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CONCEITOS TEÓRICOS
EXERCICIOS PROPOSTOS E RESOLVIDOS
1
INTRODUÇÃO
Operações unitárias
O conceito de “operação unitária”, desde que proposto no final do Século 19, por
George Davis, ampliou-se para incorporar operações mais sofisticadas.
Inicialmente as operações unitárias foram formuladas sobre bases empíricas.
Em 1915, Arthur D. Little propôs o conceito no Massachusets Institute of
Technology (MIT), afirmando que qualquer processo químico, qualquer que
fosse sua escala de produção, poderia ser reduzido a um conjunto de operações
em série, a que chamou operações unitárias. Tais operações envolviam:
pulverização, tinturaria, torrefação, filtração, trituração, etc.
2
Objectivos: introduzir os conceitos e os cálculos envolvidos nas operações
físicas utilizadas nas indústrias químicas e afim. O manual tem como objectivo
específico dar subsídios aos alunos para tratar de problemas envolvidos em
indústrias químicas, além de introduzir conceitos básicos de operações unitárias
e apresentar uma noção das especificidades de uma indústria química.
Conceituar as principais operações empregadas numa planta química de uma
forma unitária e discutir a sua integração num processo químico industrial.
3
1 FILTRAÇÃO
Segundo a tabela acima, o fumo e a poeira são de fases dispersas iguais, o que
as difere é o diâmetro das partículas.
4
A filtração realiza-se por meio de filtros que podem ser desde os mais simples,
como os filtros de laboratório, que consistem de um funil cónico sobre o qual se
verte a suspensão, até aos mais complexos, utilizados para fins industriais.
Suspensão
Inicial
P2
Suspensão
Bolo de Filtração
Meio Filtrante
Suporte
P1
Filtrado
5
E. O facto de o material valioso ser o sólido, o fluido ou ambos.
F. O facto de ser ou não necessário lavar os sólidos filtrados.
G. O facto de ser ou não prejudicial ao produto uma contaminação muito leve
causada pelo contacto da suspensão ou do filtrado com os vários componentes
do equipamento.
Hipóteses:
1. O meio real (leito de partículas) pode ser representado por canais cilíndricos
verticais.
6
Onde:
u P – velocidade do fluido nos poros;
l – espessura do leito
Como pouco interessa h, mas sim P, então:
P h
(1.2)
l uP2
P h f , g (Equação de Pascal)
d 2g
(1.3)
64
Para tubos lisos no regime laminar: f
Re
(1.4)
B
E no caso em estudo, f
Re
(1.5)
uP d
B = constante; Re
(1.6)
B
então: f
uP d
(1.7)
l uP2 Blu P
Da equação (1.3) tem-se: P f
deq 2 2deq2
(1.8)
4A
e: d eq ;
Pmolhado
(1.9)
Onde:
d eq - diâmetro equivalente
7
A – Área.
A equação (1.9) é usada para corrigir o erro no cálculo de d para canais
cilíndricos.
Vt Vsólidos
- Fracção do volume livre do bolo (espaço livre entre as
Vt
partículas) (1.11)
Vsólidos
1 - Fracção do volume do cubo ocupado pelos sólidos
Vt
(1.12)
x 3 - Fracção livre do volume do cubo
x 2 - Fracção livre da secção recta do cubo.
ux 2 u
Assim, uP - Relação entre uP e u
x 2
(1.13)
Blu
Da equação (1.8) tem-se: P
2deq2
(1.14)
8
4 Apl 4VP
deq 4req
Pl SP
(1.15)
AP
onde req
P
Para uma unidade de volume do bolo de filtração: VP
(1.16)
S P nd 2 (SP é Superfície ocupada pelas partículas esféricas)
(1.17)
3
4 4 d
VP r 2 d 3
3 3 2 6
(1.18)
1 (1 )6
O número de partículas por unidade de volume é: n
VP d 3
(1.19)
SP
1 6
d
(1.20)
4d 2 d
e finalmente, deq
1 6 3 1
(1.21)
Substituindo o d eq na equação (1.14):
9
P 9 u 1
2
B 2
l 8 d 3
(1.23)
P u 1 2
Ou: K 2 ; - Equação de Kozeny, equação básica de filtração
l d 3
(1.24)
9
Onde: K B
8
Da equação (1.24) pode-se tirar a velocidade de filtração ( u ):
d 2 3 P
u
lK 1
2
(1.25)
O valor de K varia entre 150 a 200, e geralmente usa-se K =180.
Aesf
Tomando, a <1 , valor tabelado
V
Onde:
Aesf - Área de uma esfera
6d 2 6
Para uma esfera, a
d 3 d
(1.26)
A equação acima permite escrever a equação de Kozeny da seguinte forma:
36 u (1 )2 l
P K
36 d 2 3
(1.27)
10
K a 2 u (1 ) 2 l
P
36 3
(1.28)
com K 180 , temos:
a 2 u 1 l
2
P 5
3
(1.29)
P 3
Ou: u 2
5a l 1
2
(1.30)
P
u K1 , para bolos incompressíveis
l
(1.31)
3
com K1
5a 2 1
2
(1.32)
P
ou u
rl
(1.33)
1
com r
K1
(1.34)
Onde r é a resistência específica do bolo.
Assim, a equação fundamental da filtração que relaciona a velocidade do
processo com os parâmetros principais é:
dV P
u
A dt rl
(1.35)
11
P
r
lu
(1.36)
Esta é a perda de pressão que se obteria num bolo com l 1 m, um fluido com
u = 1 m/s de viscosidade µ = 1 Ns/m2.
massa de sólidos
Seja: w
massa total de suspensão
(1.37)
massa de líquido
1 w
massa total de suspensão
(1.38)
Supõe-se que a concentração inicial da suspensão é conhecida:
w massa de sólidos At l 1 s
1 w massa de liquido V At l
(1.39)
onde V é o caudal do fluido já filtrado
12
Se, v – volume do bolo formado pela passagem da unidade do volume de
filtrado, e
lAt – Volume do bolo
dV V
u const
dt t
(1.44)
dV At2 P
então, u, esta é a forma integral.
dt vrV
(1.45)
V At2 P t rv
donde, ou melhor 2 V
t vrV V At P
(1.45a)
13
Existe uma proporcionalidade directa entre o volume do filtrado e a resistência
hidráulica do bolo.
V
P
t
(1.46)
At2
com K
vrV
(1.47)
e
nt
ta
ns
co
=
u
dV At2 P
dt vrV
(1.48)
14
At2 P
VdV dt
vr
(1.49)
At2 P
VdV vr dt
(1.50)
Os limites de integração são: para V = 0, t = 0; V = V, t = t então:
V 2 At2 P
t
2 vr
(1.51)
2
V
e
ant
t
ns
co
=
P
15
At2 P
V t
VdV
V1
vr t1
dt
(1.52)
A2 P
2
1 2
V V12 t
vr
t t1
(1.53)
2 At2 P
Portanto, (V V1 )V V1 2V1 t t1
rv
(1.54)
vr
t t1
V V1 vr2 V1
V V1 2 At P
2
At P
(1.55)
t t1
Portanto, existe uma relação linear entre V2 e t e entre e V-V1 (Fig. 1.4 da
V V1
pág. 13); onde, t-t1, representa o tempo da filtração à pressão constante e V-V1 o
correspondente volume de filtrado obtido.
O meio filtrante não só actua como suporte para o bolo de filtração, mas também
como filtro propriamente dito para a operação, e é ajudado pelas camadas
iniciais de bolo a operar devidamente.
16
1. Materiais tecidos, como: lã, algodão, linho, seda, vidro, plásticos, fibras e
metal.
2. Chapas perfuradas de metal.
3. Materiais granulares, como: brita, areia, asbesto, carvão e terra de
diatomáceas.
4. Sólidos porosos.
5. Materiais de fibras entrecruzadas, sendo mais largamente usado o papel
poroso.
dV At P
A equação básica de filtração será:
dt r l L
(1.56)
vV
e como l
At
(1.57)
dV At P At2 P
dt vV At L
r L vr V
At v
(1.58)
At L
Se C
v
(1.59)
for volume de filtrado necessário para formar uma espessura do bolo L ,
17
dV At2 P
dt vr V C
(1.60)
1 2
2
2 LA
v
A2 P
V V1 t V V1 t
rv
t t1
(1.64)
V V1 2 At P t t1
2
é, V V1 2V1 V V1
2 LAt
isto
v rv
(1.65)
rv
ou:
t t1
V V1 r2vV1 rL
V V1 2 At P
2
At P At P
(1.66)
t t1
Portanto, existe uma relação linear entre e V V1 (como se indica na
V V1
Figura 1.4) e o coeficiente angular é proporcional à resistência específica, mas a
linha não passa pela origem.
18
t t1
A intersecção sobre o eixo de deve permitir calcular L , a espessura
V V1
equivalente do pano, mas não se obtém resultados reprodutíveis, porque esta
resistência depende da maneira crítica e da maneira exacta como começa a
operação. O tempo ao fim do qual se começa a medição de V e t não afecta o
coeficiente angular da curva, mas apenas a coordenada da intersecção. Nota-se
que, quando a resistência do pano é apreciável, já não se obtém uma relação
linear entre t e V2.
19
A. Bolos Incompressíveis – cuja estrutura se mantém inalterável durante o
processo de filtração.
20
Fig.1.5 - Fluxo Através de um Bolo de Filtração Compressível
(1.68)
onde:
r0 – é experimental a P = 1 atm
21
- A lavagem é feita na mesma direcção da filtração.
- A velocidade de lavagem é igual à da filtração no último instante.
- A lavagem é feita em duas fases:
1. O filtrado é deslocado do bolo de filtração pelo líquido de lavagem;
neste período pode remover-se 90 % do filtrado.
2. O solvente difunde para o líquido de lavagem a partir dos vazios menos
acessíveis. Este é o período de lavagem difusional e é válida a relação:
tB tF tL tLimpeza
(1.70)
Onde:
tB – Tempo básico;
tF – Tempo de filtração;
tL – Tempo de lavagem;
tlimpeza – Tempo de limpeza
22
Condições óptimas de filtração: ttotal tB tauxiliar
(1.71)
(1.72)
Para um processo a P = constante, tem-se: V 2 2VC yt F
(1.73)
Desprezando a resistência do meio de filtração, tem-se:
V 2 ytF
(1.74)
1 2
tF V a1V 2
y
(1.75)
Similarmente: tL a2V 2
(1.76)
e: tLimpeza a3V 2
(1.77)
Ou seja: tB a1 a2 a3 V 2
(1.78)
tB KV 2
(1.79)
23
tB
Assim a produtividade do filtro será: V
K
(1.80)
V tB / K
Considerando os tempos auxiliares: Vm
t B tauxiliar t B tauxiliar
(1.81)
Diferenciando esta equação em ordem a TB e igualando a zero, pode calcular-se
o tempo óptimo:
1
1 1 2
t B t B tauxiliar
1
tB
dVm 2 K K
0
dt B tB tauxiliar 2
(1.82)
12 1 2 2
1 1
t B t B tauxiliar t B 2t B
2 0
1
K t B tauxiliar 2t
2 2
B
(1.83)
t B tauxiliar 2t B
0
2 K t B t B tauxiliar
2
(1.84)
tauxiliar t B
0
2 K t B t B tauxiliar
2
(1.85)
tauxiliar tB
(1.86)
24
A equação acima corresponde a condição de produtividade máxima.
Na prática tB > tauxiliar , pois não foi considerada a resistência do meio de filtração.
Recomendações:
a) Filtros de aspiração: l = 103 – 250 mm
b) Filtros de tambor: l = 5 – 7 mm
Para depósitos porosos ou cristalinos, esta espessura pode variar de 10 a 30
mm.
c) Filtros de prensa: l = 30 – 45 mm
25
3o) Humidade do bolo.
4o) Tipo de líquido de lavagem.
Durante o projecto deve-se determinar:
a) Parâmetros principais físico-químicos da suspensão e do bolo.
b) Massa do bolo e filtrado.
c) Tempo de filtração.
d) Superfície de filtração.
Viscosidade:
Massa específica:
a) Suspensão:
26
nS 1
S
1 n
S
Solido
(1.89)
Onde: ρsólido – densidade do sólido
ρ- densidade do líquido
ρS – densidade da suspensão
nS – número de moles da suspensão
Estimando l pode-se obter Vb
Vb l
(1.90)
Vb
logo: Vf
v
(1.91)
V
Vf b
V
(1.92)
2
Da equação de filtração temos: V f 2CV f yt f
(1.93)
Onde: t f – tempo de filtração
Se V f V f , re-estimar até que haja igualdade;
Se V f V f , prosseguir com os cálculos subsequentes.
27
5a Etapa: Escolha do equipamento auxiliar com base nas experiências feitas.
28
precisão na separação, possibilidade de lavagem do bolo, confiabilidade,
condições do processo, tipo de material usado na construção e os custos totais.
Consistem num tanque no qual se coloca uma camada de areia ou brita (Fig.
1.6). O tamanho das partículas do leito decresce do fundo do leito até ao topo. O
leito granular é o meio filtrante que é alimentado na superfície do topo. O filtrado
é removido através de canos de drenagem perfurados e encaixados no meio
filtrante próximos ao fundo.
29
Estes filtros, como se ilustra na Figura 1.7, têm como meio de filtração sólidos
porosos, que pode ser tijolo, areia, alumina ou carbono poroso. Este material
poroso antes de ser usado passa pelo forno. A estrutura porosa pode ser
garantida pela adição de uma pequena quantidade de farinha antes de fazê-lo
passar pelo forno.
O funcionamento deste tipo de filtro é idêntico ao do filtro de areia, fazendo-se
passar, neste caso, a suspensão através do sólido poroso que é colocado sobre
apropriadas superfícies de apoio.
A sua grande vantagem é de poder ser usado para filtrar soluções ácidas e
corrosivas e a sua desvantagem é de facilmente se entupir e de ter elevado grau
de dificuldades na sua limpeza.
30
Existem dois modelos básicos deste tipo de filtro: o de placas e caixilhos, e o de
placas rebaixadas (ou de câmaras). As placas de ambos tipos podem ser feitas
numa grande variedade de materiais, entre os quais, o ferro fundido, madeira e
borracha. A ilustração das placas e caixilhos, e placas rebaixadas é feita na
Figura 1.8 e 1.9 respectivamente.
31
Fig. 1.9 - Placas Rebaixadas
32
Fig. 1.10 - Prensa de Placas e Caixilhos
Entre o caixilho e a placa, é colocado um pano que serve como meio filtrante. Ao
se montar o pano deve-se ter em conta a pressão de modo a não desgasta - lo
quando esta for elevada.
A recolha do filtrado pode ser feita de duas maneiras: num canal aberto, através
duma válvula, ou num canal fechado. A descarga num canal aberto tem a
vantagem de o filtrado de cada prato poder ser inspeccionado e qualquer prato
poder ser isolado se não estiver a dar um filtrado límpido.
33
A lavagem simples é desvantajosa, pois, o líquido de lavagem é introduzido
através do mesmo canal em que se introduz a suspensão, o que origina a
erosão do bolo devido a altas velocidades do líquido na zona de entrada, o que
leva a uma irregularidade do bolo.
34
Fig. 1.11 - Lavagem Completa
A sua desvantagem é de necessitar de revestimentos de protecção devido as
fugas, quando se trata de líquidos quentes, corrosivos ou tóxicos. A outra grande
desvantagem é de não proporcionar uma boa lavagem do bolo devido a variação
na densidade do bolo. A mão de obra necessária à operação é grande uma vez
que cada caixilho é manuseado separadamente e cada pano de filtro deve ser
inspeccionado.
35
Nas prensas de câmara é possível usar suspensões que contêm partículas
relativamente grandes sem causar entupimento.
Não é ideal usar-se a lavagem completa neste tipo de filtros, pois, os canais
apropriados para esta lavagem não são aqui montados, sendo normal, portanto,
usar-se sólidos de menor valor e de concentrações baixas, o que evita a
desmontagem frequente da prensa.
36
Fig. 1.12 - Prensa de Câmara
A - placas; B - câmaras; C - rebordos alisados de placas; D - entradas; E -
saídas; F - uniões roscadas
37
A) Filtro Moore
O meio filtrante é um pano que é encaixado num certo número de folhas que são
apoiadas por um caixilho metálico.
As folhas que contém o pano filtrante são imersas no tanque que contém a
substância a filtrar e aplica-se vácuo na descarga que é constituída por tubos
unidos a uma ramificação múltipla comum. A operação termina quando a
espessura do bolo proporciona uma filtração inadequada.
B) Filtro Kelly
É constituído por um invólucro cilíndrico na forma horizontal no qual se
encontram folhas colocadas verticalmente (Fig. 1.13). Através de um par de
trilhos, a bateria de folhas pode facilmente ser movimentada para fora, o que
pode facilitar o controlo da filtração em cada folha.
38
Introduz-se a solução a filtrar no cilindro que contém as folhas. A filtração vai
ocorrendo enquanto a solução vai passando pelo meio filtrante até que o bolo
formado comece a dificultar a passagem do filtrado. De seguida lava-se o bolo e
seca-se com ar comprimido no interior das folhas.
