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Guimarães de Almeida
PORTUGUÊS
na medida certa para
concursos
6ª revista
atualizada
edição ampliada
2023
Capítulo V
CLASSES GRAMATICAIS
1. ARTIGOS
Artigos definidos: o, a, os, as
Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas
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PORTUGUÊS NA MEDIDA CERTA PARA CONCURSOS • Maria Augusta Guimarães de Almeida
Exemplos:
Os livros que adquiri são excelentes.
A ideia apresentada causou polêmica.
Os verdadeiros amigos dizem-nos a verdade sempre.
Talvez encontre uma solução para umas situações difíceis.
Visitei uns lugares muito estranhos por lá.
E neste momento, você pode estar se perguntando “Como poderei distinguir o artigo
indefinido UM de um numeral?”. É simples! Você perceberá o sentido diferente. Observe:
Encontrei um documento na gaveta da escrivaninha velha. Nesse caso, entendemos como
uma indefinição, um documento qualquer. É um artigo indefinido.
Observe agora a frase seguinte: Encontrei um documento na gaveta da escrivaninha
velha; no cofre da sala, encontrei dez documentos referentes à compra das propriedades
da família. Nesse caso, observa-se a ideia de número. É numeral.
2. SUBSTANTIVOS
São os vocábulos que dão nome a objetos, pessoas, sentimentos, lugares.
Exemplos: Flávia, Gustavo, Francisco, Lucca, Erica, França, Londres, Rio de Janeiro, amor,
honestidade, lucidez, aspereza, mesa, porta, bolsa, gaveta etc.
Há que se ter atenção, entretanto, ao fato de que um substantivo pode, de acordo
com o contexto em que se insere, assumir valor de ADJETIVO. Observe a frase: O atleta
brasileiro recebeu o prêmio. Atleta = substantivo; brasileiro = adjetivo.
Atente, agora, para o que acontece se trocamos a posição dos termos. O brasileiro atleta
recebeu o prêmio. Percebeu? Nesse caso, brasileiro = substantivo; atleta = adjetivo. Por quê?
Porque nem todo brasileiro é atleta. Atleta, nesse caso, está caracterizando o brasileiro.
3. ADJETIVOS
São os vocábulos usados para caracterizar, qualificar os substantivos.
Há diferentes tipos de adjetivos: de qualificação(qualificativos), de caracterização, de es-
tado, de relação (relativos).
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Renal é um adjetivo de relação porque não admite variação de grau. Os adjetivos de rela-
ção têm a característica de não admitirem variação de grau. Observe que não se pode dizer “Carlos
tem um problema muito renal.” Percebeu?
Há casos em que se faz a troca, e não ocorre alteração de classe nem de sentido (semân-
tica). Entretanto, pode haver troca de sentido e de classe gramatical. Veja alguns exemplos:
Ele adquiriu um lindo móvel no leilão. / Ele adquiriu um móvel lindo no leilão. Obser-
ve que, nessas frases, houve troca de posição, mas não houve mudança de classe nem de
sentido. Móvel é substantivo nas duas ocorrências. Lindo é adjetivo nas duas ocorrências.
Ele fez uma grande reportagem. / Ele fez uma reportagem grande. Observe que, nessas
frases, houve troca de sentido, mas não houve mudança de classe. Grande é adjetivo nas
duas. Reportagem é substantivo nas duas. Entretanto, o sentido de grande reportagem
(excelente, fantástica, maravilhosa) é diferente de reportagem grande (longa, extensa,
não necessariamente boa).
Ele orientou o pobre aposentado. / Ele orientou o aposentado pobre. Observe que a
classe gramatical não se altera: pobre é adjetivo em ambas as situações; aposentado é
substantivo em ambas as situações. Entretanto, fica clara a alteração semântica. Na pri-
meira, tem-se o sentido de que o aposentado é um coitado, digno de pena. Na segunda,
observa-se que o sentido é de que o aposentado é um homem sem dinheiro.
O brasileiro músico luta muito no exterior. / O músico brasileiro luta muito no exte-
rior. Observe que houve mudança de classe. Na primeira frase, brasileiro é substantivo,
músico é adjetivo, já que nem todo brasileiro é músico. Na segunda, músico é substan-
tivo, brasileiro é adjetivo.
Tal cobrança, envolvendo troca de posição dos vocábulos, classes e sentidos, é muito
comum hoje.
