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Carga de Treinamento
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Carga de Treinamento
• Componentes da Carga;
• Efeitos da Aplicação da Carga de Treinamento;
• Alterações Metabólicas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Obter uma visão geral da manipulação de carga de treino e adaptações fisiológicas;
• Abordar os modelos de controle de carga de treinamento;
• Compreender a relação do ajuste de cargas entre as sessões.
UNIDADE Carga de Treinamento
Componentes da Carga
Os efeitos esperados com a prática regular de exercício físico são dependentes das
dinâmicas de interação entre diferentes sessões de treino, devido às cargas impostas que
serão determinantes para as adaptações fisiológicas.
100% Velocidade
Relação 1:5
90% Velocidade e VO2máx
Relação 1:3
80% Velocidade
Relação 1:1
70% Resistência aeróbica
Relação 2:1
60% Resistência aeróbica
Relação 5:1
Figura 1
Fonte: Adaptada de PAVANI, 2012
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Efeitos da Aplicação da
Carga de Treinamento
O volume e a intensidade do treino, denominados de carga de treino, são gerados
em todas as sessões de exercícios físicos, sendo eles técnicos e/ou táticos. A aplicação
da carga de treino tem o intuito de otimizar a performance do atleta durante a disputa
(FORTEZA, 2004). Para as cargas de treino produzirem efeito no esportista, devem
estar bem organizadas em um período (meses) (BORIN, 2007).
Podemos atingir a supercompensação após uma sessão e/ou depois de várias ses-
sões, dependendo de como foram organizadas as cargas das sessões de treinamento
(MANSO, 1996).
Essas alterações são decorrentes do teor da carga de treino, que podem ser in-
fluenciadas pelas variáveis do treino, tais como frequência, duração e intensidade das
sessões de treinamento.
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UNIDADE Carga de Treinamento
Alterações Metabólicas
Aeróbicas
As adaptações aeróbicas que ocorrem no músculo esquelético são decorrentes princi-
palmente como resultado dos programas de treino de endurance (resistência), que promo-
verão aumento no conteúdo de mioglobina, esta que é semelhante à hemoglobina, capaz
de fixar o oxigênio, possibilitando maior capacidade de difusão de oxigênio da membrana
celular para as mitocôndrias, favorecendo o aumento da disponibilidade de oxigênio para
o ciclo de Krebs, aumentando a capacidade de produção de energia pela via aeróbia.
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• Na atividade das enzimas responsáveis pela síntese e degradação do glicogênio
(enzimas do ciclo do glicogênio).
Oxidação de glicose
Glicose
Ácidos Graxos
Figura 2 – Relação entre intensidade e utilização de substrato energético, ácidos graxos e glicose
Fonte: Adaptada de SILVEIRA e colaboradores, 2011
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UNIDADE Carga de Treinamento
Glicose
AGL lactato
AGT TG
fosforilase
Glicose - 6P Glicogênio
citosol AG (-)
Frutose - 6P (-)
acil-CoA PFK (-)
Frutose-1,6-P2
(-) (-)
CP ATP
CPT (+) Piruvato LDH Lactato/H+
translocase
CPT Piruvato desidrogenase
ATP
β-oxidação PC
acil-CoA Acetil-CoA (-)
oxaloacetato citrato
malato isocitrato
Matriz C.Krebs (-)
fumarato ISTD
mitocondrial
succinato 2-oxoglutarato
Succinil-CoA
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Tabela 2 – Definição de componentes da carga conforme o estímulo metabólico
Aeróbio Anaeróbio
Volume Alto Baixo
Duração Alta Baixa/moderada
Intensidade Baixa Alta
Frequência Média/alta Média/baixa
Densidade Maior Menor
Dessa forma, quantificar a carga de treinamento passa a ser fundamental, para que
se identifique o nível de fadiga/estresse gerado ao atleta, possibilitando ter parâmetros
para elevar gradativamente a carga de treino, com a finalidade de proporcionar ganho
contínuo de adaptações fisiológicas, garantindo a melhoria de desempenho esportivo.
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UNIDADE Carga de Treinamento
Classificação Descritor
0 Repouso
2 Fácil
3 Moderado
4 Um Pouco Difícil
5 Difícil
6 –
7 Muito Difícil
8 –
9 –
10 Máximo
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Representa, então, o volume de treino pelos minutos da sessão, multiplicado pela
intensidade, a qual representada pela PSE. O produto desse cálculo será expresso em
unidades arbitrárias. Por exemplo, uma sessão de treinamento (Figura 4), com PSE igual
a 6 e com duração de 40 minutos representaria uma carga de treinamento equivalente
a 240 unidades arbitrárias.
600
450
400 300
240
200
200
0
Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom
Figura 4 – Disposição de cargas internas de treino ao longo de uma semana de treinamento
Fonte: Adaptada de NAKAMURA, 2010
1.000 U.A
700 U.A
699 U.A
501 U.A
500 U.A
100 U.A
Figura 5 – Valores de referência de carga interna por sessão de treinamento
Fonte: Adaptada de KAUTZNER, 2017
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UNIDADE Carga de Treinamento
0.7
0.6
0.5
Probabilidade de Lesão
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
-5 0 5 10 15 20 30 40 50 100 >100
Mudança na Carga de Treinamento por Semana (%)
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Assim como uma programação inadequada das cargas de treinamento, sem respeitar
o tempo de recuperação entre os estímulos que produzem efeitos prejudiciais ao desem-
penho dos atletas, tais como:
• Aumento do nível de cortisol/cortisona (ROUVEIX et al., 2006);
• Aumento da creatina quinase (FRY; MORTON; KEAST, 1992);
• Alterações na subpopulação de leucócitos, que podem indicar imunossupressão
(MALM et al., 2004),
• Aumento da ureia plasmática (KLAPCINSKA et al., 2005).
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UNIDADE Carga de Treinamento
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Blog do Treinador
Blog do professor Teldo Diniz, com discussões sobre aplicação prática da teoria do
treinamento na corrida de rua.
https://bit.ly/3dnMmnr
Vídeos
Testes de um Corredor de Elite
https://bit.ly/2RExHM8
Leitura
Preparação desportiva: aspectos do controle da carga de treinamento nos jogos coletivos
https://bit.ly/3dlt162
Monitoramento da carga de treinamento: a percepção subjetiva do esforço da sessão é
um método confiável?
https://bit.ly/32fH72E
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Referências
BALDARI, C. et al. Lactate removal during active recovery related to the individual
anaerobic and ventilatory thresholds in soccer players. European Journal of Applied
Physiology, n. 93, p. 224-230, 2004.
BISHOP, D. et al. C. Muscle buffer capacity and aerobic fitness are associated with
repeated-sprint ability in women. European Journal of Applied Physiology, n. 92,
p. 540-547, 2004.
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UNIDADE Carga de Treinamento
ROUVEIX, M. et al. The 24h urinary cortisol: cortisone ratio and epinephrine/
norepinephrine ratio for monitoring training in young female tennis players. Int.
J. Sports Med., v. 27, n. 11, p. 856-863, 2006.
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