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INSTITUTO SUPERIOR DE

EDUCAÇÃO FISICA E DESPORTO

TMTD

PRINCÍPIOS

Professor: MSc. Rene Mesa Penha


Estudante Manuel Sousa
Introdução
 Um princípio é uma lei ou regra que se cumpre
ou deve seguir-se com certo propósito, como
consequência necessária de algo com o fim de
alcançar certo propósito.

O treinamento desportivo tem seu próprio


sistema de princípios, este surge da necessidade
de concretizar os princípios gerais do ensino e
aplicar-los ao processo especializado do
treinamento. (Forteza, 1997).
SISTEMA DE PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO EXPOSTO
POR
L. P. MATVEEV.

1.Princípio do nível de direcção com vistas aos ganhos superiores.

2.Princípio do aumento progressivo e máximo das cargas.

3.Princípio da continuidade do processo do treinamento.

4.Princípio de mudança ondulatório das cargas de treinamento.

5.Princípio do carácter cíclico do processo do treinamento.

6.Princípio da unidade de preparação geral e específica


•Princípio do nível de direcção com vistas aos ganhos superiores.

O desporto pressupõe sempre uma orientação aos ganhos de elevados


resultados desportivos e seu constante melhoramento. Matveev (1967).

A orientação aos ganhos de melhores resultados condiciona de uma


maneira ou outra, todos os rasgos distintivos do treinamento desportivo,
a elevação do nível das cargas, o sistema especial de alternação das
cargas e o descanso, seu carácter cíclico. etc. Matveev (1967).

O nível de direcção com vista aos ganhos superiores deve entender-se


como uma exigência para a obtenção dos maiores resultados possíveis
no desporto escolhido, assim como a necessária especialização
profunda que reclama o desporto moderno.
 Princípio do aumento progressivo e máximo das cargas.

Com relação a este principio os autores explicam a


necessidade de aumentar de maneira gradual as cargas
funcionais dentro do treinamento desportivo, visto que o
nível dos resultados depende das exigências do
treinamento.
Também se considera que um treinamento sistemático,
onde se alternam de maneira racional as cargas com a
recuperação se pode assegurar um efeito positivo na
assimilação das cargas.
Forteza e Ranzola (1988), assinalam uma classificação das cargas desde o
ponto de vista metodológico para garantir a dosagem das mesmas no
treinamento desportivo.
• pelo nível de exigência.
a)- mínimas.
b)- médias.
c)- máximas.
d)- limites.

• pelo significado para o desporto escolhido.


a)- gerais.
b)- especiais.

• pelo tipo predominante de esforço.


1. – aeróbias.
2. – anaeróbias.
3. – combinadas (mistas).
Os autores antes mencionados, concluem que « para cumprir com este
princípio deve-se responder às seguintes exigências»:

•As cargas físicas é necessário aumenta-las sistematicamente


•No aumento das cargas é necessário aplicar ao organismo
periodicamente cargas máximas.
•O aumento das cargas e as exigências devem ocorrer de maneira
gradual.
•A sistematização do aumento das cargas, deve ser o mais integral
possível.
•Estudar a magnitude das cargas empregadas com o efeito fisiológico
que se produz no organismo.
•As cargas máximas estão condicionadas pela preparação do atleta.
Princípio da continuidade do proceso de treinamento.

A essência deste principio se explica como processo do

treinamento ininterrompido. este processo só se interrompe

para dar passo ao descanso, ou seja, que este principio é a

combinação da actividade física com o descanso, sempre

que este corresponda à recuperação da capacidade de

trabalho do organismo. Forteza e Ranzola (1988).


Neste principio caracteriza-se :

•O processo do treinamento deve ocorrer durante todo o ano, durante muitos

anos seguidos, mantendo a orientação ao aperfeiçoamento do desporto


escolhido.
•A influência de cada ciclo de treinamento posterior, se materializa sobre a
base dos índices do anterior.
•O intervalo de descanso entre os treinamentos se mantêm nos limites que
garantem o restabelecimento e o incremento da capacidade de trabalho, com a
particularidade de que se permite periodicamente a realização de treinamentos
com divida parcial de restabelecimento. Matveev (1967).
•A continuidade está dada porque o processo geral do treinamento começa
desde que o sujeito escolhe um desporto para treina-lo sistematicamente até
que culmina sua vida desportiva e durante todo esse período vão tendo lugar
somatórias dos efeitos de treinamentos acumulados durante anos e anos, os
que vão garantindo o aperfeiçoamento integral do desportista.
Principio de mudança ondulatória das cargas de treinamento.