C) Filtro Sweetland
Consiste de um invólucro dividido simetricamente, com uma metade na parte
superior e a outra na inferior (Fig. 1.14). A parte inferior contém dobradiças que
facilitam a introdução das folhas.
39
O funcionamento deste filtro se assemelha ao de Kelly, diferenciando-se no facto
de as folhas deste não serem controláveis de forma independente. Elas são
controladas a partir de um visor por onde passam seguindo para uma
ramificação múltipla comum donde o filtrado é retirado. Na descarga do bolo não
se retiram as folhas.
D) Filtro Vallez
A constituição deste filtro se assemelha à do filtro Sweetland e a sua
configuração é mostrada na Figura 1.15.
40
Assim como o filtro Sweetland, introduz-se a solução no cilindro onde ocorre a
filtração até que a espessura do bolo seja adequada ou correcta. A medição do
bolo é feita mediante um dispositivo mecânico. Depois da lavagem, como em
outros casos de filtros em folha, seca-se o bolo com ar comprimido. O bolo é
retirado empregando ar comprimido que o empurra para o fundo do invólucro,
onde será, de seguida, enviado para fora através de dois parafusos
transportadores.
O filtro de Vallez tem a vantagem de ter uma prensa não aberta o que facilita a
não sedimentação da suspensão, produzindo um bolo regular. A sua
desvantagem é de ter custos elevados de instalação e manutenção, pois, as
partes móveis são de difícil acesso.
E) Filtro Niagara
O filtro de Niagara tem várias versões de construção. Os mais usuais são o filtro
horizontal e o filtro vertical, Figura 1.16 e 1.17, respectivamente. No filtro
horizontal as folhas de filtro são montadas transversalmente dentro de um
tanque disposto horizontalmente. Dentro do tanque, estão montados os trilhos
nos quais se move a estrutura que suporta as folhas. Estes trilhos facilitam o
processo de descarga do bolo. O filtro vertical tem a mesma constituição como o
horizontal, diferenciando-se apenas na disposição do invólucro cilíndrico.
41
Fig. 1.16 - Filtro Niagara Horizontal
42
Fig. 1.17 - Filtro Niagara Vertical
43
Fig. 1.18 - Filtro de Tambor Rotativo
Se se verificar que o bolo contém ainda líquido por filtrar, então, ele volta a ser
misturado com o líquido de lavagem e introduzido de novo no tambor de
filtração. No fim da operação, retira-se o bolo através de uma faca que vai
continuamente raspando a superfície do tambor. O contacto com a lâmina e a
superfície a raspar pode ser facilitado com a aplicação de uma corrente de ar
comprimido que é injectado do lado de baixo do pano.
44
Fig. 1.19 - Vista do Tambor e da Sede da Válvula
45
B) Filtro de Disco Rotativo
O filtro de disco rotativo é constituído por um conjunto de discos colocados num
recipiente sobre pressão, ao longo de um eixo tubular montado horizontalmente
(Fig. 1.20). Os discos podem ser pré-montados formando uma unidade auto
suportada ou cada disco pode estar colocado sobre uma placa individual,
ficando selado quando se fecha o filtro.
46
Este tipo de filtro tem a vantagem de filtrar várias polpas simultaneamente, visto
que os discos podem ser imersos em tanques diferentes, embora não tenha
capacidade de separar os filtrados obtidos de cada polpa – o que constitui uma
desvantagem. A outra grande vantagem, em relação ao filtro de tambor, é de dar
maior área de filtração, considerando o mesmo espaço ocupado pelos dois
filtros.
47
Uma das grandes vantagens deste filtro, é de poder tratar suspensões altamente
corrosivas. Tem também, uma área disponível de filtração muito maior. O
método de lavagem (em contra corrente) possibilita que ela seja ideal. Os custos
de funcionamento e manutenção são baixos.
D) O Metafiltro
O metafiltro é um dispositivo de filtração constituído por anéis que são
empilhados sobre uma barra estriada, todos na mesma posição. Nas
extremidades da barra existe de um lado, uma porca e de outro um cubo (Fig.
1.22). A distância de separação entre os anéis varia entre 0.0254 mm e 0.254
mm.
48
A alimentação, que é comumente uma suspensão com pequenas finas
partículas sólidas, é derramada sobre o conjunto de anéis onde ocorre a
filtração, e os sólidos vão-se depositando ao longo da superfície externa. A
operação irá terminar quando a espessura do bolo não permitir uma filtração de
qualidade, e o filtrado que passa entre os discos é drenado através da barra. A
lavagem do bolo é feita em contra corrente; mesmo assim, este processo não
garante a limpeza total do filtro, pois, o líquido de lavagem pode não atingir toda
a superfície do filtro. Estes anéis são susceptíveis de entupimentos, mas quando
isto acontece, os anéis entupidos podem ser retirados e lavados rapidamente.
Este filtro é robusto e económico, pois ele não usa o pano filtrante e o leito é de
fácil substituição.
1.11 Exercícios
Algoritmo de resolução
rv
t V2
2 A P
2
rv
3600 1800
2 A P
2
112 82
49
rv
316
2 A P
2
dV A2 P
Como
dt rvV
dV 1 0.0158
dt 2 31.6V V
0.0158
V 1.44 103 m3 / s
11
1.2 Durante a filtração de uma suspensão aquosa de 20% (w/w) foram obtidos
15 m3 de filtrado, praticamente água. A humidade do bolo é de 30%. Pretende-
se determinar a massa do bolo húmido e do bolo seco.
1.4 Calcular a resistência específica do bolo com base no exercício 1.2, se:
P = 1.35 atm
Humidade do bolo = 37%
sólidos = 1300 kg/m3
wsuspensão = 13.9%
Área = 1m2
= 1cP
50
1 30
2 60
3 100
4 129
5 198
6 3.52
7 4.51
8 5.52
9 6.57
10 8.9
11 9.42
12 10.55
13 12.27
14 14.7
15 16.2
Outros dados:
Peso do cadinho = 725 g
Peso do copo seco = 39.3634 g
Peso do cadinho + bolo = 4 kg
Peso do copo + bolo seco = 65.4535 g
Pressão de serviço = 10 Psi
51
As recomendações experimentais indicam que a espessura do bolo não deverá
ultrapassar 40 mm e as experiências feitas com o filtro em condições idênticas
forneceram os seguintes resultados:
Determine:
1.7 Envia-se uma polpa, contendo 0.2 lb de sólido (massa específica 3.0) por
libra de água, para um filtro rotativo de tambor com 2 pés de comprimento e 2
pés de diâmetro. O tambor roda a uma volta em seis minutos e 20 % da
superfície filtrante está em contacto com a polpa em qualquer instante. Se se
produzir filtrado ao caudal de 1000 lb/h e se o bolo tiver uma porosidade de 0.5,
que espessura de bolo se forma quando se filtra com um vácuo de 20 poleg. de
Hg?
O filtro rotativo avaria e há que efectuar a operação temporariamente num filtro
prensa com caixilhos quadrados de 1 pé. A prensa leva 2 minutos para retirar o
bolo de cada caixilho. Se se pretender realizar a filtração à mesma velocidade
52
global como antes, com uma pressão de funcionamento de 25 lb/poleg. 2
(relativa), qual é o número mínimo de caixilhos que há que usar e qual é a
espessura de cada um deles? Supor os bolos incompressíveis e desprezar a
resistência do meio filtrante.
1.7 Filtra-se uma polpa, que contém 100 kg de cré, de densidade 3.0, por litro de
água, num filtro de prensa de placas e caixilhos, que leva 15 minutos a
desmontar, limpar e voltar a montar. Se o bolo de filtração for incompressível e
tiver uma porosidade de 0.4, qual é a espessura óptima de bolo para uma
pressão de filtração de 150 lb/poleg2.?
Algoritmo de resosolução
1. a partir da equação básica de filtração calcular a resistência específica, r.
2. calcular o volume do bolo formado pela passagem da unidade de volume de
filtrado, v.
3. determinar a espessura do bolo, L.
1 dV P
A dt rl
r e a resistência especifica do bolo e com base nos dados do problema:
P 165 101.3 63.7 103 N / m 2
A 1cm 2
l 1cm
110 3 N s / m 2
dv
0.02cm 3 / s
dt
Então:
63.7 103 1
r 3
3185 1010 m 2
110 1 0.02
A mistura contem 100 kg de cré/m3 de agua
Volume de 100 kg de cré 100 / 300 0.033 m 3
Volume do bolo 0.0333 / 1 0.4 0.0556m3
53
Volume do liquido no bolo 0.0333 0.4 / 0.6 0.0222m3
Volume do filtrado 1 0.022 0.978m3
v = volume do bolo/volume do filtrado = 0.056
2 A2 P t
V 2
rv
Vv L2 A2
se a metade da espessura for: L , entao: V 2 2
A v
e
2 A P vt
L2
r
2 1000 101.3103 0.056t
L2
3185 1010 110 3
L2 3.16 106 t
1.9 Filtra-se uma polpa numa prensa de pratos e caixilhos que contém 12
caixilhos, cada um com um pé quadrado e 1 poleg. de espessura. Durante os
primeiros 3 minutos eleva-se lentamente a pressão até ao valor final de 60
lb/poleg.2 e, durante este período mantém-se constante o caudal de filtração.
Após o período inicial, a filtração efectua-se a pressão constante e os bolos
acabam de formar-se nos 15 minutos seguintes. Em seguida lavam-se os bolos
a 40 lb/poleg.2 durante 10 minutos, usando “lavagem completa”. Qual é o volume
do filtrado que se recolhe por ciclo e que quantidade de água de lavagem é que
se usa?
54
Tinha se ensaiado previamente uma amostra de polpa, usando um filtro de folha
de vácuo com 1
2
pé2 de superfície filtrante e um vácuo de 20 poleg. Hg. O
volume de filtrado recebido nos primeiros 5 minutos foi de 250 cm 3 e, após mais
5 minutos receberam-se mais 150 cm3. Supor o bolo incompressível e que a
resistência do pano é a mesma na folha e no filtro prensa.
1.12 Bibliografia
Coulson J.M e Richardson J.F. 1968. Tecnologia Química. 2ª edição. Volume II.
Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
Foust A.S., Wenzel L.A., Clemb C.W., Maus L., Anderson L.B. 1982. Princípios
das Operações Unitárias. 2ª edição. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
55
2 SEDIMENTAÇÂO E ESPESSAMENTO
2.1 Sedimentação
56
Fig. 2.1 - Resultados da Sedimentação Por Gravidade e Por Separação Centrífuga.
2.1.1 Decantação
Distinguem-se dois tipos de movimento de partículas num fluido, sob acção da força de
gravidade:
a) Queda livre
b) Queda dificultada
57
Na indústria, na concentração de suspensões por sedimentação num espessador, há
interacção entre as partículas.
Considere uma partícula sujeita à força de atrito (R), força de gravidade (G) e força de
Arquimedes (A).
G
A
De acordo com a definição de “queda livre”, a partícula está livre da acção de forças de
interacção.
58
Onde:
mP - massa da partícula
- densidade do fluido
P - densidade da partícula
u - velocidade da partícula.
Assumindo que o fluido está em movimento laminar pode-se expressar a força de atrito
de acordo com a lei de Darcy:
l u2
P f Lei de Darcy
d 2
(2.4)
R
e pela definição de pressão: P
S
(2.5)
Onde:
S - superfície da partícula projectada no plano de queda.
l u2
R fS
d 2
(2.6)
Considerando, para simplificação, uma partícula esférica:
S d2
4
(2.7)
d 2
R f u 2 , (válida para partículas esféricas porque l = d)
8
(2.8)
Substituindo a equação acima em (2.1)
d 2 2 du
mP g mP g f u mP
P 8 dt
(2.9)
59
P du d 2 u 2
g f
P dt 8 mP
(2.10)
mas, u = constante
4 P dg
u0
3 f
(2.14)
Sendo, f g Re ; Há que considerar os seguintes casos:
A. Regime laminar
Acontece quando as partículas têm diâmetro pequeno, são leves e movem-se em meios
viscosos.
60
Limite de laminaridade: 10-4 < Re < 2
O limite inferior da laminaridade é afectado por este fenómeno, sendo incorrecto aplicar
as leis da hidrodinâmica.
P2
P1
24 d 2 u0
2 2
u0
R fS 3du0 , Lei de Stokes
2 u0 d 4 2
(2.16)
A lei de Stokes é válida para calcular a força de atrito (R), em regime laminar. Assim,
substituindo a equação (15) em (14), tem-se:
61
4 P dgu0 d
u0
3 24
(2.17)
1 P 2
u0
2
d gu0
18
(2.18)
1 P 2
u0 d g , Equação de Stokes
18
(2.19)
B. Regime de Transição
Não há correlação acabada que descreve este regime. Usam-se fórmulas empíricas ou
semi-empíricas, como a de Allen que dá a resistência global:
18.5
f
Re0.6
(2.20)
62
f 0.44
Na maior parte dos casos, no início não se conhece o regime de escoamento; por isso,
para resolver problemas de decantação usa-se o método de tentativa e erro:
1. Estima-se Re
2. Determina-se f
3. Calcula-se u
4. Verifica-se Re.
4 P dg
u0
3 f
(2.21)
Re
e como uo
d
(2.22)
2 Re 2 4 P d
g
d 2 2 3 f
(2.23)
63
4 d 3 2 P
f Re
2
g
3 2
(2.24)
4
Ou f Re 2 Ar
3
(2.25)
d 3 2 P
Com, Ar g , número de Arrhenius
2
(2.26)
Analisam-se de novo os regimes de escoamento:
A. Regime Laminar
24
Recrítico = 2 e f
Re
24 2 4
Da equação (2.25): Re Ar
Re 3
(2.27)
Ar
Donde, Re
18
(2.28)
B. Regime de Transição
64
18.5
f
Re0.6
(2.30)
Recrítico = 500
Substituindo em (2.25):
18.5 2 4
Re Ar
Re0.6 3
(2.31)
4 Ar
Re1.4
3 18.5
(2.32)
Re 0.153 Ar 0.715
(2.33)
Para Recrítico2 = 500, então: Arcrítico2 = 83000
C. Regime Turbulento
f 0.44
Por outro lado, se Ar > Arcrítico2 , está-se perante o regime turbulento; então:
Ar
Re
18 0.575 Ar
(2.36)
65
Assim, pode-se a partir do número de Arrhenius, calcular-se o número de Reynolds (Re),
depois o factor de fricção ( f ) e a velocidade de sedimentação ( u0 ).
O número de Arrhenius depende das propriedades físicas das partículas. Portanto, não é
necessário arbitrar valores.
Este método é essencialmente gráfico, por isso aconselha-se um uso muito cuidadoso na
leitura dos valores.
Re 3
O número de Lhanchenko (Ly) é dado por: Ly
Ar
(2.37)
Re
Substituindo em (2.26) e na expressão u o anterior, tem-se:
d
uo d 3 3 2
3
Ly 3 3 2
d g P
(2.38)
uo 2
3
Ly
P g
(2.39)
Isto é, Ly = f(Ar, ), vide o Gráfico 2.1.
1. Toma-se u0
66
2. Determina-se Ly
3. Pelo gráfico determina-se Ar
4. Determina-se o diâmetro da partícula pela expressão de Ar
Ar 2
d 3
g P
(2.40)
1. Calcula-se Ar;
67
2. Com Ar, determina-se Ly pelo gráfico;
3. De Ly obtém-se u0 :
P
u o 3 Lyg
2
(2.41)
Aesf
Ap
(2.42)
AP – Área da partícula
deq3
Para, VP Vesf
6
(2.43)
6VP
d eq 3
(2.44)
A velocidade de queda de partículas não esféricas (reais) deve ser corrigida para:
68
u0 real 3 Lyg P 2
(2.45)
Assim, u0 real uo
(2.46)
Visto que < 1, a velocidade de sedimentação de uma partícula real é menor que a de
uma partícula com a forma esférica de igual volume e densidade.
69
As partículas pequenas são aceleradas pelas grandes e vice-versa (quantidade de
movimento transfere-se).
70
s c s s 1 s
(2.48)
em que: é porosidade da suspensão.
A fórmula de Einstein é válida para valores de C até 0.02. Para soluções mais
concentradas, Vand propôs a equação:
k ' 'C
c e 1 q .C
(2.50)
Em que, q – é a segunda constante igual a 39
64
para esferas.
d 2 s c g
up f
18
(2.51)
71
A velocidade ascendente do fluido:
1
uc
(2.52)
1 uc
Pelo que, u p uc uc
(2.53)
Experimentalmente, Steinour obteve: f 101.821
(2.54)
2 d 2 s g 1.821
uc 10
18
(2.55)
O uso de uma viscosidade efectiva só é válida para uma grande partícula a sedimentar
numa suspensão fina. Para a sedimentação de partículas uniformes, o maior atrito é
atribuível aos gradientes de velocidade, e não tanto a uma mudança de viscosidade.
