando uma expansão,
designando o leito expandido. Ao alcançar a velocidade de mínima fluidização, a força de arraste,
originada pelo fluido, e a força referente à fricção das partículas ultrapassam o peso do material
particulado, fluidizando a fase particulada.
Neste aspecto, há alteração entre os sistemas gás-partícula e líquido-partícula. Na fluidização
líquido-partícula quando se alcança a mínima fluidizarão, a fase particulada adquire a máxima altura
da coluna, ocorrendo posteriormente o arraste. Já na fluidização gás-partícula ocorre a expansão do
leito vagarosamente com o acréscimo da velocidade superficial do gás e, antes de ocorrer o arraste,
aparecem algumas fases presentes na fluidização heterogênea. Estas fases são muito importantes, pois
possuem aspectos fluidodinâmicos diferentes, possibilitando suas caracterizações [1].
A velocidade mínima de fluidização está relacionada principalmente ao tamanho e densidade
das partículas. Entretanto, é muito difícil conseguir manter o processo em mínima fluidização [3].
A figura abaixo representa a perda de pressão em um leito de acordo com a velocidade
superficial [5].
Figura 2: Perda de pressão em leito fluidizado em função da velocidade.
O emprego dessa tecnologia é devido a suas várias vantagens como elevada transferência de
calor e massa entre o sólido e a partícula; o controle fácil de operação contínuas e automáticas, ao
escoamento homogêneo das partículas no leito; conduz a condição isotérmica no reator dado à intensa
mistura entre as fases distintas e é ideal para procedimentos em grandes escalas. Contudo, possui
algumas desvantagens como a rápida mistura dos sólidos possuírem tempos de residência diferentes,
diminuindo a desempenho e o rendimento; os sólidos frisáveis são pulverizados e arrastados pelo gás,
sendo necessário recuperá-los e provocam degradação nos tubos e coluna por causa da abrasão causada
acarretada no arraste das partículas [2].
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Um outro ponto importante a ser destacado é a velocidade superficial, vs, e intersticial, vint, do
fluido. A velocidade superficial é definida como a vazão volumétrica dividida pela área de seção reta
do leito vazio, ou seja, é a velocidade do fluido no tubo vazio. A velocidade intersticial é a velocidade
do fluido no interior do leito preenchido com partículas. A velocidade intersticial será maior que a
superficial, pois na presença de corpos rígidos, um mesmo volume será acelerado por possuir uma área
transversal menor [6]. As velocidades estão relacionadas entre si através da porosidade do leito como:
𝑄 4∗𝑉 (3)
𝑣𝑠 = =
𝐴𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜 𝜋∗𝐷𝑐2 ∗𝑡
em que V é o volume de água medido na proveta (m³); Dc é o diâmetro do cilindro que comporta o
leito (m) e t é o tempo gasto para encher a proveta de água (s).
𝑄 𝑣𝑠 (4)
𝑣𝑖𝑛𝑡 = =
𝐴𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑐ℎ𝑒𝑖𝑜 𝜀𝑏
3. OBJETIVO
A prática em questão tem por objetivo observar e analisar os aspectos da fluidização, como
vazão mínima de fluidização, queda de pressão, altura do leito fluidizado e a diferença no
comportamento de aumento e diminuição da vazão.
4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
O sistema do reator de leito fluidizado é formado por três partes: a seção do distribuidor, o
reator de leito fluidizado e a seção de alívio. A seção do distribuidor é formada por um tubo de ½ in
de PVC perfurado, que se encontra internamente a outro tubo de acrílico de 5,3 cm de diâmetro e 11
cm de altura, sendo que o distribuidor de placa é perfurado para garantir uma distribuição homogênea
da água. O reator de leito fluidizado é formado por um tubo cilíndrico de 5,3 cm de diâmetro interno
e 55 cm de altura. É composto por água como a parte líquida e esferas de vidro como a parte sólida.
Na base e na parede do reator estão instaladas tomadas de pressão (P1 e P2), que permitem a
determinação de perfis de pressão. A terceira seção do sistema é a de “alívio”, composta por dois tubos
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para obtenção das curvas de ida e volta do leito fluidizado, após os procedimentos
experimentais, os dados foram coletados e seguem na tabela abaixo:
Abertura da
Volume de água
válvula1
(mL)
V2 V1
TA PA++++ 1500 15,29 26,5 14,0 11,0
PF- TA 1520 7,22 27,5 14,5 20,0
--
PF TA 1420 4,75 27,5 15,0 29,0
---
PF TA 1480 4,69 27,5 16,0 38,0
----
PF TA 1560 3,96 27,5 16,0 44,0
1
As válvulas V1 e V2 foram manipuladas de forma a ficarem totalmente fechada (TF), parcialmente aberta (PA),
parcialmente fechada (PF) e totalmente aberta (TA), ressaltando-se que diferentes posições parcialmente abertas
e fechadas foram realizadas.
Para que a compreensão a respeito dos aspectos de fluidização de um leito fosse possível, foi
necessária a obtenção, a priori, da velocidade superficial de escoamento da água pelo leito, em m/s,
dada pela equação (3), para que correlações com a perda de carga, altura e porosidade do leito
pudessem ser realizados de forma gráfica.