ATENÇÃO!
Muitas vezes, uma questão sobre tema aparentemente simples gera
dúvidas e implica erros danosos ao bom desempenho do candidato.
O uso de nomenclatura desconhecida pode ser um problema.
Veja! Se em determinada questão a banca pede a alternativa que apresente
um adjetivo de relação, e o candidato desconhece tal nomenclatura, questão
perdida! O que são adjetivos de relação? Adjetivos de relação são aqueles
que não admitem variação de grau, não pode ser anteposto ao substantivo.
Ex.: assistente carcerário – carcerário é adjetivo de relação, não
admite variação de grau, não pode ser anteposto ao substantivo.
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4. VERBOS
São palavras que expressam ações, estados, situações.
Exemplos: Ele distribuiu os medicamentos. (verbo que indica ação)
Todos pareciam sensatos na empresa. (verbo que indica estado)
Alguns estavam preocupados com a prova. (verbo que indica estado)
5. PRONOMES
São as palavras que substituem ou determinam os substantivos.
Existem vários tipos de pronomes: pronomes pessoais, pronomes possessivos, prono-
mes demonstrativos, pronomes interrogativos, pronomes relativos, pronomes indefinidos
e pronomes de tratamento.
Os pronomes retos são aqueles usados na posição de sujeito das orações: eu, tu,
ele, ela, nós, vós, eles, elas.
Exemplos:
Eu recebi o grupo aqui.
Tu adivinhaste o número da placa.
Nós sabemos o que fazer.
Elas os levarão ao TJ.
Os pronomes oblíquos são aqueles que ocupam a posição de complementos dos ver-
bos (objeto direto / objeto indireto): me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, consigo,
nos, conosco, vos, convosco, lhe, lhes, o, a, os, as.
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b) Pronomes possessivos: são aqueles que exprimem posse, propriedade. São eles: meu(s), mi-
nha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s), dele(s), dela(s).
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» Atenção!! São considerados também pronomes demonstrativos: o(s), a(s), próprio, se-
melhante, tal. Os pronomes pessoais o, a, os e as funcionam como pronomes demonstra-
tivos quando forem equivalentes a aquele(s), aquela(s) e aquilo. Veja alguns exemplos:
Alguns vieram à festa; os que ficaram em casa teriam prova no dia seguinte. (os = aqueles)
A história que ouvi era incrível; a que ele contou ao juiz, absurda. (a = aquela)
O que disse era mentira. (o = aquilo)
e) Pronomes relativos: os pronomes relativos têm por função básica unir orações dife-
rentes fazendo com que as ideias nelas expressas se complementem, evitando assim
repetições desnecessárias.
São eles: que, o qual, a qual, os quais, as quais, quem, como (=pelo qual, pela qual),
quanto, quantos, quanta, quantas, cujo, cuja, cujos, cujas, quando (=em que, no qual, na
qual), onde (= em que, no qual, na qual, nos quais, nas quais).
Exemplos: O motivo pelo qual fui punida era banal.
A pequena vila onde (= em que, na qual) nasci é reduto de artista famosos.
Os políticos em cuja lealdade confiei são corruptos.
O tema ao qual me referi é polêmico.
O mês, quando (= em que, no qual) ocorreu a enchente, é muito quente lá.
Os jornais que leio são imparciais.
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6. ADVÉRBIOS
São as palavras ou expressões que exprimem circunstâncias. Podem expressar modo,
tempo, lugar, companhia, negação, afirmação, meio, causa, instrumento etc.
Muita atenção às questões que abordam a cobrança dos advérbios! Primeiramente,
lembre-se de que advérbios são palavras que modificam três outras classes de palavras:
verbos, adjetivos e advérbios. Veja como!
Ele lê muito! Muito é advérbio que modifica o verbo “lê”. É advérbio de
intensidade.
Todos ficaram bem preocupados com a situação. É advérbio de intensidade.
Modifica o adjetivo preocupados.
Nós estaremos lá muito cedo. É advérbio de intensidade. Modifica o advér-
bio de tempo cedo.
Enfim, a grande cilada, muitas vezes, está no fato de o termo estar ao lado de um
substantivo, e o candidato julgar que há ali um advérbio. Observe! Ele teve muito tempo
para fugir. Muito NÃO é advérbio. Ele modifica o substantivo tempo, portanto não pode
ser advérbio, já que advérbios não modificam substantivos.