72
A velocidade de sedimentação de uma suspensão fina é difícil de predizer devido ao
grande número de factores em jogo.
73
Estudou-se, então, a sedimentação de misturas contendo volumes iguais dos dois sólidos
e verificou-se que tendia a dar-se segregação dos dois componentes, aumentando o grau
de segregação com a concentração.
Para uma suspensão com granulometria uniforme de qualquer dos dois constituintes da
mistura, o efeito de padrão de fluxo conforme determinado pela concentração é o mesmo,
mas os pesos aparentes das duas espécies de partículas são alterados em proporções
diferentes.
ou u BO ) do seguinte modo:
P C
u PM u PO f
P
(2.57)
B C
u BM u BO f
B
(2.58)
Aqui, f ( ) representa os outros efeitos da concentração, que não os que estão
associados com uma alteração na impulsão flutuante devida ao facto de a suspensão ter
uma massa específica superior à do líquido. Numa suspensão uniforme, a massa
específica da suspensão é dada por:
1
C B P
2
(2.59)
74
Introduzindo os valores numéricos das massas específicas nas equações 2.57, 2.58 e 2.59,
obtém-se:
uPM uPO 13.35 12.33 f
(2.60)
uBM uBO 0.481 0.520 f
(2.61)
Com base nestas constatações, a tendência para se dar segregação numa mistura com dois
componentes, torna-se progressivamente maior à medida que aumenta a concentração da
suspensão.
2.1.3 O Espessador
75
Na maior parte dos casos a concentração da suspensão é elevada e dá-se a “queda
dificultada”.
A velocidade de sedimentação deve ser tão alta quanto possível, para se obter a máxima
capacidade de produção do espessador. Pode aumentar-se artificialmente a velocidade
pela adição de pequenas quantidades dum electrólito que provoca a precipitação de
partículas coloidais e formação de flocos. Aquecendo-se a suspensão, diminui a
viscosidade do líquido; além disto, o espessador incorpora um agitador lento que provoca
a diminuição da viscosidade aparente da suspensão e ajuda também na consolidação do
sedimento.
76
Fig. 2.4 - Sedimentação de Suspensões Concentradas.
(a) Sedimentação do tipo 1, (b) Sedimentação do tipo 2.
77
que a interface superior coincide com o topo da zona C e diminui em seguida até se alcançar
o ponto crítico de sedimentação, altura em que as zonas B e C desapareceram ambas.
Obtêm-se um segundo e bastante menos vulgar modo de sedimentação (Fig. 2.4b) quando a
gama de tamanho de partículas é muito larga. A velocidade de sedimentação diminui
progressivamente durante toda a operação, porque não há zona de composição constante e a
zona estende-se desde a interface até ao cimo da camada de sedimento.
Em que:
Gs – massa da suspensão no tempo t
Gsed – massa dos sólidos (sedimento) no tempo t
Gs Espessador Gl
Gsed
Balanço mássico de um componente:
78
Gs ws Gl wl Gsed wsed
(2.65)
w s – fracção mássica de sólidos na suspensão.
w 1 – fracção mássica de sólidos no líquido.
w sed – fracção mássica de sólidos no licor espessado (sedimento)
Resolvendo simultaneamente 2.64 e 2.65
wsed ws
Gl Gs
wsed wl
(2.66)
Voltando a equação 2.62 tem-se:
GS wsed ws
A , área do espessador.
ud l wsed wl
(2.67)
(2.68)
Em geral: Acorrigida 1.35 A
(2.69)
Esta área de sedimentação é importante porque quanto maior for, menor será a velocidade
de sedimentação de partículas.
79
Gráfico. 2.2 - Variação da Altura de Sedimentação Com o Tempo
Do Gráfico 2.2 vê-se que a altura da suspensão geralmente não afecta a velocidade de
sedimentação, nem a consistência do sedimento final obtido. O quociente OA : OA é por
toda parte constante. Portanto se se obtiver a curva para uma altura inicial qualquer, podem
traçar-se as curvas para qualquer outra altura.
(2.70)
des
Vl
ucrl
A
(2.71)
onde: Vl des – volume do líquido deslocado no tempo t
1 wcr ml
wcr msed
(2.72)
80
Em termos de sedimento, poder-se-á proceder da mesma forma.
1 wsed ml
wsed msed
(2.73)
A diferença entre as duas massas dá o volume do líquido deslocado.
1 wcr 1 wsed ml
des
wcr wsed msed
(2.74)
m
e como, Gs ws sed
S
(2.75)
onde, S – massa do sólido por unidade de tempo
1 wcr 1 wsed
Vl
des
Gs ws
wcr wsed
(2.76)
Assim, voltando as equações das áreas de espessador:
Gs ws 1 wcr 1 wsed
A
ucr wcr wsed
(2.77)
NB: Os valores de A calculados pelos dois métodos poderão ser diferentes porque num caso
usa-se u e noutro ucr.
2.1.3.2 Espessador Contínuo
Consiste num tanque de forma baixa e de diâmetro grande, com um fundo liso, segundo
ilustra a Figura 2.5. Introduz-se o licor no centro, a uma profundidade de 0.31 m a 0.92 m
abaixo da superfície do líquido, com o mínimo de perturbação possível.
81
O licor espessado é continuamente retirado através de uma saída no fundo e todos os sólidos
que se depositam no fundo do tanque (Fig. 2.5) são arrastados para a saída mediante um
mecanismo com raspadores que rodam lentamente.
82
Fig. 2.6 - Fluxo em Espessador Contínuo
Seja:
X1 – fracção mássica do líquido para o sólido num ponto qualquer do espessador;
X2 – fracção mássica do líquido para o sólido, na corrente inferior (saída), então:
X1 – X2 = caudal mássico ascendente do líquido, por unidade de caudal de alimentação.
Seja ainda:
Gsol – caudal mássico da alimentação de sólidos.
ul , a
Gsol
X1 X 2
A
(2. 78)
Onde:
83
- massa específica do líquido
ul , a deve ser menor que a velocidade de queda dificultada, uc .
Para um bom funcionamento do espessador, a área do espessador deve ser calculada a partir
de uma expressão que inclua a velocidade de queda dificultada, uc .
A
Gsol
X1 X 2
uc
(2.79)
Os valores de A devem ser calculados para toda gama de concentrações presentes no
espessador e o projecto deve basear-se na maioria de valores assim obtidos.
2.2 Centrifugação
84
Fig. 2.7 - Princípio de sedimentação por gravidade (A) e da separação centrífuga (B).
Se uma partícula com massa m , estiver a rodar num raio r , com velocidade angular ,
ficará sujeita a uma força centrífuga mr 2 . Assim, para a partícula, tem-se:
85
C = 2 rm
(2.84)
Onde:
C – força centrífuga;
m – massa da partícula
- velocidade angular
r - raio de rotação da partícula
C 2r
O quociente entre a força centrífuga e a gravitacional = designa-se por factor de
G g
separação e representa o aumento da eficiência de separação numa centrífuga, em
comparação com o campo gravitacional. Podem-se, assim, não só separar mais rapidamente
as suspensões, assim como se obtém um líquido mais límpido por centrifugação do que por
decantação; pois, por esta não se consegue separar partículas pequenas devido ao
movimento browniano que as governa e que pode ser anulado pelas forças centrífugas na
centrifugação.
dG = gdm
(2.85)
dC = acdm
(2.86)
dI = aidm
(2.87)
86
y (dGy + dCy + dIy) = Ydm
(2.89)
z (dGz +dCz + dlz) = Zdm
(2.90)
Px = px dydz
(2.91)
Px + dx = (Px + p/x dx) dydz
(2.92)
p
X
x
(2.95)
p
Y
y
(2.96)
p
Z
z
(2.97)
Multiplicando ambos membros de (2.95), (2.96), (2.97), por dx, dy, e dz respectivamente e
somando, tem-se:
p p p
Xdx Ydy Zdz dx dy dz
x y z
(2.98)
87
Xdx Ydy Zdz dp
(2.99)
Atende-se que a aceleração centrífuga tem direcção radial. Fazendo substituição em (2.99)
tem-se: 2 x dx + 2 ydy - gdz = 0
(2.105)
2 x2 2 y2
Integrando, vem + - gz + C = 0
2 2
(2.106)
x2 y 2 r 2
(2.107)
2
z= r2 +C
2g
(2.108)
Assim conclui-se que a superfície livre numa centrífuga é uma parabolóide com foco em p.
88
Condição limite:
r 0; z0 ( z0 - profundidade do líquido no centro do cesto)
z0 0 profundidade real
Portanto, a equação duma secção da superfície do plano passando pelo eixo de rotação, é:
2
z= r 2 + zo
2g
(2.109)
89
n
Se n= nº de rotações/min, =
30
(2.116)
Centrífuga Horizontal
dC = acdm
(2.117)
dm = dV = 2RHdR
(2.118)
dC = 2 R 2RHdR
(2.119)
dC 2 R 2RH
A pressão originada por dC é dp = = dR
A 2RH
(2.120)
dp = 2 RdR
(2.121)
P 1 dp = R1 RdR
P2 2 R2
Integrando entre P1, P2; R1 e R2 vem
(2.122)
2
P =
2 2
(R2 - R1 )
2
(2.123)
90
Se nos interessar a pressão positiva, isto é, a pressão exercida sobre as paredes da
2
centrífuga, Pc = ( R 2 2 - R12 )
2
(2.124)
Daqui deduz-se que P é máxima quando R1 = 0, isto é, se a centrífuga estiver cheia.
2
P max =
2
R2
2
(2.125)
No caso em que há uma mistura líquido e sólido:
2
[ 1( R 2 2 - Rin ) + 2 (Rin - R12 )]
2 2
Pc =
2
(2.126)
onde: Rin – é o raio da interface entre líquido e sólido.
Sob a hipótese de distribuição uniforme de pressão.
Centrífuga Vertical
Da equação básica da hidrostática
dp Xdx Ydy Zdz
(2.127)
dp 2 xdx 2 ydy gdz
(2.128)
2 2
p gz C
2x2 2 y2
(2.129)
2
p gz C
2r 2
(2.130)
Quando:
p p0 ; r r0 ; zH
91
C = Po - 2 /2 r o 2 + gH
(2.131)
1 1 1
Substituindo: p p0 2 ( 2 2 ) g ( H z )
2 r r0
(2.132)
Esta é a fórmula da distribuição das pressões no interior do líquido e dela conclui-se que a
pressão é composta por duas partes:
I- Parcela de pressão causada pela força centrífuga
II- Influência da pressão hidrostática do líquido
Na centrífuga horizontal não temos que considerar a parte II. Na prática mesmo na vertical
despreza-se esta parte por ser insignificante comparada com a I.
(2.135)
o2
R = fS (força de atrito),
2
(2.136)
92
onde: – factor de fricção e S - área de projecção da partícula.
Pela lei de Stokes: R = 3d P o
(2.137)
Assim:
2 d
mP 2 r mP r 3 d P0 mP 0
P dt
(2.138)
2 3 d P0 d0
2r r
P mP dt
(2.139)
d3
Ora: mp = p, válida para partículas esféricas.
6
(2.140)
dr d o d 2r
Relação entre o e r : o = e = 2
dt dt dt
(2.141)
p - 2 3d6 dr d 2 r
Então: r- =
p d 3 p dt dt 2
(2.142)
Admite-se que a velocidade radial é constante, daí:
d 2r
=0
dt 2
(2.143)
logo:
P 2 18 dr
r 2
P d P dt
(2.144)
93
18 dr
dt
d P r
2 2
(2.145)
Assim, o tempo t durante o qual uma partícula sai de R1 a R2, numa direcção radial e com
limites:
t = 0 r = R1
t = t r = R2
18 R
é: t= ln 2
d ( p - )
2 2
R1
(2.146)
Este é o tempo de depósito das partículas de diâmetro d; equação válida no regime laminar.
p 2 dt
(2.148)
p- 2 d 2 6 o 2 d o
r- f =
p 4 d 3 p 2 dt
(2.149)
p- 3 dr 2 d 2 r
2 r - 0.44 ( ) = 2
p 4 d p dt dt
(2.150)
p - 2 1 dr 2
r- ( ) =0
p 3 d p dt
(2.151)
94
t 0 r R1
Integrando a expressão entre:
t t r R2
dr t
R1 = o A dt
R2
1
2
r
(2.152)
2 R2 R1 At
(2.153)
t = 2B( R2 - R1 )
(2.154)
onde: A
P 3d 2
(2.155)
B = 1/A =
( p - ) 2 3d
(2.156)
Seja:
95
percorrer a distância máxima h antes de chegar à parede:
d 2 P Rc 2 V
h
18 V
(2.157)
isto è:
d 2 P Rc 2V
V
18h
(2.158)
d 2 P g Rc 2V
V
18 gh
(2.159)
V u0
(2.160)
Rc 2V
gh
(2.161)
Se a espessura da camada de líquido na parede do cesto é da mesma ordem de grandeza que
o raio, tem de usar-se o tempo de sedimentação dado por (2.146). Portanto,
V 18 R
2 2 ln c
V d S r
(2.162)
isto é,
96
d 2 S g 2V
V
18 R
g ln c
r
(2.163)
então:
2V
Rc
g ln
r
(2.164)
Pode fazer-se análise semelhante para diferentes formas geométricas do vaso da centrífuga.
Exemplo, para máquina em disco muito maior que para vaso cilíndrico do mesmo
tamanho.
A força motriz para filtração numa centrífuga é a queda de pressão necessária para vencer
todas as resistências do processo. Esta força tem de vencer o atrito causado pelo fluxo do
líquido através do bolo de filtração do pano e da rede de apoio e perfurações. A resistência
do bolo de filtração aumentará à medida que se depositam sólidos, mas as outras resistências
permanecerão praticamente constantes durante todo o processo. Considera-se uma filtração
num cesto de raio b e suponha-se que se introduz a suspensão com um caudal tal que o raio
interior da superfície do líquido permanece constante (Fig. 2.8)
97
Fig.2.8 - Filtração Numa Centrífuga
2.2.5 Velocidade do Processo
98
Portanto:
rV dR
dP
2H c R
(2.169)
R R2 (Interface bolo/suspensão) P P2
rV R
P ln 2
2H c R1
(2.170)
(2.171)
então:
2 rV
2
R 2
2 R12 R
ln 2
2H c R1
(2.172)
Logo,
H c 2 R22 R12
V
r R
ln 2
R1
(2.173)
99
2.2.6 Projecto Mecânico da Centrifugação
1. A espessura necessária do cesto para que ele suporte as tensões que se estabelecem
durante as condições de funcionamento mais desfavoráveis.
A carga será máxima no fundo do cesto se o eixo de rotação for vertical e decrescerá
ligeiramente para cima. A pressão centrífuga devida a um sólido e um líquido já foi
calculada e será representada por P.
Num cesto de raio Rc , e espessura , a pressão resultante da rotação do cesto vazio é:
Cc
Pc
A
(2.174)
Cc mc ac
(2.175)
mc 2Rc H c m
(2.176)
Com m - densidade do material do cesto.
100
Cc 2 Rc H c m 2
PC = = Rc = m Rc 2
2Rc H c 2Rc H c
(2.177)
Pt = P+Pc = P+ m Rc 2
(2.178)
F= Rcd dy (P + m Rc 2 )
(2.179)
Esta carga tem que ser equilibrada pelo componente radial da tensão no material
1
Componente radial = 2dTsen( d) = dTd
2
(2.180)
101
Se a carga do cesto de uma centrífuga está desequilibrada, o eixo de rotação pode não passar
pelo centro de gravidade e a força resultante será exercida sobre o eixo numa direcção
radial. Suponha-se que o centro de gravidade está a uma distância x do centro de rotação
quando o cesto está parado e que o eixo deflecte de uma distância y quando o cesto roda
com uma velocidade angular . Supõe-se ainda que seja M a massa do cesto e seu
conteúdo e que a força de restituição é aproximadamente proporcional a deflexão e igual a
Ky ,
K
valor = . Neste valor a deflexão tende para o infinito. Esta velocidade chama-se
M
velocidade crítica da centrífuga. Seria de esperar que a esta velocidade a máquina se
desintegrasse. Na realidade tal não acontece, embora a deflexão tenda a tornar-se grande
pois k não se mantém constante para grandes deslocamentos. De qualquer modo é preciso
aumentar rapidamente a velocidade próxima do ponto crítico pois inversamente desintegra-
se. A velocidades superiores à velocidade crítica a deflexão do eixo torna-se negativa isto é,
no sentido contrário a sua excentricidade inicial.
102
À velocidades muito grandes a deflexão torna-se igual e oposta à excentricidade inicial e o
cesto tende a rodar em torno do seu centro de gravidade.
Criou-se uma larga gama de tipos de centrífugas para uso nas indústrias químicas e
associadas, para separar líquidos e para remover sólidos em suspensão, quer por
sedimentação centrífuga, quer por filtração.