2º 232,8227 844,3663
3º 465,6454 873,4824
4º 698,4681 931,7146
5º 873,0851 931,7146
Por fim, para o cálculo da porosidade do leito, utilizou-se a equação (2) para uma massa de
recheio de 0,38 kg e partículas de recheio com massa específica de 2500 kg/m³, e os resultados
encontram-se, para as duas situações, ida e volta, nas tabelas a seguir.
De posse desses valores, foi possível plotar as curvas características de fluidização do leito
tendo como parâmetros a perda de carga, porosidade e a altura do leito. Tais gráficos encontram-se a
seguir.
Figura 4: Curva característica de fluidização - Perda de carga no leito vs. velocidade superficial.
1000
900
800
Perda de Carga (Pa)
700
600
500
400
300
200
100
0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Velocidade superficial (m/s)
Analisando a figura 4, é possível constatar que a perda de carga no leito fixo aumenta quase
que linearmente ao passo que a velocidade superficial aumenta. O mesmo não é observado com o leito
fluidizado, em que a perda de carga tem um comportamento tendendo a constância frente ao aumento
da velocidade superficial. Além disso, pode-se obter os valores da perda de carga mínima de
fluidização (ΔPmf) igual a 815,2502 Pa, como também a velocidade mínima de fluidização (umf) igual
a 0,0382 m/s, ambos valores obtidos pela curva de volta (fixo e fluidizado) pelo valor do coeficiente
de determinação mais próximo de 1.
Com a equação (5), calculou-se a velocidade na condição mínima de fluidização teórica,
obtendo o valor igual a 0,0257 m/s, sendo adotado a viscosidade da água como 8,91x10-4 Pa.s. Ao
comparar com o experimental, tem-se um desvio de 48,6%.
0,9
0,8
Porosidade do Leito
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Velocidade superficial (m/s)
50
45
40
35
Altura do leito (cm)
30
25
20
15
10
5
0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Velocidade superficial (m/s)
Analisando a figura 6, conclui-se que, assim como fora constatado na figura 5, a altura do leito
aumenta com o aumento da velocidade superficial a partir do início da fluidização, o que, de fato, era
de se supor. Sendo a altura do leito de mínima fluidização (hmf) igual a 11 cm.
Uma observação importante que cabe ser ressaltada é que, na figura 4, deveria ser observado
uma diferença de perda de carga entre acréscimos e decréscimos de vazão, e consequentemente
velocidade de escoamento, no leito. A perda de carga para decréscimos de vazão no leito é ligeiramente
maior que para acréscimos de vazão em leito fixo. Tal fenômeno recebe o nome de histerese e não foi
observado na prática, podendo ser justificado por erros de paralaxe na leitura do manômetro de tubo
em U, manipulação equivocada das válvulas globos e interrupção inesperada da bomba durante a
prática.
6. CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos, foi possível observar que antes do leito se fluidizar a queda de
pressão aumenta consideravelmente com o aumento da vazão do fluido, já que o fluido não possui uma
força de arraste suficiente para se sobrepor a força da gravidade e fazer com que as partículas se
movimentem, fazendo com que a porosidade do leito se mantenha constante e, consequentemente, que
mais energia seja perdida na passagem do fluido pelo leito.
A fluidização ocorreu quando o fluxo ascendente de fluido escoando através do leito adquiriu
uma velocidade suficiente (velocidade mínima de fluidização) para manter as partículas em suspensão,
sem que fossem arrastadas junto com o fluido. Desse modo, a altura do leito aumentava com o aumento
da velocidade superficial do fluido e assim aumentava-se também a porosidade do leito e mantendo a
perda de carga constante.
De um modo geral, o experimento mostrou-se satisfatório, para observação do sistema de leito
fixo e fluidizado. Foi possível determinar a velocidade mínima de fluidização do sistema e a perda de
carga máxima oferecida pelo leito, além de obter o comportamento da altura do leito e da perda de
carga do leito com o aumento da velocidade superficial.
7. BIBLIOGRAFIA
[1]
PRIETO, W. H. Aplicação da teoria do caos em um leito fluidizado utilizando-se partículas A,
B e D da classificação Geldart. UNICAMP, 2014. Disponível em
<http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/266069/1/Prieto_WesleyHeleno_M.pdf>. Acesso
em 03/11/2018.
[2]
BORGES, P. W. S. Readequação da prática de laboratório de Engenharia Química 1: Leito
Fluidizado. UFU, 2017. Disponível em
<https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/20874/3/ReadequacaoPraticaLaboratorio.pdf>.
Acesso em 02/11/2018.
[3]
LUZ, N. C. Estudo de transferência de calor em leito fluidizado: análise numérica e
experimental. FURG, 2015. Disponível em
<https://sistemas.furg.br/sistemas/sab/arquivos/bdtd/0000010874.pdf>. Acesso em 04/11/2018.
[4] XIV CONEMI Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial. Caracterização
fluidodinâmica a frio de um leito fluidizado circundante. Disponível em <
http://www.conemi.org.br/download/TT22_XIV_CONEMI-001.pdf>. Acesso em 03/11/2018.
[5]
Escola Politécnica da USP. Operações Unitárias da Indústria Química I- Fluidização.
Disponível em
<http://www.lscp.pqi.ep.usp.br/disciplinas/pqi2303/arquivos/Apostila%20Fluidizacao%202013.pdf>
. Acesso em 03/11/2018.
[6]
ALBERTON, A. L. Material didático e complementar apresentado durante as aulas de
Operações Unitárias I.