Advérbios são elementos que, como se diz informalmente, “matam” a curiosidade do ser
humano. Se ouvimos “Ele morreu”, entendemos perfeitamente a mensagem. O verbo morrer é
intransitivo. Dispensa complementos. Mas eis que surge a curiosidade. Morreu quando? Morreu
onde? Morreu de quê? Ao responder “quando”, temos um advérbio de tempo. Ao responder
“onde”, temos um advérbio de lugar. Ao responder “de quê”, temos o advérbio de causa.
7. CONJUNÇÕES
São palavras invariáveis que ligam duas orações ou dois termos semelhantes de uma
mesma oração.
Há dois tipos de conjunções: as coordenadas e as subordinadas.
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a) aditivas: têm valor de adição. As principais aditivas são: e, nem, mas também, como
também, bem como, tanto…quanto, mas ainda, não só… mas também, não só… como
também, não só… bem como, não só… mas ainda, que (=e), mas (=e), outrossim,
tampouco, também, não só …senão também, bem assim, além de
Exemplos: Ele recebeu o material e fez uma análise criteriosa de tudo. (adição)
Tanto o pai quanto os filhos assistiram ao filme de ação. (adição)
Ele não dormiu tampouco estudou. (adição)
Elas escreveram a letra mas também fizeram a música. (adição)
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Exemplos:
Conquanto se mostrasse tenso, não perdia a confiança em sua capacidade.
Eles discordaram das regras estabelecidas, apesar da intervenção do pai.
Por mais que treinasse, não tinha ainda uma pronúncia perfeita.
A despeito de ser excelente vocalista, não se apresentava sozinho.
Os empreendedores não esmorecem apesar de a economia estar instável.
Malgrado não lhes desse razão, não os critiquei à frente da equipe.
Exemplos:
Como previra o meteorologista, os ventos fortes atingiram a cidade.
Para a maioria da torcida, ele é o melhor atacante da equipe.
Segundo matéria do jornal X, a campanha de vacinação foi adiada.
De acordo com os relatórios apresentados, havia necessidade de outra cam-
panha de vacinação.
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h) integrantes: são as conjunções que não têm um valor semântico. Seu papel é integrar
orações. São as conjunções que introduzem orações subordinadas substantivas.
As conjunções integrantes são: que (=isto), se (= isto).
Exemplos: Eles solicitaram que eu os deixasse estudar lá. (Eles solicitaram ISTO)
Todos me perguntaram se haveria tempo para reuniões. (Todos me pergun-
taram ISTO)
Chamo a sua atenção, entretanto, para o fato de que não lhe bastará memorizar a lis-
ta de conjunções aqui destacadas. Por quê? É simples! Todas as questões abordarão esse
ponto pela semântica, ou seja, pelo sentido que cada uma delas assumirá em determinado
contexto. Observe as frases a seguir:
Desde que assuma o erro, terá o respeito dos clientes. (desde que = condição)
Desde que assumiu o erro, tem o respeito dos clientes. (desde que = tempo)
Como estacionou em local proibido, foi multado. (como = causa)
Como avisara o guarda, seria multado. (como = conformidade)
Como um advogado experiente, ele atuou naquela causa. (como = comparação)
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8. NUMERAIS
9. PREPOSIÇÕES
10. INTERJEIÇÕES
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Vídeo:
https://youtu.be/s0Nd6T4FjjQ
11. QUESTÕES/DESAFIO
01. Quanto à classificação das palavras sublinhadas, numerar a 2ª coluna de acordo com a 1ª e,
após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(1) Pronome
(2) Advérbio.
(3) Substantivo.
( ) “… a decoração de todo salão…”
( ) “Ele fez tudo errado por muito tempo…”
( ) “… dominado por uma família muito diferente…”
A) 1 – 1 – 2.
B) 2 – 3 – 1.
C) 1 – 1 – 3.
D) 3 – 2 – 1.
02. A NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) divide as palavras da língua portuguesa em dez
classes, chamadas de classes gramaticais: substantivo, adjetivo, verbo, pronome, numeral, ar-
tigo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
Aponte abaixo a resposta CORRETA que apresenta um exemplo de interjeição.
A) Os índios viviam aqui.
B) Aprender, mandar, permanecer, estar.
C) Nossa! Quantos órfãos chegaram?
D) Nenhuma das crianças estava febril.
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