A maior parte das pequenas centrífugas que funcionam num regime descontínuo é
montada com os seus eixos verticais e, devido a possibilidade de carga desequilibrada na
máquina, o cesto está normalmente apoiado em chumaceiras ou por cima ou por baixo,
mas não em ambas as posições, de forma a dar um certo grau de flexibilidade. Na
máquina accionada inferiormente, em que o accionamento e as chumaceiras estão por
baixo (Fig. 2.9), o acesso ao cesto é mais fácil e o material é normalmente descarregado
por cima.
103
Fig. 2.9 - Centrífuga Accionada Por Baixo.
Nas centrífugas das Figuras 2.10 e 2.11, o líquido é retirado através do tubo de
transbordamento e o raspador de sólidos funciona com a máquina a trabalhar a plena
velocidade, pelo que se consegue uma economia considerável de tempo e energia.
104
Fig. 2.10 - Cesto Montado Horizontalmente Com Descarga Automática de Sólidos.
A – Alimentação. D – Peça Para o Corte. K – Tubo de Extracção do Decantado.
105
Fig. 2.12 - Centrífuga Inclinada.
106
Fig. 2.13 - Recipiente Com Discos Cónicos ( do Lado Esquerdo Para Separar Líquidos, do Lado Direito Para Separar Sólido de
Líquido)
Um vaso do tipo com discos usa-se muitas vezes para a separação de sólidos finos
dum líquido e a sua construção está representada do lado direito da Figura 2.13.
Neste caso há apenas uma saída de líquido, K, e os sólidos ficam retidos no espaço
entre as extremidades dos discos e a parede do cesto.
107
água a reunirem-se junto das faces interiores dos discos e a moverem-se radialmente
para fora, e o óleo a mover-se para dentro ao longo das faces superiores.
Fig. 2.14 - Separação de Água e Sujidade de Óleo Num Recipiente Com Discos.
Este vaso pode trabalhar a uma velocidade muito mais baixa e o seu tamanho é
muitíssimo menor, como se vê na Figura 2.15.
108
Fig. 2.15 - Dois Recipientes Com Igual Capacidade; Com Discos (À Esquerda) e Sem Discos (À Direita).
109
Fig. 2.16 - Funcionamento da Centrífuga Com Válvulas de Descarga.
110
Na centrífuga do tipo rolo introduz-se a mistura na máquina através dum eixo oco, que
descarrega perto de uma extremidade do cesto; com suspensões espessas auxilia-se o
fluxo mediante um mecanismo de parafuso. Um rolo com espira roda a uma velocidade
ligeiramente diferente da do cesto e faz com que os sólidos depositados sobre a parede se
movam regularmente ao longo da direcção axial afastando-se da entrada. Funciona a alta
velocidade, produzindo acelerações elevadas, mas o diferencial de velocidade não é
suficiente para causar interferência com a separação.
Prefere-se a forma cónica, quando o requisito principal é a secura dos sólidos, e a forma
cilíndrica, quando a limpidez do líquido tem importância preponderante.
111
Fig. 2.17 - Centrífuga Cónica Contínua.
Usa-se este tipo de centrífuga para a separação de suspensões e está equipada com um
cesto perfurado ou não perfurado. Introduz-se a alimentação através de um funil cónico e
o bolo forma-se no espaço entre a flange e o fundo do cesto. Os sólidos são movidos
inteiramente ao longo da superfície do cesto mediante um pistão com movimento
alternativo.
Nesta máquina, a espessura de bolo de filtração não pode exceder a distância entre a
superfície do cesto e a flange do funil. O líquido ou passa através dos furos do cesto, ou
no caso de um cesto não perfurado, é retirado através de uma saída para fluxo excedente.
Os sólidos são lavados com um pulverizador, como se indica na Figura 2.18.
112
Fig. 2.18 - Centrífuga do Tipo Impulsor.
1. entrada. 2. funil de entrada. 3. cesto. 4. pistão. 5. disco impulsor. 6. pulverizador de lavagem
113
Fig. 2.19 - Centrífuga de Impulsor Para Polpas de Baixas Concentrações.
2.2.8.6 Estatífuga
2.2.8.7 Supercentrífugas
Visto que, para um dado poder de separação, o esforço na parede é mínimo para as
máquinas de pequeno raio, as máquinas com alto poder de separação usam geralmente
cestos muito altos com pequenos diâmetros. Uma centrífuga típica (Fig. 2.20) poderá
consistir num cesto com cerca de 101.6 mm de diâmetro e 106.7 cm de comprimento,
possuindo septos para trazer o líquido rapidamente à sua velocidade. Usam-se
velocidades até 60000 rpm para produzir acelerações de 50000 vezes a aceleração da
gravidade. Pode usar-se uma vasta gama de materiais de construção.
114
Fig. 2.20 - A Supercentrífuga
2.2.8.8 Ultracentrífuga
115
hidrogénio a fim de reduzir as perdas por atrito e, deste modo, pode atingir-se um
aumento de cinco vezes na velocidade máxima.
2.3 Exercícios
2.1 Determinar o limite superior (diâmetro máximo) a respeitar a lei de Stokes em relação
ás partículas de quartzo, quando se depositam em água à 20 ºC com viscosidade = 1 cP.
sólidos = 2650 kg/m3
2.2 Determinar o diâmetro máximo de partículas esféricas de giz que vão ser arrastadas
pela corrente ascendente de água cuja velocidade é igual a 0.5 m/s.
giz = 2710 kg/m3
TH 2 O = 10º C
= 1.3 cP
2.3 Calcular os tamanhos das partículas alongadas de carvão de = 1400 kg/m3 que se
depositam com uma velocidade de 0.1 m/s em água a T = 20º C.
116
Algoritmo
1. pela equação … calcular a pressão exercida pelos sólidos na parede do cesto
2. pela equação … calcular a tensão nas paredes do cesto
3. determinar a velocidade máxima de rotação.
Pc 0.5 2 R22 R12
Pc 0.5 1000 2 0.152 0.0752
Pc 8.438 2 N / m 2
f b / Pc mb 2
f 0.15 / 0.005 8.438 2 8900 0.005 0.15 2
f 453 N / m
2 2
2.7 Para o problema anterior calcular a pressão total exercida dentro da centrífuga tendo
em conta que a velocidade máxima segura é em 80% superior á anterior.
2.8 Quando se filtra uma suspensão aquosa numa prensa de placas e caixilhos equipada
com dois caixilhos de 2 polegadas de espessura cada um com 6 polg.2 de 50 lb/in2 de
pressão relativa. Os caixilhos enchem-se em 1 hora. Quanto tempo levará a produzir o
mesmo volume de filtrado que se obtém num único ciclo, quando se usa uma centrífuga
com um cesto perfurado, com 12 in de diâmetro e 8 in de profundidade. Mantém-se
constante o raio da superfície interna da polpa 3 in e a velocidade de rotação em 4000
117
rpm. Suponha-se que o bolo de filtração é incompressível e suponha-se que a resistência
1
do pano é equivalente a 8
in de bolo em ambos os casos.
2.9 Se uma centrífuga tiver 3 pés de diâmetro e rodar a 1000 rpm, a que velocidade deve
rodar uma centrífuga laboratorial de 6 poleg. de diâmetro se se pretender que ela
reproduza as condições da fábrica?
2.11 Introduz-se uma suspensão aquosa constituída por partículas de densidade 2.5 na
gama de tamanhos 1 – 10 mícrons numa centrífuga com um cesto de 18 poleg. de
diâmetro, que roda a 500 rpm. Se a suspensão formar uma camada de 3 poleg. de
espessura, quanto tempo levará aproximadamente para que a partícula mais pequena
sedimente.
2.12 Pretende-se rodar uma centrífuga, com um cesto em bronze fosforoso de 15 poleg.
de diâmetro a 4000 rpm, com uma camada de 3 poleg. de líquido de densidade 1.2 no
cesto. Qual é a espessura de parede necessária para o cesto?
Massa específica do bronze fosforoso = 8.9 g/cm3
Máxima tensão de segurança para o bronze fosforoso = 12720 lb/poleg.2
Algoritimo
Pc 0.5 2 R22 R12
Onde:
118
R2 - raio do cesto
R1 - raio interno
Pc 0.5 200060 0.18752 0.08752
2
Pc 3.55 107 0.2750.10
Pc 0.98MN / m 2
f b / Pc mb 2
Tomando f como tensão máxima de segurança e m como densidade do material da
parede,
55 10 6 0.1875 / 9.75 10 5 8900 0.187560
2
3.409 10 9
9.75 10 5
5.929 10
7
3.323 10 0.202
3
4.16 mm
2.14 Um centrifugador cilíndrico, com parafuso interno, é usado para separar cristais de
MgSO4.6H2O da solução-mãe que provém de um cristalizador a vácuo. O centrifugador
119
tem um vaso com 14 in de diâmetro e 23 in de comprimento e opera com uma camada de
líquido com 3 in de profundidade.
A velocidade de rotação é de 3000 rpm. Qual deve ser a taxa da alimentação do
centrifugador para que se tenha a remoção completa dos sólidos, se na suspensão não
existem cristais menores que 5 mícrons?
Admitir que o parafuso interno não suspende nenhuma partícula sólida no líquido nem
perturba a sedimentação. A densidade da suspensão é de 1.21 g/cm3, a viscosidade 1.5
cP e a densidade dos cristais 1.66 g/cm3.
2.4 Bibliografia
Coulson J.M e Richardson J.F. 1968. Tecnologia Química. 2ª edição. Volume II.
Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
Foust A.S., Wenzel L.A., Clemb C.W., Maus L., Anderson L.B. 1982. Princípios das
Operações Unitárias. 2ª edição. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
120
3 FLUIDIZAÇÃO
Quando o atrito de superfície sobre as partículas se torna igual ao seu peso aparente (peso
real menos a impulsão), as partículas passam a rearranjar-se de modo a oferecerem menor
resistência ao fluxo do fluido e o leito começa a expandir. Este processo continua à medida
que se aumenta a velocidade, com a força total do atrito a permanecer igual ao peso das
partículas, até que o leito tenha assumido a forma estável mais solta de empilhamento.
Nessa altura, caso se aumente ainda mais a velocidade, as diversas partículas separam-se
umas das outras e passam a estar livremente sustentadas no fluído e diz-se que o leito está
fluidizado. Um aumento adicional de velocidade faz com que as partículas se separem ainda
mais umas das outras e a diferença de pressão permanece aproximadamente igual ao peso do
leito por unidade de área.
Até esta fase o sistema comporta-se de modo semelhante, quer o fluido seja um líquido, quer
seja um gás, mas para velocidades elevadas do fluido, quando a expansão do leito é grande,
há uma diferença bastante nítida entre o comportamento nos dois casos.
121
designa muitas vezes por fase densa ou de emulsão, e a fase descontínua, que se designa
por fase leve ou de bolhas.
Diz-se, então, que a fluidização é "agregativa". Passam bolhas de gás através de um leito
fluidizado de alta densidade, donde resulta que o sistema assemelha-se muito a um líquido
em ebulição, com a fase leve a corresponder ao vapor e a fase densa ou contínua ao líquido.
Chama-se, então, muitas vezes ao leito um "leito em ebulição", por oposição a um "leito
quiescente" para caudais baixos. Portanto, à medida que se aumenta a velocidade do gás, a
sua velocidade relativamente às partículas na fase densa pode não mudar apreciavelmente e
provou-se que o fluxo em relação às partículas pode, consequentemente, permanecer
laminar mesmo para valores muito elevados do caudal global.
2
u mf
O número de Froude, ,proporciona um critério a partir do qual se pode predizer o tipo
gd
de fluidização.
umf : velocidade mínima do fluxo calculado em relação à totalidade da secção recta a qual se
dá a fluidização.
d : diâmetro das partículas
g : aceleração de gravidade.
Com valores de Froude inferiores à unidade, tem-se fluidização homogénea mas com
valores mais elevados tem-se fluidização agregativa. Com líquidos obtém-se, geralmente,
valores muito mais baixos do número de Froude, porque a velocidade necessária para
produzir fluidização é menor.
122
3.1 Característica do Leito Fluidizado
O leito fluidizado comporta-se em muitos aspectos como um fluido com a mesma massa
específica que a que têm os sólidos e o fluido combinados. Ele transmite forças hidrostáticas
e os objectos sólidos flutuam se as suas massas específicas forem menores que a do leito.
A. Igualdade de forças:
A força de atrito das partículas é igual ao peso efectivo das partículas (i.e., incluindo a força
de Arquimedes).
123
a) b) c)
Fig. 3.1 - Fluidização Agregativa
Fig. 3.1 – Fluidização agregativa
Com respeito à figura 3.1 da fluidização agregativa:
1. Economicamente desfavorável;
2. É preciso instalar o aparelho;
3. É preciso instalar o ventilador;
4. Criam-se cargas electrónicas nas partículas que é preciso remover com dispositivos
apropriados;
124
5. As partículas pequenas podem ser arrastadas, algumas podem ser quebradas;
6. Quando se trata de processos catalíticos, o catalisador pode ser destruído;
7. Danificação da parede devido ao atrito.
3.4 Uso
Leito fixo
Queda de pressão
P u (1 - )2
Base: equação de Kozeny para o leito fixo =k
l d
2
3
(3.1)
Onde:
u - é a velocidade média do fluxo do fluido,
l - é a espessura do leito;
125
9
k B
8
(3.2)
k = 150 – 200, frequentemente usa-se o valor médio de K=180
B é o coeficiente de permeabilidade
k
5
36
(3.3)
P d 2 3
De (3.1), k=
l u(1 - )2
(3.4)
1 ud
Se Re´=
(1 - )
(3.5)
Dividindo membro a membro (3.4) e (3.5), tem-se:
k Pd 3
= 2
Re' l u (1 - )
(3.6)
k
E, fazendo: f = , (regime laminar- equação de Kozeny)
Re '
(3.7)
150
Para qualquer regime de leito de sólidos: f= + 1.75
Re´
(3.8)
126
para regime turbulento: Re 104
P d3 150
assim, para qualquer regime do fluxo: = + 1.75
l u (1 - ) Re
2
(3.9)
P 1 u 2 1 1 u 2
donde: 150 1.75
l udd 3 3d
(3.10)
Simplificando, tem-se a “boa” correlação semi-empírica para a queda de pressão obtida por
Ergun:
P
150
1 u 1.75 1 u 2 ,
2
equação de Ergun.
l 3 d2 3 d
(3.11)
127
aumentar de novo, porque o atrito de superfície do fluido nas paredes do tubo começa a
ser significativo.
128
À medida que se aumenta a velocidade, a queda de pressão passa por um valor máximo (B)
e em seguida diminui ligeiramente e atinge um valor aproximadamente constante,
independentemente da velocidade do fluido (CD). Se a velocidade da corrente for
novamente reduzida, o leito contrai até atingir a condição em que as partículas mal se
apoiam umas sobre as outras (E); ele tem então a máxima porosidade estável para um leito
fixo com as partículas em causa. Se se continuar a diminuir a velocidade, o leito permanece
nesta condição, desde que não seja sacudido. A queda de pressão (EF) neste leito fixo
reconstruído é, pois, menor que a que se obtinha anteriormente à mesma velocidade. Se a
velocidade fosse agora novamente aumentada, seria de esperar que a nova curva (FE) fosse
percorrida outra vez e que o coeficiente angular mudasse bruscamente de 1 para 0 no ponto
de fluidização.
Num leito fluidizado, a força de atrito total sobre as partículas tem de ser igual ao peso
efectivo do leito. Assim, num leito com área da secção recta unitária, tem-se:
P = (1 - )( s - )lg
(3.12)
Em que: P é a queda de pressão através do leito,
g é a aceleração de gravidade
(1 - )2 ucr (1 - )ucr2
Igualando (3.11) a (3.12), vem (1 - )( s - )g = 150 + 1.75
3 d
2
3d
(3.13)
129
d g( s - )
3 2
Ar =
2
(3.14)
u cr d
Recr =
d 3
(3.15) Termo multiplicador em ambos membros:
1 2
Assim,
d g( s - ) (1 - )2 ucr d3 1 - ucr2 d 3
3 2
= 150 + 1.75
2 3 d
2
1 2 3 d 1
2
(3.16)
1- 1.75 2
ou Ar = 150 Re cr + Re cr
3
3
(3.17)
Ar
Recr =
1- 1.75
150 + Ar
3
3
(3.18)
Ar
Para partículas esféricas, Recr =
1400 + 5.22 Ar
(3.19)
fluidização
u op
Ku = 2
u cr
(3.20)
130
Porosidade e altura do leito fluidizado
Seja: A - a área de secção recta do leito,
l - a altura do leito fluidizado,
A l - o volume do leito fluidizado,
A l (1-ε) - o volume dos sólidos no leito fluidizado
Então, o peso dos sólidos, Gs , e o peso dos sólidos no ponto crítico, Gscr , será:
Gs = Al cr (1 - cr )( s - )g
cr
(3.21)
Gs = Al(1 - )( s - )g
(3.22)
cr
Como: Gs = Gs
(3.23)
1 - cr
Então: l = l cr
1-
(3.24)
0.21
18 Re 0.36 Re 2
A porosidade do leito fluidizado é: =
Ar
(3.25)
131
3.7.2 Método de Lhanchenko
u3 2
Ly
g( s )
(3.27)
132
Gráf. 3.1 - Critério de Lhanchenko em Função de Ar e da Porosidade do leito.