Se conhece que durante os treinamentos, as dinâmicas das cargas


físicas podem aumentar-se em forma rectelínea, escalonada,
ondulatória e até piramidal.
Muitos autores, consideram a dinâmica da carga ondulatória como a
mais utilizada dentro da preparação do desportista. “o carácter
ondulatório da carga responde a necessidade biológica de inter-
relacionar os níveis de esforço com o restabelecimento das energias
gastadas, onde deduz-se que: à maior carga física, equivale maiores
modificações orgânicas funcionais e requer maior tempo para a
recuperação.” (Matveev1967).
O próprio Matveev (1967), explica a existência de três tipos de ondas:
pequenas, médias e grandes.

Pequenas: caracteriza a dinâmica das cargas nos microciclos.

Médias: representam a tendência geral das cargas de umas quantas ondas pequenas
nos limites das etapas de treinamento.

Grandes: caracterizam a tendência geral das ondas médias nos períodos de


treinamento

“o arte da estruturação do treinamento consiste, em boa medida, em escalar


correctamente todas estas ondas entre si, isto é, é assegurar a correspondência
necessária entre a dinâmica das cargas nos microciclos e as tendências mais gerais do
processo do treinamento característico de um ou outros períodos e etapas.” (Matveev
(1967)
Princípio de mudanças ondulatórias da carga de
treinamento

Pequenas: caracterizam a dinâmica nas cargas nos (micro ciclos).

Médias: representam a tendência geral das cargas(etapas)

Grandes: caracterizam a tendência general das ondas médias nos


períodos de treinamento (macrociclo).
Princípio do carácter cíclico do processo de treinamento.
Para Forteza e Ranzola (1988), o princípio do carácter cíclico se
expressa pelas seguintes razões:

•O conteúdo do treinamento desportivo é necessário muda-lo de tal


forma que contribua ao desenvolvimento da capacidade de trabalho do
atleta. Isso se ganha pelas mudanças periódicas de todos os elementos
durante o processo de treinamento e nos limites de um tempo
determinado.

•Todas as mudanças devem ser efectuadas nos limites de certo tempo,


planificadas com antecipação, que abarcam a preparação do desporto,
os quais se definem de maneira seguinte: microciclos, mesociclos e
macrociclo
Microciclo: conjunto de actividades que são necessários repetir, sua

duração oscila perto de uma semana, pois, não constituem um

esquema.

Tipos de microciclos:
• ordinários ou correntes.
• de choque.
• aproximação.
• competitivos.
• restabelecimento.
Principio do carácter cíclico do processo do
treinamento
Dentro deste processo, se da a sistematização das cargas de
treinamento.
Mesociclo: formados por vários microciclos que vão de 2 – 3 a 8 –10

semanas, se identificam com as etapas de treinamento.

Tipos de mesociclos:

•Entrantes ou introdutórios.
•Básicos ( desenvolvedores e estabilizadores)
•Preparatório de controlo.
•Precompetitivos.
•Competitivos.
•Preparatório de restabelecimento.
•Restabelecimento mantenedor.
MACROCICLOS: MODELO GRÁFICO OU ESCRITO ONDE SE REFLECTE A
DOSIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE TODO O SISTEMA DE TREINAMENTO E
QUE CONSTITUEM UMA GUIA METODOLÓGICA ONDE APARECEM OS
CONTEÚDOS E SUA RESPECTIVA ORGANIZAÇÃO DENTRO DO MESMO, O
MESMO SE ESTRUTURA EM PERÍODOS, ETAPAS, MESOCICLOS E
MICROCICLOS.

TIPOS DE MACROCICLOS:
SEMESTRAIS.
•ANUAIS (SIMPLES E DUPLA PERIODIZAÇÃO).
•BI-ANUAIS (BIENAL).
•OLÍMPICO (QUATRIENAL).
Principio da unidade da preparação geral e especifica.

“A especialização desportiva não exclue o desenvolvimento múltiplo do desporto, pelo


contrario, só é possível o máximo progresso no desporto dado na base do incremento
geral das possibilidades físicas e psicológicas” Matveev (1967).

Este principio relaciona a necessidade de ter em conta na preparação do desportista,


ambas preparações, tanto a geral como a especifica, pois a preparação física especial
está condicionada pela preparação física geral, em estreita relação com a modalidade
desportiva escolhida e, vice-versa.