3.8 Exercícios
3.2 Num aparelho de leito fluidizado existem partículas com a seguinte composição:
133
A massa específica dos sólidos é de 1100 kg/m3 a temperatura é de 150 ºC, o número de
fluidização é de 1.6, a viscosidade é 0.024 cP. Determinar:
a) A velocidade crítica
b) A velocidade operatória
c) A velocidade no espaço livre entre as partículas
S - área de superfície/volume = d 2 / d 3 / 6 6 / d para uma esfera
Substituindo K 5 ; S 6 / d e P / L de (2) para (1), ter-se-á
134
3 d 2 s g
u f 0.005
1
0.0055 3 d 2 s g
Dai, G 'f u
1
Neste caso:
s 2.6 1000 2600kg / m 3
0.9 1000 900kg / m 3
3.0 10 3 N s / m 2
d 0.1 mm
Então: G 'f 0.00550.48 104 900 1700 9.81 / 1 0.48 3 103
3 2
G 'f 0.059kg / m2 s
Algoritimo
1. usando a lei de stock, determinar a velocidade limite da queda da partícula
2. verificar com o número de Reynolds se a lei de Stock é aplicável
3. determinar o caudal
u0 d 2 g s / 18
2
u0 10 4 9.811700 / 18 3 10 3
u0 0.0031m / s
135
3.5 Obtenha a relação para a razão entre a velocidade limite de queda da partícula e a
velocidade mínima de fluidização para um leito de partículas similares. Assuma que a lei
de Stokes e a equação de Carman – Kozeny são aplicáveis.
Qual é o valor da razão se a porosidade do leito para a velocidade mínima de fluidização
for 0.4.
3.7 Um reactor de leito fluidizado catalítico está sendo projectado com 3 m de diâmetro
para operar um catalisador constituído de partículas esféricas de 0.2 mm e s = 2700
kg/m3. 15 toneladas de catalisador são empregadas durante a operação normal do reactor,
sendo a fluidização realizada com gás em reacção a 5 atm e 550 ºC. Calcule a altura
mínima que deverá ter o reactor para manter uma vazão de gás de 600 m3/h.
3.8 Partículas de alumina de 60 Mesh Tyler devem ser fluidizadas com ar a 400 ºC e 6
kgF/cm2 (pressão manométrica). O leito estático tem uma profundidade de 3m e 2.7 m de
diâmetro, com porosidade de 40 %. A densidade das partículas sólidas é de 3.5 ton/m 3.
Calcular:
a) Porosidade mínima do fluido
b) Densidade máxima do fluido
c) Altura mínima do fluido
d) Perda de carga
e) Velocidade mínima de fluidização
136
leito em repouso tem = 0.35 e Le = 3 ft. Nas condições de operação, a viscosidade do
fluido é 0.02 cP e = 0.21 lb/ft3.
3.9 Bibliografia
Coulson J.M e Richardson J.F. 1968. Tecnologia Química. 2ª edição. Volume II.
Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
Foust A.S., Wenzel L.A., Clemb C.W., Maus L., Anderson L.B. 1982. Princípios das
Operações Unitárias. 2ª edição. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
137
4 DESPOEIRAMENTO
A necessidade de remover poeira suspensa e névoa dum gás surge não só no tratamento dos
gases efluentes duma fábrica, antes de serem lançados na atmosfera, mas também nos
processos em que sólidos ou líquidos são arrastados na corrente de vapor ou gás. Assim,
num evaporador, é muitas vezes necessário eliminar gotículas que vão sendo arrastadas no
vapor, e numa instalação que compreenda um sólido fluidizado é necessária a remoção de
partículas finas, primeiro para evitar perda de material e em segundo lugar para evitar a
contaminação do produto gasoso. Além disso, em todas as instalações de transporte
pneumático deve montar-se uma forma qualquer de separador na extremidade de jusante.
138
Fig. 4.1 – Características de aerosóis e de separadores
139
que as correntes turbilhonares que mantém as partículas em suspensão sejam suprimidas
provocando, assim, a sua queda. Na maior parte dos casos, estes separadores estão
equipados de redes ou chicanas (fig. 4.2a) ou ainda tabuleiros (fig. 4.2b).
140
Tem no entanto, as desvantagens de ocuparem grande espaço e não removerem partículas
com diâmetros inferiores a 50-100 μ, sendo, actualmente, raramente usados. Normalmente
monta-se um filtro ou outro separador mais eficiente depois da câmara de deposição.
O separador representado na Figura. 4.3c consiste num certo número de recipientes que
pode ir até 30, ligados em série. Em cada uma das unidades o gás esbarra numa chicana
central; a poeira cai no fundo e a velocidade do gás deve ser mantida de modo a ser
141
suficiente para que se dê a separação efectiva sem o perigo de voltar a arrastar as partículas
de fundo de cada recipiente.
Como alternativa ao uso de chicanas rígidas, o separador pode ser preenchido por um
material fibroso bastante aberto. Neste caso, a separação será atribuível em parte a
sedimentação por gravidade no enchimento, em parte a efeitos da inércia e, em parte a
filtração.
(c) Filtros
Se o enchimento estiver humedecido com um líquido viscoso, a eficiência aumentará,
porque o filme do líquido actua como um filtro eficiente e evita que as partículas sejam
novamente arrastadas para a corrente gasosa.
O chamado filtro viscoso (Fig. 4.4) consiste em uma série de placas enrugadas, montadas
num caixilho e cobertas com um óleo que não evapora; estas unidades são, então, dispostas
em pilhas, a fim de proporcionar a área necessária.
142
Fig. 4.4 - Filtro Viscoso.
Para a limpeza dos gases usam-se também os filtros de sacos e por vezes os de prensa
cobertos, neste caso, com papel para evitar que as partículas se alojem no pano.
143
Contra peso
Gás limpo
Sacos
Gás sujo
Descarga de
sólidos
No separador de ciclone (Fig. 4.6) introduz-se o gás tangencialmente num vaso cilíndrico a
uma velocidade inicial de cerca de 30 m/s e o gás limpo é retirado por uma saída central do
topo. Os sólidos são atirados para fora contra as paredes cilíndricas do vaso e, em seguida,
deslocam-se afastando-se da entrada do gás, sendo recolhidos na base cónica do aparelho.
Este aparelho é muito eficiente a menos que o gás contenha uma fracção elevada de
partículas inferiores a cerca de 10 μ de diâmetro e é igualmente eficiente quer para gases
144
carregados de poeira, quer para gases carregados de névoa. É actualmente o separador de
uso geral que mais se utiliza.
dt
Descarga de
sólidos
A eficiência da centrífuga pode ser constatada através dos dados a seguir (Tabela 4.1).
Quando se introduz o gás no ciclone, criam-se forças centrífugas no ciclone. São essas
forças que atiram as partículas contra a parede, acabando por precipitá-las no fundo
cónico do ciclone.
145
4.1.1 Padrão de Fluxo num Separador de Ciclone
O gás move-se para baixo em espiral aproximando gradualmente da porção central do
separador e em seguida eleva-se e sai pela saída central no topo.
A pressão é relativamente alta por toda a parte excepto numa região de menor pressão que
corresponde ao núcleo central.
Uma partícula qualquer está, portanto, sujeita a duas forças opostas na direcção radial, a
força centrífuga, que tende a atirá-la para as paredes, e o atrito do fluído que tende a arrastar
a partícula através da saída do gás. Estas forças são ambas função do raio de rotação e do
tamanho das partículas, donde resulta que as partículas de tamanhos diferentes tendem a
rodar em raios diferentes.
Visto que a força centrífuga sobre as partículas aumenta com a velocidade tangencial e a
força dirigida para o centro aumenta com a componente radial, o separador deve garantir a
velocidade tangencial o mais elevada possível e a velocidade radial baixa. Geralmente isso
faz-se introduzindo a corrente gasosa a uma alta velocidade tangencial, com o menos
possível de choque, e fazendo o separador com grande altura.
O raio ao qual uma partícula no interior do corpo do ciclone rodará, corresponde à posição,
onde a força resultante na direcção radial sobre a partícula é zero. As duas forças actuantes
são a força centrífuga, que é dirigida para fora, e a força de atrito do gás, que actua dirigida
para o centro.
146
O raio limite de rotação determina-se pelo tamanho das partículas. Portanto, é preciso
diminuir o raio do ciclone para aumentar a eficiência.
CR
(4.1)
C m p r
2
d2 ur2
(4.2) R f
4 2
(4..3)
ut
r
(4.4)
Como ur , componente radial da velocidade do gás, é muito pequeno, pode-se admitir que é
válida a lei de Stokes, e, portanto:
R 3 d Pu r
(4.5)
2
ur
CR m p r = f d = 3 d Pu r
2 2
Então: ,
4 2
(4.6)
d3
mp = p
6
(4.7)
2
ut
mp 2
r = 3 d Pu r
r
(4.8)
147
p d 2 u t2
ur =
18 r
(4.9)
u0 =
18
(4.10)
2
ou seja ut
u r = u0
rg
(4.11)
ur
e u0 = 2
rg
ut
(4.12)
Assim, para calcular u0 é preciso avaliar ur e ut para a região exterior ao núcleo central.
148
dt
u t = u t0
2r
(4.14)
d t - diâmetro interno do ciclone
Além disso, verifica-se que ut 0 é aproximadamente igual à velocidade com que a corrente
(4.15)
ou:
0.2Gd0 g
u0
Zdt ut20
(4.16)
se a área da secção recta da entrada for Ai , G Ai ut 0
0.2 Ai2 d0 g
u0
Zdt G
(4.17)
Se admitirmos que uma partícula será separada desde que tenda a rodar fora do núcleo
central de diâmetro 0.4d0 , a velocidade limite de queda da partícula mais pequena que será
ur
u0 0.2d 0 g
ut2
(4.18)
149
Da expressão de ur deduz-se que é preciso diminuir o raio do ciclone e aumentar a
velocidade inicial porque há grande perda de pressão no ciclone e o aumento de turbulência
diminui a eficiência do ciclone devido ao movimento caótico das partículas.
Considerando,
2
u0 u t
ur =
g r
(4.19)
u r = f(r)
(4.20)
dr
ur =
dt
(4.21)
dr g
dt = = rdr
ur u 0 u t2
(4.22)
Considerando ainda, ut ut in
utin uinCos
(4.23)
uzin uin Sen
(4.24)
g
segue-se que: dt = rdr
u 0 u cos
2 2
in
(4.25)
integrando nos limites 0 et r1 e r2
O tempo que as partículas percorrem, radialmente, será:
150
g
tr = ( r 22 - r 12 )
2 u 0 u cos
2
in
2
(4.26)
enquanto o tempo axial, i.e., que as partículas levam a percorrer a altura do cilindro é:
hc hc
tz =
u zin u in sen
(4.27)
hc g
i. e. ( r 22 - r 12 )
u in sen 2 u 0 uin cos
2 2
(4.28)
gsen
assim, a altura do cilindro deve ser hc ( r 22 - r 12 )
2 u 0 uin cos 2
(4.29)
O diâmetro mínimo das partículas que podem ser retidas no ciclone, pode-se determinar
substituindo a equação (4.10) em (4.28):
g18 sen
hc ( r 22 - r 12 )
2 d p gu in cos
2
p
2
(4.30)
2 9sen
d p min = ( r 22 - r 12 )
hc u in p cos
2
(4.31)
com entre 15 e 20 graus
151
4.2 Série Normal de Ciclones
Para D 1m
152
D1
D2
h2
h3
H
D
h4
D2
A equação do caudal básico (produtividade) é: V = u cond
4
(4.32)
Normalmente V é dado e pretende-se calcular D
ucond é a velocidade do gás que não toma em consideração o movimento real do gás, i.e.,
considera-se a mesma que num tubo. Calcula-se a partir da resistência hidráulica.
t ucond
2
P =
2
(4.33)
4.2.1 Recomendações
153
CN-15 é o tipo mais indicado pois dá elevada eficiência e P baixo.
CN-24 é recomendável para volumes grandes de gases.
154
-
= C ent C saida 100%
C ent
(4.34)
Também se usam multiciclones e ciclones em série para tratar grandes volumes de gases.
155
Fazendo passar o gás entre dois eléctrodos carregados a uma diferença de potencial com um
valor entre 10000 e 60000 V, sujeita-se o mesmo à acção de uma descarga em coroa. Iões
desprendidos e repelidos pelo eléctrodo mais pequeno - sobre o qual a densidade da carga é
maior - fixam-se às partículas, as quais em seguida são transportadas para o eléctrodo maior
sob a acção do campo eléctrico. O eléctrodo mais pequeno é conhecido por eléctrodo de
descarga e o maior, que geralmente está ligado à terra, por eléctrodo receptor.
A maior parte dos gases industriais são suficientemente condutores para se ionizarem
facilmente, sendo os gases mais importantes o CO2, CO, SO2, e H2O(g), mas, se a
condutividade for baixa, pode adicionar-se vapor de água.
A velocidade do gás sobre os eléctrodos varia normalmente entre 0.6 m/s e 3 m/s com o
tempo médio de contacto de cerca de 2 s. A velocidade máxima é condicionada pela
distância máxima que uma partícula tem de atravessar para alcançar o eléctrodo receptor e
pela força atractiva que actua sobre a partícula. Esta força é dada pelo produto da carga
sobre a partícula, pela intensidade do campo eléctrico.
156
e - carga elementar adquirida por uma partícula
Ene = 3u r d
(4.37)
Ene
ur =
3 d
(4.38)
r0
E=
r
(4.39)
E - Velocidade radial
r0 - raio do eléctrodo interno
r - distância qualquer
-1 d2
ne = (1+ 2 )
+1 4
(4.40)
= constante dieléctrica do gás f( E )
seja:
C0 : concentração inicial do gás
157
A : área de secção recta do precipitador
O volume do elemento é Adz
AdCdz ur dtdzBC
(4.41)
A r2
(4.42)
B 2r
(4.43)
dC 2ur
Então, dt
C r
(4.44)
Limites de integração: t 0 C C0
t T C Cf
158
Cf 2ur T
ln =
C0 r
(4.45)
Cf ur T
= exp (-2 )
C0 r
(4.46)
Cf - 2ur T
1- = 1 - exp ( )
C0 r
(4.47)
C0 - C f - 2ur T
= = 1 - exp ( )
C0 r
(4.48)
L
Se T=
u
(4.49)
- 2ur L
Com L: altura total do precipitador, = 1 - exp ( )
ru
(4.50)
Podemos verificar que ur = f( d ) e que quando cresce o diâmetro das partículas também
Se o gás tiver uma porção aceitável de partículas finas, a lavagem com líquido proporciona
um método eficiente de limpeza, que conduz a um gás de alta pureza. Na coluna de
pulverização ilustrada na fig. 4.8, o gás passa no sentido ascendente através de um conjunto
de pulverizações primárias, para a parte principal da coluna, onde flui em contracorrente
com uma pulverização de água, que sofre sucessivas redistribuições.
159
Fig. 4.8 - Lavador por Pulverização
Nalguns casos usam-se colunas com enchimento para lavagem de gases, mas é
geralmente preferível dispor o enchimento sobre uma série de pratos para facilitar
a limpeza.. A fig. 4.9 mostra um lavador venturi no qual se injecta água na
garganta e em seguida efectua-se a separação num ciclone.
160
No lavador ciclónico (Fig. 4.10) introduz-se o gás tangencialmente, num recipiente
cilíndrico e ascende depois através duma pulverização de água.
161
Realiza-se a separação de uma poeira por contacto íntimo entre o gás e um líquido,
normalmente a água. Aplica-se quando são permissíveis a humidificação e o arrefecimento
do gás e quando o sólido não tenha grande valor.
4.5.1 Mecanismos
1) Mecanismos inerciais - As partículas são retidas pelas gotas devido às forças de tensão
superficial.
2) Mecanismo difusional - para partículas muito finas supõe-se a difusão das mesmas.
Supõem-se as partículas de tamanho das moléculas do liquido. Normalmente a lavagem com
líquido é feita em contra-corrente ou correntes cruzadas.
O gás e o líquido fluem em contra-corrente com pulverização da água que sofre sucessivas
redistribuições.
162
O rendimento de separação é elevado, 60-75%, e a resistência hidráulica oscila entre 15-20
mm H2O.
163
6VL d 2 3 VL
No tempo dt , o volume descrito por todas as partículas será: dl = dl
d 4
3
2 d
(4.53)
O volume do gás é Vg .
Portanto:
dvC - massa de todas as partículas que percorrem estas gotas. Mas como uma parte só de
partículas é retida, temos que afectar pelo factor .
dvC - massa de partículas retidas. Sendo Vg o volume de gás, a massa dos sólidos
3
- V g dC = dvC = VLCdl
2d
(4.54)
dC 3 VL
=- dl
C 2 d Vg
(4.55)
Cf 3 VL
= exp (- l)
C in 2 d Vg
(4.56)
d - diâmetro da gota
l - comprimento do difusor.
164
Cf 3 VL
O rendimento será: = 1- = 1 - exp (- l)
C in 2 d Vg
(4.57)
É a etapa prévia de separação para aumentar o tamanho das partículas e facilitar a sua
separação.
A essência do método consiste em colocar no meio do gás uma fonte que produz ondas
sónicas ou ultrasónicas. A fonte do som realiza-se sob a acção de vibração elástica sónica ou
ultrassónica que move as partículas com a mesma frequência e ao mesmo tempo aumenta o
número de colisões destas. Este aumento é muito sensível e origina a aglomeração e
coalescência das partículas.
165
4.10 Exercícios
4.10.2 Qual é o diâmetro mínimo de partículas de massa específica 2400 kg/m 3 que
podem ser retidas no ciclone que tem as seguintes características:
D = 600 mm
d1 = 360 mm
umin = 18.5 m/s
g = 1.24 kg/m3
= 0.018 cP
166
4.10.4 A eficiência da recolha de um ciclone é de 45% na gama de tamanhos de 0 – 5
m, 80% na gama de tamanhos de 5 – 10 m e 96% para partículas que excedem 10 m.
Calcular a eficiência da recolha para o seguinte pó:
Distribuição em peso:
Tabela 4.7
Para o colector:
Algoritimo
Calcular a velocidade de queda livre da partícula u0
Com base na lei Stocks, determinar o diâmetro da partícula
Considerando uma partícula esférica de diâmetro d girando num raio r, então a força
centrífuga será:
167
mut2 / 6d 3 s ut2
r r
Assumindo que não há separação de gás e partículas na direcção tangencial e que a
velocidade radial é baixa:
u0
2
0.2 4.42 10 3 0.075 1.3 9.81
1.2 0.3 8.62 103
u0 3.83 10 4 m / s
168
u0 d 2 g s / 18
0.5
u 18
d 0
g s
d 3.83 10 4 18 0.018 10 3 / 9.812700 1.3
0.5
d 2.17m
4.11 Bibliografia
Coulson J.M e Richardson J.F. 1968. Tecnologia Química. 2ª edição. Volume II.
Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
Foust A.S., Wenzel L.A., Clemb C.W., Maus L., Anderson L.B. 1982. Princípios das
Operações Unitárias. 2ª edição. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
169
170
6. REDUÇÃO DE TAMANHO DE PARTÍCULAS
A fractura efectua-se só por compressão. Vamos admitir outras hipóteses ainda para
estudar o que se passa com uma partícula sujeita a compressão.
A partícula em observação é cúbica e isotrópica e os esforços sobre ela são exercidos por
meio de dois planos aplicados em duas faces opostas.
171
3ª hipótese fundamental da teoria de moagem:
Na partícula não existe planos de clivagem nem tensões internas teoricamente, a fractura
desse cubo efectua-se segundo as diagonais do cubo e as diagonais das faces laterais e
consequentemente, da fractura, resultarão 14 poliedros que são os seguintes:
1. Duas pirâmides quadrangulares que se obtêm unindo os vértices das bases superior e
inferior do cubo com o centro.
2. Quatro poliedros de seis faces que se obtêm unindo os vértices situados nos extremos
das arestas verticais com os centros das duas faces adjacentes e o centro do cubo com
estes quatro pontos.
3. Oito tetraedros irregulares que se obtêm unindo os vértices situados nos extremos das
arestas horizontais com o centro da face a que pertencem e os outros do cubo com esses
três pontos.
Na prática o que acontece é que nem as partículas são cúbicas, nem os esforços se
exercem com regularidade, nem sobre as faces opostas.
Há que tomar ainda em conta que nem sempre o material é isotrópico, além de
naturalmente existirem tensões internas o que permite que as partículas possam partir por
choque para uma carga inferior a de ruptura por compressão ou corte, o que aliás
favorece a moagem. Por isso em vez de 14 poliedros obtêm-se n pedaços de forma
qualquer.
172
Há, no entanto que entrar em linha de conta a probabilidade de fractura das partículas,
pois, dada a irregularidade de distribuição das partículas, em cada compressão há um
certo número deles que chega a quebrar-se.
V V V
Os volumes obtidos em cada subdivisão serão: , 2 ,... m
n n n
(6.1)
V
e o volume obtido na última subdivisão é v, isto é: v
nm
(6.2)
como os volumes variam na razão directa do cubo das dimensões, pode-se escrever:
173
L3
m
l3,
n
(6.3)
L3
ou nm
l3
(6.4)
L
Onde: m log n 3 log
l
(6.5)
3 L
e por conseguinte o nº de subdivisão a efectuar será: m log
log n l
(6.6)
R
Z Sd
0
(6.7)
Onde: - carga por unidade de superfície
S – superfície sobre a qual o esforço se exerce.
- encurtamento do corpo, quando a carga varia de 0 até a carga de rotura r.
174
Z KL2 d KL2
0
(6.9)
Em que: - é o valor do integral.
Este valor é dado pela área dum trapezóide limitado pela curva de deformação do corpo
considerado e pelos eixos coordenados.
Como por outro lado a área correspondente á deformação elástica é muito pequena para
as substâncias a moer, o seu valor é desprezível em relação à área da parte não elástica,
pelo que a 1ª aproximação o integral é independente da granulometria das partículas
embora seja menor quando a granulometria diminui.
Deve notar-se que esta hipótese é muito grosseira, mas as conclusões estão de acordo,
aproximadamente, com os dados experimentais.
Na subdivisão seguinte, o trabalho será como anteriormente para cada partícula: Z1’ =
KL12 (6.11)
175
Sendo L1 a granulometria correspondente ao valor V/n.
L3 V
L1
3
V / n
(6.12)
L2
vem que L 2/3
2
1
n
(6.13)
Pelo mesmo raciocínio conclui-se que o trabalho nas subdivisões seguintes será:
Zt = Z + Z1 + Z2 + ... Zm-1
(6.18)
= KL2 (1 + n1/3 + n2/3 + ... nm-1/3)
(6.19)
= KL2 (1-nm/3/1-n1/3)
(6.20)
176
3 L
Mas como se viu que m log
log n l
log L / l
n log n
1
e substituindo na equação anterior Z t KL
2
1
n 1
3
(6.21)
log L / l
L
Atendendo que n log n
l
(6.22)
(L / l) 1 KL3
será: Zt K 2 1/ l 1/ L
n1 / 3 1 n1 / 3 1
(6.23)
Esta expressão dá o trabalho total necessário para reduzir uma partícula de volume V a nm
partículas de volume v.
KV
Zt 1/ l 1/ L
n1 / 3 1
(6.24)
Se em vez de V tivermos o volume total a moer por segundo, Vt, a potência a instalar
será:
KVt
N
75 n1 / 3 1 1/ l 1/ L
(6.25)
177
Convém exprimir este resultado em função do peso P a moer por hora. Se for o peso
específico a granel da substância a moer, será:
P
VL
3600
(6.26)
e portanto a potência será:
KP
N (1 / l 1 / L)
270000 n1 / 3 1
(6.27)
N K 1 / l 1 / L (6.28)
3 L 3KL3 L
Ou seja: Zt KL2 log log
log n l L log n l
(6.29)
3KV L
Zt log
L log n l
(6.30)
3KP
e portanto a potência a instalar será: N log L / l
270000L log n
(6.31)
= K1 log L/ l
(6.32)
Expressão conhecida por lei de Kick e que dá valores inferiores aos estabelecidos pela
fórmula anterior:
178
Em qualquer dos casos o valor achado para a potência foi obtido a partir de um certo
número de hipóteses arbitrárias em que se supõe que se trabalhava em condições óptimas
e que o trabalho de fractura era constante.
Por isso, a potência real das Máquinas N1, com que se tem de contar, deve ser diferente,
isto é:
N
N1
(6.33)
Com , um coeficiente compreendido em geral entre 0,25 e 1 em que se englobam os
atritos de funcionamento e que é tanto maior quanto menor for a granulometria das
partículas, visto que o trabalho de fractura vai diminuindo.
Para calcular a potência de motor é preciso entrar com o rendimento das transmissões,
isto é,
N1 N
m
(6.34)
O valor de varia entre 0.7 a 0.9
A fractura nunca se realiza por meio de forças estáticas (que teriam valores
excessivamente elevados), mas sim por órgãos em movimento de modo a terem uma
energia cinética igual a trabalho de fractura.
179
Em geral o seu valor é aproximadamente igual a dez vezes o trabalho da fractura (o que
equivale a uma perda de 10 % no momento da fractura).
Como o trabalho total da fractura é S, sendo S a superfície total da área exposta ao
esforço, o valor da energia cinética será:
T = 10S
Owens estima que apenas cerca de 10% da potência total é empregue de forma útil.
180
Esta curva sobe de zero à unidade (0 a 1) na gama de tamanhos entre a mais pequena e a
maior das partículas. Desta curva é difícil ver a distribuição, por isso traça-se a curva de
dx
frequência de tamanhos ( vs. d ), que é a derivada da curva cumulativa
dd
É conveniente poder indicar o tamanho do material com um único número. Bond escolhe
a dimensão da abertura através da qual passará 80% do material. Este método tem se
revelado um bom método prático de especificação.
181
Muitas vezes, porém, é importante poder representar uma característica particular, como
seja a dimensão da partícula de peso ou superfícies médios, e considerar-se-ão as diversas
dimensões médias que se tem usado.
Apenas uma propriedade do sistema fica representada por esta dimensão e ela não dá
qualquer indicação sobre a gama de tamanhos. Além disso, supõe-se que todas as
partículas têm aproximadamente a mesma forma.
Na figura 6.1 a área entre a curva e o eixo vertical é ddx e a abcissa média é, portanto,
ddx
, ou, se a curva for representada por uma função matemática contínua, a abcissa é:
dx
1
sdx 1
0
1
ddx
dx
0
0
x1 n1k1d13 s
(6.35)
182
k1 - constante que depende da forma da partícula.
Então, a abcissa média é:
1
ddx d1 x1
dv 0
1
x1
dx
0
(6.37a)
n1d14
dv
n1d13
(6.37b)
3
Isto é: k1dv n1 k1n1d13
n1d13
dv 3
n1
(6.38a)
x1 1
dv
x x1
13
3
3
d1 d13
(6.38b)
183
6.4.1.2 Diâmetros Baseados na Superfície
ddS ou
d1S1
dS S1
(6.39)
A partir de (6.35)
x1 1
ds
x x
1 1
d1 d1
(6.42b)
Note-se que d s d s ; d s é o diâmetro da superfície média e é dado por:
2
k2d s n1 k2n1d13
isto é:
184
n1d12
ds
n1
(6.43a)
E, pela equação (6.35):
x1
d1
x
d s 13
d1
(6.43b)
d1n1d1 n1d12
dl
n1d1 n1d1
(6.44a)
x1
d1
dl
x
12
d1
(6.44b)
185
E, da equação (6.35):
x1
d12
dl
x
13
d1
(6.45b)
1. Esforço de compressão
2. Esforço de corte
3. Esforços mistos
a) Esforços de compressão.
a.1) Aperto entre duas superfícies (planas ou curvas) que primeiramente se afastam para
permitir a entrada do material por gravidade ou força centrífuga e em seguida se
aproximam para efectuar a compressão.
a.2) Um rolamento de duas superfícies (planas ou curvas) uma sobre a outra, de modo a
arrastar o material para os pontos em que a distância entre elas seja menor, efectuando-se
assim uma compressão gradual.
186
Neste sistema pode recorrer-se quer à força de gravidade, quer à força centrífuga.
b) Esforços de corte.
b.1) por escorregamento de duas superfícies (planas ou curvas) uma sobre a outra.
b.2) Por percussão dos pedaços de um modo não uniforme. Para isso, ou se efectua a
percussão com órgãos de superfície irregular, ou por meio de vários órgãos sucessivos
com velocidades diferentes, sendo a distância entre eles inferior às dimensões médias das
partículas. Estas sofrem fractura quando passa entre dois órgãos sucessivos, devido à
diferenças de velocidades.
c) Esforços mistos
Podem conseguir-se:
c.1) Por escorregamento de uma superfície sobre a outra, exercendo um esforço elástico
de compressão.
c.2) Pelo processo anterior, utilizando, além dos esforços elásticos, a acção da energia
cinética das massas em contacto.
187
1. Britadores: Aparelhos que reduzem partículas grossas a médias.
2. Trituradores ou moinhos intermédios: Aparelhos que reduzem partículas médias e
finas.
3. Moinhos: Aparelhos que reduzem partículas finas a muito finas.
4. Moinhos coloidais: Aparelhos que reduzem partículas muito finas a coloidais.
Embora não haja uma classificação rigorosa das partículas mencionadas, costuma-se
considerar os seguintes valores como critério:
188
Só se usa “trituração sufocada” quando há que triturar uma quantidade relativamente
pequena de material e quando se deseja completar toda a redução de tamanhos numa só
operação.
Se a instalação funcionar:
De modo que o material passe uma só vez através do equipamento, tem-se
moagem em circuito aberto.
De modo que o produto contendo o material insuficientemente triturado e que
necessite ser separado e o material grosso reenviado para a segunda trituração,
tem-se moagem em circuito fechado.
189
Trituradores Grosseiros Moinhos Intermédios Moinhos Finos
Triturador de maxilas Blake Rolos triturantes Moinho Buhrstone
Triturador de maxilas Dodge Triturador de discos Moinho de rolos
Triturador giratório Moinho com mó de eixo horizontal Moinho Raymond
Triturador Samson Moinho Cónico Moinho Griffin
Bateria de pilões Moinho de bolas centrifugo
Moinho de martelos Moinho de rolos rotativos em anel
Triturador de rolo único Moinho de bolas
Moinho de espigões Moinho de tubos
Moinho com mó de eixo vertical Moinho Hardinge
Desintegrador em gaiola de esquilo
O triturador de maxilas Blake (Fig. 6.3) tem uma maxila fixa e uma maxila móvel
articulada no topo. As faces propriamente de trituração são feitas de aço manganês ou de
ferro fundido endurecido e têm de ser cuidadosamente montadas, porque são quebradiças;
o risco de quebra diminui-se rectificando a superfície posterior para a fazer plana ou
enchendo com chumbo.
190
Fig. 6.3 - Triturador de Maxilas.
O triturador Samson (Fig. 6.4) é semelhante ao Blake, mas a maxila móvel está rebitada a
uma peça que liga ao mesmo eixo a que está ligado o accionamento. As suas
características são semelhantes.
No triturador Dodge (Fig. 6.5), a maxila móvel está rebitada na parte inferior. Deste
modo, o movimento mínimo é no fundo e obtém-se um produto mais uniforme, mas o
triturador não é tão largamente utilizado devido à sua tendência para engasgar.
191
Fig. 6.5 - Triturador Dodge.
A grande abertura no topo permite-lhe receber alimentação muito grossa e efectuar uma
grande redução de tamanhos. Este triturador é geralmente feito em dimensões mais
pequenas do que o triturador Blake, devido aos elevados esforços flutuantes que se
produzem nos componentes da máquina.
O triturador giratório (Fig. 6.6) emprega uma cabeça triturante com a forma de tronco de
cone, montada num eixo, cuja extremidade superior está apoiada num apoio flexível,
enquanto que a extremidade inferior é accionada excentricamente de modo a descrever
um círculo.
192
Fig. 6.6 - Triturador Giratório.
Podem quebrar-se materiais friáveis, como o carvão, sem aplicar grandes forças e, por
isso, pode usar-se um aparelho menos robusto. Uma forma corrente de máquina para
partir carvão consiste num grande cilindro oco com paredes perfuradas.
193
O carvão quebra por choque e passa através das perfurações logo que o tamanho for
suficientemente reduzido. Este tipo de equipamento é menos dispendioso e tem uma
capacidade de produção mais elevada do que os trituradores de maxilas e giratórios. Na
Figura 6.7 vê-se uma outra máquina de quebrar, com um funcionamento semelhante ao
do moinho de martelos.
A bateria de pilões (Fig. 6.8) usou-se muito para moagem moderadamente fina no
passado, mas tem sido agora muito ultrapassada por equipamento mais eficiente.
194
Fig. 6.8 - Bateria de Pilões.
Quanto maior for o número de pilões na bateria, mais uniforme é a carga sobre o
mecanismo de accionamento. Os sólidos, usualmente, introduzem-se sob a forma de uma
suspensão em água, pelo que o produto pode ser retirado continuamente do sistema.
No moinho com mó de eixo horizontal (Fig. 6.9), uma roda pesada de ferro fundido ou
granito, a chamada mó, está montada num eixo horizontal que roda num plano horizontal
num recipiente pesado; alternativamente, a mó permanece estacionada e o recipiente
roda.
O moinho pode funcionar a húmido ou seco e usa-se com frequência para a moagem de
tintas, argilas e materiais peganhentos.
195
Fig. 6.9 - Moinho de mó com eixo Horizontal.
196
Fig. 6.10 - O Moinho de Mó com Eixo Vertical.