A preparação física geral tem como propósito, o múltiplo desenvovimento do organismo


do desportista, aumentando suas potencialidades orgânicas funcionais, além disso a
preparação física especial garantirá o desenvolvimento de potencialidades específicas
que exige o desporto praticado.
PRINCÍPIO DO ESTÍMULO EFICAZ DA
CARGA
todo estímulo de treinamento deve superar certo
limite de intensidade para poder iniciar uma reacção
de adaptação.
Princípio de aumento progressivo
das cargas
A carga de treinamento se deve aumentar
constantemente depois de determinados períodos
de tempo.
Princípio da versatilidade das cargas

É a modificação do estimulo da carga, focada desde

um nível prático, não só a mudança de intensidade,


mas sobre tudo a alternância dos conteúdos, da
dinâmica do movimento, da estrutura dos descansos
e também dos métodos de treinamento.
Princípio da relação óptima entre
carga e recuperação
Se basea na necessidade de proporcionarmos um
certo tempo de recuperação depois da aplicação de
uma carga eficaz de treinamento, com o fim de poder
suportar novamente uma carga parecida em boas
condições.
Nota:
passando a um estado superior
Se aumentarmos a carga
demasiado rápido, o
organismo não se poderá
Supercompensação adaptar na nova
exigência física.
Princípio da repetição e a continuidade
Para alcançar uma adaptação óptima as cargas
devem ser repetidas várias vezes, já que o
organismo deve passar por uma série de
modificações eminentes de sistemas funcionais
antes de chegar a uma adaptação estável.
Repetições e Falta de continuidades
continuidades
Princípio da periodização
Se requere um cambio de cargas com determinadas
fases de incremento, de estabilização e redução.
Assim se evita o sobre treinamento e se pode
alcançar o rendimento máximo em determinada
época.
Princípio de adaptação à idade e
individualidade do desportista.
O rendimento desportivo depende de vários factores. E
para que resulte essencialmente num desenvolvimento
óptimo do rendimento, deve-se ter em conta as
condições pessoais de cada desportista.
•Anos de vida desportiva (Idade Desportiva).
•Especialidade desportiva.
•Estado cardiovascular e respiratório.
•Estado do sistema nervoso central.
•Condições de vida, alimentação, descanso etc.
•Nível educacional e intelectual.
•Idade biológica.
•Tempo que dedica ao treinamento.
•Conteúdo da preparação.
•Objectivos a alcançar.
Princípio da especialização progressiva.
A especialização se refere ao aproveitamento racional das
técnicas num desporto dado, o qual se alcança com a
utilização de diferentes métodos de ensino (intuitivos, verbais,
práticos etc.)

 Desportos de especialização tempranas: (natação, ginasia, clavados).

 Especialização normal: Desportos com bolas, combate, força rápida.

 Especialização tárdia: Resistência, tiro, equitação etc.


Princípio da alternância reguladora entre
os diferentes elementos do treinamento
Se trata aqui de uma coordenação dosificada do
treinamento das diferentes capacidades e da
relação entre treinamento da condição física e da
técnica.

•Preparação Física
•Preparação Técnica
•Preparação Táctica
•Preparação Psicológica
•Preparação Teórica
Sistema de princípios multidisciplinares do treinamento desportivo. Segundo Adalberto Collazo(2005 )

Sustenta-se e se fundamentam em uma série de regularidades derivadas dos contributos de um conjunto de ciências
aplicadas ao desporto.

princípios princípios princípios princípios princípios principio da


pedagógicos e biológicos psicológicos metodológicos higiénicos da nutrição
didáticos organização desportiva

·papel dirigente do ·sobrecarga. ·do consciente. ·periodização de ·regime adequado e ·quantidade


treinador na ·especificidade. ·alcance de metas treinamento como organização do óptima segundo
participação activa e ·reversibilidade da e objetivos cada processo em longo processo. necessidades do
consciente do atleta. acção. vez mais prazo ·postura adequada desportista.
· ensino ilustrada. ·interação positiva. superiores. ·progressão. na realização de ·qualidade
·cientificidade. ·adaptação ·caracterização ·continuidade. cada exercício adequada dos
·sistematização. sucessiva. psicológica dos ·multilateralidade. selecionado. alimentos a
·planificação. ·variação cíclica. atletas. ·especificidade. ·principio da consumir.
·individualização. ·recuperação. ·caracterização ·repetição. higienização de todo ·variabilidade de
·acessibilidade e ·Supercompensação psicológica do ·controlo frequente o processo do os alimentos.
exequibilidade. . desporto do processo. treinamento. ·adequação.
·carácter instrutivo e praticado. ·seleção ·condicionamento ·frequência
educativo. ·ambiente óptimo adequada do geral e específico. óptima entre os
·multidisciplinariedade e condicionado. conteúdo. consumo de
·relação teoria ·alternância alimentos.
prática. adequada. · seleção
adequada na
combinação dos
mesmos.
Conclusões
É tão importante, a compreensão clara de
todos os princípios do treinamento, além
disso, é fundamental para o trabalho; já que
a vulneração dos mesmos leva a erros
graves no processo de preparação do
desportista. (Forteza, 1997)

Todo processo de treinamento deve


ser considerado como uma série
de passos a seguir com uma
repercussão global no individuo.

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