O moinho de martelos é um moinho de impactos, que emprega um disco que gira a alta
velocidade, ao qual estão fixas várias barras de martelamento, as quais baloiçam para fora
pela força centrífuga.Na Figura 6.11 é ilustrado um modelo e na Figura 6.12 está um
modelo laboratorial.
197
Fig. 6.11 - Moinho de Martelos de Unhas Baloiçantes.
O material é introduzido no topo ou no centro e projectado para fora pela força
centrífuga, sendo esmagado por pancadas entre as barras de martelamento ou contra
placas de fractura montadas ao redor da periferia da caixa cilíndrica. O material sofre
pancadas até ficar suficientemente pequeno para cair através do peneiro que forma a parte
inferior da caixa. As barras substituem-se facilmente quando estão desgastadas. A
máquina é apropriada para a moagem tanto de materiais quebradiços como fibrosos, e, no
último caso, é usual empregar um peneiro com arestas cortantes.
O moinho Kek (Fig. 6.13) é uma forma de moinho de espigões e consiste em duas placas
de aço horizontais com espigões verticais nas suas faces adjacentes. O disco superior está
parado, enquanto o disco mais baixo roda a alta velocidade. O material é introduzido por
198
uma tremonha no centro do disco superior e é projectado para fora pela acção centrífuga
e quebrado contra os espigões.
O moinho dá um produto fino bastante uniforme com pouca poeira e usa-se muito com
produtos químicos, adubos e outros materiais que não sejam abrasivos e sejam facilmente
quebrados. O controlo do tamanho do produto efectua-se por meio da velocidade e do
espaçamento dos espigões.
199
Fig. 6.14 - Moinho de Barras.
O triturador de rolo único (fig. 6.15) consiste num rolo de trituração com dentes, que roda
rente a uma placa de fractura. O material é triturado por compressão e corte entre as duas
superfícies. Usa-se muito para triturar carvão. No modelo que se mostra na Fig. 6.16, o
carvão é triturado em três andares.
200
Fig. 6.15 - Triturador de Rolo Único.
Dois rolos, um montado em apoios ajustáveis, rodam em sentidos opostos e a folga entre
eles pode ajustar-se de acordo com a dimensão da alimentação e a dimensão que se
pretende para o produto (Figs. 6.17a e 6.17b). A máquina está protegida, por actuar sob a
acção de molas, contra danificação por material muito duro.
201
Fig. 6.17a - Rolos de Trituração.
A Figura 6.18 mostra um sistema idealizado em que uma partícula esférica ou cilíndrica
de raio r2 está a ser introduzida em rolos de trituração de raio r1.
202
Os rolos de moagem usam-se muito no esmagamento de sementes com óleo e na
indústria da pólvora, e são também próprios para materiais abrasivos. São de construção
simples e não originam uma grande percentagem de finos.
Os moinhos cónicos estão agora a substituir muitos dos outros tipos de trituradores
intermédios. São semelhantes na construção ao triturador giratório, embora não possam
receber uma alimentação tão grosseira e dêem um produto muito mais fino; funcionam a
velocidades bastante mais elevadas. Nalguns moinhos cónicos (Fig. 6.19), a cabeça de
moagem tem um movimento de rotação, em vez de um movimento excêntrico. Para um
funcionamento, eficiente os moinhos cónicos devem ser alimentados com material seco e
de dimensão uniforme e, por isso, são apropriados principalmente para a moagem em
circuito fechado; proporcionam descarga livre do produto.
203
Fig. 6.19 - Moinho Cónico.
6.6.2.9 O moinho de Discos Symons
O moinho de discos (Fig. 6.20) emprega dois discos em forma de pires montados sobre
eixos horizontais, um dos quais se faz rodar e o outro está montado num apoio
excêntrico, de modo que as duas faces de moagem estejam continuamente a aproximar-se
e a afastar-se. O material é introduzido para o centro entre os dois discos e o produto
descarrega por acção centrífuga, logo que é suficientemente fino para se escapar através
da abertura entre as faces.
O moinho Buhrstone é uma das formas mais antigas de equipamento de moagem fina,
embora tenha sido, em grande parte, ultrapassado pelos actuais moinhos de rolos. A
moagem tem lugar entre duas pesadas rodas horizontais, uma das quais está parada e a
outra accionada.
204
6.6.3.2 O Moinho de Rolos
O moinho de rolos consiste num par de rolos que rodam a velocidades diferentes (por
exemplo na razão 3:1) em sentidos opostos. Tal como nos rolos de moagem, um dos rolos
é sustentado num apoio fixo, ao passo que o outro tem um apoio ajustável actuado por
molas. Este moinho usa-se actualmente na indústria de moagem de farinhas e para a
fabricação de pigmentos para tintas.
Este moinho (Fig. 6.21), tal como os moinhos Lopulco e Raymond, emprega a força
centrífuga para a redução de tamanhos. Consiste numa série de peças de empurra, que
fazem com que bolas pesadas em ferro fundido rodem contra um anel forte como numa
corrida de bolas, e a pressão das bolas no anel forte é inteiramente produzida por acção
centrífuga.
205
Fig. 6.21 - Moinho Babcock.
206
Fig. 6.22 - Moinho Lopulco.
207
Fig. 6.23 - Moinho Raymond.
Na barra estão implantados vários braços pesados (Fig. 6.24) que suportam as cabeças de
moagem, as quais são expelidas para fora pela acção centrífuga e se apoiam num anel
forte circular. Tanto as cabeças de moagem como o anel forte são facilmente
substituíveis. O material, é introduzido por meio de um dispositivo de alimentação
automático, é empurrado para o anel forte por meio de um arado que roda com o eixo
central.
O material moído é retirado por meio de uma corrente de ar, como no caso de moinho
Lopulco, e o material grosso dá mais volta a cair e é de novo levado para cima do anel
forte pelo arado.
Como o moinho funciona a altas velocidades, não é próprio para o uso com materiais
abrasivos; tão-pouco lidará com materiais que amaciem durante o esmagamento.
208
Fig. 6.24 - Cabeça de Trituração do Moinho Raymond.
Na sua forma mais simples, o moinho de bolas (Fig. 6.25) consiste num cilindro oco em
rotação, parcialmente cheio de bolas, com o eixo ou horizontal ou fazendo um pequeno
ângulo com a horizontal. O material a moer pode ser introduzido através de um eixo oco
numa das extremidades e o produto sai através de um eixo semelhante na outra
extremidade. A saída está normalmente coberta com um peneiro bastante aberto para
impedir que as bolas possam escapar-se.
209
Fig. 6.25 - Um Moinho de Bolas.
210
sobre a alimentação vindas de maior altura. Nalguns casos montam-se barras de elevação
no interior do cilindro. Está-se a usar agora cada vez mais um novo tipo de moinho de
bolas. O moinho é vibrado, em vez de ser rodado, e a velocidade de passagem do material
é controlada pela inclinação do moinho.
O moinho de bolas usa-se para a moagem de uma larga gama de materiais, entre os quais
carvão, pigmentos e feldspato para a cerâmica e recebe alimentação até ao tamanho de
cerca de 50 mm. O rendimento da moagem aumenta com a retenção no moinho até os
vazios entre as bolas estarem cheios. O aumento adicional da quantidade retida diminui
então novamente o rendimento.
As Bolas
A carga normal de bolas é de cerca de 4806 kg/m3. Em pequenos moinhos, em que haja
que fazer moagem muito fina, usam-se muitas vezes seixos em vez de bolas (Fig. 6.27).
211
Factores Que Infuenciam a Dimensão do Produto:
a) A velocidade de alimentação
b) As propriedades do material de alimentação
c) Peso das bolas
d) O diâmetro das bolas
e) A inclinação do moinho
f) Liberdade de descarga
g) A velocidade de rotação do moinho e
h) O nível do material no moinho.
212
a) O moinho pode-se usar em seco ou em húmido, mas a moagem em húmido
facilita a remoção do produto.
b) Os custos de instalação e de energia são baixos.
c) O moinho de bolas pode usar-se com uma atmosfera inerte e, por isso, pode usar-
se para a moagem de certos materiais explosivos.
d) O material de moagem é barato.
e) O moinho é próprio para materiais de todos os graus de dureza.
f) Pode usar-se para o funcionamento descontínuo ou contínuo.
g) Pode usar-se para moagem em circuito aberto ou fechado.
As características dos dois moinhos são semelhantes, mas o material permanece durante
um período mais longo no tubo, devido ao seu maior comprimento, e, por isso, obtém-se
um produto mais fino.
213
6.6.4.7 O Moinho Hardinge
O moinho Hardinge (Fig. 6.29) é um moinho de bolas no qual as bolas se segregam por
tamanhos. A parte principal do moinho é cilíndrica, como o moinho de bolas vulgar, mas
a extremidade de saída é cónica e afunila no sentido do ponto de descarga.
Uma das primeiras limitações do moinho normal de bolas ou de tubos é a de que deve
g
funcionar abaixo da velocidade crítica dada pela equação: wc , onde r é o raio do
r
moinho menos o da partícula. Se o valor efectivo da aceleração de gravidade pudesse ser
aumentado, seria possível uma maior velocidade de funcionamento.
O moinho de vibração tem uma capacidade muito mais elevada do que um moinho
convencional do mesmo tamanho e, consequentemente, pode usar-se equipamento mais
214
pequeno, ou obter-se uma capacidade de produção muito maior. Os moinhos de vibração
são particularmente adaptáveis à incorporação em sistemas contínuos de moagem.
215
A suspensão que consiste em partículas de 100 malhas, é introduzida a partir de um funil
e projectada para fora por acção centrífuga, e a redução de tamanhos efectua-se à medida
que ela passa entre as superfícies de trabalho.
Eercícios
6.1 Tritura-se um material num triturador de maxilas Blake e reduz-se o tamanho médio
1 kW
das partículas de 2 poleg. para 2
poleg., com um consumo de energia de 13 .
kg
s
Qual será o consumo de energia necessário para triturar o mesmo material do tamanho
médio de 3 poleg. até uma dimensão média de 1 poleg.?
a) supondo aplicável a lei de Rittinger, e
b) supondo aplicável a lei de Kick?
algoritmo de resolução
1. determinar a constante de Rittinger
2. determinar a energia necessária para a trituração
1 1
E K R f c
L2 L1
1 1
13 K R f c
10 50
50
K R f c 13.0 162.5kWs / kgmm
4
Assim, a energia necessária para reduzir um matéria de 75 mm para 25 mm e:
216
1 1
E 162.5 4.33kW / kg / s
25 75
L
E K K f c ln 1
L2
50
13.0 K K f c ln
10
K K f c 13.0 / 1.609 8.08kW / kg / s
6.2 Usou-se um triturador para triturar um material cuja resistência à compressão era de
22.5 MN/m2. O tamanho da alimentação era menor que 50 mm e maior que 40 mm e a
kW
potência necessária era de 13 . A análise por peneiração do produto foi a seguinte:
kg
s
217
Qual seria a potência necessária para triturar 1 kg/s de um material com uma resistência
á compressão de 45 MN/m2 a partir de uma alimentação de menor que 45 mm e maior
que 40 mm para dar um produto de tamanho médio de 0.5 mm?
Para o caso 1
E 9.0kW
f c 70.0MN / m 2
L1 6.0mm
L2 0.1mm
218
E,
1 1
9.0 K R 700
0.1 60
K R 0.013kW mm / MN / m 2
E para o caso 2
f c 100.0MN / m 2
L1 6.0mm
L2 0.212mm
Então:
1 1
E 0.013 100.0
0.212 6.0
E 5.9kW
6.4 É preciso fornecer 3 kW a uma máquina para esta triturar material ao caudal de 0.3
kg/s desde cubos de 12.5 mm até um produto com os seguintes tamanhos:
80 % 3.175 mm
10 % 2.5 mm
10 % 2.25 mm
Que potência teria de fornecer-se a esta máquina para triturar 0.3 kg/s do mesmo material
desde cubos de 7.5 mm até cubos de 2.0 mm?
219
28/48 21.7
48 9.3
Calcular:
a) Para um caudal de alimentação de 125 tons/h, a potência necessária para a operação
1. pela lei de Rittinger
2. pela lei de Kick
b) A potência necessária para triturar cada tonelada do minério pelo método de Bond.
Bibliografia
Coulson J.M e Richardson J.F. 1968. Tecnologia Química. 2ª edição. Volume II.
Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
Foust A.S., Wenzel L.A., Clemb C.W., Maus L., Anderson L.B. 1982. Princípios das
Operações Unitárias. 2ª edição. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
220
7 CLASSIFICAÇÃO DE PARTÍCULAS SÓLIDAS
221
diferenças nas propriedades eléctricas e magnéticas dos materiais ou nas suas
propriedades de superfície.
222
A máxima gama de dimensões que pode separar-se calcula-se a partir do quociente das
dimensões das partículas dos dois materiais que têm as mesmas velocidades limite de
queda. Se existirem condições laminares no fluido, a velocidade limite de queda de uma
partícula A de diâmetro esférico equivalente d A é dada pela equação a seguir:
d A2 g
u0 A A
18
(7.1)
e a velocidade limite de queda de uma partícula B de dimensão d B é dada por:
d B2 g
u0 B B
18
(7.2)
(7.3)
Se as condições no fluido forem turbulentas, as velocidades terminais são:
223
3d A g
u0 A (A )
(7.4)
3d B g
e u0 B (B )
(7.5)
Para iguais velocidades limite de queda nestas condições:
dB A
d A B
(7.6)
Portanto, a separação só é possível se o quociente entre o tamanho da maior partícula de
B pelo da menor partícula de A for inferior a:
s
dB A
d A B
(7.7)
1
em que: s para decantação em condições laminares, e
2
s 1 para decantação em condições turbulentas.
1
Para condições que não sejam completamente turbulentas, s fica entre e 1.
2
Vê-se que esta gama de tamanhos se torna mais larga, quando aumenta a massa
específica do fluido que faz a separação e, quando o fluido tem a mesma massa específica
que o material menos denso, é possível a separação completa, quaisquer que sejam as
dimensões relativas. Embora a água seja o fluido mais correntemente usado, obtém-se
uma massa específica maior do que a unidade quando tem lugar sedimentação retardada.
224
g 1 , porque não há qualquer atrito com o fluido quando a velocidade relativa é
A
zero. Portanto, a velocidade inicial é apenas função da massa específica e não é afectada
pela dimensão e forma.
225
Fig. 7.1 – Tanque de Sedimentação.
7.2.2 O Elutriador
As concentrações que se usam no elutriador são tão baixas que a queda tem lugar
aproximadamente sob condições de queda livre e, por conseguinte, o método é
susceptível de adaptação para a determinação de tamanhos de partículas. No British
Standard 893 apresentam-se pormenores do método de efectuar análises granulométricas
e a Figura 7.2 mostra o elutriador normalizado para partículas com velocidades de queda
entre 0.7 e 7.0 cm/s.
226
3
Fig. 7.2 – Elutriador Normalizado com Tubo de 2 poleg.
4
7.2.3 O “Spitzkasten”
A dimensão do material que se recolhe em cada uma das unidades depende da velocidade
de alimentação da suspensão, da velocidade ascendente do líquido no recipiente e do
227
diâmetro do recipiente. Pode usar-se também este equipamento para separar mistura de
materiais nos seus constituintes, desde que a gama de granulometrias não seja grande.
Cada uma das unidades pode ser feita em madeira ou em chapa metálica.
O classificador Dorrco, ilustrado na Figura 7.3, trabalha com base no mesmo princípio,
mas tem um certo número de compartimentos de secção trapezoidal. É próprio para
utilização com materiais mais finos do que cerca de 4 malhas e trabalha com
concentrações elevadas a fim de colher as vantagens da sedimentação retardada.
Este classificador (Fig. 7.4) consiste num recipiente cónico, com um segundo cone oco de
maior ângulo colocado com o vértice para baixo no interior do primeiro, de modo a criar
um espaço anular de secção recta aproximadamente constante entre os dois cones. A
parte inferior do cone interior está cortada e a sua posição relativamente ao cone exterior
pode regular-se por um parafuso de ajustamento.
228
Fig. 7.4 – Classificador de Cone Duplo.
229
Fig. 7.5 – Classificador de Acção Dupla de Stokes.
230
Fig. 7.6 – Classificador de Fluxo Cruzado Denver.
O classificador de tacho, que se usa para materiais finos, consiste num tacho baixo com
um fundo côncavo (Fig. 7.7). Introduz-se a suspensão no centro do tacho perto da
superfície do líquido, e o líquido e as partículas finas são transportados numa direcção
radial e vão para o transbordamento, havendo uma calha aberta que corre a toda a volta
da periferia do tacho no cimo.
O material mais pesado ou maior assenta no fundo e é arrastado por pás para a saída no
centro. O classificador tem uma grande área de transbordamento e, por consequência,
podem usar-se elevados caudais volumétricos de líquido sem produzir uma elevada
velocidade linear no transbordamento.
231
Fig. 7.7 – Classificador de Tacho.
As partículas que estão sobre o crivo são postas em suspensão durante o curso
descendente do pistão (Fig. 7.8a) e em seguida deixa-se que assentem durante o curso
ascendente do pistão na altura em que a entrada de água é ajustada de tal modo que não
haja praticamente qualquer fluxo através do leito (Fig. 7.8b).
232
Fig. 7.8 – Sacudidor Hidráulico: (a) Curso Descendente; (b) Curso Ascendente.
O período do pistão é pequeno, de modo que o material mais denso tende a reunir-se
perto do crivo e o material mais leve por cima dele.
A mesa ondulada, de que a mesa Wilfley (Fig. 7.9) é um exemplo típico, consiste numa
mesa plana, que está inclinada de um ângulo de cerca de 3o em relação à horizontal. Há
uma série de ripas, as chamadas “riffles” montadas paralelamente à aresta de cima, com
cerca de 6.4 mm de altura. Introduz-se o material a separar num dos cantos de cima e um
movimento alternativo, que compreende um movimento lento para a frente e um retorno
muito rápido, faz com que ele se desloque através da mesa.
233
Fig. 7.9 - Mesa Ondulada Wilfley.
234
Fig. 7.10 – Separador Por Ar Sob Vácuo Raymond.
Os sólidos grossos são projectados para fora contra as paredes e caem para o fundo sob a
acção de gravidade, enquanto que as partículas pequenas são removidas por meio de uma
ventoinha de extracção do ar. Este tipo de separador usa-se muito para separar o material
grosso demais no produto de um moinho de bolas e é próprio para materiais finos até 300
malhas.
235
Fig. 7.11 – Separador de Ar Mecânico Raymond.
As partículas finas continuam em suspensão, são levadas a descer no espaço entre os dois
cones e recolhem-se pelo fundo do cone exterior.
236
Fig. 7.12 – Separador Centrífugo DorrClone.
237
uma série de varetas paralelas ou com elos em forma de H aparafusados uns aos outros,
embora sejam mais usuais as aberturas quadradas ou circulares.
7.2.10.1 Peneiros laboratorias
238
Fig. 7.14 – Agitador de Peneiros Rotap.
O único crivo grande que trabalha à mão é o “grizzly”. Este tem uma superfície de
crivagem plana formada por barras longitudinais com comprimento que vai até 3 m, e
fixas num caixilho rectangular. Nalguns casos comunica-se um movimento alternativo a
barras alternadas, de modo a reduzir o risco de entupimento.
Visto que se produzem acelerações muito rápidas, o consumo de energia e o desgaste nos
apoios são elevados. Estes crivos montam-se muitas vezes à maneira de vários andares
com o crivo mais grosseiro
239
Fig. 7.15 – Crivo Electromagnético Hummer.
240
Fig. 7.16 – Crivo Mecânico Tyrock.
Um crivo muito grande accionado mecanicamente é o “trommel” (Fig. 7.17), que
consiste num cilindro perfurado rodando lentamente com o eixo levemente inclinado em
relação à horizontal. Introduz-se o material a crivar no cimo e ele desloca-se
gradualmente pelo crivo abaixo e passa sobre aberturas de dimensão crescente, o que faz
com que todo o material tenha de passar sobre o crivo mais fino.
Há uma tendência para colmatar as aberturas pelo material grande e para forçar as
partículas grossas demais a atravessar; além disso, o crivo fino relativamente frágil é
submetido à acção abrasiva das partículas grandes.
241
moagem. Um tipo corrente de eliminador é uma roldana magnética (Fig. 7.18)
incorporada num transportador de correia, de maneira a que o material não magnético
seja descarregado da maneira usual, enquanto que o material magnético adere à correia e
desprende-se da parte inferior.
242
Fig. 7.19 – Separador Magnético Ball-Norton.
243
Fig. 7.20 – Separador Magnético Davies.
7.2.12 Separadores electrostáticos
244
meio da espuma, até poderem ser descarregadas sobre uma represa. A flutuação por
espuma usa-se muito nas indústrias metalúrgicas, nas quais, em geral, o minério é difícil
de molhar e a terra residual é facilmente molhada.
Uma cela moderna de flutuação por espuma, que se usa para lavagem de carvão, está
ilustrada na Fig. 7.22. A suspensão, contendo cerca de 20 % de sólidos, juntamente com
os reagentes necessários, entra por A, e o impulsor rotativo aspira ar através do tubo B,
juntamente com alguma suspensão. O volume de ar é controlado por uma válvula na
entrada, e o volume de suspensão por um cone regulável em C. A suspensão arejada
passa através de anteparos D que destroem o vórtice e depois é projectada contra um anel
deflector E, revestido com borracha.
A espuma sobe para a superfície e é empurrada sobre as represas da espuma por meio de
pás rotativas F. O material rejeitado é descarregado através da abertura G, quer para
245
resíduo, quer para uma unidade subsequente. No último caso, mantém-se o fluxo
deixando uma pequena queda no nível do líquido de cela para cela.
7.3 Exercícios
d s 1 / x1 / d1
d 100 x 1
Assim,
1
d s 1 / dx / d
0
1
d s 1 / dx / 100 x 1
0
d s 100 / ln 101
d s 21.7m
7.2 As equações que dão a curva de distribuição de números para um material em pó são
dn
d,
dd
dn 100000
para a gama de tamanhos de 0 – 10 mícrons, e , para a gama de tamanhos
dd d4
de 10 – 100 mícrons. Esboçar as curvas de distribuição de número, superfície e peso.
Calcular o diâmetro médio superficial para o pó.
7.4 Bibliografia
Coulson J.M e Richardson J.F. 1968. Tecnologia Química. 2ª edição. Volume II.
Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
246
Foust A.S., Wenzel L.A., Clemb C.W., Maus L., Anderson L.B. 1982. Princípios das
Operações Unitárias. 2ª edição. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
247
8 MISTURA E AGITAÇÃO
A mistura de líquidos efectua-se por agitação, que pode ser mecânica ou por ar
comprimido, mas, cujo objectivo sempre é a criação de correntes na massa líquida.
248
8.1.1 Agitação mecânica
8.1.1.1 Generalidades:
A mistura dos líquidos efectua-se rapidamente, não tendo interesse, por isso, fazer o
cálculo de potência necessária para uma dada capacidade. O que interessa é ter uma
249
agitação permanente num dado volume de líquido e para isso, há que calcular a energia
consumida no movimento do agitador. É evidente que a eficiência da agitação depende
do número de rotações e, por isso, a segunda parte do problema consiste na sua
determinação.
Considere-se o caso mais simples de um agitador constituido por duas pás quadrangulares
situadas no prolongamento uma da outra e inseridas num veio vertical (Fig. 8.2). Este
veio pode também ser horizontal ou oblíquo.
dr
h
ds
L
u2
P f N
2g
(8.1)
Onde: N é o nº de Reynolds.
250
u2 f N u 2dS
dF f N dS
2g 2
(8.2)
Que é a expressão geral a usar.
f ( N ) KN 0.15 (experimental)
(8.5)
dS hdr K1Ldr
(8.6.)
251
K 0.15
f N 0.15 0.30 0.15
L n
(8.8)
N1 0.85n2.85L4.7
(8.9)
2 3 KK1
Com:
54000 64
(8.10)
Esta expressão da potência é geral para qualquer tipo de agitador; contudo, é intuitivo
que, o valor da potência é função do diâmetro D do tanque, da altura H do líquido dentro
h
do tanque e da relação K1 . Há, portanto, que introduzir factores correctivos, função
L
D H h
de , e e cujos expoentes são fixados pela prática. Obtém-se, finalmente a
L D L
fórmula de aplicação prática:
Os valores de são dados de tal maneira que os resultados entram em cavalo-vapor e por
isso há vantagem de fazer o cálculo em unidades c.g.s e em rotações por minuto. Os
valores de são dados na tab. 8.1.
252
A potência do motor será:
N1
Nm
(8.12)
Os valores de são normalmente considerados baixos (0.5 a 0.7) a fim de ter em conta os
atritos nas transmissões.
253
L
Onde: r
2
(8.14)
Para z H , vem que:
2 gH
2
L
(8.15)
E, portanto:
60 2 gH
n
L
(8.16)
Se o agitador for constituído por várias pás a diversas alturas e diâmetros diferentes, pode
raciocinar-se da mesma maneira, de modo que cada pá provoque a agitação duma certa
camada de altura H i (Fig.8.4).
l1
H1
l2
H H2
l3
H3
pás:
254
2
Li
Hi H
Li
2
(8.17)
2 2 gH i
Li
(8.18)
Donde, portanto:
60 2 gH i
n
Li
(8.19)
255
2 250 N1
M1 [kgm]
n
(8.20)
Para a resistência à flexão:
M 1 I bh 3
R G 6
(8.21)
Para o caso de uma secção rectangular, caso presente:
D=h e h= e
Então:
he 3 M 1
6 R
(8.22)
6M 1
e3
hR
(8.23)
256
N1 0.85 0.15n2.85L4.70
Que tem que ser multiplicada por factores correctivos como no caso de pás planas.
Neste caso, a pá é constituída por uma hélice. O único factor correctivo com que se
entra é:
0.95
D
L
0.95
L
Assim, N1
0.85 0.15 2.85 4.70
n L
D
(8.24)
Para pode tomar-se o valor = 0.45 10-15; para agitadores de 3 pás. Faz-se também L
= (0.25 – 0.3)D.
São constituídos por um parafuso sem fim (fig. 8.5). Podem ser tratados como agitadores
de hélice considerando cada esfera como uma hélice. Aqui há que se considerar a relação
c
sendo c o comprimento total do parafuso e p o peso.
p
Em geral,
c h
L = (0.25 – 0.3)D
p =L
257
= 0.7 – 0.8
L
C
d
São constituidos por um rotor, situado na parte superior do líquido e que trabalha como se
fosse uma bomba centrífuga, obrigando o líquido a circular.
d1
258
Neste caso não se usam factores de correcção mas sim a fórmula geral embora com
pouco rigor. Os valores de são dados na tabela a seguir:
A potência calcula-se aproximadamente como nos casos anteriores. A representação esquemática é indicada nas Figs 8.7, 8.8, 8.9.
259
Fig. 8.7 Fig. 8.8 Fig. 8.9
É análogo ao caso dos agitadores de rotor substituindo a barra centrífuga por um emulsor.
260
He
Hs
Fig. 8.10 – Agitação por emulsão
H e , que não se conhece visto que o líquido cai outra vez no tanque.
Para o cálculo do emulsor é preciso calcular a altura de elevação,
Hs
O caminho que se impõe consiste em partir do valor da relação S que se sabe ser 0.66 para pequenas alturas,
He Hs
3
tomando-se S = 0.7. Porque H e 6m, tira-se que H e Hs .
7
Sendo: Hs ~ H
O volume do ar calcula-se pela fórmula já conhecida. O diâmetro do tubo tem os valores também já conhecidos. Escolhido este
diâmetro, determina-se a quantidade de líquido a circular, de modo que a sua velocidade no tubo não exceda 2 a 3 m/s.
Outros sistemas consistem em borbulhar ar comprimido ou outras pás ou vapor de tubos perfurados situados no interior do líquido. O
seu cálculo é difícil mas como primeira aproximação pode usar-se o do emulsor.
Este sistema usa-se, principalmente, para líquidos explosivos ou muito corrosivos; não é aconselhável a líquidos oxidáveis.
261
materiais muito viscosos ou plásticos têm normalmente de ser tratados num
sistema descontínuo.
Os misturadores contínuos são representados por simples jactos para gases, pelas bombas
centrífugas para líquidos e pelos transportadores de correia, que se usam como
misturadores simples para sólidos. Simples recipientes cilíndricos com agitadores podem
ser usados como misturadores quer descontínuos quer contínuos para líquidos e
suspensões, conforme a quantidade a trabalhar e as propriedades físicas dos materiais. A
série de caldeiras, que constitui um reactor em vários andares na nitração de tolueno ou
na sulfonação do benzeno, é um exemplo deste arranjo.
262
Fig. 8.11 – Tipos de Agitadores de Pá.
263
Fig. 8.12 – Pá em Âncora.
264
Fig. 8.13 – Misturador de Pá Com Movimento Duplo.
(d) Amassadores
Para lidar com pastas muito espessas, põem-se duas lâminas robustas em forma
de z a rodar em sentidos opostos, como na figura 8.14. A folga entre as lâminas e
as paredes deve ser muito pequena, especialmente quando se está a aquecer a
mistura.
265
Fig. 8.14 – Amassador.
266
Fig. 8.15 – O Misturador de Sabão.
267
Fig. 8.16 – Misturador de Calha.
O misturador de duplo cone (fig. 8.18) usa-se para simples mistura de pós granulares e os
rolos usam-se para a mistura íntima de sólidos com líquidos, como no fabrico de tinta e
na adição de materiais à borracha.
268
Fig. 8.18 – Misturador de Duplo Cone.
269
Fig. 8.19 – Padrão de Fluxo de Um Misturador de Hélice.
A parte exterior da corrente, representada por E volta-se sobre si própria e torna a entrar
na alimentação do impulsor, enquanto que as correntes interiores, como em A, têm um
comprimento muito maior. Uma partícula numa corrente qualquer entrará na seguinte no
lado de entrada do hélice e dá-se mistura efectiva, porque se fornece um movimento para
cima e para baixo considerável. A agitação mais forte dá-se perto do hélice e formam-se
espaços mortos no fundo do tanque.
A montagem de uma chicana cruciforme no fundo do recipiente (fig. 8.20) permite obter
muito melhor dispersão. O rotor está preparado de forma a forçar o fluido a subir; este
traçado dá melhor fluxo axial e evita o estabelecimento de movimento de rotação do
líquido.
270
Fig. 8.20 – Padrão de Fluxo Em Recipiente Com Chicana Cruciforme.
271
Fig. 8.21 – Padrão de Fluxo Em Recipiente Com Chicanas Verticais.
A colocação descentrada do agitador é outro método de minimizar a formação de
vórtices (fig. 8.22).
Misturadores portáteis
Para uma larga gama de aplicações, usa-se agora um misturador portátil, que pode ser
fixo por grampos no topo ou na parede lateral do recipiente. Este está normalmente
equipado com dois impulsores, de modo que o de baixo empurra o líquido para cima e o
de cima empurra o líquido para baixo.
272
Fig. 8.23 – Hélice Montado Horizontalmente.
Rotores de turbina
O hélice vulgar pode ser substituído por uma turbina, que pode ser aberta ou envolvida,
sendo este último muito mais dispendioso. O padrão de fluxo no caso de uma turbina,
como se indica na figura 8.24, é bastante diferente do que se obtém no caso de um hélice
de marinha.
273
As turbinas podem usar-se para materiais bastante mais viscosos do que os
impulsores, mas o consumo de energia é muito maior.
274
Tabela 8.3 – Tipos de agitadores e sua utilização
Tipo de
agitador Utilização
- para lamas densas
Agitador de pás
planas - para limpar os fundos de tanques
para líquidos muito viscosos μ > 700000 cP
para líquidos pouco viscosos μ < 2000 cP
agitador de
hélice - para suspensões com conc < 10 % sólidos de mesh 100 Tyler
3
- para emulsão até 5 m
3
- para reacções com agitação intensiva até 7.5 m
agitador de
parafuso sem-fim - pouco usado
- para líquidos bastante viscosos μ <
700000 cP ou μ < 200000 cP para
- pás planas
- para suspensões até 60 % de sólidos
- para suspensões de granulometria elevada mesh 10 Tyler
Agitador de
rotor - para lamas fibrosas com menos 5 % de sólidos
3
- para reacções em que intervém várias fases líquidas (até 100 m )
3
- para dispersões com agitação intensiva até 50 m
Obs: não são usáveis para soluções coloidais.
- para lamas fibrosas até 10 % de
sólidos a viscosidade menor que 5000
Agitador de cP
3
cone e volume até150 m
- para soluções coloidais em que se atinge elevada concentração de corte
- para viscosidade menor que 2000 cP
agitador de volume até 20 m3 e com um máximo
pulsação radial de 10 % de sólidos, mesh v 100 Tyler
Agitador de
discos - para suspensões pouco densas
a grande
3
velocidade - para viscosidade menor que 10000 cP e volume até 5 m
275
8.3 Exercícios
8.1 Pretende-se efectuar uma reacção num recipiente agitado. Realizaram-se experiências
em montagem piloto sob condições completamente turbulentas num tanque de 2 ft de
diâmetro, equipado com chicanas e provido de uma turbina de lâminas planas. Verificou-
se que se obtinha mistura satisfatória com uma velocidade de rotor de 240 rpm, altura em
que o consumo de potência era de 0.2 cv e o número de Reynolds de 160000. Qual
deverá ser a velocidade do rotor a fim de conservar a mesma qualidade de mistura se se
aumentar 6 vezes a escala linear do equipamento? Qual será o consumo de potência e o
número de Reynolds?
8.4 Bibliografia
Coulson J.M e Richardson J.F. 1968. Tecnologia Química. 2ª edição. Volume II.
Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.
Foust A.S., Wenzel L.A., Clemb C.W., Maus L., Anderson L.B. 1982. Princípios das
Operações Unitárias. 2ª edição. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
276